sábado, 14 de outubro de 2017

EUA: Polêmica por retirada de cruzes de icônico edifício


As emblemáticas cruzes do edifício St. Joseph Professional Building, em Houston, Estados Unidos, estão prestes a desaparecer depois que a empresa que o comprou decidiu executar um plano de remodelação.

A decisão provocou controvérsia nas redes sociais, pois para muito, constituem um “ícone” da cidade mais populosa do estado do Texas.

Segundo indica o diário ‘Houston Chronicle’, a empresa Boxer Property, em sua sede em Houston, planeja dar ao prédio recém-comprado um novo aspecto “digno de ser publicado no Instagram e em outras redes sociais”.


O edifício de 18 andares, localizado ao lado do St. Joseph's Hospital, no centro da cidade, pode ser identificado de longe pelas suas grandes cruzes brancas que ficam iluminadas à noite. Está 55 por cento ocupado e pertencia a uma sociedade liderada pela companhia Mission Cos.

“Quero algo que chegue a ser icônico para Houston”, disse o Diretor Executivo de Boxer Property, Andrew Segal, a ‘Houston Chronicle’. “Pode ser algo que mude à noite. Poderia necessitar de um projetor”.

Dentro das remodelações planejadas para este edifício de aproximadamente 12.596 metros quadrados, incluem áreas de trabalho colaborativas, salões compartilhados e salas para conferências. Também planejam remodelar os locais comerciais do 1º andar.

A decisão de Boxer Property de retirar as cruzes do edifício causou polêmica e rechaço nas redes sociais, inclusive das pessoas que se consideram ateias ou afastadas da religião.

“Sou ateia e essas cruzes não me ofendem. Não gostaria de ter uma cruz gigante em um edifício no qual eu morasse ou trabalhasse, mas se isso ajuda alguém a sentir-se melhor, então deixe-as”, comentou Monica Brooks Wier na página de Facebook de ‘Houston Chronicle’.

Padre Fábio de Melo pede que “infância seja respeitada”.


Diante da onda de ataques às crianças nos últimos meses, Padre Fábio de Melo escreveu uma defesa aos pequeninos em sua conta no Instagram.

Cresce em organizações internacionais uma militância pelo empoderamento infantil inclusive na dimensão sexual sob a alcunha de direitos sexuais de crianças e adolescentes. Padre Fábio de Melo fala de um direito, mas que guie para o bem. “Que toda criança tenha o direito de crescer, fluir sob a autoridade amorosa dos que a ajudam a descobrir a ética do bem viver”.

O padre não cita os recentes episódios envolvendo exposições culturais inapropriadas para crianças e a crescente onda propagada pela mídia a favor da transexualizarão das crianças como um direito inalienável, mas dar a entender que os responsáveis devem proteger as crianças destas situações. “Infância é o tempo sagrado em que a submissão faz sentido. Alguém decide por nós o que ainda não sabemos decidir sozinhos. Permitir escolher ao que ainda não está preparado para a escolha é desproteger”.

Em outro trecho, o padre que é escritor e cantor conhecido nacional e internacionalmente é contundente: “Não é inteligente contradizer a Ciência. O desenvolvimento do juízo moral é processual. Cabe aos tutores o acompanhamento em cada fase da vida”.

Leia o texto na íntegra: 

O Eminente Título de Mãe de Deus


Maria por sua maternidade divina possui uma relação real com o Verbo de Deus feito carne; essa relação se encerra na Pessoa Incriada do Verbo Encarnado, pois ela é Mãe de Jesus, que é Deus; a maternidade divina não se encerra na humanidade de Jesus, mas sim na Pessoa de Jesus. Ele, e não sua humanidade, é Filho de Maria. Como disse Caetano a maternidade divina "atinge os limites da Divindade", é, pois, seu fim de ordem hipostática, ordem da união pessoal da humanidade de Cristo com o Verbo Encarnado. [...]

Esta ordem da união hipostática supera imensamente a da graça e a da gloria, como esta ultima supera a da natureza humana e até mesmo as naturezas angelicas criadas e possíveis. Se as trés ordens citadas por Pascoal em seus "Pensamentos", o dos corpos, dos espíritos com suas faculdades naturais e as vezes geniais e a da caridade sobrenatural, estão separadas por uma distancia infinita, o mesmo deve ser dito da ordem hipostática em relação a ordem da graça e da glória tal como se realizou nos maiores santos. "A terra e seus impérios, o firmamento e suas estrelas não valem o que vale o mais ínfimo pensamento; - todos os espíritos juntos (e suas faculdades naturais) não valem tanto como o mais mínimo ato de caridade, que é de ordem distinta, completamente sobrenatural". Da mesma maneira todos os atos de caridade dos maiores santos, homens e anjos e sua gloria no céu, estão muito abaixo da união pessoal ou hipostática da humanidade de Jesus com o Verbo. A Maternidade Divina que se encerra na Pessoa Incriada do Verbo feito carne, supera, portanto por sua finalidade, de uma maneira infinita a graça e a glória de todos os eleitos e a plenitude da graça e da glória recebia pela mesma Virgem Maria.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O Modernismo: Heresia Suprema e Síntese de Todos os Erros


Nesse texto me aprofundo brevemente em alguns aspectos da heresia modernista – que tanto mal fez e tem feito principalmente nos dias de hoje arrastando uma multidão de ludibriados até a apostasia silenciosa da fé católica – conforme assinalados pelo Vaticano I, São Pio X, Pio XII bem como as características fundamentais do herege modernista de acordo com o Magistério da Igreja. No entanto tenhamos sempre em vista que o modernismo pode se diversificar acidentalmente em diversas outras modalidades e até sob uma capa de aparente ortodoxia. É um erro que pode assumir expressões muito sutis, mas a todo momento com consequências devastadoras. É uma heresia capaz de causar uma verdadeira entropia da Profissão de Fé. Requer-se um exame cuidadoso da substância do modernismo conforme apresentada nas Encíclicas para se chegar a conclusão se realmente determinados comportamentos e teorias em voga têm fulcro modernista ou não.

1) O modernista crente

No crente o modernismo se manifesta com sinais de negação pratica da existência de uma religião objetivamente revelada por Deus, pois este acredita candidamente que a religião é objeto dos sentimentos ou da experiência individual. É forçoso para a razão admitir que a existência de apenas uma religião verdadeira tornaria qualquer pretensa experiência individual com o divino que contrariasse a Revelação totalmente nula de mérito na ordem sobrenatural. O modernista crente possui a tendencia de não sustentar tal postulado da razão ou relativizar este sutilmente, mas sempre apresentando como sequela alguma espécie de indiferentismo em relação a veracidade e unicidade da verdadeira religião, isto é, a Religião Católica – tal afetação tem efeitos deletérios no campo da fé católica. Para o modernista o sentimento religioso teria primado sobre a razão e consequentemente sobre as obrigações que a existência de uma religião objetivamente verdadeira demandariam. Isso não atinge somente a integridade da fé do modernista, mas mesmo o desempenho do modernista, dito católico, quanto das obrigações que lhe confiou a autoridade de Deus e da Igreja. É corriqueiro que o modernista desobedeça a autoridade divina e eclesiástica - naquilo que é de direito da autoridade exigir como as disciplinas e mesmo no que diz respeito a adesão apropriada a reta doutrina proposta pelo Magistério - sob o argumento de semelhante justificativa interior sentimentalista.

O Vaticano I condena esse erro anatemizando seus propugnadores: 

Se alguém disser que a revelação divina não pode tornar-se mais compreensível por meio de sinais externos, e que portanto os homens devem ser motivados à fé só, pela experiência interna individual ou por inspiração privada – seja excomungado

São Pio X falando sobre esse erro:  

Eis como eles [os modernistas crentes] o declaram: no sentimento religioso deve reconhecer-se uma espécie de intuição do coração, que pôs o homem em contato imediato com a própria realidade de Deus e lhe infunde tal persuasão da existência dele e da sua ação, tanto dentro como fora do homem, que excede a força de qualquer persuasão, que a ciência possa adquirir. Afirmam, portanto, uma verdadeira experiência, capaz de vencer qualquer experiência racional; e se esta for negada por alguém, como pelos racionalistas, dizem que isto sucede porque estes não querem pôr-se nas condições morais que são necessárias para consegui-la. Ora, tal experiência é a que faz própria e verdadeiramente crente a todo aquele que a conseguir. Quanto vai dessa à doutrina católica! Já vimos essas idéias condenadas pelo Concílio Vaticano I. Veremos ainda como, com semelhantes teorias, unidos a outros erros já mencionados, se abre caminho para o ateísmo. - São Pio X, Pascendi Dominici Gregis

Contudo há mais. O modernista crente afirma que Deus é somente objeto da fé – “fé" sentimentalista no caso – e não objeto da razão natural. Negam assim não somente os deveres para com a religião revelada, mas até a possibilidade de conhecer - dentro de certos aspectos – a existência do Criador por meio da razão natural. Contrariando explicitamente o Concílio Vaticano I: 

A mesma Santa Igreja crê e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas; pois as perfeições invisíveis tornaram-se visíveis depois da criação do mundo, pelo conhecimento que as suas obras nos dão dele [Rom 1,20]; mas que aprouve à sua misericórdia e bondade revelar-se a si e os eternos decretos da sua vontade ao gênero humano por outra via, e esta sobrenatural, conforme testemunha o Apóstolo: Havendo Deus outrora falado aos pais pelos profetas, muitas vezes e de muitos modos, ultimamente, nestes dias, falou-nos pelo Filho [Heb 1,1 s; cân. 1]. - Concílio Vaticano I, Denzinger 1785

Por sua própria natureza é evidente que essa heresia quando semeada sob aparência de um discurso falsamente misericordioso ou professada de boa fé e então espalhada no âmbito da generalidade dos fieis tem como a efeito a gradual destruição da fé católica na alma dos cristãos, indiferentismo religioso e a implosão da autoridade da Igreja.

Atualíssimas são as palavras de São Pio X a respeito:

Que recursos deixam eles de empregar para angariar sectários? Procuram conseguir cátedras nos seminários e nas Universidades, para tornarem-se insensivelmente cadeiras de pestilência. Inculcam as suas doutrinas, talvez disfarçadamente, pregando nas igrejas; expõem-nas mais claramente nos congressos; introduzem e exaltam-nas nos institutos sociais sob o próprio nome ou sob o de outrem; publicam livros, jornais, periódicos. Às vezes um mesmo escritor se serve de diversos nomes, para enganar os incautos, simulando grande número de autores. Numa palavra, pela ação, pela palavra, pela imprensa, tudo experimentam, de modo as parecerem agitados por uma violenta febre. Que resultado terão eles alcançado? Infelizmente lamentamos a perda de grande número de moços, que davam ótimas esperanças de poderem um dia prestar relevantes serviços à Igreja, atualmente fora do bom caminho. - Pascendi

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

SP: Igreja fica destruída após incêndio em Guariba



O incêndio que destruiu a centenária igreja Matriz da Paróquia São Mateus em Guariba (SP) deixou os fiéis abalados nesta terça-feira (10). O fogo, que teria começado pelo telhado, se alastrou pela construção na noite desta segunda-feira (9) e comprometeu toda a estrutura. Pela manhã, centenas de moradores visitaram o local e encararam o prédio, com olhos incrédulos. “É o coração da cidade. Se Deus quiser, a gente vai se recuperar”, diz a dona de casa Regina Plaine. 

As chamas começaram a atingir o local por volta das 22h, quando não havia mais ninguém na Igreja, assim, não houve feridos.  As causas do incêndio ainda são desconhecidas.


Após o ocorrido, a Diocese de Jaboticabal, à qual pertence a Paróquia, expressou sua solidariedade em uma publicação no Facebook.

“Que Deus dê muita Força ao Amado Povo Guaribense e aos Padres Munhoz, Audive e Paulo. Como uma grande família que somos, ofereçamos a nossa Ajuda e a nossa Oração”.


Quando teve início o incêndio, fiéis foram até a igreja e viram o incidente com tristeza. Ao portal G1, Padre Audive Bissoli contou que estavam “vendo tudo e aquele sentimento de impotência e não poder fazer nada”.

“Toda a comunidade, toda Guariba em volta rezando e pedindo a Deus força, coragem e fé para darmos continuidade”, afirmou.

Em uma postagem em sua página no Facebook, Padre Audive afirmou: “Não encontro palavras para descrever a enorme tristeza que estou sentindo, juntamente com nosso pároco Pe. Munhoz e toda comunidade Paroquial Mateus Guariba! Que o Senhor nos ajude e nos proteja nesse momento difícil. Juntos reconstruiremos nossa Matriz!”

México: Arquidiocese se distancia de “Missa Coldplay” em universidade jesuíta do México


A Arquidiocese de Puebla (México) se distanciou da “Missa Coldplay” organizada pela Universidade íbero-americana “Íbero” Puebla, dirigida pela Companhia de Jesus (jesuítas), e advertiu que, quando se perde o sentido do sacramento da Eucaristia, pode converter-se em nada mais do que “uma reunião de boa vontade”.

A Universidade dos jesuítas no México organizou para o último dia 11, às 12h (horário local), por ocasião do “Dia da Comunidade Ibero Puebla”, a “Missa Coldplay”, na qual, de acordo com os organizadores, escutaram “as canções do grupo britânico” e procurarão “refletir e aprofundar” nessas melodias em vários momentos da celebração eucarística.


Coldplay é uma banda de rock britânica, conhecida por músicas como “Yellow”, “The Scientist” e “Fix You”. A banda não tem nenhuma mensagem religiosa especial e o seu vocalista, o cantor Chris Martin, disse ao jornal ‘The Irish Independent’ em 2008: “Sobre Deus, eu sempre estou tentando decifrar o que é ‘ele’ ou ‘ela’. Não tenho certeza de quem está certo. Não sei se é Alá ou Jesus, Maomé ou Zeus, mas acho que é Zeus”.

Todo santo é homem antes de ser santo


São Francisco era um homenzinho fisicamente frágil e ativo, magro como um barbante e vibrante como a corda de um arco, e, em seus movimentos, parecia uma flecha saindo do arco. Toda sua vida foi uma série de saltos e carreiras: disparar atrás de um mendigo; ir depressa, despido, para a floresta; entrar escondido no navio desconhecido; aparecer de repente na tenda do sultão e oferecer-se para se jogar no fogo. Em termos de aparência, ele deve ter sido como uma folha outonal esquelética e fina, amarronzada, dançando eternamente no vento, mas a verdade é que ele era o próprio vento.

São Tomás era um homem imenso e bem sólido, gordo, lento e de gestos controlados; muito amável e magnânimo, mas não muito sociável; tímido, mesmo se ignorarmos a humildade do santo; e distraído, mesmo sem levar em conta suas casuais, e cuidadosamente escondidas, experiências de êxtase ou de transe. São Francisco era tão agitado e até irrequieto que os eclesiásticos diante dos quais ele de repente aparecia julgavam-no louco. São Tomás controlava tanto suas emoções que os professores das escolas que ele frequentou regularmente o julgaram tolo. Na verdade, ele era o tipo de aluno, não incomum, que preferia ser um tolo a ter seus sonhos pessoais invadidos por tolos mais ativos ou animados.

Esse contraste externo alcança quase todos os aspectos dessas duas personalidades.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Onde está o céu de Deus?


Ao rezarmos o Pai-Nosso, elevamos o coração a Deus, que “está nos céus”. Mas o que, exatamente, queremos dizer com isso? Por acaso Deus se encontra mesmo acima das nuvens, em algum lugar físico que não conseguimos enxergar?

“… que estais nos céus…”

O valor da confiança

Entre as disposições necessárias ao orante, a confiança desempenha um papel fundamental: “Peça com fé”, escreve São Tiago, “sem nenhuma vacilação” (Tg 1, 6). Por isso, ao ensinar-nos a orar, o Senhor alude primeiro aos motivos que nos podem gerar confiança, a saber: (a) a bondade do Pai, e por isso diz “Pai nosso”, conforme o que se lê no Evangelho segundo Lucas: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará o Espírito Santo aos que lho pedirem” (Lc 11, 13); e (b) a dimensão de seu poder, e por isso diz “que estais nos céus”, como cantamos no Salmo: “Levanto os olhos para vós, que habitais nos céus” (Sl 122, 1).

Os três fins desta expressão

Ora, as palavras “que estais nos céus” podem servir a três propósitos:

a) Antes de tudo, à preparação de quem irá rezar, <pois assim manda o Eclesiástico>: “Antes da oração, prepara a tua alma” (Eclo 18, 23). De modo que por “céus” entenda-se a glória celeste, como se lê em São Mateus: “Será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 12). Ora, essa preparação deve consistir tanto na (i) imitação das coisas celestes, porquanto o filho tem o dever de imitar o pai, como escreve São Paulo: “Assim como reproduzimos em nós as feições do homem terreno, precisamos reproduzir as feições do homem celestial” (1Cor 15, 49), quanto na (ii) contemplação das realidades do céu, pois os homens costumam pensar com mais frequência no que diz respeito a seu pai e às coisas que amam, de acordo com o Evangelho segundo Mateus: “Porque onde está o teu tesouro, lá também está o teu coração” (Mt 6, 21). Por isso dizia o Apóstolo: “Nós, porém, somos cidadãos dos céus” (Fl 3, 20). A preparação requer, ademais, (iii) que se dirija a atenção às coisas do alto, de modo que não peçamos àquele que está nos céus senão bens espirituais: “Buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado” (Cl 3, 1) [1].

b) A expressão “que estais nos céus”, em segundo lugar, pode referir-se à facilidade que Deus tem de nos ouvir, uma vez que está próximo de nós. Nesse sentido, as palavras “que estais nos céus” significam “que estais nos santos”, nos quais Deus habita [2], segundo o profeta Jeremias: “Mas vós, Senhor, estais entre nós” (Jr 14, 9). Os santos, com efeito, recebem <nas Escrituras> o nome de “céus”, conforme o Salmo: “Narram os céus a glória de Deus” (Sl 18, 2). Ora, Deus habita nos santos pela (i) fé, como testemunha a Epístola aos Efésios: “Que Cristo habite pela fé em vossos corações” (Ef 3, 17) [3]; pela (ii) caridade: “Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1Jo 4, 16); e pela (iii) observância dos Mandamentos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada” (Jo 14, 23).

c) Finalmente, a expressão “que estais nos céus” pode dizer respeito à capacidade que tem Deus de nos ouvir, de modo que por “céus” entendamos o céu físico, não no sentido de estar Deus encerrado nos céus corpóreos, pois “o céu e os céus dos céus não vos podem conter” (1Rs 8, 27), mas a fim de conotar que ele é (i) penetrante em seu olhar, pois do alto tudo contempla, segundo o Salmo: “Porque o Senhor olhou do alto do seu santuário” (Sl 101, 20); (ii) sublime em seu poder: “No céu estabeleceu o Senhor o seu trono” (Sl 102, 19); e (iii) estável em sua eternidade: “Vós, porém, Senhor, sois eterno” (Sl 101, 13) e “vossos anos não têm fim” (v. 28), o que também é dito nos Salmos em referência a Cristo: “Seu trono terá a duração dos céus” (Sl 88, 30). E o Filósofo afirma em I Sobre o Céu que, devido à sua incorruptibilidade, todos consideram o céu morada de espíritos [4].