sexta-feira, 16 de junho de 2017

Homilética: 12º Domingo do Tempo Comum - Ano A: «Não tenhais medo!»


O tema central da Palavra de Deus, neste domingo, é a confiança em Deus. Não devemos ter medo de nada nem de ninguém. «Não temais os que podem matar o corpo mas não matam a alma». Em Cristo encontramos toda a segurança.

Encontramos muitas pessoas com medo! Muitas vezes estamos cheios de medo. A criança tem medo do escuro e da pessoa que grita. O adolescente tem medo de si: medos inconscientes, mas dolorosos; medos que se chamam timidez, complexos de inferioridade, agressividade.

Muitos adultos vivem roídos de medo, da pior forma de medo – a angústia. Muitas vezes vivemos tremendo: medo do futuro, medo da morte, ou simplesmente do amanhã. Por medo, a pessoa se tranca dentro de seu pequeno mundo, cada vez mais se isola da sociedade. Por medo, levanta muros protetores cada vez mais altos, criam-se condomínios mais fechados e seguros… Medo da doença… do desemprego… .

Porém, Jesus no Evangelho (Mt 10, 26-33), com sua Palavra, derrama um bálsamo em nossos corações: “Não tenhais medo!” 

Na nossa vida passamos por momentos duros, quem não? (1ª leitura). Cristo não nos escondeu nunca que a nossa vida cristã seria difícil, pois não podemos ter melhor sorte que Ele, o nosso Mestre (Evangelho) que passou por dificuldades terríveis. Porém devemos viver com a confiança, dado que em Cristo temos a sobre abundância de graça (2ª leitura).

Como é insegura a confiança nos homens! Repare-se que hoje quase não se confia em ninguém. Por um lado o homem progride em diversos campos de forma vertiginosa. Porém, de modo paralelo, fala-se de corrupção, roubos, diversos tipos de violência, faltas de respeito pela dignidade da pessoa humana, incapacidade de assumir compromissos duráveis, etc. Pode dizer-se que o homem de hoje perdeu credibilidade. Mas Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Após a queda do homem envia Jesus Cristo para nos salvar (2ª Leitura). O homem foi reabilitado mas continua a afastar-se de Deus. Aqui radica a sua pobreza; o seu fracasso, a sua impotência para solucionar os problemas com que se debate.

Se o homem não confia em Deus, como pode confiar nos outros homens? Não confiando em Deus o homem perdeu o ponto de referência, para a sua conduta. O homem de hoje faz este raciocínio: – «Se não tenho de prestar contas a Deus dos meus atos, para que hei de prestar contas aos homens»? «Se os homens se atrevem a pedir-me contas dos meus atos, eu saberei libertar-me das malhas da lei humana, através do meu dinheiro e das minhas influências. Só os pobres são julgados e condenados». Quando o homem não acredita que, após esta vida, terá de prestar contas a Deus, liquida tudo o que lhe dava segurança e garantia de ser feita justiça.

A Abraão Deus diz para não ter medo, na hora mesma que o chama para fora de sua terra, para um país desconhecido. Aos profetas diz: não temas, eu estou contigo. A Maria: não temas, encontraste graça. Aos apóstolos, enviando-os ao mundo, diz: não temais diante dos tribunais e diante dos governadores. A todos os discípulos: Não temais, pequeno rebanho (Lc 12, 32).

Jesus oferece-nos as motivações, oferece-nos o verdadeiro remédio para nossos medos. Não temais – diz – aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Não temais, pois! Vós valeis mais do que os pássaros. No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade do Vosso Pai. “O Vosso Pai” – o que dizer: o que fará por vós que lhe sois filhos? A revelação da PATERNIDADE de Deus e a revelação de uma vida além da morte asseguram, portanto, o convite de Jesus. Todo o medo é redimensionado no momento em que Jesus traça e revela um plano da vida humana – o plano mais verdadeiro e mais pessoal do homem – em que nada o pode prejudicar, nem quem o mata. Vós podeis nos matar, mas não podeis nos prejudicar, exclamava, dirigindo-se aos perseguidores, o mártir São Justino, nos primeiros dias da Igreja.

Por outro lado, o que é que se pode temer dos homens? Eles poderão rir-se, perseguir, privar dos bens terrenos, meter na prisão e até causar a morte; mas esse não é o pior mal. Jesus, com efeito, diz: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer na Geena o corpo e a alma” ( Mt 10, 28). O crente, em certos casos, pode encontrar-se perante uma alternativa extrema: ou renegar da fé por medo aos homens e perder a alma; ou, para não se separar de Cristo, ter que enfrentar graves danos, ou a própria morte, garantindo assim a vida eterna. O martírio, ato supremo de amor a Deus, é um dever para todo o cristão, quando o fugir dele signifique renegar da fé.  

A raiz maligna de cada medo humano tem um nome preciso: é a morte, fruto do pecado. Jesus a venceu, expiando o pecado, todo o pecado do mundo. Venceu a morte passando pela morte e esvaziando-a de todo o veneno. A morte e a Ressurreição de Cristo são penhor de nossa vitória, são fonte de nossa esperança e de nossa coragem: Se Deus é por nós, quem será contra nós… Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? … Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou (Rm 8, 31-37). Tribulações, angústia, perseguição e fome: a Escritura tomou conhecimento de nossos medos mais profundos, mas nos ofereceu uma saída, uma esperança de vitória, graças a Jesus Cristo, que nos amou e se entregou por nós (Gl 2,29).

Sem medo à vida e sem medo à morte, alegres no meio das dificuldades, esforçados e abnegados perante os obstáculos e as doenças, serenos perante um futuro incerto: o Senhor pede-nos que vivamos assim. E isto será possível se considerarmos muitas vezes ao dia que somos filhos de Deus, especialmente quando somos assaltados pela inquietação, pela perturbação e pelas sombras da vida. Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (1Jo 5, 4) . E do alicerce seguro de uma fé inamovível surge uma moral de vitória que não é orgulho nem ingenuidade, mas a firmeza alegre do cristão que, apesar das suas misérias e limitações pessoais, sabe que essa vitória foi ganha por Cristo com a sua Morte na Cruz e com a sua gloriosa Ressurreição. Deus é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? Nem ninguém, nem nada, Senhor. Tu és a segurança dos meus dias!

Devemos ser fortes e valorosos diante das dificuldades, como é próprio dos filhos de Deus: ”Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena” (Mt 10, 28). Jesus exorta – nos a não temer nada, exceto o pecado, que tira amizade com Deus e conduz à condenação eterna.

«Não tenhais medo dos homens, porque não há nada encoberto que não venha a descobrir-se. Nada há oculto que não venha a conhecer-se». De tudo isto conclui-se que o homem, queira ou não, terá de prestar contas a Deus do bem e do mal que praticar neste mundo. A Deus ninguém pode enganar.


Fora o temor de perder a Deus – que é preocupação filial e precaução para não ofendê – Lo –nada nos deve inquietar. Em determinados momentos do nosso caminho, poderão ser grandes as tribulações que padeçamos, mas o Senhor nos dará então a graça necessária para superá-las e para crescer em vida interior: Basta te a minha graça (2Cor 12, 9 ), nos dirá Jesus.

Polêmica na Espanha por muçulmanos rezando diante da Imaculada Conceição


Um grande grupo de muçulmanos se reuniu recentemente nos Jardins do Triunfo em Granada, Espanha, aos pés da Virgem da Imaculada Conceição, para realizar a sua oração tradicional durante o Ramadã.

A cerimônia, realizada em 10 de junho, foi justificada pelo prefeito de Granada, Francisco Cuenca, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que garantiu que a sua “cidade é tolerante para a convivência e respeita todos os credos”.

Entretanto, vários políticos expressaram críticas à cerimônia.


Rocío Díaz, porta-voz do Partido Popular (PP) no município de Granada, acusou o prefeito local de “cometer um ato ilícito e insultar milhares de granadinos” por ter permitido que os muçulmanos rezassem aos pés da Imaculada Conceição, conhecida nesse lugar como a Virgem do Triunfo, em um espaço que tem “um significado muito especial para os católicos”.

Para Diaz, “há muitos outros lugares” onde poderiam ter realizado a oração coletiva dos muçulmanos, por isso considera que a decisão do prefeito foi “um erro político”.

Por sua parte, o imã da Mesquita de Granada, Sheikh Ahmed Bermejo, que pediu permissão para usar o parque, garantiu: “Até aquele dia eu não percebi que havia uma estátua da Virgem neste local, nós não queríamos reivindicar nada”. Ele disse que só buscavam mostrar que o Islã é “convivência e generosidade”.

Rocío Díaz também criticou que, enquanto o município de Granada deu “todas as facilidades” para a oração muçulmana no último fim de semana, mostrou-se “resistente e muitas vezes diretamente contra” diversas solicitações dos cristãos da cidade.

Entre estes casos, recordou a proibição, logo depois revogada, de carregar velas acesas durante as procissões.

“Do respeito absoluto às crenças e à ausência de crenças, não podemos permitir que haja queixas comparativos”, assinalou.

Honduras: Homem destrói imagens de Jesus, da Virgem e dos anjos em Catedral


Um homem, aparentemente cristão evangélico, entrou na Catedral de São Pedro Sula, em Honduras, e destruiu as imagens do Sagrado Coração de Jesus, da Virgem da Medalha Milagrosa e de vários anjos.

Por volta das 11h30 (hora local) do dia 10 de junho, o sujeito, identificado pela imprensa local como Edman Garanche, entrou no templo católico com uma maleta, na qual carregava uma Bíblia, um livro intitulado "Apascenta as minhas ovelhas” e um passaporte.

De forma inesperada, o homem jogou no chão o pedestal que servia de base para uma imagem da Virgem Maria. A imagem caiu no chão e foi destruída.


Em seguida, atacou as imagens dos anjos e, finalmente, desfigurou o rosto da imagem do Sagrado Coração de Jesus.

Os guardas conseguiram impedi-lo quando tentava destruir as imagens da Via Sacra, nas paredes do templo.

Papa: "Não existem crianças ou adolescentes maus, mas pessoas infelizes".


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 14 de junho de 2017


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje fazemos esta audiência em dois lugares, mas ligados pelas telas: os doentes, para que não sofram tanto no calor, estão na Sala Paulo VI, e nós aqui. Mas permanecemos todos juntos e nos conecta o Espírito Santo, que é aquele que sempre faz a unidade. Saudemos aqueles que estão na Sala!

Ninguém de nós pode viver sem amor. E uma bruta escravidão em que podemos cair é aquela de acreditar que o amor deve ser merecido. Talvez boa parte da angústia do homem contemporâneo deriva disso: acreditar que se não somos fortes, atraentes e belos, então ninguém se ocupará de nós. Tantas pessoas hoje procuram uma visibilidade somente para preencher um vazio interior: como se fôssemos pessoas eternamente necessitadas de confirmações. Porém, imaginem um mundo onde todos mendigam motivos para suscitar atenção dos outros e ninguém, em vez disso, está disposto a querer o bem gratuitamente a uma outra pessoa? Imaginem um mundo assim: um mundo sem a gratuidade de querer bem! Parece um mundo humano, mas na verdade é um inferno. Tantos narcisismos do homem nascem de um sentimento de solidão e de orfandade. Por trás de tantos comportamentos aparentemente inexplicáveis está uma pergunta: é possível que eu não mereça ser chamado pelo nome, isso é, ser amado? Porque o amor sempre chama pelo nome…

Quando a não ser amado ou não sentir-se amado é um adolescente, então pode nascer a violência. Por trás de tantas formas de ódio social e de delinquência muitas vezes há um coração que não foi reconhecido. Não existem crianças más, como não existem adolescentes malvados, mas existem pessoas infelizes. E o que pode nos tornar felizes se não a experiência do amor dado e recebido? A vida do ser humano é uma troca de olhares: alguém que nos olhando nos arranca um sorriso e nós gratuitamente sorrimos a quem está fechado na tristeza e assim lhe abrimos um caminho de saída. Troca de olhares: olhar nos olhos e se abrem as portas do coração.

É o povo ou a massa?


Estamos no tempo de manifestações populares, a voz das ruas, pedindo tal ou tal coisa: a voz do povo! E cita-se o provérbio: “Vox populi, vox Dei”, “a voz do povo é a voz de Deus”. Será mesmo?

Nem sempre. Se fosse realmente o povo... Por isso há que se fazer a distinção entre povo e massa.

Como assim? Qual a diferença? O povo raciocina, a massa não. O povo caminha, a massa é conduzida. O povo segue racionalmente, a massa é manipulada cegamente. O povo percebe os embustes, a massa é alvo fácil de quaisquer demagogos e propagandistas. “O povo vive, a massa é inerte e não se move se não do exterior, fácil joguete nas mãos de quem quer que lhe explore os instintos e as impressões, pronta a seguir, alternadamente, hoje esta bandeira e amanhã aquela” (Pio XII).

Por isso, nem sempre é exato dizer: o povo quer isso, o povo pede tal coisa, o povo está gritando, quebrando tudo, cheio de indignação. Será mesmo o povo? Ou a massa?

Na Paixão de Jesus, temos um exemplo gritante e intrigante: a mudança repentina do “povo” que pediu a morte de Jesus, depois de tê-lo aclamado rei no Domingo de Ramos. Como pode ocorrer uma mudança assim em cinco dias? Gritaram “hosana ao Filho de Davi!” no Domingo e “crucifica-o!” na sexta-feira seguinte?! Será que foi o mesmo “povo” ou foi outro? Ou o povo se transformou em massa?! Ou houve alguma mudança que transformou sua mentalidade e comportamento? Ou foi a massa, manobrada?

São Francisco Régis


O santo de hoje nasceu no ano de 1597 numa aldeia francesa. Muito cedo recebeu a graça de ser despertado para o chamado a santidade. Quando Francisco foi estudar no colégio dos Jesuítas, formou um grupo de rapazes dispostos a viverem o Evangelho. Ao entrar para a Companhia de Jesus, que fazia um lindo trabalho missionário, conseguiu ele ser exemplar em todas as etapas de sua formação que desembocou no exercício do ministério sacerdotal. Como padre priorizou a assistência aos doentes atingidos por uma peste crescente e desejou evangelizar as terras da América, Índia – coisa que não aconteceu – já que foi enviado para uma região desassistida da França.

Francisco Régis buscava evangelizar as aldeias durante o inverno e, no verão as cidades, nestes lugares colocava todo o seu zelo nos púlpitos, confessionários e nos atendimentos aos doentes. Aconteceu que, impelido pelo Espírito da Caridade, fez inúmeras obras sociais visando as crianças abandonadas e os jovens, isto perdurou até completar 45 anos, quando pôde dizer: “Que felicidade poder morrer, pois vejo Jesus e Maria vindo ao meu encontro para me conduzir à terra dos eleitos”.


Peço permissão ao meu Deus Todo Poderoso, meu criador, para pedir a intervenção de São Francisco Régis em nome de Nosso Sr. Jesus Cristo.

São Francisco Régis, vós que fostes uma arma que Nosso Senhor Jesus Cristo utilizou para aliviar o sofrimento dos pobres oprimidos, dos doentes e encarcerados, vos rogo em nome do santo evangelho que tanto pregastes que venha em meu socorro nesta hora de desamparo em que me encontro.

Sei que somente receberei aquilo que tiver merecimento, por isso vos imploro que me torneis digno de receber tal graça, mostrando-me os meus erros, livrando-me do orgulho e de todo e qualquer preconceito que eu possa ter dentro de mim, para que eu possa entregar-me totalmente ao amor ao próximo, tornando-me também um soldado de Cristo. Que Assim Seja!


São Francisco Régis, rogai por nós!

quinta-feira, 15 de junho de 2017

As 5 Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo


As Chagas de Jesus são aquelas benditas fontes preditas por Isaías, das quais podemos tirar todas as graças, se as pedimos com fé. São fontes de misericórdia, fontes de esperança, e sobretudo fontes de amor; porquanto as suas águas, ao passo que purificam a alma das manchas da culpa, abrasam-na no santo amor. Avizinhemo-nos muitas vezes daquelas fontes do Salvador, para apagar a nossa sede das graças.

As Chagas de Jesus Cristo são aquelas benditas fontes preditas por Isaías, das quais podemos tirar todas as graças, se as pedimos com fé: Haurietis aquas in gaudio de fontibus Salvatoris Tirareis com alegria água das fontes do Salvador.

São em primeiro lugar fontes de misericórdia. Jesus Cristo quis que lhe fossem traspassados as mãos, os pés e o lado sacrossanto, a fim de aplacar por nós a divina justiça e ao mesmo tempo abrir-nos um asilo seguro, no qual nos pudéssemos subtrair às setas da ira de Deus.

Por isso, o Senhor mesmo nos anima, dizendo no Cântico dos cânticos: Vem, pomba minha, nas aberturas da pedra (Cant. 2, 14); isto é, na interpretação de São Pedro Damião: vem dentro destas minhas chagas, onde acharás todo o bem para tua alma. — Mais expressivas ainda são as palavras de que se serve na profecia de Isaías: Ecce in manibus meis descripsi te (Is. 49, 16) — Eis que te gravei em minhas mãos. Como se dissesse: Minha pobre ovelha, tem ânimo; não vês quanto me custaste? Eu te gravei em minhas mãos, nestas chagas que recebi por teu amor. Elas me solicitam sempre a ajudar-te e defender-te de teus inimigos; tem, pois, amor e confiança em mim. 

Beata Albertina Berkenbrock


Albertina Berkenbrock nasceu a 11 de Abril de 1919, em São Luís, Imaruí, em Santa Catarina (Brasil), numa família de origem alemã, simples e profundamente cristã. Há uma singular concordância entre os testemunhos dados nos vários processos canónicos por parte das testemunhas que a tinham conhecido e convivido com a Serva de Deus, ao descrevê-la como uma menina bondosa no mais amplo sentido do termo. A natural mansidão e bondade de Albertina conjugavam-se bem com uma vida cristã compreendida e vivida completamente. Da prática cristã derivava a sua inclinação à bondade, às práticas religiosas e às virtudes, na medida em que uma criança da sua idade podia entendê-las e vivê-las.

Sabia ajudar os pais no trabalho dos campos e especialmente em casa. Sempre dócil, obediente, incansável, com espírito de sacrifício, paciente, até quando os irmãos a mortificavam ou lhe batiam ela sofria em silêncio, unindo-se aos sofrimentos de Jesus, que amava sinceramente.

A frequência aos sacramentos e a profunda compenetração que mostrava ter na participação da mesa eucarística é um índice de maturidade espiritual que a menina tinha alcançado; distinguia-se pela piedade e recolhimento.

O cenário no qual foi consumado o delito é terrivelmente simples, quanto atroz e violenta foi a morte da Serva de Deus. No dia 15 de Junho de 1931, Albertina estava apascentando os animais de propriedade da família quando o pai lhe disse para ir procurar um bovino que se tinha distanciado. Ela obedeceu. Num campo vizinho encontrou Idanlício e perguntou-lhe se tinha visto o animal passar por ali.

Idanlício Cipriano Martins, conhecido com o nome de Manuel Martins da Silva, era chamado pelo apelido de Maneco. Tinha 33 anos, vivia com a mulher próximo da casa de Albertina e trabalhava para um tio dela. Embora já tivesse matado uma pessoa, era considerado por todos um homem recto e um trabalhador honesto. Albertina muitas vezes levava-lhe comida e brincava com os seus filhos; portanto, era uma pessoa do seu conhecimento. Quando Albertina lhe perguntou se tinha visto o boi, Maneco responde que sim, acrescentando que o tinha visto ir para o bosque próximo dali e ofereceu-se para a acompanhar e ajudar na busca. Mas, ao chegarem perto do bosque, convidou-a para deitar com ele. Seguiu-a com intenção de lhe fazer mal. Albertina não consentiu e Maneco então a pegou pelos cabelos, jogou-a ao chão e, visto que não conseguia obter o que queria porque ela reagia, pegou um canivete e cortou o seu pescoço. A jovem morreu imediatamente. Dos testemunhos dos companheiros de prisão de Maneco revelou-se que a menina declarou a sua indisponibilidade pois aquele acto era pecado. A intenção de Maneco era clara, a posição de Albertina também:  não queria pecar.

Durante o velório, Maneco controlava a situação fingindo velar a vítima e ficando por perto da casa. Porém, antes que descobrissem quem era o assassino, algumas pessoas notaram um fenômeno particular:  todas as vezes que ele se aproximava do cadáver da Serva de Deus, a grande ferida do pescoço começava a sangrar.

No funeral de Albertina participou um elevado número de pessoas e todos diziam já que era uma "pequena mártir", pois dado o seu temperamento, a sua piedade e delicadeza, eram convictos de que tinha preferido a morte ao pecado. Albertina sacrificou a vida somente pela virtude.


Deus, Pai de todos nós! Vós nos destes vosso Filho Jesus, que derramou seu sangue na cruz por amor a cada um de nós. Vossa serva Albertina foi declarada bem-aventurada pela Igreja, porque, ainda jovem, também derramou seu sangue para ser fiel à vossa vontade e defender a vida em plenitude.


Concedei-nos que, por seu testemunho, nos tornemos fortes na fé, no amor e na esperança, vivamos fielmente os compromissos do nosso Batismo, façamos da Eucaristia a fonte e o cume da nossa vida cristã, busquemos continuamente o perdão através da Confissão, sejamos plenos do Espírito Santo, vivenciando a Crisma, e cultivemos os valores do Evangelho. 

Por intercessão de Albertina, alcançai-nos a graça que neste momento imploramos de vós (expressar a graça que se deseja). Nós vo-lo pedimos por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.