Um dos ofícios e ministérios mais importantes nas comunidades e
nas igrejas é o do sacristão ou da sacristã. Trata-se, frequentemente, de um
serviço discreto, embora decisivo para o funcionamento da igreja e para o
desenrolar da celebração. O seu protagonismo não é tão visível e sensível como
o do leitor, do acólito ou do músico e, muito menos, o do presidente. Mas, sem
ele, esses ministérios não atuavam digna e eficazmente. É ele quem abre a
igreja, convoca os fiéis, prepara os paramentos, o altar, a credência, o pão e
o vinho, a água, o incenso, os livros, o órgão, organiza as procissões, a
recolha dos dons, acende as luzes e liga os microfones: tarefas demasiado importantes
para serem deixadas à improvisação do momento. É, com efeito, um ofício tão
discreto, mas importante: quando há não se nota, quando se dispensa faz falta.
Com efeito, muitas são as coisas que se encomendam a um sacristão, sobretudo
nas paróquias: manter a limpeza, a ordem, a guarda, a conservação e o
funcionamento dos espaços, dos objetos, das vestes, dos livros e dos diversos
instrumentos;
1. Preparar as celebrações, sobretudo, do ponto de vista material,
mas de modo nenhum secundário, pois que, por ser exterior, condiciona o
funcionamento e o desenvolvimento dos ritos e de toda a celebração: paramentos,
livros, pão, vinho e água, iluminação e megafonia, toque dos sinos, música
ambiente, abrir e fechar as portas, lâmpada do Santíssimo, flores;
2. por vezes, assume outros serviços mais burocráticos, como o registro
de batizados e casamentos, etc.;
3. pode acontecer que tenha de suprir, até, a falta do acólito,
leitor ou cantor.
Ser sacristão requer, por isso, qualidades e uma preparação ampla
e diversificada. O Cerimonial dos Bispos atribui ao sacristão tarefas
importantíssimas: preparar as celebrações (com o mestre de cerimônias); cuidar
de tudo quanto é necessário à celebração; tocar os sinos; criar um ambiente de
recolhimento na sacristia e no vestiário (sacristia e secretario) (secretário =
lugar onde os ministros, em dias solenes, se paramentam e dão início à
procissão de entrada); guardar as alfaias e os bens culturais da igreja; estar
atento e ser zeloso pela limpeza, asseio e ornamentação da igreja; enfim,
providenciar para que tudo, na igreja, manifeste amor e reverência para com
Deus e seja sinal de piedade, festa e alegria para o povo de Deus. (cf. C. B.,
nº 37-38).
Nem qualquer pessoa serve para sacristão. Não basta estar desempregado
para se ser bom sacristão. Também não são precisos títulos acadêmicos. Mas com
certeza que é preciso preparação, sensibilidade humana, litúrgica e cristã.
Partindo das qualidades humanas, dever-se-ia dar-lhes formação específica. Não
basta certamente que saibam as cores dos paramentos do dia ou como se tocam os
sinos. Há toda uma sensibilidade litúrgica e espiritual que seria favorecida se
os sacristães pudessem frequentar algum curso sistemático, periódico ou
intensivo. Dar formação aos ministros que animam as celebrações da comunidade é
um investimento certo que dará frutos em pouco tempo para o bem das
comunidades. Nesses cursos, o sacristão conhecerá a Introdução Geral do Missal
Romano, os Preliminares dos diversos Rituais e, sobretudo, para além das
rubricas, aprofundará o porquê das coisas, o sentido e o espírito da liturgia,
dos ritos, do ano litúrgico, etc. O sacristão é, frequentemente, a primeira
imagem de uma igreja (se a imagem é má, será a última). Os sacristães são mais
que pessoas que acendem velas. Com o seu trabalho escondido e eficiente,
realizam um precioso apostolado: a ordem, a limpeza e o silêncio na igreja são
o primeiro cartaz de bom acolhimento; a sua presença discreta e atenta marca o
sinal de uma comunidade disponível para os outros; o atendimento paciente e bem
humorado aproxima as pessoas da comunidade e de Deus. Deste modo, preparam as
pessoas que se deslocam à igreja para o encontro verdadeiro e profundo com
Deus. Assim, realizam um autêntico ministério.