domingo, 18 de dezembro de 2016

A Virgem Maria golpeando o demônio: conheça a história desta imagem!


Desde que a Igreja existe, os fiéis tem sentido a necessidade de colocar em figuras pinturas de distintos personagens da história da salvação. Por isso não é de se estranhar que os primeiros cristãos tenham feito tantas representações de Nosso Senhor e, também fizeram muitas pinturas da Santíssima Virgem Maria.

Quando se representa a Virgem Maria é muito comum vê-la retratada com o Menino Jesus em seus braços ou aparecendo em algum lugar do mundo adquirindo a aparência do povo local.

No entanto, há uma imagem da Virgem Maria que chama bastante atenção por ser pouco comum e até um pouco engraçada. Alguma vez você já imaginou ver Nossa Mãe do Céu golpeando – literalmente – o demônio?


Entre os muitos trabalhos que realizou destaca-se uma “liturgia das horas” encomendado por uma leiga da classe média. Naquele tempo o “livro das horas” era um tipo de manuscrito ilustrado usado pela nobreza o qual continha textos de orações, salmos e abundantes ilustrações de devoções cristãs. 

São Vunibaldo


Nobre de coração e de linhagem, Vunibaldo nasceu em 701. Era filho de Ricardo, rei da Inglaterra e irmão de Vilibaldo e Valburga, todos também santificados pela igreja. 

Em 720 partiu com o pai e o irmão em peregrinação para a Terra Santa, passando antes por Roma. Mas seu pai adoeceu durante a viagem e morreu na cidade italiana de Luca. Os dois irmãos ficaram juntos em Roma, por dois anos e depois seguiram rumos diferentes. 

Em 738, Vunibaldo foi ordenado sacerdote e foi auxiliar a evangelização da Alemanha, ao lado do tio Bonifácio. Por algum tempo ficou acompanhando o tio na sua obra apostólica. Porém cada vez mais ansiava pela vida monástica e pela contemplação na solidão. Juntou seus bens e construiu um mosteiro. 

Logo foi nomeado abade, dedicando-se ao apostolado para reforçar a fé da população que vivia mergulhada em situações de pecado. Passou a vida em constante oração. Quando já não conseguia mais caminhar até a igreja, pediu para colocarem um pequeno altar em sua cela.  Pouco tempo depois morreu, em 18 de dezembro de 761. 

Vunibaldo tinha fama de santidade em vida. O seu culto se difundiu principalmente entre os povos germânicos. A biografia de Santo Vunibaldo foi escrita por sua irmã Santa Valburga, que relatou com detalhes os prodígios que aconteciam com sua simples presença. Vunibaldo dedicou sua vida a oração contemplativa e ao apostolado. Preferia ficar retirado na solidão, mas colocava-se sempre disponível para difundir o Evangelho.



Deus de misericórdia, que olhai os seres humanos com bondade e compaixão, criai em nós um coração puro e cheio de desejo de realizar o bem para todos os nossos semelhantes, a exemplo de São Vunibaldo. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Nossa Senhora do Ó


Festa católica de origem claramente espanhola, a festa de hoje é conhecida na liturgia com o nome de “Expectação do parto de Nossa Senhora”, e entre o povo com o título de “Nossa Senhora do Ó”. Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos. A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da “bendita entre as mulheres”, que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da humanidade. Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes desde hoje até a Véspera do Natal e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó (“Ó Sabedoria… vinde ensinar-nos o caminho da salvação”; “Ó rebento da Raiz de Jessé… vinde libertar-nos, não tardeis mais”; “Ó Emanuel…, vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus”), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de “Nossa Senhora do Ó”. É ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.

A festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo décimo Concílio de Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de São Martinho de Dume e pela presença simultânea de três santos de origem espanhola: Santo Eugênio III de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade agaliense Santo Ildefonso.

Primeiro comemorava-se hoje a Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo. Santo Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título de “Expectação do parto”.Assim ficou sendo na Hispânia e passou a muitas Igrejas da França, etc. Ainda hoje é celebrada na Arquidiocese de Braga.

Ó Maria Santíssima, vós, por um privilégio especial de Deus, fostes isenta da mancha do pecado original, e devido a este privilégio não sofrestes os incômodos da maternidade, nem ao tempo da gravidez e nem no parto; mas compreendeis perfeitamente as angústias e aflições das pobres mães que esperam um filho, especialmente nas incertezas do sucesso ou insucesso do parto. Olhai para mim, vossa serva, que, na aproximação do parto, sofro angústias e incertezas. Dai-me a graça de ter um parto feliz. Fazei que meu bebê nasça com saúde, forte e perfeito. Eu vos prometo orientar meu filho sempre pelo caminho certo, o caminho que o vosso Filho, Jesus, traçou para todos os homens, o caminho do bem. Virgem, Mãe do Menino Jesus, agora me sinto mais calma e mais tranquila porque já sinto a vossa maternal proteção.

Ó Sabedoria que procedestes dos lábios do Altíssimo, atingido de um fim a outro, dispondo tudo forte e suavemente.

Ó Adonai, Chefe da Casa de Israel, que aparecestes no fogo da sarça ardente, e que no monte Sinai destes a Lei: Vinde-nos remir com a força de vosso braço!

Ó raiz de Jessé, que sois como o estandarte dos povos, diante do qual os reis emudecem e a quem os gentios imploram: Vinde para nos livrar, não tardeis mais!

Ó Chave de Davi, cetro da Casa de Israel, que abris e ninguém pode abrir: Vinde e tirai do cárcere o prisioneiro que jaz nas trevas.

Ó Sol nascente, sol de justiça, esplendor de luz eterna: Vinde e iluminai os que estão mergulhados nas sombras da morte!

Ó rei dos gentios, ó desejado, pedra angular que unis judeus e pagãos: Vinde e salvai o homem que formastes com o limo da terra!

Ó Emanuel, nossa Rei e Legislador, esperança e salvação dos gentios: Vinde para nos remir!

Nossa Senhora do Bom Parto, rogai por nós!
  

Nossa Senhora do Ó, rogai por nós!

sábado, 17 de dezembro de 2016

A Virgem santa: humilde e confiante, como virgem e mãe


Eis que beleza, estas palavras de um sermão do santo Abade Bernardo de Claraval (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja, Doutor Melífluo, como chamou-o a tradição, pois suas palavras são doces como o mel! Com a palavra, São Bernardo:

Maria é bem-aventurada, como lhe diz sua parenta Isabel, não apenas porque Deus a olhou, mas porque acreditou.

A sua fé é o mais belo produto da bondade divina.

Mas, foi necessário que a arte inefável do Espírito Santo pousasse sobre Ela, para que tanta grandeza de alma se unisse a tanta humildade no segredo do seu coração virginal.

A humildade e a grandeza de alma de Maria são, como a sua virgindade e a sua fecundidade, semelhantes a duas estrelas que se iluminam mutuamente, porque em Maria a profundidade da humildade em nada prejudica a generosidade da alma, e reciprocamente. Julgando-se a si mesma de forma tão humilde, Maria nem por isso foi menos generosa na sua fé na promessa que lhe tinha sido feita pelo anjo. Ela que apenas se considerava uma pobre serva, não duvidou de que tivesse sido chamada a este mistério incompreensível, a esta união prodigiosa, a este segredo insondável E acreditou imediatamente que se tornaria de fato a Mãe do Deus encarnado. 

Advento: uma consciência, um grito!


A Igreja de Cristo está vivendo o santo Tempo do Advento, quatro semanas que nos preparam para o Natal do Senhor e nos recordam que Ele virá um Dia.

No século XII, pregando aos seus monges neste tempo de Advento, São Bernardo de Claraval, falava em três vindas de Cristo: aquela na humildade de nossa humana condição, em Belém; aquela gloriosa, como Juiz, que aguardamos para o final dos tempos e mais uma: aquela vinda pequena e escondida, de cada dia. Isso mesmo: Ele vem vindo, vem vindo sempre: nas situações, nas pessoas, na Sua Palavra santa e, sobretudo, na Eucaristia.

Sabemos reconhecê-Lo?
Sabemos acolhê-Lo?
Sabemos abrir-Lhe nosso coração e nossa vida?

Neste tempo, a Igreja lê preferencialmente o livro do Profeta Isaías. Um pequeno texto desse profeta afirma:

“Eis, uma voz que diz: ‘Clama’, ao que pergunto: ‘Que hei de clamar?’ – Toda carne é erva e toda a sua graça como a flor do campo. Seca-se a erva e murcha-se a flor... Mas a Palavra do nosso Deus subsiste para sempre” (Is 40,6-8).

Aqui duas coisas chamam atenção. Primeiro: a afirmação de que toda carne é erva. Na Bíblia, carne é o todo ser vivo (e o homem, especialmente) enquanto é frágil, passageiro, limitado, mortal e tendente à imperfeição.

Pois bem: o homem atual, iludido, quer fazer-se Deus, julga-se tão sábio e maduro a ponto de prescindir do Criador, acha que pode construir sozinho a sua vida, decidindo por si próprio o que é bem e o que é mal, o que é certo e o que é errado, o que lhe convém e o que não convém.

É preciso gritar-lhe, recordar-lhe: “Toda carne é erva, é pó! Tu és apenas erva, tu passarás. Tu não és Deus! Deus está no Céu e tu, ó pó pensante e saudoso, estás na terra!” Isto não é para nos humilhar, mas para fazer enxergar sem magalomanias a nossa realidade. O homem somente não passará se abrir-se para o Eterno, para Deus, que o plenifica e faz com que o seu sonho de vida, felicidade e plenitude não seja um quimera, mas uma doce e certa realidade!
 

"O verbo se fez carne e veio morar entre nós" (Jo 1,14)


Caros diocesanos. O Natal se aproxima e é tempo de preparar os corações para acolher o maior presente que a humanidade já recebeu: Deus se faz um de nós, vem morar conosco, em Jesus Cristo. O versículo de Jo 1, 14: “O Verbo se fez carne e veio morar entre nós” sempre me fascinou. Nele sinto-me envolvido profundamente pela Palavra de Deus e o mistério da encarnação, no qual Deus se fez pequeno, menor, para estar muito próximo de nós, como Emanuel: Deus conosco. Fez-se criança, ao nascer de Maria, na gruta de Belém. Como diz o papa Bento XVI: “A Palavra eterna fez-Se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-Se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós. Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz; agora a Palavra tem um rosto, que por isso mesmo podemos ver: Jesus de Nazaré” (VD 12). Quando o Verbo (a Palavra) se fez carne algo extraordinário aconteceu para nossa dignidade humana, dando-nos plenitude de vida nova, como exulta um Prefácio natalino: “No momento em que vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade: ao tornar-se ele um de nós, nós nos tornamos eternos” (Prefácio do Natal do Senhor, III).

Este Deus continua a encarnar-se na história de todos os tempos, tornando-se pequeno, menor, para ser acessível à realidade humana, a fim de salvá-la e uni-la ao divino, na perene troca de dons entre o céu e a terra. Como afirma um dos Prefácios do Advento: “Agora e em todos os tempos, ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de seu Reino” (Prefácio do Advento 1A). Esta iniciativa de Deus deseja encarnar-se, inculturar-se, inserir-se no chão da vida: nas pessoas, nas famílias, nas comunidades, no trabalho, na vida da cidade e do campo. É na realidade humana que Deus quer fazer sua tenda, sua casa, por mais simples e humilde que seja. Olhemos o exemplo da simplicidade e do amor de José e de Maria Santíssima que, na palavra do Papa Francisco, “sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura” (EG 286). 

Síria: Franciscanos adiantam Missa de Natal em Aleppo por temor de ataques terroristas


O Pe. Ibrahim Sabbagh, sacerdote franciscano que vive na parte ocidental de Aleppo (Síria), expressou o temor de que grupos terroristas aproveitem a noite de Natal para realizar um ataque contra a minoria cristã e, portanto, a fim de evitar qualquer tragédia, dicidiram adiantar a Missa do Galo.

Em declarações publicadas ontem pela TV2000, o sacerdote transmitiu a surpresa da sua comunidade diante das notícias que asseguram que a guerra terminou, porque na noite anterior e durante o dia eles escutaram bombardeios na região ocidental “e caíram mísseis sobre a população, causando 7 vítimas mortais, entre elas 2 eram crianças, e 50 pessoas ficaram feridas”.

Nesse sentido, disse: “Temos tanto medo que definimos a data da celebração (do Natal) às 17h, porque nós queremos enviar as pessoas para suas casas o mais rápido possível. Temos medo de que alguma milícia esteja se preparando para lançar grandes mísseis na véspera do Natal e, assim, causar uma grande tragédia”.

O Pe. Ibrahim indicou que devido a esta situação, é difícil comunicar-se com a região oriental da cidade. “Infelizmente, não tivemos contato com ninguém. Todas as linhas telefônicas, telefones celulares, incluindo a internet não funcionam e não há outra maneira de entrar em contato com as pessoas, não sabemos o que está acontecendo”, expressou.

O sacramento da nossa reconciliação


De nada serve afirmar que Nosso Senhor é filho da bem-aventurada Virgem Maria, homem verdadeiro e perfeito, se não se acredita também que é descendente daquela estirpe que no Evangelho se menciona.

Escreve Mateus: Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. E a seguir apresenta a ordem da descendência humana, com todas as gerações, até chegar a José, com quem estava desposada a Mãe do Senhor.

Lucas, por seu lado, seguindo a ordem inversa, faz retroceder os graus de ascendência, remontando-se à própria origem do gênero humano, para demonstrar que o primeiro Adão e o último Adão têm a mesma natureza.

Com efeito, para ensinar e justificar os homens, a onipotência do Filho de Deus poderia ter aparecido da mesma forma que aos Patriarcas e aos Profetas, a saber, sob aparência humana, como, por exemplo, quando travou combate com Jacob e falou, ou quando aceitou a hospitalidade que Lhe ofereceram e tomou os alimentos que Lhe apresentaram.

Mas estas imagens eram apenas sinais e prefigurações místicas daquele homem que havia de assumir da descendência desses mesmos Patriarcas uma verdadeira natureza humana.

Nenhuma daquelas figuras podia realizar o mistério da nossa reconciliação, preparado desde a eternidade, porque o Espírito Santo não tinha descido ainda sobre a Virgem Maria, nem a virtude do Altíssimo a tinha coberto com a sua sombra; a Sabedoria eterna não edificara ainda a sua casa no ventre puríssimo de Maria, para que o Verbo Se fizesse homem; ainda o Criador dos tempos não tinha nascido no tempo, unindo a natureza divina e a natureza humana numa só pessoa, de modo que Aquele por quem tudo foi criado fosse contado entre as suas criaturas.

Se este homem novo, feito à semelhança da carne peca­dora, não tivesse assumido a nossa condição, envelhecida pelo pecado; se Ele, que era consubstancial ao Pai, não Se tivesse dignado ser também consubstancial à Mãe; se Ele, livre de todo o pecado, não tivesse unido a Si a nossa natureza, toda a humanidade teria permanecido cativa sob o jugo do demônio. Não poderíamos ter beneficiado da vitória do Triunfador, se ela fosse conseguida numa natureza distinta da nossa.

Como consequência desta admirável participação da nossa natureza, brilhou para nós o mistério da regeneração, porquanto, graças ao mesmo Espírito por cuja virtude Cristo foi concebido e nasceu, também nós conseguimos uma nova geração, espiritual.

Por isso diz o Evangelista, referindo-se aos crentes: Estes não nasceram do sangue, nem da carne, nem da vontade do homem, mas nasceram de Deus.


Das Cartas de São Leão Magno, papa

(Ep. 31,2-3: PL 54, 791-793)                                                   (Sec. V)