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Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller, afirmou
que a exortação apostólica Amoris
Laetitia não
contradiz a doutrina católica sobre o matrimônio “como uma união indissolúvel
entre um homem e uma mulher” e, portanto, incentivou a ler este documento
inteiro, para evitar confusões e tornar “o Evangelho do matrimônio e da família
mais atraente para as pessoas”.
Em uma longa entrevista publicada ontem pela publicação italiana
‘Il Timone’, a autoridade vaticana afirmou que “Amoris Laetitia está claramente interpretada à luz de
toda a doutrina da Igreja” e, portanto, “não está bem que tantos bispos estejam
interpretando” o documento “segundo a sua própria maneira de entender o
ensinamento do Papa. Isso não está de acordo com a doutrina católica”.
“O magistério do Papa somente pode ser interpretado por ele
mesmo ou através da Congregação para a Doutrina da Fé. O Papa interpreta os
bispos, os bispos não devem interpretá-lo, isto seria a destruição da estrutura
da Igreja Católica”, assinalou.
Durante a entrevista, perguntaram ao Cardeal alemão se pode
haver “uma contradição entre a doutrina e a consciência pessoal”. Ele indicou
que isto “é impossível”, pois, por exemplo, “uma pessoa não pode dizer que
existem circunstâncias nas quais o adultério não é um pecado mortal”.
“Para a doutrina católica é impossível a coexistência entre
pecado mortal e graça justificante. Para superar esta contradição absurda,
Cristo instituiu para os fiéis o sacramento da penitência e da reconciliação
com Deus e com a Igreja“.
Recordou que “o sacramento da Penitência pode nos acompanhar à
comunhão sacramental com Jesus Cristo”, mas para isso é essencial alguns atos
humanos que devem ser respeitados, como a “contrição do coração, o propósito de
não pecar mais, a confissão dos pecados e a satisfação. Quando falta um desses
elementos, ou o penitente não os aceita, o sacramento não é realizado”.
“Nós não podemos fazer concessões”, expressou.