Um grupo de pesquisadores de tecnologia
informou que a China teria hackeado o Vaticano em vista das negociações para a
renovação do acordo provisório para a nomeação de bispos, cujo período de
validade termina em setembro deste ano após sua assinatura em 2018.
Um relatório, divulgado em 28 de julho, indica
que os hackers teriam usado uma mensagem forjada de condolências atribuídas ao
Cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, para obter acesso às
comunicações do Vaticano.
O relatório foi feito pelo Insikt Group, o
grupo de pesquisadores da empresa norte-americana de segurança cibernética
Recorded Future. Os pesquisadores afirmam ter descoberto "uma campanha de
espionagem cibernética atribuída a um grupo supostamente financiado pelo
governo chinês", conhecido como RedDelta.
Os pesquisadores indicam ainda que a RedDelta
tem como alvo o Vaticano e a Diocese Católica de Hong Kong desde o início de
maio.
Outros alvos católicos incluem a Hong Kong
Study Mission para China e o Instituto Pontifício para Missões Estrangeiras
(PIME) na Itália. O relatório destaca que essas organizações "não foram
reportadas publicamente como alvos de atividades ameaçadoras de grupos chineses
antes desta campanha".
"A possível invasão no Vaticano
forneceria à RedDelta informações sobre a posição de negociação da Santa Sé
antes da renovação do acordo em setembro de 2020. Ter como alvo a Hong Kong
Study Mission e a sua diocese católica também forneceria informações valiosas
para monitorar as relações da diocese com o Vaticano e sua posição sobre o
movimento pró-democracia de Hong Kong, em meio aos crescentes protestos e à
recente lei de segurança de Hong Kong”, afirma o relatório.
Alguns dias atrás, o ZDNet informou que a
diocese de Hong Kong foi alvo de operações de “phishing” pelo governo chinês.
Phishing é conhecido como a solicitação para inserir uma senha para a
instalação de malware ou vírus de computador.