sábado, 6 de abril de 2013

O médico ladrão



Uma velha senhora doente dos olhos mandou chamar um médico. Ele foi atendê-la e, sempre que lhe aplicava um unguento, roubava alguma coisa da casa, já que ela estava de olhos fechados. Depois de tratá-la e de levar seus móveis, apresentou-lhe a conta. Como a velha não quis pagá-lo, ele abriu-lhe um processo. No tribunal, ela declarou que tinha se comprometido com ele a pagar desde que ele a curasse; ora, no momento, ela estava vendo bem menos que antes da cura: - Antes – disse ela – eu via todos os móveis de minha casa; agora não vejo mais nenhum.

Sempre simpáticas as antigas fábulas de Esopo. No caso, a senhora idosa acabou vendo melhor do que o médico pensava: percebeu que tinha sido roubada. A vista é um grande dom, mas não basta enxergar bem, é preciso compreender o que estamos vendo. É por isso que na frente da mesma realidade nem todos os que estão olhando enxergam a mesma coisa.


No segundo domingo de Páscoa, todo ano encontramos o evangelho de João que apresenta a primeira aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos reunidos e bem trancados em casa por medo dos judeus. Tomé não estava presente e não acreditou naquilo que os outros diziam ter visto. Oito dias depois, Jesus compareceu novamente e repreendeu o apóstolo incrédulo. Em resposta este fez abertamente a sua bela profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!”. Com certeza esta foi uma das primeiras expressões do “credo” da Igreja com referência a pessoa de Jesus, o crucificado-ressuscitado começando a chamá-lo, assim, de Senhor e Deus.

Sempre estamos prontos a ficar do lado do pobre Tomé, porque achamos que ele tinha todo o direito de conferir os sinais da paixão no corpo de Jesus para não ficar pensando que os outros pudessem ter visto errado. No entanto bem sabemos que nós nunca vamos poder repetir a mesma experiência; nós estamos exatamente na condição dos bem-aventurados que terão que acreditar não por uma visão pessoal, mas pelo testemunho dos outros, de quem “viu e acreditou” (cf. Jo 20,8). O segredo da história, portanto, está no testemunho. Podemos nos perguntar: Tomé não acreditou imediatamente mais pelo fato de não ter visto o Senhor Jesus na primeira vez ou mais pela atitude dos discípulos que continuavam trancados em casa? O nosso amigo tinha todo o direito de duvidar daquilo que os outros diziam, simplesmente, por continuar a vê-los ainda com tanto medo. Deve ter pensado que se tivesse sido verdade que Jesus estava vivo e tinha doado a eles o dom do Espírito Santo (cf. Jo 21,22) por que estavam guardando para si a Boa Notícia? O que estavam esperando para sair em missão? A prova, legítima, da dúvida de Tomé está na forma como o livro dos Atos dos Apóstolos nos conta a chegada do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Naquele dia, portas e janelas foram escancaradas e os apóstolos saíram para pregar a absoluta novidade: aquele que foi crucificado estava vivo, tinha vencido a morte e, agora, Ele era o Senhor da Vida. O medo se foi. Por causa deste anúncio, eles foram caluniados, açoitados e até mortos. Pelo testemunho deles a fé em Jesus “Senhor e Deus” chegou até nós.

Quantas vezes, nos dias de hoje, perguntamo-nos: Por que é tão difícil crer e por que também dá tanto trabalho quebrar o gelo dos corações, atrair as pessoas, para que se deixem ajudar a encontrar Jesus, aquele que é capaz de comunicar vida, força e esperança a todos os que o procuram de coração sincero? A resposta ainda é e sempre será o nosso testemunho. A nossa fé deve ser corajosa, deve ser bem visível e inequívoco; deve ser comprovada pelas nossas obras, pela dedicação em transformar o mundo com o bem e o amor, pela defesa da justiça em favor dos pobres e dos pequenos.

A ausência de fé ao nosso redor é uma acusação contra nós. Pode ser que nos tenhamos apropriado de algo que não é somente nosso e que precisamos devolver. A velha senhora desmascarou o médico ladrão. Para acreditar, o mundo nos pede o testemunho da fé. Se está nos cobrando é porque percebe que lhe falta alguma coisa. Isso é bom.


Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

Uma nova Paróquia



Nos dias 10 a 19 de abril, nós, os bispos do Brasil, estaremos reunidos em Aparecida do Norte para a 51ª Assembléia Geral da CNBB. Este sempre é um momento significativo para consolidar a unidade e aprofundar temas importantes que desafiam a Igreja no atual contexto da história. A Assembléia de 2013 ganha um sabor especial por ser a primeira a se realizar sob o pontificado do Papa Francisco, que conhece bastante bem a realidade da Igreja brasileira.

O tema central que vamos trabalhar na Assembléia é a renovação das paróquias. O texto preparatório tem como título: “Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia”. No nº 112 se afirma que “a renovação paroquial e a revitalização das comunidades exigem novas formas de evangelizar tanto o meio urbano como o rural. Apesar de as comunidades rurais estarem distantes dos centros geradores da nova cultura urbana, em vista do fácil acesso às informações, também nessas áreas crescem os problemas de vínculo comunitário. Assim, se multiplicam os grupos religiosos novos, por atenderem às demandas imediatas dos indivíduos. É urgente pensar novas estruturas pastorais, inclusive em meios rurais, de modo que cuidem das pessoas na atual cultura”.


O valor da paróquia é inquestionável. Contudo ela precisa urgente renovação. “As mudanças da realidade clamam por uma nova organização, especialmente articulada em pequenas comunidades, capazes de estabelecer vínculos entre as pessoas que convivem na mesma fé”.

Para a Diocese de Santa Cruz do Sul, o tema central da Assembléia da CNBB vem num momento muito oportuno. Ele vem para reforçar a nossa caminhada pastoral, já que estamos colocando a vida das comunidades como eixo central de toda a nossa ação evangelizadora. Com a revitalização das comunidades e a renovação das paróquias, certamente estaremos colocando as bases para uma nova evangelização na região da Diocese.

Além do tema central, a Assembléia vai se ocupar com outros assuntos, entre os quais a Jornada Mundial da Juventude que vai acontecer no mês de julho, no Rio de Janeiro. Com a já confirmada presença do Papa Francisco, esta jornada vai ser marcante para a caminhada da Igreja no Brasil.

Para que a Assembléia possa ser produtiva, pedimos as preces do povo. Sabemos que os melhores documentos ou planos de pastoral se tornam inócuos se não forem impulsionados pelo Espírito Santo. E se a Assembléia não for iluminada pelo sopro renovador do Espírito de Deus, pouca luz vai surgir.

Permaneçamos unidos, em oração!


Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Não só de terra vivem os índios



No dia 16 de fevereiro de 2013, em Caarapó (MS), Denilson Barbosa, um indígena de 15 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça e abandonado numa estrada vicinal do município. O adolescente estava se dirigindo para pescar numa fazenda dos arredores com outros dois companheiros, quando foi morto por três homens, entre eles o proprietário. Como resposta ao crime, cerca de 200 índios invadiram a propriedade, há tempo reivindicada como “terra tradicional”.

A morte de Denilson é um novo capítulo da violência provocada pelo barril de pólvora que virou o Mato Grosso do Sul. Por não se tomarem as medidas necessárias para dirimir um conflito que cresce a cada ano que passa, o medo e a desconfiança mantêm em margens opostas indígenas e agricultores, transformando-se em ódio e assassinatos. Enquanto isso, as autoridades de Brasília continuam visitando a região para renovar promessas que nunca se cumprem e participar de simpósios que nada resolvem.


“Nada resolvem”, pela falta de vontade política, que precisa de excluídos e marginalizados como massa de manobra para fins eleitoreiros. Contudo, em seminários onde a palavra é dada a todos, inclusive aos indígenas, começou a surgir uma luz no fundo do túnel, sintetizada em dois itens de capital importância: quanto aos produtores rurais que tiverem suas propriedades demarcadas, sejam indenizados pelo valor real das mesmas (e não apenas por suas benfeitorias); quanto às comunidades indígenas, suas aldeias sejam revitalizadas e transformadas em núcleos populacionais (urbanos e rurais), com os serviços e as políticas públicas indispensáveis às necessidades de seus habitantes, assim como se procura fazer com as demais cidades e vilas do país.

O mundo caminha e a cultura vai sendo regida por novos paradigmas. Mesmo respeitando a índole de cada povo, é impossível retornar aos “bons tempos antigos”. Os conflitos de geração começam a medrar também entre as famílias e comunidades indígenas. Como consequência, cresce em seu meio o êxodo rural que atinge os não-índios em outros recantos do Brasil. Cada vez mais, são somente os adultos e as crianças que permanecem no campo. É a constatação que faço nas visitas a algumas aldeias da Diocese de Dourados. Apesar de seus territórios serem normalmente considerados exíguos, há terra inculta ou arrendada para fazendeiros vizinhos. Dois são os motivos desta situação: para os índios, a falta de condições e os critérios diferentes no cultivo; para o governo, o agronegócio tem primazia sobre a agricultura familiar.

Afetados pela globalização galopante que avança em toda a parte, os jovens indígenas são levados a rever os critérios de inculturação e integração que lhes eram repassados. Aqueles que não têm acesso aos cursos superiores – são a imensa maioria – preferem trabalhar nas usinas de álcool, na construção civil e em várias empresas das cidades vizinhas, pois, no final do mês, têm o seu dinheirinho garantido.

Os índios fazem parte da “aldeia global” em que se está transformando o mundo, como previu Marshall McLuhan, em 1962. Se, em todos os segmentos da sociedade, o mau uso dos meios de comunicação faz as suas vítimas, não são exceção os jovens indígenas. A corrupção, a violência, a droga, a bebida, a prostituição – e muitos outros males e doenças – deixaram de ser apanágio dos “brancos”. É a queixa que ouvi de um idoso, que falava com saudades do tempo em que «o povo vivia do que plantava. Havia milho, mandioca e batata. Hoje, índio novo não quer mais trabalhar a terra e, por isso, não tem o que colher». E concluía com tristeza: «O moço agora bebe e arruma briga. Naquela época só tinha chicha».

Há séculos, os Guarani/Kaiowá do Mato Grosso do Sul caminham em busca do “bem viver” numa “terra sem males”. Talvez seja por isso que se sentem mais nômades do que sedentários. Os “novos céus e a nova terra” não são privilégio da utopia cristã. São eles que sustentam a labuta do homem e o tornam solidário com os irmãos de caminhada. É nesta partilha de dons e de serviços, em que cada cidadão é respeitado e protagonista, que se constrói a sociedade que o Brasil precisa. Se os valores e os direitos são inquestionáveis, também o são os deveres... e as diferenças, como pediu uma liderança indígena: «A sociedade branca tem que entender e respeitar o nosso jeito de ser e de viver. Não estamos em luta contra ela. Nós também somos parte dela, só que com nossas diferenças».


Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Rádio Vaticano transmitirá cerimônia de posse de Francisco da Cátedra do Bispo de Roma



Domingo, 7 de abril, o Papa Francisco presidirá a celebração eucarística na Basílica de São João de Latrão para sua posse da Cátedra do Bispo de Roma.

A Rádio Vaticano transmitirá essa cerimônia ao vivo, com comentários em português, a partir das 17h20, hora local (12h20 – horário de Brasília).

Concelebrarão com o Santo Padre o Vigário de Roma, Card. Agostino Vallini, o Vigário emérito, Card. Camillo Ruini, o conselho episcopal da diocese e o conselho dos párocos prefeitos.

Estarão presentes os sacerdotes de Roma e os alunos dos Seminários romano maior e menor, do “Redemptoris Mater”, do Colégio Capranica e os oblatos de Nossa Senhora do Divino Amor. A comunhão será distribuída por 75 diáconos permanentes e os cantos ficarão a cargo do Coral da Diocese de Roma.

O Papa tomará posse da Cátedra antes do início da Missa. Depois, alguns representantes da diocese manifestarão, em nome da Igreja de Roma, a obediência e a filial devoção ao próprio bispo.


O Novo Testamento relata que São Pedro, vindo de Antioquia, a sua primeira sede, dirigiu-se para Roma, sua sede definitiva. Uma sede que se tornou definitiva através do martírio com o qual ligou para sempre a sua sucessão em Roma. 

Na carta de Santo Inácio de Antioquia aos Romanos, ele refere-se à Igreja de Roma como "Àquela que preside no amor". Na Igreja antiga, a palavra amor, agape, referia-se ao mistério da Eucaristia. A Cátedra é símbolo do poder de ensinamento, que é um poder de obediência e de serviço, para que a Palavra de Deus possa resplandecer entre os fiéis. O termo 'Catedral' deriva justamente da presença da Cátedra (cadeira).

A Basílica de S. João de Latrão é a Sé Catedral da cidade de Roma, que foi construída entre os anos de 314 e 335. 

(BF)
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Fonte: Rádio Vaticano.

Ave-Maria de um Protestante



Um garotinho protestante de apenas 6 anos sempre ouvia seus amiguinhos católicos rezando a Ave Maria, ele gostou tanto da oração que copiou-a num papel e recitava-a todos os dias. "Olha mamãe que oracao linda", disse o garotinho a sua mãe um dia. "Nunca a repita meu filho!", respondeu a mãe. Esta e' uma oração superticiosa dos católicos, que adoram ídolos e pensam que Maria é uma espécie de Deusa. Quando na verdade ela não passa de uma mulher como outra qualquer. Pegue esta Bíblia e leia, nela encontramos tudo o que devemos e não devemos fazer.

Daquele dia em diante o garoto cessou suas Ave Marias diárias, e se dedicou mais a leitura da Biblia. Um dia quando lia Evangelho, o garoto leu a passagem da Anunciacao do Anjo a Nossa Senhora. Cheio de alegria, o garoto correu até sua mãe e disse: Mamãe, eu achei a Ave Maria na Bíblia, aonde diz: 'Ave cheia de graça, o Senhor e' convosco, bendita sois vós entre as mulheres.' Por que a senhora chamou esta oração de superticiosa?

Numa outra ocasião ele encontrou a linda saudação de Santa Isabel á Virgem Maria, encontrou também o maravilhoso Cântico MAGNIFICAT, no qual Maria é profetizada: "as geracões a chamarão bem aventurada".


O garotinho não mais comentou tais passagens com sua mãe, mas voltou a recitar suas Ave Marias todos os dias, como fazia anteriormente. Ele sentia prazer em recitar aquelas facinantes palavras para a Mãe de Jesus, Nosso Salvador.

Aos 14 anos, ele escutou os membros de sua família discutindo entre eles sobre Nossa Senhora. Todos eles diziam que Maria era uma mulher comum como qualquer outra. O garoto, depois de ouvir estas absurdas afirmações, não aguentou mais ouvir tais insultos e com indignação interrompeu-os dizendo: "Maria não é como qualquer filha de Adão, manchada pelo pecado. Nao! O anjo chamou-a de Cheia de Graca e Bendita entre todas as mulheres. Maria é a mãe de Jesus Cristo, e consequentemente mãe de Deus. Não existe dignidade maior para com uma criatura. O Evangelho nos conta que as gerações chamarão-a de abençoada/bem aventurada, e vocês desmerecendo e menosprezando-a? Seus espíritos não são os mesmos do Evangélho ou da Bíblia, que proclamam ser a fundação da Religião Cristã".

A fala do garoto deixou uma impressão tão profunda que conseguiu, por várias vezes, fazer sua mãe chorar de dor. "Ah meu Deus! Tenho medo deste meu menino um dia se juntar a religião católica, a religião dos Papas!".

E realmente não demorou muito, depois de um sério estudo sobre o Protestantismo e o Catolicismo, o garoto descobriu mais tarde a ÚNICA e VERDADEIRA religião, e abraçou-a, se tornando um de seus mais ardentes apóstolos.

Algum tempo após sua conversáo, ele encontrou com sua irmã casada que censurou-o dizendo: Você sabe o quanto eu amo meus filhos. Se algum deles um dia desejar virar católico, eu preferirei perfurar o coração deles com um punhal do que permití-los abraçar a religião dos Papas.

A fúria dela era tão profunda quanto a de São Paulo antes de sua conversão. De qualquer forma, ela iria mudar esse seu jeito, igual a São Paulo no caminho a Damascus. Ocorreu então que um dos filhos dela ficou perigosamente doente, e os médicos já haviam perdido a esperança de recuperação.

Aí o irmão chegou até ela e conversou afetivamente dizendo: Minha querida irmã, naturalmente você deseja que sua criança seja curada. Muito bem então, o que eu lhe pedir, apenas faça! Siga-me, vamos rezar uma Ave Maria e prometer a Deus que, se sua criança recuperar a saúde, você irá estudar seriamente a Doutrina Católica, e você chegará a conclusão de que o catolicismo é a única e verdadeira religião, e não importa quão grande seja este sacrifício, mas você irá abraçar esta fé.

Sua irmã estava relutante no começo, mas como ela desejava a recuperação do seu filho, ela aceitou a proposta do irmão e rezou a Ave Maria com ele. No dia seguinte o filho dela estava completamente curado. A mãe cumpriu sua promessa e estudou a Doutrina Católica. E após uma longa preparação, ela recebeu o sacramento do Batismo juntamente com o restante de seus familiares, e agradeceu seu irmão por ter sido um apóstolo para ela.

Essa história foi relatada num sermão dado pelo Rev. Fr. Tuckwell (Padre Tuckwell), que continuou o sermão dizendo: "O garoto que virou católico e converteu sua irmã e familiares ao catolicismo, dedicou sua vida inteira ao serviço de Deus." 'Aquele garoto virou padre e está a falar com vocês neste exato momento!' O que sou, devo a Nossa Senhora.

Vocês também, meus caros fiéis, sejam totalmente dedicado à Nossa Senhora, e nunca esqueçam de passar ao menos um dia sem rezar esta linda oração, a Ave Maria e o Terço. Peçam a Ela para iluminar as mentes protestantes que estão separadas da Igreja de Cristo, fundada na rocha (Pedro), e da qual as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus XVI, 18.
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Fonte: Pensamentos de Deus!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Nem Marco Feliciano, nem Jean Wyllys.



“A boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12,34).

Tenho acompanhado as notícias e comentários da guerra surgida entre o deputado Jean Wyllys e o deputado Marcos Feliciano. Aparentemente tenta-se transmitir ao público brasileiro que se trava uma guerra dos homossexuais contra os religiosos e vice-versa mas como tenho o costume de pensar bem antes de agir, encaro a situação de forma bem diferente.

Vamos analisar primeiro o deputado Jean Wyllys que a meu ver, como muitos outros políticos brasileiros, adora um ibope. Foi eleito deputado não por vocação, mas aproveitando sua popularidade depois de participar de um dos programas mais vis e baixos da Tv brasileira que é o Big Brother Brasil resolveu manter seus cofres cheios candidatando-se deputado e recebendo mensalmente um salário de R$ 26.700, permitam-me abrir um parêntese (até hoje não entendo como alguém recebendo um salário desse tamanho pode representar o povo brasileiro. Um trabalhador que recebe o salário de R$ 678 tem que trabalhar cerca de três anos e meio para receber o salário de apenas um mês de um deputado, isso sem contar as várias regalias que eles possuem: passagens aéreas, planos de saúde nos melhores hospitais particulares – e não públicos – do país, 15º salário, etc...). 

Segundo a Wikipédia: O ex-BBB foi eleito deputado federal com a menor quantidade de votos pelo Rio de Janeiro, com 13.016 (0,2%) votos válidos, ele conseguiu a vaga graças ao desempenho do deputado federal Chico Alencar, do seu partido, que conquistou 240.671 (3%) dos votos”.

Um deputado que se diz “representante da classe GLS” (na verdade, eu pensava que quem fosse eleito político o seria para o povo e não para um grupo ou para um partido), tem espalhado o ódio e a confusão tendo a religião como seu principal alvo e inimigo instaurando uma síndrome chamada de homofobia que se trata da manifestação preconceituosa contra pessoas com tendências homossexuais. E, desde que assumiu a câmara dos deputados em Brasília, não faz outra coisa senão declarar guerra aos cristãos e a todos os valores religiosos, de forma particular, os valores familiares: casamento e adoção de crianças.

Infelizmente os movimentos GLS que têm apoiado este deputado exigem respeito às suas posições, mas ao mesmo tempo agem com desrespeito e intolerância religiosa. Não vamos longe e mostro a vocês apenas algumas mensagens que este deputado dirige-se ao Bispo emérito de Roma, Bento XVI, quando tão logo este criou uma conta no Twitter:


Diante de tal atitude, o que dizer de uma pessoa como Jean Wyllys? Além destes comentários infelizes que afrontam o representante de mais de 1 bilhão de católicos no mundo inteiro, Jean Wyllys é também acusado de dar outras infelizes declarações, tais como:



Como já ouvi dizer, “o desesperado odeia e destrói a imagem da beleza que ele não possui”. Passemos então ao outro deputado. 

O deputado e pastor Marco Feliciano que está no seu primeiro mandato. Não vou muito longe, para você saber de quem se trata este deputado, aqui estão as suas descrições conforme a página da Wikipédia:

Um vídeo que mostra o pastor pedindo a senha do cartão de crédito  de um fiel de sua igreja foi divulgado. Nas imagens, Feliciano diz: "É a última vez que eu falo. Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir o milagre pra Deus e Deus não vai dar e vai falar que Deus é ruim." O parlamentar afirmou que "estava brincando" na ocasião.

E para quem só acredita vendo, aqui vai o vídeo:



Atualmente ele responde a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por homofobia e estelionato, por ter sido acusado de receber 13 mil reais para realizar um culto no estado dório Grande do Sul sem ter comparecido ao evento.[5][6] Uma reportagem do jornal Correio Braziliense fez uma denúncia dizendo que Feliciano desvia dinheiro público, através de seu cargo como deputado federal, para beneficiar sua igreja e empresas de sua propriedade.[7]

Esta nota da Wikipédia que eu mesmo coloquei em itálico é apenas a ponta do iceberg de toda a confusão, pois o mais grave ele mesmo fez questão de postar em seu microblog, Twitter, as seguintes palavras:




Além do mais, é possível encontrarmos um vídeo no Youtube em que o pastor dirige severas críticas à Igreja Católica e aos cristãos com tendências homossexuais. Confira no link:


E onde está o problema nisso tudo?  O problema é que este mesmo pastor foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos. E além do deputado Jean Wyllys, vários brasileiros assinaram uma petição contra o deputado Marco Feliciano afim de que ele deixe a presidência da Comissão de Direitos Humanos.

Em meio a essa intriga está a população. De um lado, alguns católicos e evangélicos que dão força e apoio ao deputado Marco Feliciano, de outro, parte dos evangélicos rejeitam ser representados por ele e outros setores da sociedade que consideraram absurdas e racistas os comentários do pastor.

Há quem acredite que Deus está ao lado do pastor e que este está sofrendo perseguição por ser um legítimo representante divino, outros defendem o deputado Jean Wyllys pois os direitos de todos devem ser respeitados e o deputado Marco Feliciano de forma alguma pode defender o povo brasileiro assumindo a presidência da Comissão de Direitos Humanos.

E eu aqui, fico me perguntando onde estão os direitos humanos? O que a população recebeu com tudo isso? Nada! E sabe por quê? Por que além de serem deputados, Marco Feliciano e Jean Wyllys possuem algo em comum: nem um e nem outro fazem jus ao cargo que ocupam. Ambos são arrogantes, intolerantes, e anunciam uma tolerância que só favorece ao seu grupo e não à nação. Bem que disse Jesus Cristo: “A boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12,34). Com a popularidade em alta, ambos deputados podem ter garantida a sua reeleição.

Em minha opinião os católicos, evangélicos e todas as pessoas de boa vontade são obrigados a não declarar partido em favor de nenhum dos dois deputados, pois ambos possuem pensamentos e ações que agem em desacordo com os direitos humanos, ambos promovem ações que desrespeitam ao povo brasileiro e, portanto, embora exerçam suas funções pelo voto que lhes foram confiados, exercem de forma ilegítima, imoral e incoerente com aquilo que um dia prometeram cumprir.

Peçamos ao Justo Senhor e Juiz da História, Jesus Cristo, que conduza os políticos brasileiros à verdadeira prática da justiça e do amor, para que sejam tolerantes e saibam respeitar na verdade as posições contrárias mantendo a ética e o decoro, e que aprendam que poder é um serviço prestado ao povo e que aquele que não serve é por que não possui, na verdade, poder algum.


Gilberto Passos

Papa entristecido por vítimas das chuvas em seu país natal



Continua as chover na região de Buenos Aires. Até quarta-feira, 56 pessoas morreram em consequência das inundações. Em mensagem enviada ao arcebispo de Buenos Aires, Dom Mauro Poli, o Papa Francisco se disse “profundamente triste com a notícia dos graves danos pelas chuvas torrenciais dos últimos dias, e oferece votos ao Senhor pelo Eterno descanso dos falecidos”. A carta foi enviada pelo Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Pontífice.

O novo Papa pede às instituições civis e eclesiásticas da Argentina que “prestem com caridade e espírito de solidariedade cristã a ajuda necessária aos tantos que perderam seus lares e bens pessoais”. Ao mesmo tempo, se dirige às pessoas que estão ajudando no socorro às vítimas, concedendo-lhes a sua bênção.
 
Grande parte da cidade de La Plata ficou inundada e sem eletricidade, e mais de 2 mil pessoas tiveram de deixar as suas casas. As escolas e os serviços públicos estão fechados e muitos edifícios escolares foram transformados em centros de acolhimento.

“Não houve estrutura que aguentasse a força da tempestade. As pessoas tiveram de passar a noite nos telhados à chuva – famílias, crianças. Pessoas em cadeiras de rodas com água pelo peito. Um desastre”, disse um habitante à Euronews.

A Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, decretou três dias de luto oficial.
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Fonte: Rádio Vaticano.
Disponível em: Católica Net.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Catequese com o Papa Francisco


Catequese 
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 3 de abril de 2013

Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Hoje retomamos as Catequeses do Ano da Fé. No Credo repetimos esta expressão: “Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras”. É propriamente o evento que estamos celebrando: a Ressurreição de Jesus, centro da mensagem cristã, ecoando desde o início e transmitido porque se estende até nós. São Paulo escreve aos cristãos de Corinto: “A vós…transmiti, antes de tudo, aquilo que também eu recebi; isso é, que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e que ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras e que apareceu a Cefas e aos Doze” (1 Cor 15, 3-5). Esta breve confissão de fé anuncia propriamente o Mistério Pascal, com as primeiras aparições do Ressuscitado a Pedro e aos Doze: a Morte e a Ressurreição de Jesus são propriamente o coração da nossa esperança. Sem esta fé na morte e na ressurreição de Jesus a nossa esperança será frágil, mas não haverá esperança nenhuma, e propriamente a morte e a ressurreição de Jesus são o coração da nossa esperança. O Apóstolo afirma: “Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé e vós estais ainda em vossos pecados” (v. 17). Infelizmente, sempre se procurou obscurecer a fé na Ressurreição de Jesus, e também entre os próprios crentes se insinuaram dúvidas. Um pouco daquela fé “água de rosas”, como dizemos nós; não é a fé forte. E isto por superficialidade, às vezes por indiferença, ocupados por mil coisas que são consideradas mais importantes que a fé, ou por uma visão somente horizontal da vida. Mas é propriamente a Ressurreição que nos abre à esperança maior, porque abre a nossa vida e a vida do mundo ao futuro eterno de Deus, à felicidade plena, à certeza de que o mal, o pecado, a morte podem ser vencidos. E isto leva a viver com mais confiança as realidades cotidianas, enfrentá-las com coragem e com compromisso. A Ressurreição de Cristo ilumina com uma luz nova estas realidades cotidianas. A Ressurreição de Cristo é a nossa força!
 
Mas como nos foi transmitida a verdade de fé da Ressurreição de Cristo? Há dois tipos de testemunho no Novo Testamento: alguns são na forma de profissão de fé, isso é, de fórmulas sintéticas que indicam o centro da fé; outras, porém, são em forma de relatos do acontecimento da Ressurreição e de fatos ligados a ela. A primeira: a forma da profissão de fé, por exemplo, é aquela que escutamos há pouco, ou aquela da Carta aos Romanos na qual São Paulo escreve: “Se com a tua boca proclamarás: ‘Jesus é o Senhor!’, e com o teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (10, 9). Desde os primeiros passos da Igreja está bem clara e firme a fé no Mistério de Morte e Ressurreição de Jesus. Hoje, porém, gostaria de concentrar-me sobre a segunda, sobre o testemunho na forma de relatos, que encontramos nos Evangelhos. Antes de tudo, notamos que as primeiras testemunhas deste acontecimento foram as mulheres. Ao amanhecer, essas vão ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus, e encontram o primeiro sinal: o túmulo vazio (cfr Mc 16,1). Segue depois o encontro com um Mensageiro de Deus que anuncia: Jesus de Nazaré, o Crucificado, não está aqui, ressuscitou (cfr vv. 5-6). As mulheres são movidas por amor e estão prontas para aceitar este anúncio com fé: acreditam, e imediatamente o transmitem, não o guardam para si mesmas, transmitem-no. A alegria de saber que Jesus está vivo, a esperança que enche o coração, não se pode conter. Isto também deve ser feito na nossa vida. Sintamos a alegria de ser cristãos! Nós cremos em um Ressuscitado que venceu o mal e a morte! Tenhamos a coragem de “sair” para levar esta alegria e esta luz a todos os lugares da nossa vida! A Ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza; é o tesouro mais precioso! Como não compartilhar com os outros este tesouro, esta certeza? Não é somente para nós, é para transmiti-la, para doá-la aos outros, compartilhá-la com os outros. É propriamente o nosso testemunho.

Um outro elemento. Nas profissões de fé do Novo Testamento, como testemunhas da Ressurreição são recordados somente homens, os Apóstolos, mas não as mulheres. Isto porque, segundo a Lei judaica daquele tempo, as mulheres e as crianças não podiam dar testemunho confiável, credível. Nos Evangelhos, em vez disso, as mulheres têm um papel primário, fundamental. Aqui podemos colher um elemento a favor da historicidade da Ressurreição: se fosse um fato inventado, no contexto daquele tempo não estaria ligado ao testemunho das mulheres. Os evangelistas, em vez disso, narram simplesmente isso que aconteceu: são as mulheres as primeiras testemunhas. Isto mostra que Deus não escolhe segundo os critérios humanos: as primeiras testemunhas do nascimento de Jesus são os pastores, gente simples e humilde; as primeiras testemunhas da Ressurreição são as mulheres. E isto é belo. E isto é um pouco a missão das mulheres: das mamães, das mulheres! Dar testemunho aos filhos, aos sobrinhos, que Jesus está vivo, está vivo, ressuscitou. Mães e mulheres, sigam adiante com este testemunho! Para Deus conta o coração, o quanto estamos abertos a Ele, se somos como as crianças que confiam. Mas isto nos faz refletir também sobre como as mulheres, na Igreja e no caminho de fé, tiveram e têm também hoje um papel particular no abrir as portas ao Senhor, no segui-Lo e no comunicar a sua Face, porque o olhar de fé tem sempre necessidade do olhar simples e profundo do amor. Os apóstolos e os discípulos encontraram dificuldades para acreditar. As mulheres não. Pedro corre ao sepulcro, mas para diante do túmulo vazio; Tomé precisa tocar com as suas mãos as feridas do corpo de Jesus. Também no nosso caminho de fé é importante saber e sentir que Deus nos ama, não ter medo de amá-Lo: a fé se professa com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor.

Depois das aparições às mulheres, seguem outras: Jesus torna-se presente de modo novo: é o Crucificado, mas o seu corpo é glorioso; não tornou à vida terrena, mas sim em uma nova condição. No início não O reconhecem, e somente através de suas palavras e os seus gestos os olhos se abrem: o encontro com o Ressuscitado transforma, dá uma nova força à fé, um fundamento inabalável. Também para nós há tantos sinais no qual o Ressuscitado se faz reconhecer: a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os outros Sacramentos, a caridade, aqueles gestos de amor que trazem um raio do Ressuscitado. Deixemo-nos iluminar pela Ressurreição de Cristo, deixemo-nos transformar pela sua força, para que também através de nós no mundo os sinais de morte deixem o lugar aos sinais de vida. Vi que há tantos jovens na praça. Aqui estão eles! A vocês digo: levem adiante esta certeza: o Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida. Essa é a missão de vocês! Levem adiante esta esperança. Estejam ancorados nesta esperança: esta âncora que está no céu; segurem forte a corda, estejam ancorados e levem adiante a esperança.  Vocês, testemunhas de Jesus, levem adiante o testemunho de que Jesus está vivo e isto nos dará esperança, dará esperança a este mundo um pouco envelhecido pelas guerras, pelo mal, pelo pecado. Avante, jovens!

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Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Fonte: Canção Nova.