sexta-feira, 21 de maio de 2021

Acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas entra em vigor


Nesta sexta-feira, 21, Israel e Hamas estabeleceram um acordo de cessar-fogo. A trégua teve início às 2h da manhã (horário local), suspendendo o conflito mais feroz entre as duas partes em anos. 

O acordo vinha sendo negociado há dias, com pressão internacional principalmente sobre Israel, embora o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu continuasse afirmando que continuaria a ofensiva até devolver “calma e segurança” aos cidadãos israelenses.

Horas antes do acordo, o gabinete de segurança do primeiro-ministro de Israel havia enfim votado de maneira unânime a favor de uma trégua “mútua e incondicional” em Gaza proposta pelo Egito.

Cerca de 90 minutos antes da trégua entrar em vigor, os residentes da Faixa de Gaza ainda relatavam bombardeios, enquanto sirenes de alarme soavam para alertar os residentes do sul de Israel sobre o lançamento de foguetes.

A maior escalada de violência na região nos últimos anos teve início no dia 10 de maio, e deixou pelo menos 244 mortos em dez dias, sendo 232 em Gaza e 12 em Israel.

Mais um passo rumo ao cisma: protestantes comungam e mulheres fazem homilia na Alemanha


Segundo o ACI (18/05/2021), protestantes receberam a comunhão em igrejas católicas de Frankfurt, Alemanha, no domingo, 16 de maio. No dia seguinte, mulheres fizeram a homilia da missa em diferentes partes do país. As duas ações são proibidas na Igreja Católica. O Código de Direito Canônico, lei que regulamenta a Igreja Católica, estabelece que “os ministros católicos só administram licitamente os sacramentos aos fiéis católicos, os quais de igual modo somente os recebem licitamente dos ministros católicos” (Cânon 844). Na Igreja Católica, o sermão na missa é reservado a um ministro ordenado: diácono, padre ou bispo. Leigos não podem fazer a homilia.

Entre os dias 13 e 16 de maio, as igrejas cristãs da Alemanha realizaram seu Terceiro Encontro Ecumênico. O evento, que aconteceu principalmente de forma virtual, teve como dia principal o sábado, 15 de maio.

De acordo com a KNA, a agência de notícias do episcopado alemão, o terceiro encontro ecumênico terminou no sábado com quatro serviços litúrgicos em que “a decisão consciente dos visitantes individuais” de “participar da ceia de outra denominação” determinou o cesso à eucaristia. Protestantes receberam a Sagrada Comunhão em missas católicas e católicos participaram do momento da ceia em celebrações protestantes.

O presidente da conferência episcopal alemã, Georg Bätzing, bispo de Limburg, disse que o evento deveria ser “ecumenicamente sensível” quando se trata de dar o sacramento da Eucaristia aos protestantes. “Não se trata de uma intercomunhão no sentido de um convite recíproco geral para participar na Eucaristia e na Ceia do Senhor, mas de como tratamos a consciência pessoal de cada cristão católico ou protestante”, disse Bätzing à CNA Deutsch, agência de língua alemã do Grupo ACI.
Em uma entrevista à KNA em abril, Bätzing disse que “daria a Comunhão a alguém que acredita no que nós católicos acreditamos e deseja receber o corpo do Senhor com fé na presença real de Jesus Cristo”. O bispo de Limburg instruiu os padres de sua diocese a dar a comunhão aos protestantes que a solicitassem desde que estes tivessem feito um exame de consciência.

Na missa celebrada na catedral de Frankfurt, Bettina Limperg, luterana e presidente protestante do encontro ecumênico, recebeu a comunhão. O presidente católico do fórum, Thomas Stemberg, foi a um serviço protestante.

Na conta de Twitter do encontro, Limperg foi questionada sobre “como era a Eucaristia”. Ela respondeu que se sentiu “muito bem-vinda” e naquele momento não “sentiu diferença alguma”.

O reitor da catedral de Frankfurt, padre Johannes zu Eltz, pediu desculpas aos protestantes presentes na missa, porque frequentemente têm que lutar contra “a arrogância e a limitação do lado católico”. “Eu peço desculpas por isso e agradeço sua enorme paciência”.

Em sua homilia, o sacerdote disse que se as igrejas e os cristãos “confiarem umas nas outras e em Deus, o mundo poderá experimentar um cristianismo mais convincente”.

As homilias feitas por mulheres foram uma iniciativa da Federação das Católicas Alemãs (KFD na sigla em alemão), um grupo de mulheres católicas que participa do Caminho Sinodal.

Membros da KFD assinalaram nesta segunda-feira 17 de maio o “Dia da Pregadora”, e como parte da iniciativa, 12 mulheres em 12 paróquias alemãs predicaram sobre o Evangelho no momento da homilia.

O dia 17 de maio foi escolhido por ser a data em que a Igreja de Roma celebrava Andrônico e Júnia personagens do Novo Testamento citados por São Paulo na Epístola aos Romanos (6, 17): “Saudai Andrônico e Júnia, meus parentes e cativos comigo, os quais são ilustres entre os apóstolos e foram em Cristo antes de mim”, na tradução do padre Matos Soares.

A KFD alega que a identidade de Júnia como mulher e como apóstola foi apagada na Igreja.

Para a KFD o objetivo das homilias feitas por mulheres era incentivar “uma Igreja com igualdade de gênero” onde “as mulheres são chamadas a pregar”. “Ninguém tem o direito de negar-lhes este chamado só porque são mulheres”, diz a KDF.

Peru: Seminário de Lima posta e retira crítica ao comunismo


O Seminário Santo Toribio de Mongrovejo da arquidiocese de Lima, Peru, publicou uma crítica ao comunismo em sua página no Facebook e, pouco depois, eliminou a postagem, nesta quarta-feira, 19 de maio. O Peru terá segundo turno das eleições presidenciais no próximo dia 6 de junho e, segundo a última pesquisa da Ipsos, Pedro Castillo, do partido comunista Perú Libre, é favorito com 51,1% das intenções de voto. Keiko Fujimori, do Partido Fuerza Popular, investigada por lavagem de dinheiro, tem 48,9%.

A postagem do seminário, dirigida explicitamente aos eleitores peruanos, citava o papa Pio XI, segundo quem a ideologia marxista transforma em seus apóstolos até “jovens inteligentes ainda pouco preparados para perceber os erros intrínsecos do comunismo”. Pio XI escreveu na encíclica Divini Redemptoris, sobre o comunismo ateu, de 1937, que o comunismo é 'uma redenção aparente. Um pseudo-ideal de justiça, igualdade e fraternidade no trabalho satura toda a sua doutrina e toda a sua atividade com uma espécie de falso misticismo', trecho também citado na postagem do seminário.

A publicação excluída também lembrava o pedido da Virgem de Fátima, em 1917, para consagrar a Rússia ao seu Imaculado Coração frente a ameaça do comunismo. O texto dizia que o regime comunista soviético instaurado na Rússia por Vladimir Lênin, exatamente em 1917, produziu “uma 'subversão radical dos direitos, bens e propriedades de todos e da própria sociedade humana.' Além disso, a religião foi proibida, foram confiscados bens da Igreja, milhares de clérigos foram fuzilados e todo o ensino religioso se tornou ilegal”.

“Talvez os tempos a que me refiro possam parecer muito distantes. Mas o comunismo não perdeu a sua essência, visto que se transforma, adquire outras bandeiras que conduzem ao mesmo fim pretendido pelos seus ideólogos”, continuava a postagem.

Havia ainda um apelo à defesa do “respeito pela dignidade humana desde a concepção até a morte natural, da opção pela atenção às necessidades dos pobres, do salário justo para os trabalhadores, da distribuição equitativa da riqueza e da liberdade de culto”.

“Unamo-nos e peçamos à Virgem a sua intercessão, e ao Espírito Santo o entendimento e a sabedoria para escolher o melhor candidato para o Peru”, concluía a postagem.

O texto vinha acompanhado de uma foto da camisa da seleção peruana de futebol com o slogan “Não voto no comunismo”. A mesma camisa foi usada por atletas peruanos importantes, o que foi criticado publicamente pelo cardeal Pedro Barreto, arcebispo de Huancayo.

Menino chora de emoção ao receber a primeira Eucaristia



Caio Henrique Nagel Vieira fez a primeira comunhão no último sábado, 15 de maio, na paróquia Santa Inês, em Balneário Camboriú (SC). Durante a celebração, ele se emocionou e chorou antes e depois de receber pela primeira vez Jesus Eucarístico. Vídeos e fotos do menino em lágrimas começaram a ser compartilhado e viralizaram nas redes sociais.

Segundo relato publicado no site da paróquia, “enquanto Caio chorava, uma catequista, também com olhos marejados, chega, o abraça e da um beijo em sua cabeça. Ela é Patrícia Nagel Vieira que, além de catequista, também é mãe de Caio”.

À mãe, Caio afirmou que “não sabe descrever ao certo o que sentiu”. Disse que no momento da consagração, “primeiro lembrou o filme ‘A Paixão de Cristo’ e pediu perdão pelos pecados da humanidade e por tudo o que Jesus sofreu por nós”. Além disso, agradeceu, “pois Deus poderia começar um mundo novo do zero, mas preferiu sacrificar Jesus por amor a nós”.

Em seguida, quando foi comungar, o menino parou de chorar e seguiu sorrindo, com os olhos fixos no altar. Já tendo recebido Jesus na Eucaristia, colocou-se de joelhos e, novamente, chorou, sentindo que “Jesus o abraçava”.


Em entrevista à ACI Digital, Patrícia Nagel disse que, para ela, testemunhar aquele momento “foi maravilhoso, como mãe e catequista”. “Fiquei muito feliz por ele e por Deus. É o que nós esperamos para todas as crianças, que amem Deus”, afirmou.

A coordenadora de catequese da Paróquia, Eloise Cobra, disse que teve a sensação de “missão cumprida”. “É o que desejamos para todas as crianças, que tenham fé, amor a Deus e esse respeito com a Eucaristia. Toda a comunidade chorou junto ao ver o Caio”, contou.

Segundo Patrícia, Caio vem de uma “família muito religiosa” que o acompanha na fé desde pequeno, com orações e leitura da Bíblia. Durante a Quaresma deste ano, o menino fez a sua preparação para a Páscoa junto com a mãe. “Nas Missas, ele prestava atenção no que o padre dizia e falava: ‘olha mamãe, é como aprendemos na catequese’. Então, dizia que queria se confessar e ficar limpo para receber a Eucaristia na Páscoa. Mas, eu falava para ele ter calma, pois o dia da primeira Eucaristia já ia chegar”, disse.

Quando chegou o dia, Caio não conteve as lágrimas ao realizar seu grande sonho. Patrícia contou à ACI Digital que, ao conversar com o filho sobre o que aconteceu, mostrou os vídeos. “Antes da comunhão, ele ri, chora e fica com os olhos fixos no altar. Ele me falou que não se lembra de nada daquilo e eu disse que ele não lembra porque foi uma coisa do coração”, afirmou.

“África se tornou o epicentro do extremismo”, diz bispo nigeriano



Dom Oliver Dashe Doeme, bispo de Maiduguri, na Nigéria, fez um alerta de que a “África se tornou o novo epicentro do extremismo”, após a derrota do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, e pediu que os cristãos em todo o mundo rezem “pelo fim da violência” no continente.

O bispo fez a afirmação em mensagem enviada à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN). O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da ACN, mostrou a crescente perseguição religiosa na África. De acordo com o documento, em 42,5% dos 54 países do continente africano há perseguição religiosa. Em 12 desses, existem formas extremas de perseguição, com assassinatos em massa e violência brutal.

Segundo o relatório, a Nigéria é um dos países mais atingidos pelo terror islâmico. O bispo de Maiduguri afirmou que, desde junho de 2015, 12 mil cristãos foram mortos no país pelo terrorismo muçulmano. “A componente religiosa neste conflito é clara”, disse Doeme, pois a ideologia jihadista está na gênese dos diferentes grupos que atacam também a comunidade muçulmana moderada.

“Será necessário a colaboração internacional trabalhar em conjunto com os países da África para derrotar o inimigo comum”, disse Doeme. Essa ação conjunta inclui também as orações de toda a comunidade cristã. “Para aqueles que desejam ajudar juntamente coma as organizações de apoio como a ACN, peço-vos que rezem pelo fim da violência, e rezem particularmente o rosário”, disse o bispo. Doeme afirmou que há anos seus diocesanos pedem à Mãe de Deus nessa intenção. “Através da fervorosa oração e devoção a Nossa Senhora, o inimigo será certamente derrotado”, disse.

A diocese de Maiduguri, liderada por dom Doeme, fica no centro da violência jihadista na Nigéria, país onde atua um dos mais violentos grupos extremistas da atualidade, o Boko Haram. Há ainda ataques contra cristãos por pastores muçulmanos da tribo dos fulani e de organizações terroristas originadas do Estado Islâmico, como o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês).

As Nações Unidas estimam que cerca de 36 mil pessoas morreram por causa da violência do Boko Haram, e cerca de 2 milhões tiveram que deixar suas casas. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha registra cerca de 40 mil pessoas desaparecidas na África devido à violência terrorista, das quais a metade é da região norte-nordeste da Nigéria.

Todos os bispos do mundo participarão do próximo sínodo


O Sínodo dos Bispos sobre sinodalidade terá uma fase preparatória de dois anos que irá envolver todas as dioceses católicas do mundo. O sínodo sobre sinodalidade será oficialmente inaugurado com uma "fase diocesana" em outubro de 2021 e concluído com uma assembleia geral no Vaticano, em outubro de 2023.

Um sínodo é uma reunião de bispos para discutir um tema teológico ou pastoral. O tema para o próximo Sínodo dos Bispos é "Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão".

O cardeal Mario Grech, secretário geral do sínodo dos bispos, disse que o sínodo foi transformado "de um evento num processo". Em entrevista a Vatican News publicada hoje 21, de maio o cardeal disse que o processo contará com uma fase continental e uma fase universal. "O Concílio Vaticano II ensina que o povo de Deus participa no ofício profético de Cristo. Portanto, temos de ouvir o povo de Deus, e isto significa ir às igrejas locais", disse Grech.

Durante a fase diocesana, cada bispo empreende um processo de consulta com a Igreja local de 17 de outubro de 2021, até abril de 2022. O Papa Francisco irá "inaugurar o caminho sinodal" oficialmente no dia 9 de outubro. As dioceses são convidadas a oferecer uma celebração de abertura no dia 17 de outubro.

A Santa Sé lançará então um instrumentum laboris (documento de trabalho em latim) em setembro de 2022 para um período de "discernimento pré-sinodal nas assembleias continentais". Um segundo esboço do documento de trabalho será publicado antes de junho de 2023.

O processo culminará na reunião de bispos no Vaticano em outubro de 2023, que será realizada de acordo com as normas estabelecidas na Constituição Apostólica Episcopalis communio de 2018.

A sinodalidade, tal como definida pela Comissão Teológica Internacional em 2018, é "a ação do Espírito na comunhão do Corpo de Cristo e na viagem missionária do Povo de Deus". O termo se refere a um processo de discernimento que envolve bispos, sacerdotes, religiosos e leigos.

Terra Santa: o Papa pede a toda a Igreja para rezar pela paz



A Igreja inteira unida com a Vigília de Pentecostes celebrada em Jerusalém. Foi o que anunciou o Papa Francisco, na manhã desta sexta-feira (21/05), no final de seu discurso aos novos embaixadores não-residentes credenciados junto à Santa Sé. O Papa convidou as Igrejas de todo o mundo a rezar e implorar a paz na Terra Santa, unindo-se à celebração promovida pelos Ordinários católicos na Cidade Santa.

"O meu pensamento", disse Francisco, "é para o que está acontecendo nestes dias na Terra Santa. Agradeço a Deus pela decisão de deter os confrontos armados e espero que se percorram os caminhos do diálogo e da paz. Amanhã à noite, os Ordinários católicos da Terra Santa celebrarão junto com seus fiéis a Vigília de Pentecostes na Igreja de Santo Estêvão, em Jerusalém, implorando o dom da paz".

terça-feira, 18 de maio de 2021

Conflito na Terra Santa: rezar é lutar contra o desprezo, afirma frei


Terrível e inaceitável foram os adjetivos utilizados pelo Papa Francisco para qualificar a matança de crianças no conflito entre israelenses e palestinos.

O apelo do Pontífice foi prontamente atendido pelas igrejas católicas na Terra Santa. Elas tocaram os sinos em comunhão com o Santo Padre.

Diretamente da Basílica da Anunciação, em Nazaré, o reitor e guardião Fr. Bruno Varriano agradece ao Papa Francisco e a todos os que estão rezando pelo fim do conflito.

O religioso cita as palavras do patriarca latino de Jerusalém, Sua Beatitude Pierbattista Pizzaballa, que recordou que o desprezo é a antessala da violência.