quarta-feira, 6 de março de 2013

O Papa é sucessor de São Pedro, não de Judas.



Junto com o apelo à oração, há um conselho que deve ser dado aos católicos, dentro e fora do Brasil, especialmente neste tempo de pré-conclave: não deem ouvidos à mídia. Falando assim, soa como um daqueles avisos de quem é contrário à liberdade de imprensa ou a que os meios de informação seculares cubram assuntos religiosos. Só que não, não se trata disto. A Globo, bem como a Bandeirantes, o SBT, e também os veículos impressos, como a Folha e o Estadão, não só podem, como devem trazer ao grande público notícias que se referem ao futuro próximo da Igreja Católica, especialmente porque, em um mundo no qual a religião parece não ter lugar e no qual temas como fé e espiritualidade normalmente são relegados à esfera privada, é sempre bom lembrar aos laicistas intolerantes que a Santa Sé é pauta nos noticiários, porque primeiro “é pauta” no coração de uma multidão mundo afora.


Quando dizemos que não deem ouvidos à mídia, queremos prevenir os leitores do perigo de enxergarem a Igreja apenas com os olhos humanos, deixando de lado o dom da fé. E esta talvez seja uma das grandes lições para este Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, no começo deste ano litúrgico: a confiança em Jesus, que guia e pastoreia a Sua Igreja, apesar dos abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero, apesar dos escândalos do Vatileaks, apesar da existência de uma rede de prostituição homossexual associada a eclesiástico. Nunca é demais lembrar que, apesar de tantos pecados de seus membros – pecados nossos! -, a Igreja é santa, porque é de Cristo. Nada – nem Alexandre VI, nem as feridas recentes abertas e expostas ao público – pode fazer vacilar esta certeza, macular a Esposa do Cordeiro. Esta é a nossa fé. Se não a preservarmos, ninguém o fará por nós.

Muito menos a mídia. Acho saudável que denúncias de corrupção sejam trazidas ao público e devidamente apuradas, atinjam quem for. Assim, regozijei com o julgamento dos chefes do Mensalão – o STF fez a sua parte -, e também fiquei feliz com a limpeza feita por Bento XVI à frente da Igreja, mandando para fora quem devia estar não nos altares, mas na cadeia. Acontece que, quando o assunto é Igreja Católica, há um desejo de massacrá-la, uma hostilidade que salta aos olhos. A intenção dos veículos de comunicação, mais que denunciar o erro, é criar uma caricatura da Igreja, uma “igreja” que acoberta pedófilos, que restringe as “liberdades reprodutivas” das pessoas, que é contrária ao casamento gay por pura hipocrisia, que condena o aborto e “não abre” o sacerdócio às mulheres porque é misógina, enfim… A lista de acusações é grande, o leitor conhece bem.

Cabe um esclarecimento, para não cair na bobeira de falar da mídia como um ente pessoal, dotado de vontade e inteligência próprias. É claro que há pessoas honestas por trás dos meios de comunicação. Só que, ao mesmo tempo, stultorum infinitus est numerus – o número dos idiotas é infinito. E, obviamente, é desta mídia que falamos.

Os lobistas que hoje são pagos para execrar o Vaticano e cuspir no rosto da Igreja são descendentes dos revolucionários da década de 1960 que criaram o que o Papa Bento XVI chamou recentemente, em encontro com o clero  de Roma, de “o Concílio dos meios de comunicação”. Todos sabem que nos anos 60 do último século, os bispos do mundo inteiro reuniram-se no Concílio Vaticano II. Falou-se de aggiornamento, e, realmente, os documentos conciliares refletem esta preocupação de dialogar com a modernidade. Só que, ao contrário do que postulava a mídia da época, as pretensões dos Padres conciliares não eram – nas palavras do beato João XXIII – “a discussão sobre este ou aquele tema doutrinal”, mas sim “que o depósito sagrado da doutrina cristã” fosse “guardado e ensinado de forma mais eficaz”.

Cinquenta anos se passaram, e parece que os nossos jornalistas ainda não aprenderam. Ao próximo Papa não cabe “a discussão sobre este ou aquele tema doutrinal” – um eufemismo para trair a fé dos Apóstolos e a doutrina multissecular da Igreja -, mas sim “que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz”. O Papa dos sonhos de nossa mídia liberal é um que saia distribuindo camisinhas pela avenida, confabulando tranquilamente com feministas, gayzistas e outras minorias barulhentas e anticlericais. Acontece que este Papa – assim como o Concílio virtual, “dos meios de comunicação” – não existe; está limitado mesmo aos “sonhos” dos inimigos da Fé.

Por isso, quando forem assistir à cobertura do conclave pela mídia progressista, fiquem atentos. A qualquer momento algum daqueles chamados “vaticanistas” pode trazer à baila alguma ideia louca, como um Papa que defenda o aborto, a união civil de homossexuais ou o sacerdócio feminino – tudo discutido num futuro Vaticano III.

Não se enganem. Nem temam. Afinal, o Papa é sucessor de São Pedro, não de Judas.
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Disponível: Ecclesia Una.

Novo Papa enfrentará crises com a China



Quando o próximo papa assumir o trono de São Pedro, encontrará em sua mesa dezenas de dossiês complicados. Mas, um deles promete ser particularmente espinhoso: o que trata da relação entre o Vaticano e a China. Documentos sigilosos de diversas embaixadas europeias e relatórios internos da diplomacia da Santa Sé obtidos pelo Estado revelam os desafios e as prioridades da Igreja com as várias regiões do mundo.

Um dos maiores obstáculos, segundo as informações que constam nesses documentos, é a relação entre duas entidades que se consideram centros do mundo. O material aponta que, durante os últimos anos do pontificado de Bento XVI, a relação entre o Vaticano e Pequim atingiu seu pior momento em 50 anos.

No centro do debate está a insistência do governo de controlar quem são os bispos chineses, um ato que, para o Vaticano, dá a dimensão da falta de liberdade religiosa no país. No final do ano passado, Pequim simplesmente passou a ordenar bispos, sem a autorização do Vaticano, além de prender um dos religiosos considerados "ilegítimos". 

Segundo os documentos, a existência de duas Igrejas Católicas na China é o motivo da tensão. Uma é a oficial do regime comunista, conhecida como Associação Católica Patriótica da China; a outra, que é obrigada a atuar de forma semiclandestina, é a Igreja Católica reconhecida pelo Vaticano.

Se essa era uma realidade histórica, ela ganhou contornos de crise nos últimos anos. Entre 1990 e 2006, um entendimento entre o Vaticano e Pequim determinava que bispos seriam nomeados com a aprovação dos dois lados. Mas, desde a chegada de Bento XVI na Santa Sé, os chineses optaram por simplesmente ignorar o Vaticano. Pequim nomeou seis bispos desde então e deixou de reconhecer 15 nomes apresentados pelo Vaticano.

Joseph Yue Fusheng foi um dos casos. Ele foi nomeado bispo de Harbin em 2012, sem a aprovação do Vaticano, em uma cerimonia na qual bispos leais ao Vaticano foram obrigados a participar para tentar demonstrar aos católicos a legitimidade do ato. A Santa Sé o excomungou um dia depois.

O conflito ficou claro quando, também no ano passado, um bispo nomeado pelo governo comunista em Xangai, Thaddeus Ma Daqin, usou sua primeira missa para anunciar que estava abandonando a Associação Patriótica. Na missa seguinte, ele não apareceu e teria sido levado a um seminário nos arredores da cidade. O governo afirmou ao Vaticano que ele estava "repousando".

Tentativas

Segundo os informes, Bento XVI tentou mediar a crise para proteger os 12 milhões de católicos chineses. Suas iniciativas, porém, apenas aprofundaram a crise. Sete meses depois de se tornar papa, Bento XVI publicou uma carta aos católicos chineses, garantindo que a Santa Sé atenderia às suas necessidades. A mensagem foi considerada por Pequim uma ameaça.

O então papa enviou grupos de diplomatas da Santa Sé em diversas ocasiões para negociar um entendimento. Mas as condições apresentadas pelo Vaticano eram inaceitáveis para os chineses: a garantia de liberdade religiosa e a manutenção das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Taiwan.

Em um documento de um governo europeu relatando encontros em 2007, o funcionário do Vaticano encarregado das relações com Pequim, Giancarlo Rota-Graziosi, garantiu que as reuniões haviam sido um fracasso. "Estou pessimista em relação às chances de um acordo para normalizar as relações", indicou. "Não vejo esperança", disse o próprio negociador.

Naquele mesmo momento, Pequim teria plantado informações em jornais oficiais em que indicava que um acordo estava prestes a ser assinado. Mas, para o Vaticano, aquilo era "publicidade para mostrar abertura às vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008".

Num outro documento, o padre de Sichuan, Luo Xuegang, relata o controle que a Igreja passou a sofrer das autoridades. Ao mesmo tempo em que o governo propunha dar dinheiro para renovar igrejas leais à Pequim, vetava qualquer novo templo.

Prisões reveladas

O impasse foi mantido em encontros realizados em 2009 entre o Vaticano e Pequim. Na época, a Santa Sé aprofundou a crise, ao revelar a governos estrangeiros que seus bispos estavam sendo presos. Um deles fora detido dias antes da Páscoa para impedir que pregasse diante de milhares de pessoas. O governo também passou a cobrar 10% de impostos sobre o custo de qualquer ato organizado pela Igreja.

Documentos do mesmo ano mostram que bispos leais ao papa resistiram à pressão do governo e não foram às comemorações dos 50 anos da Associação Patriótica. O Vaticano passou a acusar Pequim de fazer "lavagem cerebral" nos padres da entidade e controlar homilias.

Diante da tensão, a estratégia da Santa Sé é a de tentar manter uma unidade entre as duas comunidades católicas na China, ajudar a treinar os padres e, acima de tudo, aguardar com paciência a chegada de novas lideranças em Pequim que possam rever o relacionamento.

Os documentos mostram que o Vaticano não tem ilusões de que a crise será solucionada a curto prazo. Coincidência ou não, durante a despedida de Bento XVI na Praça São Pedro, um grupo carregando uma bandeira da China insistia em estar presente para alertar ao próximo papa que a situação dos católicos estava longe de ser resolvida.
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Disponível em: Fiéis Católicos da Arquidiocese de Ribeirão Preto.

terça-feira, 5 de março de 2013

Os "preferidos" para sucessor de São Pedro



Desde que o então Papa Bento XVI anunciou sua renúncia, muitas especulações foram feiras. Diante deste mar de informações, devemos ter sempre diante dos olhos, sobretudo os do coração, onde habita a fé, um dado fundamental: Nosso Senhor Jesus Cristo.

Diante da barca de Pedro, sem Pedro, não devemos temer. Aliás, em momento algum de nossa vida o medo deve apoderar-nos, pois o Senhor mesmo nos disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20). O fato de sua presença um dos ensinamentos que fica da renúncia do agora Papa Emérito: Cristo é o Supremo Pastor. A Igreja não é minha, não é nossa, não é do Papa. É de Jesus Cristo.


Dessa forma, para que sua obra continuasse aqui na terra, e fosse propagada a todos os povos, Cristo estabeleceu guardiões e mensageiros da sua Palavra. Dentre os discípulos, destacou doze. Dentre os doze, escolheu um, com a finalidade de que fosse o fundamento de sua obra terrena, para que, quando todo o povo olhasse para este primeiro apóstolo, visse nele refletida a face do Filho de Deus e, dessa forma, prosseguisse a missão na unidade, como um só rebanho sob um só pastor (cf. Jo 10, 16). Escolheu nossa humanidade para que nela mostrássemos ao mundo sua divindade.

Os tempos se sucedem, da mesma forma com o timoneiro da barca de Cristo. De Pedro, aquele que recebeu do próprio Cristo a declaração: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16, 18), até o dia de hoje, 265 homens ocuparam-se do leme.

A nós, ovelhas do Bom Pastor, cabe a fidelidade e obediência ao Vigário de Cristo. Precisamos, sobretudo nestes tempos de relativismo, amar cada vez a nossa referência terrena, o Sumo Pontífice, e fazer como São Josemaria Escrivá: agradecer a Deus pelo amor ao papa incutido em nosso coração. No verbo amar, e na prática, encerra-se todas as outras nossas ações para com o Santo Padre.

Por isso, neste período de Sé Vacante, apresentamos alguns daqueles que são os sucessores dos apóstolos, os eminentíssimos cardeais, que junto com o Sumo Pontífice governam a Igreja e pastoreiam o rebanho, sob a graça de Cristo. Dentre os 115 cardeais eleitores, que se enclausurarão na Capela Sistina, um será o novo papa, escolhido por seus pares com o auxílio do Espírito Santo, para estar à frente da Igreja.

Apresentamos alguns cardeais não na intenção de gerar especulação, de fazer politicagem ou sensacionalismos. Pelo contrário, pois mais se ama o que mais se conhece. Desde já queremos rezar pelo Colégio Cardinalício, e pelo eleito, independente de qual cardeal seja. Amantes do Cristo, fiéis ao Papa.

1. Cardeal Angelo Scola


Italiano, o cardeal Scola tem 71 anos e é o atual arcebispo de Milão.Criado cardeal por João Paulo II, já foi Patriarca de Veneza de 2002 a 2011, reitor da Pontifícia Universidade Lateranense e membro de diversos dicastérios da Cúria Romana. Colaborou na fundação da Revista Internacional de Teologia Communio.

2. Leonardo Sandri


Argentino, 70 anos, criado cardeal no primeiro consistório de Bento XVI, o cardeal Sandri é um homem de grande experiência na Cúria Romana. Era um dos homens próximos do Papa João Paulo II. Foi núncio apostólico na Venezuela. É o atual Prefeito da Congregação Para as Igrejas Orientais. No entanto, não possui experiência como bispo diocesano.

3. Angelo Amato


Italiano e Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos. O Cardeal Amato tem 74 anos e trabalhou muito tempo com o então cardeal Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé. Foi ordenado bispo em 2003 e criado cardeal por Bento XVI em 2010. Segue a mesma linha teológica de Ratzinger.

4. Mauro Piacenza


Italiano, atual Prefeito da Congregação para o Clero, tem 68 anos. Foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Giuseppe Siri, o histórico Arcebispo de Gênova, seguindo a mesma linha teológica. Ordenado Bispo em 2003 e criado cardeal pelo Papa Bento XVI em 2010.

5. Marc Ouellet


Canadense, 68 anos, o Cardeal Ouellet foi Arcebispo de Quebec, e criado cardeal por João Paulo II em 2003. É o atual prefeito da Congregação para os Bispos, e Presidente da Comissão para a América Latina. Segue a mesma linha teológica do pensamento de Joseph Ratzinger.

6. Peter Turkson


Natural de Gana, 64 anos. É o atual Presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz. Realizou seu doutorado no Pontifício Instituto Bíblico, em Roma. Foi nomeado arecebispo de Cape Coast em 1992 e cardeal por João Paulo II em 2003.

7. Tagle


Segundo mais jovem do Colégio Cardinalício, com 55 anos, Cardeal Tagle é o atual Arcebispo de Manila, nas Filipinas, o maior país católico da Ásia. Midiático e carismático, Tagle apresenta dois programas de televisão, e sua marca é seu sorriso. Esteve próximo de Ratzinger quando integrou a Comissão Teológica Internacional.

8. Angelo Bagnasco


Italiano, 70 anos, foi ordenado bispo em 1998 e criado Cardeal por Bento XVI em 2007. Atual Arcebispo de Gênova e Presidente da Conferência Episcopal Italiana. Filho espiritual do Cardeal Siri. Muito hábil no diálogo com o mundo político.

9. Odilo Scherer


Brasileiro, 63 anos, é Arcebispo de São Paulo. Fez doutorado na Universidade Gregoriana, e trabalhou sete anos na Congregação para os Bispos. Foi bispo de Toledo, reitor de seminário e pároco. Criado Cardeal em 2007, pelo Papa Bento XVI. Fluente em diversos idiomas, inclusive o italiano, segue a linha teológica de Ratzinger, tendo criticado a Teologia da Libertação por sua aproximação com o marxismo. Recentemente, demonstrou bravura e coragem ao nomear um nome para a reitoria da PUC-SP diferente do escolhido na eleição.

10. Gianfranco Ravasi


Italiano, 70 anos, é o atual Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura. Biblista, popularizou os estudos da Escritura pela televisão, rádio e jornais. Sem experiência pastoral diocesana, passou muito tempo como professor da Biblioteca Ambrosiana, de Milão. Ordenado bispo em 2007 e criado cardeal em 2010.

11. Péter Erdő


Natural da Hungria, tem 60 anos, é o atual Arcebispo de Budapeste, Primaz da Hungria, Presidente da Conferência episcopal da Hungria e Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa. Ordenado bispo em 2000 e criado cardeal por João Paulo II em 2003. Doutor em Direito Canônico.

12. Sean O'Malley


Americano, 68 anos, é o atual Arcebispo de Boston. Ordenado bispo em 1984 e criado Cardeal por Bento XVI em 2006. Membro da Ordem dos Frades Menores, fala espanhol, português e alemão. Enfrentou com coragem os casos de abusos quando chegou à Arquidiocese de Boston. Foi missionário nas Ilhas Virgens, trabalhou na assistência aos latinos, nos Estados Unidos, e é um incansável defensor da vida. Se eleito papa, será o primeiro Pontífice com barba desde Inocêncio XII, que morreu há 213 anos.
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Autor: Fr. Edvaldo Betioli Filho, SAC
Título original: Os "Preferiti" para sucessor de São Pedro.
Disponível em: Católico com muito orgulho.











110 cardeais eleitores presentes na terceira Congregação Geral e ainda não definida data do Conclave



O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, concedeu no início da tarde desta terça-feira, 5 de março, uma coletiva sobre as congregações gerais dos cardeais em vista do Conclave. Ele adiantou que o número de eleitores pesentes agora são 110 e os cardeais ainda não marcaram a data do Conclave.

Em destaque, a mensagem que os cardeais enviaram na manhã desta terça-feira a Bento XVI. Ainda não foi tomada uma decisão acerca do início do Conclave. No início da coletiva, o religioso jesuíta voltou brevemente à segunda Congregação Geral de segunda-feira, realizada na parte da tarde. Durante a Congregação teve lugar a meditação do pregador da Casa Pontifícia, o frade capuchinho Pe. Ranieri Cantalamessa.

Pe. Lombardi afirmou que na tarde desta segunda-feira chegaram alguns cardeais, em particular alguns eleitores, que na parte manhã ainda não estavam presentes e, portanto, assim que chegaram fizeram o seu juramento: o patriarca maronita libanês, Cardeal Raï; o arcebispo de Colônia, Cardeal Meisner; o arcebispo de Berlim, Cardeal Völki; o arcebispo de Dacar, Cardeal Sarr, e o arcebispo de Praga, Cardeal Duka.


Na Congregação desta segunda foi decidido que não haverá congregações na tarde desta terça e da quarta-feira: portanto, também na quarta-feira haverá Congregação somente pela manhã.

Na manhã de hoje teve lugar a terceira Congregação Geral, realizada das 9h30 às 12h40 locais, com um intervalo de cerca de meia hora. Também manhã desta terça-feira outros cardeais chegaram ao Vaticano, os quais fizeram o seu juramento. Dois cardeais eleitores: o arcebispo de Madri, Rouco Varela, e o polonês Grocholewski. Portanto, no momento estão presentes em Roma 110 cardeais eleitores. 148 purpurados participaram da Congregação Geral desta manhã.

Pe. Lombardi informou que na Congregação Geral desta manhã foram feitos 11 pronunciamentos. Entre os temas: atividade da Santa Sé e dos diferentes dicastérios e a sua relação com os episcopados; renovação da Igreja à luz do Concílio Vaticano II; situação da Igreja e exigência da nova evangelização no mundo, nas diferentes situações culturais. Ao todo, entre segunda e terça-feira, foram feitos 33 pronunciamentos representativos de todos os 5 continentes.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé afirmou que há uma liberdade e uma expressividade da assembleia que tem sido muito eficaz nos pronunciamentos. Ademais, por enquanto, a duração dos pronunciamentos não foi reduzida a um tempo determinado. A questão do início do Conclave continua completamente aberta à consideração dos cardeais. Até então não foi tomada nenhuma decisão, precisou.

Pe. Lombardi acrescentou que a congregação dos cardeais quer entender de quanto tempo pode precisar para fazer a sua adequada preparação em vista da decisão tão importante do Conclave. Portanto, "sem apressar as coisas", comentou.
O sacerdote jesuíta informou que amanhã, quarta-feira, às 17h locais, na Basílica de São Pedro, os cardeais se reunirão no Altar da Cátedra para a Adoração e as Vésperas. Trata-se de um momento de oração que será conduzido pelo cardeal decano Angelo Sodano.

Os cardeais convidam toda a Igreja a rezar e a viver na oração este tempo de preparação para uma decisão tão importante como a eleição do Papa.

Na tarde desta terça-feira tiveram início os trabalhos de preparação da Capela Sistina: portanto, a partir de hoje a capela não mais pode ser visitada pelos turistas, dados os trabalhos em vista do Conclave.

Por fim, Pe. Lombardi fez uma atualização dos dados concernentes à presença da imprensa para a eleição do novo Pontífice. Até a tarde desta segunda-feira os temporariamente acreditados eram 4.432; os permanentes, entre imprensa, foto e vídeo, eram 600. Portanto, superada a cifra total dos 5 mil acreditados. Eles representam 65 nações e 24 línguas.

Ademais, foram mostradas as imagens do Centro Televisivo Vaticano (CTV) com as três urnas que serão utilizadas pelos cardeais na votação durante o Conclave.
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Fonte: CNBB.

A Igreja em oração



Como aconteceu nos anos anteriores, no início da Quaresma deste ano o Papa Bento XVI encontrou-se com os sacerdotes da Diocese de Roma, para um colóquio familiar. Normalmente, ele se limitava a responder às perguntas feitas pelos padres. Dessa vez, destacando que era seu último encontro com eles, preferiu dar seu testemunho a respeito do Concílio Vaticano II (1962-1965), do qual participou desde o início. Ao encerrar, Bento XVI disse aos sacerdotes que houve como que dois Concílios paralelos: um, o real, que aconteceu no Vaticano – feito de orações, discursos, reflexões etc. O outro, o Concílio virtual, do qual os protagonistas eram os meios de comunicação social, baseava-se nas interpretações dos jornalistas, que viam tudo como uma luta entre grupos políticos, opostos entre si.

Não sei se o Papa Bento XVI acompanhou o que saiu nos meios de comunicação, a partir de sua declaração de 11 de fevereiro, quando antecipou sua renúncia. Se acompanhou, deve ter-se lembrado dos "dois Concílios". Afinal, de pouco adiantou ele ter afirmado que não tinha mais vigor físico para dirigir a Igreja e, por isso, julgava mais adequado renunciar. (Aliás, é bom lembrar que ele tem quase 87 anos...). Multiplicaram-se, desde então, as mais diversas teses conspiratórias, as mais complexas explicações e não poucos absurdos a respeito de seu ato. Compreende-se, pois, o comentário irônico de um professor de Filosofia: "Hoje em dia, num mundo em que todo o mundo diz que não tem preconceito, o único preconceito aceito pelos inteligentinhos é contra a Igreja [Católica], [considerada] opressora, machista, medieval" (L. P. Pondé, Folha de S.Paulo, 18.02.13). Em outras palavras: a verdade, por ser simples, não interessa a muitos; as interpretações acabam lhes parecendo mais interessantes. 

Um poeta francês comentou: "As ondas não me interessam. O que me interessa é o mar". Vamos, pois, ao essencial: em sua já famosa declaração, Bento XVI pediu que a Igreja se unisse em oração, tendo em vista o próximo conclave. É sabido que a oração é a força dos fracos. É esse o testemunho que nos dá a Palavra de Deus. Conta-nos S. Lucas, nos Atos dos Apóstolos, que nos primeiros tempos após a ressurreição de Jesus, quando a comunidade cristã dava seus primeiros passos, o rei Herodes mandou prender Pedro. Afinal, como anunciava Jesus de Nazaré, era considerado perturbador da ordem pública. Certamente Pedro seria martirizado, como já acontecera com Tiago. Naquela hora, a comunidade se uniu em oração, pedindo a Deus o que era considerado humanamente impossível: a libertação de Pedro. Graças a essa oração da comunidade, houve uma intervenção divina e Pedro foi libertado, reiniciando suas pregações (cf. At 12).

Vivemos num momento histórico em que somos chamados a atualizar o gesto daquela comunidade de Jerusalém. Crianças e adolescentes, jovens, adultos e idosos, somos chamados a nos unir, se não física, ao menos espiritualmente, para que o Senhor dê à Igreja aquele Bispo de Roma que já está em Seu coração e de que precisamos. Não peçamos que nos dê um executivo, nem insistamos que seja brasileiro, africano, europeu ou asiático. O importante é que seja um apaixonado por Jesus Cristo; que ame a Igreja e se disponha a servi-la; que se lembre dos ensinamentos de Paulo a Timóteo: “Proclama a palavra, insiste oportuna ou inoportunamente” (2Tm 4,2). Sim, que não tenha a preocupação de agradar a todos, nem de ter a mídia a seu favor, mas que seja fiel à verdade ("A verdade vos libertará" - Jesus Cristo), uma vez que deverá trabalhar não para construir uma Igreja feita à imagem e semelhança dos homens, mas para servir a Igreja de Jesus Cristo.

Sim, precisamos nos unir em oração, antes, durante e depois do Conclave. Afinal, a Igreja não é uma ONG, nascida para acalmar a consciência das pessoas e ensinar-lhes o que querem ouvir, mas é a esposa de Cristo, pela qual ele derramou seu sangue - uma esposa que quer nos congregar numa só fé, num só batismo e numa só mesa eucarística.


Dom Murilo Krieger
Arcebispo de Salvador da (BA)

segunda-feira, 4 de março de 2013

O Cético e o Lúcido...



No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês.

O primeiro pergunta ao outro:


- Você acredita na vida após o nascimento?


- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento.


- Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde. 


- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?


- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui.


- Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.


- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível.

- E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta.

- Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.

- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida.

- E, afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.

- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós. 

- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?


- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.

- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.

- Bem, mas, às vezes, quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando ou sente como ela afaga nosso mundo.
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Fonte: Pedaços&Trechos.

O ateísmo marxista - parte II



Marx entendia a vivência religiosa como expressão de um estado de miséria que a humanidade para si mesma cria ao organizar a vida da sociedade. Por ser “a religião, na realidade, a consciência e o sentimento proprios do homem que, ou ainda não se encontrou, ou já acabou de se perder” é necessário verificar onde o ser humano se perde ou se desencontra de si mesmo.

A alienação religiosa é o sintoma de uma alienação real que finca suas raízes na forma como se estruturam as relações sociais a partir do mundo da produção. Para Marx a relação homem-natureza, mediada pelo trabalho,  é a relação fonte do processo de humanização do indivíduo humano. É também a relação que preside e determina o conjunto das relações dentro da sociedade. É aí que deve ser encontrada a razão por que o ser humano se perde ou não se encontra na plenitde de sua humanidade.


A essência humana é criada no ato pelo qual se transforma a natureza Como a essência humana se dá pela comunhão coletiva em que todos comungam igualmente do fruto do trabalho humano, o fato de alguns serem os donos dos meios de produção, enquanto outros lhes vendem seu trabalho, gera duas classes fundamentais em oposição, impedindo assim a concretização da sociedade de iguais em total fraternidade. A propriedade privada é, pois, uma espeçie de pecado original do qual decorrem todos os males da sociedade. O trabalhador se perde a si mesmo, aliena-se no próprio ato da produção uma vez que não retornam a ele, não apenas o valor pecuniário do artefato produzido, mas também  os frutos culturais e humanizantes de seu trabalho.

Uma sociedade de classes é uma sociedade onde a essência humana está dividida, O proprietário se fecha em seu universo egoista e o trabalhador se vê expropriado do fruto de seu trabalho. Fica impedida a comunhão dos seres humanos na qual os indivíduos poderiam viver plenamente a experiência de serem homens. De um lado um ser humano explorador, opressor e, de outro, um ser humano explorado, oprimido, roubado em sua própria humanidade. Esse estado de infelicidade leva ao sonho com um mundo, fora da história, onde os homens um dia haveriam de ser felizes pela participação no “mistério” de três  pessoas onde tudo o que é de uma é também das outras duas.

O Deus Uno e Trino dos cristãos é adorado por expressar aquilo mesmo que os seres humanos gostariam de realizar nessa terra. A religião é expressão e protesto contra a miséria real. De um lado a religião desempenha a função consolo para as frustrações produzidas pela injustiça,operando uma reconciliação ilusória para o conflito social básico, e, de outro, funciona como justificativa de formas políticas e sociais, ou seja como ideologia do “status quo” do capitalismo. À solução “mística” proposta pela religião Marx propõe a solução política que objetiva a criação de um estado proletário, mediante um processo revolucionário, com a consequente instauração de um modo de produção coletivista, onde todos se tornam iguais nas relações de produção.

A sociedade sem classes, uma vez implantada, dispensaria a existência do Estado tal como se estruturou no decorrer da história. Teríamos um tipo de democracia onde sempre de novo as assembléias do povo decidiriam seu destino e seus caminhos. Para que se pudesse chegar ao paraiso terrestre, emergiria na classe operária, onde a experiência de desumanização chegaria a seu extremo, uma consciência revolucionária acompanhada de uma prática política destinada a tomar o poder e implantar a nova sociedade, pela abolição da propriedade particular dos meios de produção.

Os partidos comunistas deveriam ser a expressão dessa consciência e o instrumento de tomada do poder para a  instauração da “democracia perfeita”. Feuerbach havia afirmado: “o mistério – o conteúdo oculto – da teologia é a antropologia”, ou seja, as afirmações da teologia são reveladoras dos mais profundos atributos da essência do homem. Marx procura caminhos de operar a conversão da religião em política, de modo que vamos encontar no marxismo as verdades da fé cristã reduzidas a dimensões puramente humanas, privadas de qualquer dimensão de transcendência. Assim: a) a esperança de um novo céu e de uma nova terra - comunhão de todos no mistério da Trindade – se torna esperança de uma comunhão plena pela implantação do paraiso terrestre; b) o pecado original é substituido por outro mal radical: propriedade particular dos meios de produção; c) a classe oprimida, crucificada, ocupa o lugar do redentor crucificado, ressuscitando na história como força revolucionária para implantar a nova sociedade; d) o partido comunista substitui a Igreja, sendo ele a consciência do sentido da história e o instrumento através do qual a classe operária tomaria o poder. e) a mística religiosa se transforma em mística política, que exige a doação da própria vida. (continua).


Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo de Sorocaba (SP)

Subsídios para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2013



Os subsídios - cartaz e cadernos de oração - que incrementarão as celebrações da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2013 em sua cidade já estão disponíveis para compra. Para adquiri-los, basta efetuar o depósito no valor correspondente à quantidade desejada de cada item e, depois, encaminhar um e-mail com o comprovante de depósito para conic@conic.org.br. Anote aí as nossas informações bancárias: Banco Bradesco, Conta Poupança: 112888-4, Agência: 0606-8. 

Vale lembrar que esses subsídios, além de apresentarem propostas litúrgicas, também trazem informações para trabalhos com grupos específicos, como crianças e jovens. Não deixe para a última hora, quanto antes você se preparar, melhor sua SOUC será!
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Fonte: CONIC.