quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Carta de fevereiro aos padres de todo Brasil!




Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros,

“Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8)

Emocionados e abalados pelo trágico acontecimento em Santa Maria, nos perguntamos, também, se, realmente, nossas estruturas e instituições, eclesiais ou sociais, têm garantido condições suficientes de vida digna e propostas pedagógico-pastorais a favor da vida dos nossos jovens. A celebração da CF 2013, que estamos para iniciar, quer ser uma rica oportunidade para discutirmos este assunto e encontrarmos novos caminhos. Justamente no Jubileu de Ouro da existência da CF em nossa Igreja e após 20 anos da primeira CF sobre juventude (1992) voltamos a proclamar a todos esta prioridade em nossa dinâmica de evangelização.


Em sua missão de educadora e canal da Graça divina, a Igreja quer dar novo significado a sua presença no meio das novas gerações, considerando sua realidade e favorecendo reflexões, projetos e mecanismos que contribuam com sua vida e participação na construção do Reino. Portanto, não vamos reduzir a CF a encontros e palestras “para” jovens, nem a cartazes fixados nas paredes, hino cantado nas missas, coleta feita no último domingo da Quaresma! Isto tudo é muito importante, mas não basta! Provoquemos ocasiões qualificadas de estudo deste bonito e desafiador tema! Façamos o exercício de escutar os jovens e a sua realidade, apresentada por eles mesmos! Debrucemo-nos em nossos projetos pastorais, organizações e estruturas eclesiais em vista de mudanças a partir dos jovens!

A CF 2013 tem um objetivo claro: “acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz” (CF 2013, n. 4). Na evangelização da juventude, precisamos sempre adequar os espaços juvenis; qualificar nossa proposta formativo-evangelizadora (catequese, encontros, retiros, palestras, celebrações, subsídios, reuniões), cuidar da escolha e capacitação dos responsáveis diretos pela evangelização da juventude. Aproveitemos deste clima favorável da CF 2013!

A jovialidade da nossa Igreja passa pelo reconhecimento do valor e do significado que têm as novas gerações para os tempos atuais. A perene novidade, que vem de Deus e é condição imprescindível para o desenvolvimento da História da Salvação, encontra nos jovens a sua expressão, o seu olhar, o seu ardor, a sua voz… o seu coração. Deus tem sempre “novidades” para nós e quis contar com os jovens para que pudéssemos conhecer e experimentar aquilo tudo que preenche a existência e alegra o espírito!

Rezemos mais pela juventude que Deus nos confia para amar e servir! E rezemos “com” ela! Nosso testemunho contribuirá com sua convicção de que sem uma forte espiritualidade não se pode experimentar toda a beleza da vida nem entender todo o seu valor. Continuemos rezando por aqueles jovens, familiares e amigos que vivenciaram o drama de Santa Maria e por tantos outros espalhados pelo país vitimados por inúmeras formas de violência. Unamos nossas preces a favor do Filipe, um jovem engajado na diocese de Ponta Grossa e responsável pela arrecadação de recursos para participação de sua comunidade na JMJ. Nesse final de semana pude visitá-lo na Santa Casa, onde está internado vítima de assalto e vem testemunhando fé e paciência no aguardo de sua saúde completa. Prometi a ele que pediria aos senhores e aos seus jovens uma corrente de oração pelo sucesso do tratamento e procedimentos.

A maternidade de Maria nos eduque na sensibilidade diante do sofrimento de nossos jovens e nos conceda administrar nossos esforços e organizações a favor de sua vida. Que o seu colo refaça nossas energias e nos anime na continuidade de nosso pastoreio no meio dos jovens.


Brasília, 01 de fevereiro de 2013.
CJ – Nº 0026/13



Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
__________________________________________________________
Fonte: Jovens Conectados
Disponível em: Profissão de Fé.

Ética e Democracia



Mais uma vez o povo brasileiro fica estarrecido diante de certos fatos políticos. Um senador denunciado pelo Procurador Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos é eleito Presidente do Senado Federal. Antes, um dos incriminados no famigerado mensalão assumiu  uma cadeira na Câmara dos Deputados. Tudo isto em nome da democracia. Por outro lado, o jogo sofístico do sagrado termo “ética” foi feito acintosamente por estes personagens escudados numa falsa noção de “democracia”. Nestes dias tudo vai ficar para depois do carnaval e resta a esperança de que se reabilitem os ideais morais e políticos desta nação.

É preciso urgentemente canalizar para além dos sistemas e das ideologias as grandes e indestrutíveis aspirações do ser humano. Acontece que, muitas vezes,  imperam  a demagogia e  os interesses particulares e não a honra pública e o interesse dos cidadãos. No final das contas quem sai sempre prejudicado é, de fato, o povo. Não se pode esquecer nunca que a ética supões um conjunto sistemático de normas que orientem cada um para a realização de seu fim. 

A noção de moralidade pública implica na necessidade de que os atos externos e públicos, inclusive dos políticos, sejam conformes às exigências dos bons costumes. Pelas atitudes de certas autoridades, ações lesivas à justiça, escandalosas mesmo, são justificadas pelo apelo indébito de se viver num sistema democrático.  Ora, precisamente o Estado é o responsável pelo bem comum em todos os seus aspectos.

É urgente se captar profundamente o significado da palavra politização.  Politizar é despertar o senso das responsabilidades políticas. Assim sendo, quando a população contempla pessoas acusadas de graves erros assumindo postos de relevância na República todo o sistema político nacional fica maculado, abalado. Tudo isto mostra quão importante é a conscientização popular no sentido de saber escolher melhor os que se apresentam como candidatos a cargos públicos. 

A politização se revela inútil uma democracia inoperante e inoculada de corrupção. Além disto, os partidos precisam de uma melhor disciplina partidária e da consciência viva das  suas responsabilidades  na política nacional. Louvores, porém,  aos destemidos senadores e deputados que estão erguendo sua voz contra as mazelas que vão tomando conta da República. Estes são os autênticos patriotas que, no cumprimento de seus deveres de cidadania, se esforçam em contribuir para o progresso e engrandecimento da Pátria. São os que fazem por merecer o voto que receberam. Ostentam uma atitude ativa de interesse e participação nos problemas do povo a quem oferecem um exemplo de hombridade e dignidade. Estão sempre vigilantes e denunciam os crimes que são cometidos e que denigrem a classe política e escandalizam e prejudicam o povo. Os bons políticos estimulam sempre os valores sociais positivos, reprimindo os elementos ou fatores sociais negativos e se tornam um incentivo ao desenvolvimento harmonioso e sadio de toda a sociedade.

Côn. José Geraldo Vidigal

Porque fazer Retiros de Carnaval com Cristo?



Bom, muitos irão fazer retiros de carnaval, não é? Eu, idem, mas fazer retiro de carnaval, é um gasto ou investimento? Depende da definição. Gasto é o dinheiro usado sem que haja retorno. E investimento é algo a qual conseguimos retorno, obteremos lucro. Então, retiro é gasto ou investimento? Tudo depende, inicialmente se a pessoa for de livre e espontânea vontade ou como se diz, por uma situação ou outra como 'cair de paraquedas'.

Eu, particularmente, creio que retiro é um investimento, onde dependendo de quem organiza, posso investir 10, 20, 30, 40, até 80 reais. Mas diferente do que se pode pensar, o dinheiro arrecadado não objetiva enriquecimento dos promotores, mas sim para a salvação da minha e sua alma. Há retiros de todos os tipos. Há os da RCC e há os mais introspectos como os do "rito tridentino". Há os retiros abertos e há os retiros fechados. Há retiros para todos os bolsos e financiados pela providência divina.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Quanto ganha o bispo?



Recentemente, apareceram na imprensa várias matérias e reflexões sobre o dinheiro recolhido pelas Igrejas no Brasil. São números que impressionam, se forem olhados sem o devido discernimento. Os valores globais divulgados e que teriam sido recolhidos “em nome de Igrejas” ao longo de um ano, também incluem os da Igreja Católica; mas não aparecem discriminados e não se especificou o que se refere a cada grupo religioso em particular, o que leva a fazer juízos errôneos, sem as devidas distinções e considerações.

No caso da Igreja Católica, considerando o número de fiéis, a média da contribuição individual por fiel pode ser baixíssima. Há que se levar em conta que, no nosso caso, as contribuições são feitas “para a Igreja”, representada também civilmente por entidades e instituições que prestam contas à Receita Federal. A pergunta que fica no ar é, se isso acontece com todos os grupos religiosos, ou se as doações acabam beneficiando pessoalmente a quem as recolhe? 

Há que se ver, ainda, a aplicação desses recursos e se perceberá qual é o volume de assistência e de benefícios sociais e culturais, e até mesmo de empregos gerados a partir das Organizações religiosas. Ninguém imagine que na Igreja Católica, padres, bispos e organizações religiosas não pagam impostos, INSS, contas de água e luz... As isenções previstas em lei são apenas algumas, que não beneficiam pessoalmente as pessoas em serviço nas Organizações religiosas, mas essas próprias Organizações.

Dizer que as Igrejas recolhem mais de 20 bilhões de Reais por ano no Brasil pode representar muito, aos olhos de alguns; mas isso pode representar muito pouco, se formos considerar as coisas mais no detalhe. Em tudo isso, é preciso colocar sempre um sensato e prudente “depende”. O que mais chamou a atenção foi a notícia sobre fortunas individuais e impérios políticos e econômicos organizados, até mesmo em pouco tempo, por líderes religiosos, que transformam a fé e os “serviços religiosos” em “produtos”, oferecendo-os ao público numa lógica capitalista de mercado.

Há, certamente, um problema no ar em relação ao campo religioso brasileiro; esse problema precisa ser enfrentado melhor pelas Autoridades competentes. O que sempre foi mais colocado em evidência na opinião pública, até mesmo de maneira super dimensionada, foi a “perda de fiéis” por parte da Igreja Católica, talvez até com o desejo inconfessado de que isso continue a acontecer e que é um bem para o Brasil... A verdade é que essa mobilidade religiosa atinge a todas as religiões tradicionais no Brasil, e mesmo os grupos surgidos mais recentemente. O que não se aprofundou, a meu ver, foi a reflexão sobre os modos, as implicações e as consequências dessa “mobilidade religiosa”, que agora começam a aparecer.

O “Estado laico” não deve ser um álibi para deixar livre curso à exploração econômica, e em benefício privado, da credulidade e das necessidades religiosas e espirituais dos fiéis, valendo-se dos benefícios que o mesmo Estado reconhece às Organizações religiosas. Alguma distorção grave está acontecendo no mundo religioso do Brasil, que terá consequências para a própria identidade cultural do Brasil no futuro próximo. Uma séria reflexão precisa ser feita.

Na Igreja Católica, as doações não são destinadas ao padre ou ao bispo, pessoalmente, mas à paróquia, à diocese, ou a outras instituições, organizações e obras sociais devidamente reconhecidas. Nossas paróquias e instituições religiosas não têm configuração empresarial, voltada para a produtividade e o ganho, mas têm fins religiosos, sociais e culturais, não pertencendo a ninguém em particular. As normas da nossa Igreja prescrevem rigor e transparência no controle e na aplicação dos recursos, bem como na prestação de contas.

Requerem ainda as normas da Igreja que haja Conselhos de Assuntos Econômicos em todas as paróquias e dioceses, com a participação de pessoas idôneas e competentes, para a boa administração dos recursos recolhidos. Todos esses recursos devem ser destinados ao cumprimento da missão da própria Igreja e, jamais, ao benefício pessoal de quem quer que esteja a serviço da Igreja, em qualquer nível, serviço e cargo.

Por delicado que seja, esse tema da exploração mercadológica da religiosidade e da religião carece de uma serena e profunda reflexão, para evitar o risco do descrédito da própria religião, de toda religião.


Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Carta – Documento ao Excelentíssimo Senhor Prefeito Eleito de São Luís – Edivaldo Holanda Júnior



Senhor Prefeito:

Encaminhamos a Vossa Excelência a carta-documento elaborada pelos participantes do Dezembro de Paz, quando aconteceu o Seminário da 5ª Semana Social Brasileira, com o tema: ”A São Luís que temos, a cidade que queremos”.

Promoção da Comissão Justiça e Paz, que tem como presidente de honra o Reverendíssimo Arcebispo de São Luís, Dom José Belisário da Silva, o evento foi realizado com a presença e apoio das Pastorais Sociais que subscrevem o documento, em anexo.

Esperávamos entregá-lo a Vossa Excelência, naquela ocasião, em razão de convite que lhe fora dirigido, desde o dia 22 de novembro de 2012.

Na expectativa de que as propostas contribuirão para as mudanças que se fazem necessárias para a cidade de São Luís e a melhoria de qualidade de vida das pessoas que aqui vivem, aguardamos o seu retorno sobre as propostas enviadas.

Atenciosamente
CECÍLIA PARECIDA AMIM CASTRO
Secretária-Executiva – CJP




Carta – Documento ao Excelentíssimo Senhor Prefeito Eleito de São Luís
– Edivaldo Holanda Júnior

São Luís, 16  de janeiro de 2013

Senhor Prefeito:

A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Luís, organismo da Igreja Católica, juntamente com as Pastorais Sociais, reuniram-se no Seminário Dezembro de Paz, nos dias 6 e 7 de dezembro de 2012, para a realização do Seminário “A São Luís que temos, a cidade que queremos”, em preparação à 5ª Semana Social Brasileira, que acontecerá em Brasília, em setembro de 2013.

A 5ª SSB colocará em pauta o Estado Brasileiro que, histórica e estruturalmente, carrega uma série de obstáculos, de entraves e de vícios difíceis de explicar e, mais ainda, de substituir por instituições sadias e saudáveis.

Neste Seminário, quando nos voltamos para o município de São Luís, de cuja riqueza histórica, pelos traços arquitetônicos, sobressai a pessoa humana, seu bem maior, procuramos conhecer como vivem as crianças, a juventude e os idosos, nesta Ilha de Upaon-Açu.

Decidimos que precisávamos olhar a realidade de nossa cidade e discutir propostas que contemplassem as demandas da sociedade na gestão pública, com ideias elaboradas com a participação efetiva desses segmentos. E não teria sentido se nos debruçássemos, mais uma vez, sobre essa realidade e guardássemos a dor do abandono que atinge não só o nosso patrimônio histórico, mas toda a cidade e, em especial, os homens e as mulheres (de todas as idades, de todas as classes socioeconômicas, de todas as convicções, opções e credos) que vivem nesta Ilha.

Portanto, fizemos questão de convidar Vossa Excelência para estar conosco no encerramento deste Seminário, por nutrirmos a esperança de que seus compromissos manifestados durante a campanha eleitoral sejam um sinal de mudança na gestão pública, nos próximos quatro anos.

Assim, de todo esse trabalho, apresentamos a Vossa Excelência as propostas que esses segmentos elaboraram nestes dois dias, no desejo de viverem numa cidade que transborde prazer, zelo, carinho e responsabilidade pela republica, da mesma forma que cuidamos dos bens pessoais mais estimados. No sagrado exercício de apenas cuidar, queremos, também, exercer o controle social para o êxito 2 de sua administração e dignidade de homens e mulheres, jovens e crianças que vivem aqui.

A seguir, as propostas apresentadas:

Nossa São Luís

         ·            Observar que sustentabilidade urbana tem a ver com o econômico, social e cultural.
         ·            O gestor deve disponibilizar informações, garantir continuidade nas políticas públicas, marcando mais presença do poder público nas áreas urbanas que apresentam maior
exclusão social.
         ·            Adotar a prática de examinar os Indicadores Sociais antes de planejar.

Criança e Adolescente

         ·            Criar mecanismos pedagógicos para impedir e/ou enfrentar a violência doméstica, as crianças trabalhando nas ruas e em situação de rua, fazer o levantamento dessas realidades.
         ·            Garantir o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.
         ·            Respeitar e garantir os direitos básicos (educação, saúde, moradia e segurança)
         ·            Desenvolver ações conjuntas entre estado, família e sociedade.
         ·            Construir a cidade que queremos a partir das necessidades de crianças e adolescentes.

Juventude

         ·            Promover campanha de combate ao extermínio da juventude diante de uma cidade com uma periferia violenta, trânsito que vitima a juventude, falta de políticas públicas, drogas, arrastão e repressão da Polícia Militar, jovens negros exterminados;
         ·            Diante da negação dos direitos, promover a cultura de Paz.
         ·            Sensibilizar nossas comunidades face a uma realidade assustadora de violência e descaso com a juventude;
         ·            Proporcionar políticas de geração de renda, para assegurar o mínimo de dignidade aos seus;
         ·            Despertar, no Poder Judiciário, a necessidade de executar, com maior eficácia, o que emana de nossa Carta Magna;
         ·            É hora de acabar com esse circo midiático e sensacionalista da imprensa, além dos favores e apadrinhamentos que beiram ao Brasil colônia;
         ·            A educação ambiental e a cultura de Paz, nas nossas escolas, precisam ser temáticas discutidas e vivenciadas diariamente;
         ·            É hora, também, de mobilizar as comunidades por uma cultura de paz, indo além do “vestir branco”, mas que isso possa fazer parte dos nossos diálogos políticos, do lazer nos espaços em que atuamos, pois, se é na mente das pessoas que nasce a guerra, é na mente que precisa nascer a paz;
         ·            Compreender que as estatísticas são fundamentais, mas somos muito mais do que números, somos humanos. Não é apenas com um maior número de policiais nas ruas que colocaremos fim às violências. Elas possuem outras dimensões;
         ·            A implementação das políticas públicas de, com e para a Juventude que possa vigorar em nossos meios, a fim de honrar a vida de tantos colegas que gastaram suas energias e suas vidas reivindicando a plenitude de direitos para todos, para que a nossa Constituição nos assegurasse tais direitos;
         ·            Temos anseio por cidadania no seu sentido pleno, não queremos apenas programas marcados pela descontinuidade-continuidade. Exigimos uma política de Estado que nos respeite como sujeitos de direitos!

Idosos

         ·            Apesar das melhorias econômicas, registram-se solidão, abandonos, maus tratos em casa, violência doméstica e abusos financeiros;
         ·            Garantir a eficácia do Estatuto do Idoso.
         ·            Acesso livre de idosos aos transportes coletivos, desrespeitados nas paradas pelos condutores dos ônibus;
         ·            Acesso livre ao lazer e participação de atividades culturais, nas praças e parques e teatros;

Periferias

         ·            Os bairros das periferias são quilombos modernos: falta de transporte e de educação de qualidade, crescente aumento das chamadas “bocas de fumo”, precariedade dos serviços de saúde, não há trabalho, as moradias são insuficientes e sem saneamento básico, total insegurança;
         ·            As periferias são lugares de conquista porque os direitos não são garantidos (ocupações x direito à moradia);
         ·            É preciso inventar a cultura do bem comum.

Cárceres

         ·            Os presídios, aqui, são também depósitos humanos: tortura, corrupção, preconceitos...
         ·            Falta de assistência (médica, jurídica, educacional), de trabalho alternativo e de agentes humanizados;
         ·            Importância de estimular a experiência exitosa das APACs.

Mobilidade urbana

         ·            Pela elaboração, implantação do Plano Diretor de Mobilidade Urbana, em conformidade com a Lei 12.587/2012;
         ·            Articulação com os movimentos sociais, junto ao governo municipal, para a discussão e elaboração do Plano Diretor de Mobilidade Urbana, dentro do que estabelece a Lei 12.587/2012;
         ·            Transporte público de qualidade como uma das principais alternativas para organização do trânsito em São Luís;
         ·            Aproveitamento dos “carrinhos”, como transporte alternativo, com pagamento através de tickets, no valor da passagem do transporte coletivo, a exemplo da cidade de Fortaleza - CE;
         ·            Ruas devidamente asfaltadas (ou calçadas, mais econômicas e aproveitando a mão de obra local) e saneadas, interligando avenidas e bairros;
         ·            Acesso livre de idosos aos transportes coletivos, desrespeitados nas paradas pelos condutores dos ônibus;

Saúde

         ·            A saúde da família não funciona.
         ·            Fortalecimento do SUS
         ·            Medicina Preventiva e Curativa, considerando que o modelo assistencialista não atende às necessidades;
         ·            Reformulação ideológica dos hospitais psiquiátricos, com ampliação e reestruturação dos modelos de hospitais para doentes mentais;
         ·            Novos ambulatórios de saúde mental e construção de um hospital com 50 leitos para desintoxicar usuários de drogas, vítimas da desagregação sistemática;
         ·            Políticas voltadas para presos com doenças mentais.

- Apresentadas estas propostas, é necessário formular a seguinte pergunta:

- Qual é o ponto de partida para planejar e executar tais políticas públicas e respectivas ações?

O Seminário Dezembro de Paz de 2012 colheu, ainda, as seguintes sugestões:

         ·            Formação de um grupo que, ao lado da Comissão Justiça e Paz de São Luís, possa manter fortalecida a luta pelo desenvolvimento social e humano desta cidade, assegurando a participação e organização da sociedade civil no acompanhamento da vida em São Luís;

         ·            Orçamento Participativo, como uma instância de participação popular na administração pública do município, desde a elaboração do projeto de lei orçamentária à sua execução, incluindo-se o acompanhamento das licitações;

         ·            Escolas em tempo integral, com profissionais qualificados, espaços adequados, alimentação saudável, material didático de qualidade e bibliotecas;

         ·            Sincronia, implementação e continuidade entre as políticas públicas;

         ·            Atendimento sócio-educativo nas unidades, que proporcione apoio e orientação às crianças,  adolescentes  e famílias,  reformulando o projeto de vida que desagrega e afasta os jovens das famílias;

         ·            Espaços públicos de lazer bem distribuídos, administrados e utilizados (quadras, play grounds, ciclovias, calçadões para exercícios, espaços sombreados e arborizados, programas de qualidade de vida, para a população (ex: Movimenta Lagoa 2002);

         ·            Assistência de conjunto: família e sociedade, com o objetivo principal de proteção e cuidado com a criança e o adolescente, visando ao combate à violência e à exploração do trabalho infantil;

         ·            Projeto “Adote uma Praça”, com play grounds para interação de crianças;

         ·            Calçadões para exercícios físicos nos diversos bairros da cidade, com modelo compatível ao da Litorânea;

         ·            Academia ao ar livre para jovens da periferia, nos moldes do “Projeto Qualivida” (Rio de Janeiro);

         ·            Campanhas de combate ao preconceito contra os jovens e a pessoa idosa.

Estas propostas são a justa reivindicação dos participantes do Seminário Dezembro de Paz de 2012 que, confiantes na mudança que poderá acontecer na sua gestão e pautados nos seus programas eleitorais, esperam que sejam acolhidas.

Acreditamos que se Vossa Excelência tiver a abertura necessária para dialogar com a sociedade, em razão de ser ela a expressão maior dos anseios de uma vida digna para todos, sua administração será exitosa.

Lamentamos sua ausência de nosso Seminário, mas nos colocamos a sua disposição para tão somente contribuirmos com a sua administração.

Atenciosamente,

Comissão Justiça e Paz de São Luís

Pastoral da Criança

Pastoral do Menor

Pastoral da Juventude

Jupaz

Pastoral da Pessoa Idosa

Pastoral Carcerária

Até quando lutar pelo amor?


Há certas coisas que me fascinam. Geralmente coisas que a razão não explica, posto que o terreno onde quem impera é o coração. E o coração, esse músculo que doma todas as nossas emoções e nos faz agir por vezes impensadamente, é quem realmente faz a vida valer a pena.

Por mais temerário que possa parecer seguir o coração, eu estou certo de que esse é sempre o melhor caminho a fazer, pois por mais que se ande em campo minado por algumas vezes, não há nada comparado com o que pode germinar na vida daquele que escuta o coração, por mais teimoso que seja.

Uma das coisas que só é proporcionada pelo coração é amar alguém. Pode parecer banal para algumas pessoas, que nunca se detiveram a pensar nisso, mas é algo que me fascina. Ora, dentre bilhões de pessoas, o que faz com que você ame apenas uma? Com tantas outras oportunidades e variedades, o que faz você desejar uma só pessoa a ponto de projetar toda a sua vida ao seu lado? Você já pensou nisso?

Você pode conhecer inúmeras pessoas interessantes, bonitas e atraentes, mas só sente tesão e paz ao lado de quem ama, pois assim é o coração, e não há explicação racional para isso. A razão não explica, a ciência não explica. Nem quem sente sabe explicar. Só sabe sentir.
Isso só ocorre quando estamos diante do que chamei há semanas passadas de "amor verdadeiro", o amor de nossas vidas. Nesses casos, o amor não reconhece limites, e supera toda e qualquer barreira ou adversidade, porque sabe que merece ser vivido.

Mas, e quando por alguma razão o relacionamento se desfaz? As pessoas se afastam, e o que era um ninho de afago e carinho é agora um antro de saudade e dor. O que fazer? Muitos dirão a você que o melhor a fazer é esquecer. Tentarão convencê-lo que o sofrimento logo passará, e que você encontrará uma pessoa melhor. Farão isso não por necessariamente acreditarem que isso acontecerá, mas por gostarem de você, e quererem o confortar. São palavras de alento, que buscam uma resignação.

Mas, o que há de perguntar-se é: o momento é mesmo de resignação? O correto a fazer é mesmo fugir da briga, calar a voz? Deve-se mesmo aceitar a perda e tentar esquecer?

Antes de deixar com que o tempo e a distância transformem todo o amor em quase nada, lembre-se de que estou me referindo não a um romance qualquer, mas sim ao grande amor da sua vida. E não olhe para o texto com esse olhar enigmático, pois você sabe sim quando se trata do amor verdadeiro, da única pessoa com a qual você pode ser feliz. A gente sabe identificar quando ocorre,  e você certamente não é exceção. O coração pula, as mãos suam, as pernas ficam bambas, os pêlos se arrepiam, a voz fica trêmula, os passos fraquejam. É como se um trem passasse por cima da gente. E por mais paradoxal que possa parecer, é a melhor sensação dentre todas.

Aqueles que logo desistem argumentam que preferem sofrer a perda de uma vez só que prolongar a dor. Acham que o processo de luta pode abrir ainda mais as feridas, e causar mais sofrimento. Temem se envolver mais a lutar pelo amor de suas vidas, e não conseguir esquecer depois. São pessoas que incorrem num velho mal: a de evitar a briga temendo a derrota.

Preferem deixar de lutar pela sua felicidade por medo de sofrer ainda mais. Não estão dispostas a correr o risco de ferir-se em combate. Não querem mexer em feridas que parecem estar cicatrizando. Optam em deixar tudo como está.

Após uma análise apressada, poderíamos dizer que isso é o melhor a ser feito, pois deixar o tempo agir e as feridas cicatrizarem pode ser menos penoso que empunhar espada e levar o coração para o campo de batalha. Ledo engano. Nem tudo é varrido da história pelo tempo. Os amores verdadeiros são mais fortes e resistem ao tempo e à distância.

O que desistiu pode até pensar por um momento que superou a perda, e que esqueceu o grande amor de sua vida. Mas um dia ele cai em si. Acorda tarde, e percebe que está ao lado de alguém que mal conhece. Faz sexo com alguém, e logo depois se pergunta, arrependido, o que está fazendo ali, com uma pessoa que provoca até um certo asco? Tenta se apaixonar, mas percebe que por mais belo e perfeito que seja seu novo objeto de conquista, em nada se compara ao seu verdadeiro amor.

Assim, se você, por algum motivo, algum mal entendido, tiver perdido o amor de sua vida, lute pela sua felicidade. Não procure em outras pessoas o que elas não podem dar a você. Fazendo isso, você pode acabar machucando mais a si mesmo e a elas. Nem que corra o risco de se ferir ainda mais, seja sincero com os seus sentimentos e fiel ao seu coração. Sangre, mas sangre por amor, e não por orgulho.

Alex Murad*
____________________________________________
*Advogado, presidente da Comissão dos Direitos Sociais da OAB/MA e escritor.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Onde estava Deus?



Uma tragédia sempre nos desinstala e nos provoca diversas reações. Vamos de juízes a promotores, da compaixão à indignação. Realmente, o que muitos pensam, mas poucos verbalizam é: “Onde estava Deus”?

No fim de semana passado, o Brasil, senão o mundo, foi abalado pela tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Eu me pergunto: “Onde estava Deus? Por que o silêncio? Como Ele pôde tolerar tal destruição?” Só de pensar que foram as mesmas perguntas que o Papa Bento XVI fez, em 2006, quando visitou Auschwitz fico mais tranquilo e não me julgo ateu diante de perguntas que nos tiram o fôlego e nos lançam a dois sentimentos: indignação ou abertura ao mistério.


Nessa hora, escolho a abertura ao mistério de Deus, pois não podemos penetrar em Seus segredos, apenas tateamos os fragmentos de uma tentativa de compreensão. Nesta hora, prefiro escolher o lugar de Santa Maria, a qual, diante da tragédia, olhou com confiança para um Deus que tem o controle de todas as coisas, um olhar que se lança para uma eternidade feliz no Senhor.

Não quero assumir o juiz da situação e dizer: “O que eles faziam ali? Q que queriam? O que, o que?” Não! Não quero ser um dedo que aponta, mas um braço que acolhe e diz: “Há esperança mesmo que tudo seja ruína”. Prefiro o mistério a acusação, ou ser como alguém metido a 007, tentando achar algum culpado.

O Deus, no qual nós cremos, é o Senhor da razão que, certamente, não é uma matemática neutra do universo por teoremas do tipo A+B=AB. Ele é só amor, só o bem.

Não tenho dúvidas de que aquelas centenas de jovens tinham um desejo profundo de Deus, queriam ser felizes de verdade; neles, existiam sonhos e esperanças. A fumaça não sufocou o desejo por felicidade apenas, mas vidas que tinham tudo para dar certo.

Diante da pergunta inicial  – Onde estava Deus? -, fico com a resposta que também é uma pergunta: Onde eu estou nesse mundo? O que estou fazendo para que o maior número de jovens entenda que só Deus sacia o desejo pela felicidade?

Hoje, preciso fazer a diferença muito mais do que ontem. Onde o Senhor precisa estar é lá que ele conta comigo para estar. Preciso fazer a diferença!

Santa Maria, aos pés da cruz, não estava indignada com Deus por Ele ter permitido que o Filho ali morresse, mas o coração dela estava tomado pela certeza de que ali começava uma nova história de eternidade.

Que seja a Santa Mãe de Deus a consolar tantas famílias que, agora, choram. Que ela mesma possa nos fazer olhar para um Pai que só sabe amar.

Santa Maria rogai por nós!

Adriano Goncalves
______________________________
Fonte: Blog José Antonio.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Paróquia da Cohab divulga resultado do Sorteio do dia 26/01/2013


Com objetivo de angariar recursos para promover a participação dos jovens da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na Jornada Mundial da Juventude, a paróquia da cohab realizou no dia 26 de janeiro de 2013 mais um sorteio pela Loteria Federal.

Os números sorteados e seus respectivos vencedores são:


1º Prêmio: Gabriel de Jesus Mendes Sousa (III conj. Cohab-Anil) - Cartela nº 007530 - Uma moto Honda CG 125, 0Km, modelo 2012.


2º Prêmio: Egmar Moreira da Silva Junior (Anjo da Guarda) - Cartela nº 001581 - Uma Tv Samsung 32' de LED Full HD.



3º Prêmio: Francisco Nascimento Carvalho Neto (Turú) - Cartela nº 000736 - Um Notebook Samsung Intel Pentium  Dual Core 2GB.


OBS: Receberão os prêmios que são objetos deste sorteio, os adquirentes das cartelas contempladas, autenticadas com o carimbo da Paróquia, sem vícios ou objeto de Inquérito Policial, cujo nome do adquirente deve constar no canhoto.

A Missa onde serão entregues os prêmios, será celebrada no domingo, dia 03 de fevereiro de 2013 na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Cohab. Agradecemos a todos que de alguma forma colaboraram. Que Deus vos abençoe e a Virgem Maria sempre os acompanhe!