“Dizei à filha de
Sião: ‘Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho,
num potro de jumenta!” – Assim, caríssimos irmãos, o nosso Jesus entra hoje em
Jerusalém para sofrer Sua paixão e fazer Sua Páscoa deste mundo para o Pai.
Jerusalém é a cidade do Messias; aí deveria manifestar-se o Reino de
Deus.
O Senhor Jesus, ao entrar nela de modo solene, realiza a esperança de Israel. Por isso o povo grita: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em Nome do Senhor! Hosana no mais alto dos Céus!” Hoje, com nossos ramos levados em procissão, fazemos solene memória desse acontecimento e proclamamos com nossos cânticos que Jesus é o Messias prometido! Também nós cantaremos daqui a pouco: Hosana ao Filho de Davi!
O Senhor Jesus, ao entrar nela de modo solene, realiza a esperança de Israel. Por isso o povo grita: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em Nome do Senhor! Hosana no mais alto dos Céus!” Hoje, com nossos ramos levados em procissão, fazemos solene memória desse acontecimento e proclamamos com nossos cânticos que Jesus é o Messias prometido! Também nós cantaremos daqui a pouco: Hosana ao Filho de Davi!
Mas, atenção! Este Messias não vem como rei potente, num majestoso
cavalo de guerra, símbolo de força e poder! Ele vem num burrico, usado pelos
servos nos seus duros trabalhos. Ele vem como manso e humilde servo! Eis o
escândalo que Israel não suporta! Esperava-se um Messias que fosse Rei potente
e Deus envia um servo humilde e frágil! Que lógica, a de Deus! E,
misteriosamente, Israel não consegue compreendê-la e refutará Jesus!
Mas, e nós, compreendemos de verdade essa lógica?
Hoje, seguir o Cristo em procissão é estar dispostos a aceita-Lo como Messias que tem como trono a cruz e como coroa os espinhos! Segui-Lo pela rua é comprometer-se a segui-Lo pela vida! Caso contrário, nossa liturgia não passará de um teatro vazio...
Vamos com Jesus! Aclamemos Jesus! E quando na vida, a cruz vier, a
dor vier, os espinhos vierem, tomemos nas mãos os ramos que levaremos hoje para
nossas casas e recordemos que nos comprometemos a seguir o Cristo até a morte e
morte de cruz, para chegarmos à Páscoa da Ressurreição!
A Paixão do Senhor
O mistério que hoje estamos celebrando –
a Paixão e Morte do Senhor – e vamos celebrar de modo mais pausado e
contemplativo nesses dias da Grande Semana, foi resumido de modo admirável na
segunda leitura desta Eucaristia: o Filho, sendo Deus, tomou a forma de servo e
fez-Se obediente ao Pai por nós até a morte de cruz. E o Pai O exaltou e
deu-Lhe um Nome acima de todo nome, para nossa salvação! Eis o mistério! Eis a salvação que nos foi dada!
Mas isso custou ao Senhor! É
sempre assim: os ideais são lindos; coloca-los na vida, na carne de nossa
existência, requer renúncia, lágrimas, sangue!
O Filho, para nos salvar, teve que aprender como um discípulo, teve que
oferecer as costas aos verdugos e o rosto às bofetadas! Que ideal tão alto; que
caminho tão baixo! Que ideal tão sublime, que meios tão trágicos!
Foi assim com o
nosso Jesus; é assim conosco! É na dor da carne da vida que o Senhor nos
convida a participar da sua cruz e caminhar com ele para a ressurreição.
Infelizmente, nós, que aqui nos sentamos à mesa com Ele, tantas vezes o
deixamos de lado: “Quem vai Me trair é aquele que Comigo põe a mão no prato!” –
Eis! É para nós esta palavra! Comemos o Seu Pão ao redor deste Altar sagrado e,
no entanto, o abandonamos nas horas de cruz: “Esta noite vós ficareis
decepcionados por Minha causa!” – Que pena! Queríamos um Messias fácil, um
Messias que nos protegesse contra as intempéries da vida, que fosse bonzinho
para o mundo atual. Como seria bom um Messias de acordo com o assassinato de
embriões, com o aborto, com a destruição da família, com a ideologia de gênero,
com a permissividade sexual, com a libertinagem reinante, com o homem o lugar
de Deus, colocado como medida de todas as coisas... Mas, não! Esse Messias
prefere morrer a matar, esse Messias exige que O sigamos radicalmente, esse
Messias nos convida a receber a mesma rejeição que Ele recebe do mundo: Minha
alma está triste até à morte. Ficai aqui e vigiai Comigo!”
Irmãos, que vos
preparais para celebrar estes dias sagrados, não vos acovardeis, não renegueis
o nosso Senhor, não O deixeis padecer sozinho, crucificado por um mundo cada
vez mais infiel e ateu, um mundo que denigre o Nome de Cristo e de Sua Igreja
católica!
Cuidado, irmãos! Não é fácil, não será fácil a luta: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca!” Que nos sustente a força Daquele que por nós Se fez fraco! Que nos socorra a intercessão Daquele que orou por Pedro para que sua fé não desfalecesse! E se, como Pedro cairmos, ao menos, como Pedro, arrependamo-nos e choremos!
Nós Vos adoramos,
Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos porque pela Vossa santa cruz remistes o
mundo!
Dom Henrique Soares da Costa,
Bispo de Palmares - PE
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