quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Papa não disse que "um ateu é melhor do que um católico que critica os outros".


Em mais um episódio da exegese dos discursos do Papa Francisco, a imprensa veio proclamar em grandes títulos que o Papa disse - na Audiência Geral - que é melhor ser ateu do que ser católico e odiar os outros.

As palavras do Papa que levantaram essa polémica foram estas (tradução nossa a partir do original em italiano):

«Quantas vezes vemos o escândalo criado por aquelas pessoas que vão à igreja e passam lá o dia, ou vão lá todos os dias, e depois vivem com ódio dos outros ou dizendo mal das pessoas. Isto é um escândalo! É melhor não ir à igreja: vive assim, como ateu. Mas se vais à igreja vive como filho, como irmão e dá um verdadeiro testemunho, não um contra-testemunho.»

Os meios de comunicação social interpretaram estas palavras à sua maneira, e tentaram passar a mensagem, tão comum hoje em dia, que um ateu é melhor do que um católico que peca. Mas isto não é verdade, porque também nenhum ateu é impecável. Na História da Humanidade existiram apenas duas pessoas impecáveis: Nosso Senhor Jesus Cristo e a Sua Mãe Maria Santíssima.

O Papa não fez qualquer comparação entre ateus ou católicos. Limitou-se a dizer que se algum católico vive diariamente na murmuração e na má língua cria escândalo. O escândalo é o que se diz, faz ou se deixa de fazer que causa nos outros uma ocasião de pecado ou alguma ruína espiritual. Ver alguém que é assíduo na igreja ser também assíduo na murmuração faz com que as outras pessoas pequem, e pode até fazer com que tenham dúvidas de fé (se forem mais frágeis). Essa pessoa está a dar um mau testemunho enquanto católica. O melhor seria que deixasse de murmurar. Caso não queira, o Papa diz que o melhor é deixar de fingir que é católica, indo à igreja, e viva como ateia.

Isto não é um elogio aos ateus e uma crítica aos católicos, ao contrário do que quiseram fazer passar os media. Isto é uma crítica aos ateus porque o Papa diz que um católico não pode ser coerente se vive a dizer mal dos outros, mas um ateu pode. A "solução" imediata dada para Papa ao mau católico que não quer corrigir o seu comportamento público, que causa escândalo aos outros, é viver tranquilamente como ateu. Se alguém se deveria sentir indignado com estas palavras são os ateus, não os católicos. Os meios de comunicação social não atingiram isso.

"Não rezar para ser admirados pelos homens e sim para comunicar-nos com Deus", exorta o Papa


CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO Sala Paulo VI – Vaticano Quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Queridos irmãos e irmãs, bom dia e bom ano!

Prosseguimos as nossas catequeses sobre o “Pai Nosso”, iluminados pelo mistério do Natal que celebramos há pouco.

O Evangelho de Mateus coloca o texto do “Pai Nosso” em um ponto estratégico, no centro do sermão da montanha (cfr 6, 9-13). Entretanto, observamos a cena: Jesus sobe a colina perto do lago, senta-se; em volta dele os seus discípulos mais íntimos e depois uma grande multidão de rostos anônimos. É esta assembleia heterogênea que recebe primeiro a entrega do “Pai nosso”.

A colocação, como dito, é muito significativa; porque neste longo ensinamento que vai sob o nome de “sermão da montanha” (cfr Mt 5, 1-7, 27), Jesus condensa os aspectos fundamentais da sua mensagem. O exórdio é como um arco decorado para festa: as bem-aventuranças. Jesus coroa de felicidade uma série de categorias de pessoas que no seu tempo – mas também no nosso! – não eram muito consideradas. Bem-aventurados os pobres, os mansos, os misericordiosos, as pessoas humildes de coração… Esta é a revolução do Evangelho. Onde há o Evangelho, há revolução. O Evangelho não deixa quieto, nos impele: é revolucionário. Todas as pessoas capazes de amor, os operadores de paz até então tinham acabado às margens da história são, em vez disso, os construtores do Reino de Deus. É como se Jesus dissesse: avante vocês que levam no coração o mistério de um Deus que revelou a sua onipotência no amor e no perdão!

Deste portão de entrada, que vira os valores da história, floresce a novidade do Evangelho. A lei não deve ser abolida, mas precisa de uma nova interpretação, que a reconduza ao seu sentido originário. Se uma pessoa tem o coração bom, predisposto ao amor, então compreende que cada palavra de Deus deve ser encarnada até suas últimas consequências. O amor não tem confins: pode-se amar o próprio cônjuge, o próprio amigo e até mesmo o próprio inimigo com uma perspectiva toda nova. Diz Jesus: “Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos” (Mt 5, 44-45).

Eis o grande segredo que está na base de todo o discurso da montanha: sejam filhos do Pai vosso que está nos céus. Aparentemente estes capítulos do Evangelho de Mateus parecem ser um discurso moral, parecem evocar uma ética tão exigente que pode parecer impraticável, e em vez disso descobrimos que são sobretudo um discurso teológico. O cristão não é uma pessoa que se empenha em ser melhor que os outros: sabe ser pecador como todos. O cristão simplesmente é o homem que diante da nova Sarça Ardente, à revelação de um Deus que não leva o enigma de um nome impronunciável, mas que pede aos seus filhos de invocá-lo com o nome de “Pai”, de deixar-se renovar pelo sua potência e refletir um raio da sua bondade por este mundo tão sedento de bem, tão à espera de belas notícias.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Representante do Papa participa da posse do presidente Jair Bolsonaro





O Núncio Apostólico do Equador, dom Andrés Carrascosa, foi o enviado especial do Papa Francisco à posse do presidente da República Jair Messias Bolsonaro, realizada neste dia 1º de janeiro. Dom Andres transmitiu as congratulações do Papa ao novo presidente do Brasil.

Em carta assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o Papa Francisco nomeou Dom Andres como legado pontifício. O legado é um representante do Papa perante as Igrejas Particulares ou perante o governo de um Estado, sempre enviado para uma missão extraordinária em nome do Pontífice.

De acordo com a carta escrita em latim, datada 20 de dezembro, o Sumo Pontífice parabeniza e envia sua benção ao recém empossado presidente da República Federativa do Brasil. A mesma benção se estende a todo o povo brasileiro.

Jair Bolsonaro tomou posse como 38º presidente do Brasil, em cerimônia solene realizada no Congresso Nacional. Hamilton Mourão foi empossado como vice-presidente.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Nossa Senhora não é opcional, deve ser acolhida na vida, diz Papa



SANTA MISSA NA SOLENIDADE DE MARIA 
SANTÍSSIMA MÃE DE DEUS  52º DIA MUNDIAL DA PAZ

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Terça-feira, 1° de janeiro de 2019


«Todos os que ouviram se maravilhavam com o que lhes diziam os pastores» (Lc 2, 18). Maravilhar-nos: a isto somos chamados hoje, na conclusão da Oitava de Natal, com o olhar ainda fixo no Menino que nasceu para nós, pobre de tudo e rico de amor. Maravilha: é a atitude que devemos ter no começo do ano, porque a vida é um dom que nos possibilita começar sempre de novo, mesmo da condição mais baixa.

Mas hoje é também o dia para nos maravilharmos diante da Mãe de Deus: Deus é um bebé nos braços duma mulher, que alimenta o seu Criador. A imagem que temos à nossa frente mostra a Mãe e o Menino tão unidos que parecem um só. Tal é o mistério de hoje, que suscita uma maravilha infinita: Deus ligou-Se à humanidade para sempre. Deus e o homem sempre juntos: eis a boa notícia no início do ano. Deus não é um senhor distante que habita solitário nos céus, mas o Amor encarnado, nascido como nós duma mãe para ser irmão de cada um, para estar próximo: o Deus da proximidade. Está nos joelhos de sua mãe, que é também nossa mãe, e de lá derrama uma nova ternura sobre a humanidade. E nós compreendemos melhor o amor divino, que é paterno e materno, como o duma mãe que não cessa de crer nos filhos e nunca os abandona. O Deus-conosco ama-nos independentemente dos nossos erros, dos nossos pecados, do modo como fazemos caminhar o mundo. Deus crê na humanidade, da qual sobressai, primeira e incomparável, a sua Mãe.

No início do ano, pedimos-Lhe a graça de nos maravilharmos perante o Deus das surpresas. Renovamos a maravilha das origens, quando nasceu em nós a fé. A Mãe de Deus ajuda-nos: a Mãe que gerou o Senhor, gera-nos para o Senhor. É mãe e gera sempre de novo, nos filhos, a maravilha da fé, porque a fé é um encontro, não é uma religião. A vida, sem nos maravilharmos, torna-se cinzenta, rotineira; e de igual modo a fé. Também a Igreja precisa de renovar a sua maravilha por ser casa do Deus vivo, Esposa do Senhor, Mãe que gera filhos; caso contrário, corre o risco de assemelhar-se a um lindo museu do passado. A «Igreja museu». Mas, Nossa Senhora introduz na Igreja a atmosfera de casa, duma casa habitada pelo Deus da novidade. Acolhamos maravilhados o mistério da Mãe de Deus, como os habitantes de Éfeso no tempo do Concílio lá realizado! Como eles, aclamemo-La «Santa Mãe de Deus»! Deixemo-nos olhar, deixemo-nos abraçar, deixemo-nos tomar pela mão… por Ela.

Deixemo-nos olhar. Acontece sobretudo nos momentos de necessidade, quando nos encontramos enredados nos nós mais intricados da vida, que justamente olhemos para Nossa Senhora, para a Mãe. Mas é lindo, antes de mais nada, deixar-se olhar por Nossa Senhora. Quando nos olha, Ela não vê pecadores, mas filhos. Diz-se que os olhos são o espelho da alma; os olhos da Cheia de Graça espelham a beleza de Deus, refletem sobre nós o paraíso. Jesus disse que os olhos são «a lâmpada do corpo» (Mt 6, 22): os olhos de Nossa Senhora sabem iluminar toda a escuridão, reacendem por todo o lado a esperança. O seu olhar, voltado para nós, diz: «Queridos filhos, coragem! Estou aqui Eu, a vossa mãe».

Este olhar materno, que infunde confiança, ajuda a crescer na fé. A fé é um vínculo com Deus que envolve a pessoa inteira, mas, para ser guardado, precisa da Mãe de Deus. O seu olhar materno ajuda a vermo-nos como filhos amados no povo crente de Deus e a amarmo-nos entre nós, independentemente dos limites e opções de cada um. Nossa Senhora enraíza-nos na Igreja, onde a unidade conta mais que a diversidade, e exorta-nos a cuidarmos uns dos outros. O olhar de Maria lembra que, para a fé, é essencial a ternura, que impede a apatia. Ternura: a Igreja da ternura. Ternura, palavra que hoje muitos querem cancelar do dicionário. Quando há lugar na fé para a Mãe de Deus, nunca se perde o centro: o Senhor. Com efeito, Maria nunca aponta para Si mesma, mas para Jesus e os irmãos, porque Maria é mãe.

Olhar da Mãe, olhar das mães. Um mundo que olha para o futuro, privado de olhar materno, é míope. Aumentará talvez os lucros, mas jamais será capaz de ver, nos homens, filhos. Haverá ganhos, mas não serão para todos. Habitaremos na mesma casa, mas não como irmãos. A família humana fundamenta-se nas mães. Um mundo, onde a ternura materna acaba desclassificada a mero sentimento, poderá ser rico de coisas, mas não rico de amanhã. Mãe de Deus, ensinai-nos o vosso olhar sobre a vida e volvei o vosso olhar para nós, para as nossas misérias. Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Carta aberta ao Arcebispo de São Luís, Dom Belisário, sobre encontro arquidiocesano para Trabalhar o Protagonismo da Mulher


“Havendo perigo próximo para a fé, os prelados devem ser arguidos, até mesmo publicamente, pelos súditos. Assim, São Paulo, que era súdito de São Pedro, arguiu-o publicamente, em razão de um perigo iminente de escândalo em matéria de Fé. E, como diz a Glosa de Santo Ambrósio, ‘o próprio São Pedro deu o exemplo aos que governam, a fim de que estes afastando-se alguma vez do bom caminho, não recusassem como indigna uma correção vinda mesmo de seus súditos’ (ad. Gal. 2, 14)” (Suma Teológica, II – IIae, 33, 4, 2).

Reverendíssimo Senhor Arcebispo de São Luís, Dom José Belisário da Silva,

Tomo a liberdade de me dirigir a V. Exa. – em carta aberta, pois tratarei de assunto de grande interesse a todos os católicos – com o propósito de expor algumas considerações em face do insólito Encontro Arquidiocesano de Base para Trabalhar o Protagonismo da Mulher, a se realizar, de 18 a 20 de janeiro próximo, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Anil.

Sabe muito bem V. Exa. Revma., sobretudo por vossa alta dignidade de Bispo da Igreja, que atualmente um dos maiores inimigos do que restou de Civilização Cristã, senão o maior, é a tão propalada ideologia de gênero, através da qual elementos de índole claramente marxista, ou comuno-progressista, com o amplo apoio dos meios de comunicação e de grupos financiados por fundações internacionalistas, procuram difundir a falácia segundo a qual a identidade sexual não se pauta por critérios biológicos, senão enquanto construção social, dependente única e exclusivamente do livre arbítrio individual.

Sabe também V. Exa. que outra das mais sérias ameaças ao nosso modo de vida cristão é, inegavelmente, o feminismo, que não pretende, como tão difundindo pela chamada grande mídia, elevar a “autoestima das mulheres”, defendendo-as das agressões físicas e psicológicas que podem porventura sofrer, quer da parte de estranhos, quer de familiares – mas, lançando mão de um discurso de ódio, acaba por lançá-las numa guerra desnecessária e absurda contra o gênero masculino, criando um clima em tudo avesso ao ambiente de harmonia e cordialidade muito próprio de nossos costumes ibéricos e católicos.

Dito isto, convém dizer que o estranhíssimo Encontro Arquidiocesano de Base para Trabalhar o Protagonismo da Mulher, organizado pela Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Luís, tal como eu mesmo pude verificar de seu anúncio nas redes sociais, apresenta linguagem e forma no mínimo inadequadas, para não dizer incompatíveis, em face do ensinamento de sempre da Santa Igreja, Mãe e Mestra de vida e sabedoria, cuja missão, conferida pelo próprio Cristo, é, como fundamento de uma comunidade política virtuosa, de pessoas essencialmente iguais e acidentalmente diferentes, oferecer os meios necessários sem os quais ninguém poderá alcançar o seu fim último, a saber: a Bem-Aventurança Eterna.

Causou-me particular apreensão que os termos utilizados na apresentação do evento tenham evitado referir-se aos gêneros masculino e feminino, como que a endossar veladamente as teses anticatólicas da ideologia de gênero e sugerindo que não há sexos biologicamente constituídos, o que equivaleria a dizer que a própria Criação, tal como ordenada por Deus, contém erros.

Nada teria, evidentemente, qualquer pessoa de boa vontade a apontar de contrário à nossa fé em evento destinado à formação de mulheres conscientes de sua condição de mães, filhas, cidadãs, com um papel social e moral de suma importância a desempenhar, tendo Nossa Senhora Virgem Santíssima como modelo a ser imitado. Especulo se seria esse o intuito, e não outro, do tal Encontro… idealizado pela Pastoral da Juventude de São Luís, atrelada à nossa veneranda Arquidiocese.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

As lições do Natal


Ainda no clima natalino, reflitamos um pouco na profunda e perene mensagem do Natal, nas personagens desse maravilhoso acontecimento, com seus maus e bons exemplos para nossa advertência e incentivo, e especialmente na sua figura principal, Jesus.

Exemplo dos que tiveram um mau natal temos em Herodes, o rei contemporâneo do nascimento de Cristo, que por inveja queria eliminar o que ele pensava ser seu rival e, por isso, mandou matar todas as crianças de Belém e arredores, sendo assim o precursor daqueles que escandalizam as crianças e as levam para o mal, matando a sua inocência.

Mau natal também passaram os judeus, especialmente os doutores da lei, que sabiam que era tempo da vinda do Messias e o local do seu nascimento, indicaram o caminho aos Reis Magos, mas não foram ver Jesus, cumprindo-se o que disse São João no prólogo do seu Evangelho: “Ele veio ao que era seu e os seus não o receberam” (Jo 1, 11).

Bom natal tiveram os pastores, que guardavam suas ovelhas naquela noite e que, avisados pelos anjos, vieram ver e adorar o Menino Deus. Foram os primeiros convidados.  São exemplo de amor ao trabalho, pessoas pobres, simples e retas.

Igualmente os Reis Magos que, fazendo grandes sacrifícios, guiados pela estrela misteriosa, vieram do Oriente para adorar o Menino Deus.

Lugar importante no Natal teve São José, homem justo e trabalhador, o escolhido pelo Pai Eterno para substituí-lo junto ao seu Filho feito homem, Jesus, como Pai adotivo e esposo da Virgem Mãe.

Mas um papel primordial no Natal teve a Virgem Santíssima, a cheia de graça, a escolhida para ser a Mãe do Verbo incarnado, a que foi preparada para ser assim a colaboradora fiel da obra da Redenção do mundo, iniciado com a vinda de Jesus.

Iraque: Governo muçulmano declara 'Natal' feriado Nacional


O governo do Iraque declarou oficialmente o dia 25 de dezembro como feriado nacional para comemorar "o nascimento de Jesus Cristo", embora a maioria dos cidadãos seja muçulmana.

Anteriormente, o Natal tinha sido designado como um descanso religioso só para a comunidade cristã iraquiana, mas a alteração aprovada pelo Parlamento amplia o feriado a todos os cidadãos.

"Feliz Natal aos nossos cidadãos cristãos, a todos os iraquianos e aos que celebram em todo o mundo", disse o governo em sua conta de Twitter em 25 de dezembro.

"Desejamos aos cristãos no Iraque e em todo o mundo um Natal muito feliz e tranquilo”, acrescentou.

Portugal: Bispo do Porto esclarece polêmica: "Creio na virgindade física e plena" de Maria




A polêmica partiu de um artigo do Observador publicado no último domingo, onde o bispo do Porto, D. Manuel Linda, aparecia referido como negando a virgindade de Maria e afirmando a conceção natural de Jesus, com Maria e José sendo ambos seus pais biológicos. Numa versão atualizada do texto, essa referência aparece já corretamente associada apenas ao padre Anselmo Borges — que num segundo contacto com o Observador confirmou o que disse –, também ouvido para a elaboração do artigo, pedindo o Observador desculpas pelo equívoco.

Num novo contacto com o Observador após a polêmica, o bispo do Porto mostrou-se “triste com a interpretação” do seu pensamento relativamente à virgindade de Maria, um dos dogmas centrais da fé católica, e disse acreditar na “virgindade física e plena” da mãe de Jesus Cristo.

Também a frase “nunca devemos referir a virgindade física da Virgem Maria”, atribuída ao bispo do Porto, está incompleta no artigo. Esta quarta-feira, D. Manuel Linda esclareceu que pretendeu sublinhar que a virgindade de Maria não tem apenas uma dimensão física — embora essa não possa ser excluída —, mas também um aspecto teológico.

“O que eu quis dizer é que, além deste dado meramente biológico, esta menina, Maria, é uma mulher toda dada a Deus, que põe o seu olhar, a sua existência, em Deus. É aquela que em aspeto nenhum é manchada por algo de mais impuro”, explicou D. Manuel Linda. “Por isso, a virgindade não é só física, mas ninguém exclui a virgindade física“, acrescentou.

No que toca à concepção de Jesus Cristo, o bispo, que se diz um devoto de Maria desde criança, explica que acredita naquilo que a doutrina da Igreja sempre ensinou: na conceção “por obra e graça do Espírito Santo”. Ou seja, sem que tenha havido relações sexuais entre Maria e José.