Durante a Quaresma a
Igreja no Brasil, desde 1964, propõe a Campanha da Fraternidade. Trata-se de
uma ampla conscientização sobre temas relevantes que afetam a vida humana e o
meio ambiente. A convicção de que é possível educar para a paz e superar os
pecados pessoal e social que ameaçam a dignidade dos filhos de Deus é que
motiva essa iniciativa e envolve paróquias, escolas, universidades, meios de
comunicação e todas as instâncias que contam com a presença da Igreja.
A Campanha de 2017 trata dos biomas
brasileiros e pretende uma conscientização sobre a preservação da natureza com
sua rica biodiversidade manifestada de formas diferentes em todo país. Alguns
têm estranhado esse tema e criticam a opção dos bispos.
Cada vez mais cresce a preocupação com a
“casa comum” da qual depende a vida humana e o futuro das nossas gerações.
Quando a Igreja assume corajosamente essa reflexão, é claro que toma posição em
favor da sustentabilidade, da conservação e preservação do ambiente e, acima de
tudo, empenha-se por uma ecologia que priorize a vida humana ameaçada por
tantas causas de injustiça.
É bom recordar e informar que a Campanha da
Fraternidade está alinhada com a Doutrina Social da Igreja, que é endereçada a
todas às nações e não se identifica com um ou outro partido e nem é refém de
qualquer ideologia. O Evangelho orienta todo ensinamento e compromisso social
da Igreja que é a maior organização caritativa do planeta. Um dos princípios
dessa Doutrina é o “bem comum”, não compreendido como a soma dos bens
particulares de cada sujeito do corpo social, mas o conjunto das condições da
vida social que permitem aos grupos e a cada um dos seus membros atingir sua
mais completa perfeição. Disso decorre a afirmação de que há uma destinação
universal dos bens, por isso o cuidado do planeta é tarefa de todo ser humano,
especialmente do seguidor de Jesus Cristo.