segunda-feira, 10 de abril de 2017

Em 20 anos, os nascimentos de muçulmanos superarão os de cristãos na Europa


De acordo com uma nova análise demográfica, calcula-se que em 20 anos o número de nascimentos de muçulmanos superará o de cristãos na Europa, embora os cristãos ainda sejam o maior grupo religioso do mundo.

Esta conclusão foi divulgada após o estudo elaborado por Pew Research Center com dados entre 2010 e 2015, o qual precisa que os muçulmanos têm a maior taxa de crescimento populacional, a maior taxa de fertilidade e a média de idade mais jovem do que qualquer outro grupo religioso do mundo.

Os dados indicaram que até 2015 os cristãos seguiam sendo o maior grupo religioso constituindo quase um terço (31%) dos 7,3 bilhões de habitantes da Terra. Entretanto, também mostra que o número de cristãos na Europa está em declínio, enquanto a taxa de natalidade muçulmana está aumentando.


Entre 2015 e 2060, calcula-se que a população mundial aumentará em 32%, para 9,6 bilhões. Durante o mesmo período, estima-se que o número de muçulmanos aumentará em 70%. Prevê-se que o número de cristãos aumente 34%, ligeiramente mais rápido do que a população mundial em geral, embora muito mais lentamente do que os muçulmanos.

Como consequência, segundo previsto para 2060, a contagem dos muçulmanos (3 bilhões, ou 31% da população) estará perto da contagem cristã (3,1 bilhões, ou 32%).

Homilética: Vigília Pascal - Ano A: "A luz de Cristo venceu as trevas da noite".


Ontem Jesus morreu. Hoje é o dia do “silentium Magnum”, do grande silêncio porque o Rei dorme. Mas o seu dormir não é inatividade: a sua morte e descenso ao lugar dos mortos é a garantia do despertar de todos aqueles justos que estavam à espera do Cristo. Um autor de uma antiga homilia imagina a Jesus encontrando-se com Adão: “O Senhor entrou na região dos mortos com as armas vitoriosas da cruz. Adão, ao ver a Jesus Cristo, assombrado por tão grande acontecimento e dando-se golpes no peito, diz a todos: “o meu Senhor esteja convosco”. Cristo, respondendo, diz a Adão: “e com o teu espírito”. Depois, tomando-o pela mão, o levanta e diz: “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, quem por tua causa fiz-me teu filho; por causa de ti, e por causa daqueles que nasceriam de ti é que eu digo, a todos aqueles que eram escravos, digo-o eu: levantai-vos!”

Sempre há esperança, ainda em meio ao silêncio imposto por forças hostis ao Evangelho: “levantai-vos!”, nos diz o Senhor. Há momentos nos quais também a Igreja parece estar calada. Como no caso do seu Senhor, o silêncio da Igreja não significa inatividade. Ontem fizemos a coleta em favor dos lugares santos. A Terra Santa é um desses lugares onde a Igreja parece estar no sábado santo do grande silêncio. Muitos cristãos viram-se obrigados a emigrar devido ao ambiente de hostilidade que há por lá. Sem dúvida, há situações piores que a de Israel. Mas Cristo passa em meio às dificuldades dos seus seguidores. Ele está presente e está falando às consciências quando tentam calar a voz dos seus discípulos. Nós, ao saber tais noticias, deveríamos sair da tibieza na qual vivemos o nosso discipulado para que o nosso fervor seja uma intercessão poderosa que suba aos céus em favor dos irmãos perseguidos por causa do Nome do Senhor Jesus.


A Vigília Pascal é a reafirmação comunitária da fé na ressurreição. É a celebração da vitória da vida sobre a morte. Depois de um dia de silêncio e meditação sobre a paixão e morte de Jesus, a comunidade cristã exulta de alegria pela Páscoa da ressurreição do Senhor. A Vigília Pascal baseia-se numa antiga tradição israelita, conforme se lê no livro do Êxodo: “Esta noite, durante a qual Iahweh velou para fazer seu povo sair do Egito, deve ser para todos os israelitas uma vigília para Iahweh, em todas as suas gerações” (Ex 12,42). No evangelho, encontramos o sentido cristão da vigília: “Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede semelhantes a pessoas que esperam seu senhor voltar das núpcias, a fim de lhe abrir, logo que ele vier e bater” (Lc 12,35-36). A liturgia da Palavra, bem como a simbologia desta celebração, recorda a ação criadora e libertadora de Deus na história humana, culminando com a ressurreição de Jesus. É o acontecimento central de nossa fé. Quem vive alicerçado na certeza da ressurreição é nova criatura.

Os símbolos que fazem parte da celebração da Vigília Pascal são portadores de sentidos relacionados à vida nova. Os paramentos brancos anunciam a vitória sobre o mal e a paz que Jesus ressuscitado nos dá. Apontam para o viver revestido dos mesmos sentimentos de Jesus: “Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência…” (Cl 3,12). As vestes brancas identificam os que são fiéis a Jesus e estão inscritos no livro da vida (Ap 3,4-5).

O fogo purifica, aquece e ilumina. Na Bíblia, o símbolo do fogo é utilizado para descrever a identidade e a ação de Deus. Pelo fogo, Deus manifestou-se a Moisés e revelou-se como libertador do povo escravizado (Ex 3,1-12). De noite, para iluminar o caminho por onde devia passar o povo rumo à terra prometida, Deus andava à sua frente, como uma coluna de fogo (Ex 13,21). João Batista anuncia o batismo de fogo que será realizado pelo Messias (Mt 3,11). Jesus também proclama que veio trazer fogo à terra e deseja ardentemente que esteja aceso (Lc 12,49). O Espírito Santo se revela como “línguas de fogo” (At 2,3). O fogo expressa força, paixão, indignação profética; alastra-se facilmente, como se alastra a boa notícia da ressurreição.

A luz é outro símbolo que revela o ser e o agir divinos. Deus separou a luz das trevas; viu que a luz era muito boa (Gn 1,3-4). Deus é um ser envolto em luz (Sl 104,2); Jesus Cristo é a luz verdadeira que ilumina a humanidade (Jo 1,9), e quem o segue “não anda nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Ele é o vencedor das trevas e da morte: nesta noite santa, é representado pelo círio pascal. Nele acendemos nossas velas, como gesto de compromisso com o seguimento de Jesus, fonte de vida plena. “Se caminhamos na luz como ele está na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (1Jo 1,7).

A água simboliza a vida, fertiliza a terra, mata a nossa sede, nos limpa… Lembra a imersão batismal pela qual nos tornamos filhos de Deus. Representa o novo nascimento: “Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3,5). Na celebração eucarística, mistura-se a água (nossa humanidade) com o vinho (divindade). Do lado aberto de Jesus morto na cruz, traspassado pela lança, “saiu sangue e água” (Jo 19,34). O círio pascal mergulhado na água é a íntima união de Cristo com a humanidade. Do interior de quem crê em Jesus morto e ressuscitado “fluirão rios de água viva” (Jo 7,38). 

domingo, 9 de abril de 2017

Vaticano: Cruz da JMJ é entregue aos jovens do Panamá


Como é tradição, ao final da Missa deste domingo de Ramos, 9, os jovens poloneses, que sediaram a última Jornada Mundial da Juventude, em 2016, entregaram os símbolos das jornadas aos jovens panamenhos, que sediarão o evento mundial em 2019: a cruz e o ícone de Maria Salus Populi Romani.

Pouco antes deste ato, o Papa Francisco saudou no Angelus todos os jovens que celebram hoje a JMJ em todas as dioceses do mundo. Entre os eventos mundiais, acontece todos os anos, no Domingo de Ramos, o evento em âmbito diocesano.

“É mais uma etapa da grande peregrinação, iniciada por São João Paulo II, que no ano passado nos reuniu em Cracóvia e que nos convoca ao Panamá, em janeiro de 2019”, destacou o Santo Padre.

Francisco pediu ao Senhor para que a Cruz, junto ao ícone de Maria, faça crescer a fé e a esperança, nos lugares em que passar, “revelando o amor invencível de Cristo”. 

Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento!


“Dizei à filha de Sião: ‘Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta!” – Assim, caríssimos irmãos, o nosso Jesus entra hoje em Jerusalém para sofrer Sua paixão e fazer Sua Páscoa deste mundo para o Pai.

Jerusalém é a cidade do Messias; aí deveria manifestar-se o Reino de Deus.
O Senhor Jesus, ao entrar nela de modo solene, realiza a esperança de Israel. Por isso o povo grita: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em Nome do Senhor! Hosana no mais alto dos Céus!” Hoje, com nossos ramos levados em procissão, fazemos solene memória desse acontecimento e proclamamos com nossos cânticos que Jesus é o Messias prometido! Também nós cantaremos daqui a pouco: Hosana ao Filho de Davi!

Mas, atenção! Este Messias não vem como rei potente, num majestoso cavalo de guerra, símbolo de força e poder! Ele vem num burrico, usado pelos servos nos seus duros trabalhos. Ele vem como manso e humilde servo! Eis o escândalo que Israel não suporta! Esperava-se um Messias que fosse Rei potente e Deus envia um servo humilde e frágil! Que lógica, a de Deus! E, misteriosamente, Israel não consegue compreendê-la e refutará Jesus!

Mas, e nós, compreendemos de verdade essa lógica?

Hoje, seguir o Cristo em procissão é estar dispostos a aceita-Lo como Messias que tem como trono a cruz e como coroa os espinhos! Segui-Lo pela rua é comprometer-se a segui-Lo pela vida! Caso contrário, nossa liturgia não passará de um teatro vazio...

Vamos com Jesus! Aclamemos Jesus! E quando na vida, a cruz vier, a dor vier, os espinhos vierem, tomemos nas mãos os ramos que levaremos hoje para nossas casas e recordemos que nos comprometemos a seguir o Cristo até a morte e morte de cruz, para chegarmos à Páscoa da Ressurreição! 

A importância do Domingo de Ramos


A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples, que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia havia poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas; mas esse mesmo povo tinha se enganado no tipo de Messias que Cristo era. Pensava que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras. 

Egito: ISIS assume autoria no atentado contra duas igrejas coptas neste domingo.

Igreja Mar Girgis, na cidade de Tanta

Duas explosões ocorridas em duas igrejas cristãs coptas - em Tanta, norte do Cairo e em Alexandria do Egito - provocaram ao menos 45 mortos. No primeiro atentado morreram 27 pessoas e no segundo ao menos 18. Dezenas de pessoas ficaram feridas. O autoproclamado Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque nos dois locais que celebravam o Domingo de Ramos.

O Papa recebeu a notícia do primeiro atentado, enquanto fazia sua alocução que precede a Oração mariana do Angelus. Francisco ofereceu sua proximidade e oração às vítimas e aos coptas, rezando pela conversão de quem semeia o terror, fabrica e trafica armas:

“Rezemos pelas vítimas do atentado perpetrado, infelizmente, hoje, esta manhã, no Cairo, numa igreja copta. Ao meu querido irmão, Sua Santidade Tawadros II, à Igreja copta e a toda a querida nação egípcia expresso o meu profundo sentimento de pesar. Rezo pelos defuntos e feridos. Estou próximo aos familiares e a toda comunidade. Que o Senhor converta o coração das pessoas que semeiam terror, violência e morte, e também o coração daqueles que fazem e traficam armas.”


A Igreja Mar Girgis de Tanta encontra-se na região de Ali Moubarak. Uma fonte de segurança egípcia afirmou que a explosão foi provocada por um artefato colocado dentro da igreja. Segundo a TV estatal, é possível que o artefato tenha sido acionado à distância. Segundo outros fontes, se trataria de um atentado suicida.

As forças de segurança egípcias também desarmaram dois artefatos explosivos na Mesquita Sidi Abdel Rahim - também em Tanta - a segunda em importância da localidade. Dentro dela está um importante santuário sufi. 

Papa: "Jesus está presente nos que padecem tribulações como Ele".


CELEBRAÇÃO DO DOMINGO DE RAMOS
E DA PAIXÃO DO SENHOR

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
XXXII Jornada Mundial da Juventude
Domingo, 9 de abril de 2017


Esta celebração tem, por assim dizer, duplo sabor: doce e amargo. É jubilosa e dolorosa, pois nela celebramos o Senhor que entra em Jerusalém, aclamado pelos seus discípulos como rei; ao mesmo tempo, porém, proclama-se solenemente a narração evangélica da sua Paixão. Por isso o nosso coração experimenta o contraste pungente e prova, embora numa medida mínima, aquilo que deve ter sentido Jesus em seu coração naquele dia, quando rejubilou com os seus amigos e chorou sobre Jerusalém.

Desde há trinta e dois anos que a dimensão jubilosa deste domingo tem sido enriquecida com a festa dos jovens: a Jornada Mundial da Juventude, que, este ano, se celebra a nível diocesano, mas daqui a pouco viverá, nesta Praça, um momento sempre emocionante, de horizontes abertos, com a passagem da Cruz dos jovens de Cracóvia para os do Panamá.

O Evangelho, proclamado antes da procissão (cf. Mt 21, 1-11), apresenta Jesus que desce do Monte das Oliveiras montado num jumentinho, sobre o qual ainda ninguém se sentara; evidencia o entusiasmo dos discípulos, que acompanham o Mestre com aclamações festivas; e pode-se, verosimilmente, imaginar que isso contagiou os adolescentes e os jovens da cidade, que se juntaram ao cortejo com os seus gritos. O próprio Jesus reconhece neste jubiloso acolhimento uma força irreprimível querida por Deus, respondendo assim aos fariseus escandalizados: «Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras» (Lc 19, 40). 

Argumentos filosóficos (racionais) contra o Espiritismo


Hoje é muito mais importante uma refutação filosófica (racional) do espiritismo que uma refutação teológica extraída da Sagrada Escritura, tão desprestigiada está a teologia.

Cumpre, em primeiro lugar, dizer que a metempsicose defendida por Platão e fundamentada em mitos e mistérios escatológicos da antiguidade deve-se ao fato de o filósofo não ter conseguido explicar bem o conhecimento humano a partir dos sentidos e, então, propor a teoria do mundo das ideias, segundo a qual o conhecimento se daria por recordação e, consequentemente, só ser possível se a alma fosse  preexistente. Ademais, Platão não soube explicar bem a união entre a alma e o corpo. Para ele, no homem não há uma união substancial entre corpo e alma. Concebe o corpo como um cárcere da alma. Aliás semelhante equívoco foi defendido por Orígenes que dizia serem as almas preexistentes e, por castigo de uma culpa grave, se transformavam em demônios ou se uniam a corpos materiais.

Ao contrário, Aristóteles e Santo Tomás de Aquino explicaram o conhecimento humano com base na distinção entre conhecimento sensível e conhecimento intelectivo. No homem não há ideias inatas; a alma não é preexistente, o conhecimento não se dá por recordação nem iluminação (salvo uma revelação sobrenatural), mas a partir dos sentidos. A alma (ou princípio vital) é a forma do corpo; é ela que organiza o corpo de um ser vivo e lhe garante uma unidade em suas operações. Como forma substancial de um ser vivo, a alma não pode informar senão o corpo do qual é forma, não pode encarnar em outro corpo, porque é parte constitutiva do homem.

Como explana de modo admirável o Padre Enrico Zoffoli em sua obra Principi di Filosofia:  “Toda alma difere das outras da sua espécie segundo a determinada e inconfundível porção de matéria que é destinada a informar. Trata-se de uma distinção profunda, que a caracteriza como substância absolutamente única, inédita, irrepetível. E acrescenta logo a seguir: “À luz da genética pode-se dizer que a individuação deriva de uma entre milhares de bilhões de combinações dos cromossomos maternos com os paternos que fixam  o código genético da cada zigoto. Portanto, as diferenças entre as almas dependem da relação de cada uma à particular constituição do corpo ao qual Deus a destina em sintonia (misteriosa) com a causalidade desenvolvida pelos respectivos genitores. (…) Resulta que não seria humana uma alma que, por absurdo, não se relacionasse a um determinado corpo” (o. c. p. 325).

Por conseguinte, é um desarrazoado e contra os dados da ciência genética afirmar que a alma possa reencarnar em diferentes e sucessivos corpos.