sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os crimes da Igreja Católica





“Para entender a Inquisição” é uma das obras de envergadura com que o professor Felipe Aquino nos presenteia sempre que lhe “sobra tempo” para colocar por escrito as aulas que transmite pela TV. Vale a pena conferir, inclusive porque – como afirmava o escritor e bispo norte-americano Fulton Sheen (1895/1979), por ele citado – «talvez não haja nos Estados Unidos uma centena de pessoas que odeiem a Igreja Católica, mas há milhões de pessoas que odeiam o que erroneamente supõem que seja a Igreja Católica».

Felipe Aquino não pretende esconder o sol com uma peneira. Pelo contrário, por mais vezes cita o pensamento e as atitudes do Papa João Paulo II que o levaram a pedir perdão pelos pecados cometidos pelos cristãos ao longo da história: «Como calar diante das muitas formas de violência perpetradas em nome da fé? Guerras de religião, tribunais da Inquisição e outras formas de violação dos direitos humanos? É preciso que a Igreja, à luz de quanto ensinou o Concílio Vaticano II, reveja, por sua própria iniciativa, os aspectos obscuros da história, avaliando-os à luz do Evangelho. É justo que ela assuma, com uma consciência mais viva, o pecado de seus filhos, recordando todas as circunstâncias em que eles, ao longo da história, se afastaram do espírito de Cristo e de seu Evangelho».


Contudo, não se pode avaliar o passado com a mentalidade atual. O mundo caminha e, com ele, também a cultura. É o que afirmam dois historiadores nada benévolos com a Igreja, Richard Leigh e Michael Baigent: «Não podemos ter a presunção de emitir julgamentos sobre o passado segundo critérios do que é politicamente correto em nosso tempo. Se tentarmos fazer isso, descobriremos que todo o passado é culpado. Então ficaremos apenas com o presente como base para nossas hierarquias de valor; e quaisquer que sejam os valores que abracemos, poucos de nós serão tolos o bastante para louvar o presente como algum tipo de ideal último. Muitos dos piores excessos do passado foram causados por indivíduos que agiam com o que, segundo a moral da época, julgavam as melhores e mais dignas das intenções».

Não se pode negar: a Inquisição, as Cruzadas, as fogueiras, as torturas, a caça às bruxas, etc., tudo isso manchou a história da Igreja Católica. Inúmeros foram os abusos cometidos. Em grande parte, eles se devem ao conluio existente, ao longo da Idade Média e Moderna, entre o poder político e eclesiástico. Exemplo é a própria Inquisição. Foi ela que condenou, em 1314, a Ordem dos Templários, por imposição do rei Filipe IV. Foi ainda ela que mandou queimar Joana d’Arc, em 1431, por determinação das autoridades inglesas. É nessa perspectiva que deve ser visto o fim do poder temporal da Igreja em 1870: o que, naquela época, parecia um cataclismo, se demonstrou, pelo contrário, como mais um ato de amor de Deus por sua Igreja.

Os historiadores são facilmente levados a usar dois pesos e duas medidas em seus juízos sobre a história. É o que verificou Felipe Aquino na avaliação de eventos que marcaram a sociedade: «Em um só ano, de meados de 1793 a meados de 1794, a Revolução Francesa executou mais gente do que a Inquisição da Idade Média havia feito em seis séculos. No entanto, ela é comemorada como um dos acontecimentos mais beneméritos da humanidade».

Ele confirma suas palavras com o testemunho de Michael Baigent e de Richard Leigh, que, como já dissemos, não deixam de criticar severamente a Igreja: «No fim do século XVIII, a Revolução Francesa exterminara cerca de 17.000 padres e duas vezes esse número de freiras, destruíra ou confiscara prédios e terras da Igreja». Outro historiador é Mons. Cauly, para quem «a Revolução Francesa, segundo estatísticas sérias, em Paris e nas grandes cidades, em seis anos, executou acima de 30.000 pessoas, muito mais do que fez a Inquisição na Espanha em seis séculos».

Por tudo isso, conclui o professor Aquino: «Os erros cometidos pelos filhos da Igreja não anulam a beleza da sua história, da qual todo católico deve se orgulhar. A Igreja é santa, embora formada de santos e pecadores, e sempre pura na sua doutrina e na sua moral. Sempre encaminhou os seus filhos para a prática das belas e heroicas virtudes, mesmo com a fraqueza humana deles. Cada ser humano é filho do seu tempo e marcado pela sua cultura e mentalidade».



Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados (MS)


Nota da Juventude Missionária do Brasil sobre as manifestações




Jovens Missionários, Sempre Solidários

No ano dedicado à juventude na Igreja, em que receberemos milhões de jovens estrangeiros na JMJ Rio 2013, vemos grandes manifestações, na sua maioria liderada por jovens, indignados com diversas questões que dizem respeito à política de nosso país.

Sobre a juventude é comum ouvirmos dizer: os jovens não querem nada, os jovens são desinteressados por política, os jovens não assumem a força que têm, etc. Eis que os jovens resolveram, mais uma vez, mostrar a força de mudança, eles querem assumir o seu protagonismo falado por muitos e vivido por poucos.


Nós, Juventude Missionária (JM) do Brasil, animada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) vemos com muita esperança as manifestações pacíficas e ordeiras que vem acontecendo, como um grande meio de atingir a consciência de nossos políticos e instituições de governo, bem como de tantos outros líderes inertes diante da realidade social que muitas vezes massacra os mais pobres e desvalidos, grande parcela constituído por jovens.

Sabemos que os reajustes das passagens são a ponta do iceberg, mas a população cansada de tantas realidades indignas e encontra agora uma oportunidade para se manifestar. Com certeza, vários são os motivos dessa insatisfação social diante das injustiças provocadas por aqueles que deveriam resguardar o bem comum de uma sociedade.

Unidos aos que buscam viver uma democracia, onde podemos sair às ruas e manifestar ordeiramente, nós repudiamos todos os atos de vandalismos e desordem sabendo que isso é provocado por uma minoria de oportunistas.

Reafirmamos ainda, como a grande maioria dos manifestantes, que não somos adeptos de nenhum partido político, mas apoiamos a luta cidadã de um povo que cansou da corrupção e de ser manipulado. Queremos mudanças radicais na forma de tratar o Brasil e os brasileiros.

Portanto, convidamos a Juventude Missionária em todo o Brasil a viver este momento de manifestações com entusiasmo e esperança política, como um meio sublime de caridade e que muitas vezes não é exercida como deveria, conforme nos diz o Papa Francisco em seu discurso de 07 de junho de 2013: “A política é forma mais elevada de caridade, pois ela procura o bem comum”.

Vamos adiante acreditando que de fato o jovem não é apenas o futuro, mas o agora da Igreja e da Sociedade. Jovens Missionários, Sempre Solidários.
Brasília, 19/06/2013

Pe. Marcelo Gualberto Monteiro, secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé e assessor da Juventude Missionária no Brasil.



Liebert Douglas
Obra da Propagação da Fé
Juventude Missionária
Fone: (98) 8747-6962 (Oi) (98) 8215-1177 (Tim)

REJU: Nota pela redução da tarifa no transporte coletivo


A Rede Ecumênica da Juventude (REJU) tem participado e acompanhado diretamente as mobilizações protagonizadas por jovens em distintos lugares do Brasil. Uma movimentação que eclodiu a partir dos aumentos de tarifas do transporte público em cidades como Porto Alegre, Goiânia, São Paulo e Rio de janeiro. As manifestações que vêm acontecendo parecem despertar certa parte da população para problemáticas cotidianas, que ganham agora uma repercussão ampliada.

No entanto, a participação social das juventudes e de outros movimentos não é algo exclusivo desse momento. Há diferentes articulações ao longo da história recente do Brasil que demonstram a inserção dos movimentos sociais em questões estruturais da sociedade. O que parece ser novo nesta atual intervenção é a ampliação de novos atores políticos nas manifestações; os meios de cobertura desses atos (para além de uma mídia oficial); a “virada” na análise e cobertura promovidas pela grande imprensa; as novas formas de organização juvenil para além de instituições e representações.


As manifestações estão em disputa política. Há campos que desejam a vinculação desses atos com uma programática construída por partidos de tradição conservadora, numa tentativa de antecipação do debate eleitoral do próximo ano e a criação de um caos generalizado. Neste embalo também se juntam vozes que reclamam a necessidade de ser apartidário ou sem movimento, misturando apartidarismo com posturas antipartidárias e, portanto, antidemocráticas. Pois, muito embora não se sintam representados por determinados partidos, não se pode excluir qualquer representação de um ambiente plural. Além disso, também existe uma falta de compreensão de alguns campos da esquerda em compreender as novas configurações dessas manifestações, algo que se mostra na dificuldade de aproximação e vinculação das pautas históricas de seus movimentos (como a democratização dos meios de comunicação, a reforma política e o próprio passe livre no transporte público) a outras formas de se organizar e protestar.

No mosaico de reivindicações que se tornaram os atos, é preciso costurar uma pauta que faça sentido e que possa dar uma direção aos protestos. Assim, a REJU coloca-se na rua para discutir o direito à mobilidade, o direito à cidade e o direito à participação. Desta forma, demarcamos como pauta prioritária a redução dos aumentos das tarifas de ônibus, metrô e trem. Isto se relaciona com o direito à organização da juventude (em movimentos, partidos, comunidades religiosas), repudiando toda forma de violência e criminalização cometida pela Polícia Militar (algo que acontece periodicamente nas periferias das cidades); a ampliação de diálogos entre o governo e os movimentos sociais, garantido uma maior inserção das juventudes neste processo; e a inserção efetiva de políticas governamentais para a juventude.

A busca pela redução da tarifa envolve a ampliação de direitos da população, envolve a ampliação do acesso à cidade: para o trabalho, para os estudos e para o lazer. Envolve, portanto, o direito a se viver de maneira digna. A luta pela vida plena, em todos os espaços e manifestações, é herança, para a nossa sociedade, de muitas vivências de fé. E a reafirmação do valor dessa luta também é um compromisso profundamente ecumênico. Assim, é de fundamental importância a queda do valor do transporte público, mas sem o prejuízo a outros direitos, com remanejamentos de recursos e subsídios dos governos. Enquanto o debate deixar intocados os contratos e a margem de lucro das empresas, a lógica não vai se alterar. É importante que essas manifestações ajudem a repensar o próprio modelo de concessões que é implantado no Brasil há anos. É preciso se ter transparência no cálculo da tarifa e um controle sobre os contratos.


Rede Ecumênica da Juventude (REJU)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"O povo brasileiro não merece passar por uma guerra civil"


Entrevista com especialista e filósofo, Ivanaldo Santos, professor do departamento de filosofia e da Pós-Graduação em Letras (PPGL) da UERN


Não estamos numa “revolução”, disse à ZENIT Ivanaldo Santos, casado, filósofo e professor do departamento de filosofia e da Pós-Graduação em Letras (PPGL) da UERN. “O termo que mais se aproxima dos últimos acontecimentos é ‘onda de protestos’”.

Caso os líderes dessas ondas de protestos se organizem, podem aproveitar o momento para exigir coisas concretas aos governantes “como, por exemplo, urgentes medidas de combate a inflação, maiores investimentos no sistema de transporte público e coisas semelhantes”, disse o filósofo. Até o momento o maior risco que se corre é que toda essa movimentação não se concretize e termine do jeito que começou.

Por outro lado, e não há de se descartar também, caso não se tome o devido cuidado, a conclusão poderia ser “pior do que a volta da inflação”; seria ver o “país cair no caos e na anarquia política” - disse Ivanaldo Santos enfatizando que dentro do direito legítimo e democrático de manifestar-se, “coibir a ação de grupos extremistas é um dever do Estado e uma necessidade da democracia”.

Acompanhe na íntegra a entrevista.


***
ZENIT: O que o senhor acha dessa revolução que percorre o Brasil?

Ivanaldo Santos: Ainda não podemos usar o termo “revolução”. Uma Revolução pressupõe uma ruptura com um modelo de civilização ou então com algum modelo político e administrativo. Até agora, nada disso está ocorrendo. Também ainda não podemos usar o termo “revolta”, até o presente momento não houve nenhuma vítima fatal, não há um conjunto de reivindicações coerente e coeso, o governo não tomou nenhuma grande medida para contar a população. Em síntese, estamos um pouco distante do caos social vivido, por exemplo, pela Turquia e pela Síria.

O termo que mais se aproxima dos últimos acontecimentos é “onda de protestos”. Uma onda que, num primeiro momento, surgiu na cidade de São Paulo, orientada por partidos políticos de extrema esquerda que, entre outras coisas, queriam a redução da tarifa de ônibus. Logo após, num segundo momento, essa onda de protestos perdeu o seu caráter partidário e ganhou o país. Nesse segundo momento quem participa dessa onda, em tese, não são os militantes profissionais dos partidos políticos, mas estudantes universitários, donas de casa, pessoas comuns. O que chama atenção dessa onda de protestos é o seucaráter apartidário e confuso. Não há uma agenda de reivindicações, as pessoas simplesmente vão às ruas pedirem melhorias na saúde, educação, segurança, criticam a corrupção, os gastos exorbitantes com a copa do mundo e coisas semelhantes. Grande parte desse sentimento de revolta é fruto de uma percepção, inconsciente e indireta, quealgo está errado com o Brasil.

Vejamos: no cenário nacional a inflação voltou, e mesmo que o governo negue esse fato, as pessoas nas ruas já perceberam que tudo está mais caro, o real está perdendo valor, a indústria cresce pouco, já se fala em aumento do desemprego, aumento nos preços das mercadorias e coisas parecidas. Um cenário nada animador. Já no cenário internacional temos a valorização do dólar, a crise da social democracia, marcada por países como Grécia, Espanha e Portugal; as incertezas da recuperação econômica internacional. Além disso, no Brasil vive-se quase que um monopartidarismo, onde o Partido dos Trabalhadores (PT) e seus aliados ocupam quase todos os espaços da política nacional.

Isso vai gerando uma espécie de asfixia política, ou seja, atualmente, no Brasil, falta novos horizontes e novas possibilidades políticas. A juventude, com seu espírito irrequieto, já percebeu esse fato e, por isso, quer algo novo, uma nova possibilidade de fazer política que não esteja dentro dos estreitos limites da estrutura partidária do PT e dos outros partidos tradicionais. O problema é que as multidões que estão indo as ruas não sabem expressar isso de forma coerente (não produzem um documento, não fazem um manifesto, etc). Isso torna os protestos bonitos, bons para saírem na grande mídia, mas de muito pouca utilidade prática. Esse é o tipo de protesto que os partidos políticos tradicionais gostam, pois, os manifestantes gritam muito, fazem barulhos, mas não apresentam uma pauta de reivindicações organizadas. Eles não sabem bem o que querem.

O perigo de tudo isso é essa onda de protestos terminar em nada, não haver nenhuma mudança no sistema política brasileiro. Seria bom se os líderes dessas manifestações começarem o cobrar algo de mais prático dos governantes, como, por exemplo, urgentes medidas de combate a inflação, maiores investimentos no sistema de transporte público e coisas semelhantes.

ZENIT: Será que, realmente, não há ninguém por trás de tudo isso?


Ivanaldo Santos: No início dos protestos havia a “mão invisível” dos partidos de extrema esquerda. Esses partidos vivem ainda no século XIX, nunca sequer chegaram ao século XX, muito menos no século XXI. São partidos que vivem sonhando com uma revolução socialista que criará uma ditadura no Brasil. Eles vivem planejando algum tipo de revolta popular. Aproveitaram a indignação da população da cidade de São Paulo, e de outras cidades no Brasil, com o aumento das passagens de ônibus para fomentarem protestos violentos nessas cidades. Eles queriam criar, no Brasil, uma versão das comunas de Paris no século XIX. O problema é que o povo brasileiro não tem qualquer interesse em revoluções socialistas e guerras urbanas violentas. O povo transformou os protestos violentos, com a ajuda do governo, em protestos festivos, onde as pessoas pintam o rosto para reivindicar algum tipo de melhoria no padrão de vida. Algo bem mais apropriado para a cultura brasileira.

ZENIT: Como entender que "o gigante acordou"? Acordou mesmo?

Ivanaldo Santos: Ainda é muito cedo para ficar dizendo que o “gigante acordou”. Vale lembrar que em tempos recentes tivemos ondas de protestos (Diretas Já, Fora Collor) e nem por isso o brasileiro se tornou um povo mais participativo, mais presente na vida política nacional. Em todo caso, é preciso ver com bons olhos essa nova onda de protestos. São protestos que, em tese, não tem origem nas estruturas tradicionais, arcaicas e corroídas da sociedade brasileira. Entre essas estruturas é possível citar, por exemplo, os sindicatos, os partidos de esquerda, os fóruns universitários e a UNE. O fato das pessoas estarem se organizando fora dessas estruturas demonstra certo grau de maturidade democrática. Sem contar que, de forma muito aberta, essas estruturas não representam mais os anseios da população. São estruturas envelhecidas que representam, em grande medida, seus próprios interesses burocráticos.

ZENIT: Não há um ar anárquico em tudo isso? Algo que queira desestabilizar a nação, os partidos políticos, a paz e a ordem?

Ivanaldo Santos: Até agora não podemos afirmar, de forma categórica, que existe uma anarquia nessa onda de protestos. São protestos festivos, com cara de carnaval, muita gente revoltada, sem, no entanto, saber explicar as causas de sua revolta.

Em todo caso, é preciso tomar cuidado, um protesto festivo pode terminar em grande violência. Sem contar que, pelas cenas amplamente divulgadas na grande mídia, tem muitos grupos e pessoas mal intencionadas infiltrados nesses protestos querendo usar o bom ânimo do povo brasileiro para destruir o patrimônio público, atacar policiais e fazer todo tipo de desordem nas cidades. É preciso que a política e os outros órgãos de segurança investiguem a atuação desses grupos mal intencionados. Não vivemos em uma anarquia, mas se esses grupos não forem parados poderemos viver algo bem parecido. É preciso deixar claro que pior do que a volta da inflação, será o país cair no caos e na anarquia política. Coibir a ação de grupos extremistas é um dever do Estado e uma necessidade da democracia.

ZENIT: É lícito exigir direitos e ao mesmo tempo tirar a liberdade de toda uma cidade, parando o trânsito, depredando, criando confrontos em praças públicas? Assim foi no mundo grego? Ou seja, essa é a proposta da Polis, da democracia?

Ivanaldo Santos: A proposta da Polis é que o cidadão tenha acesso ao universo público e, com isso, possa expressar livremente sua opinião. Pelo que temos visto no Brasil, isso tem acontecido. As pessoas têm saído de suas casas com seus cartazes, faixas, etc; e, com isso, tem exposto suas opiniões. Vale salientar que, no atual contexto, a grande mídia tem tido um papel importante, pois tem procurado apresentar à nação essas reivindicações.


No entanto, é bom chamar a atenção, tem uma série de grupos extremistas loucos para transformar protestos pacíficos, com cara de carnaval fora de época, em guerras campais, em atos de depredação do patrimônio público e em matança de policiais e outros agentes públicos. As pessoas tem o direito de protestar, a democracia, em grande medida, é feito de reivindicações. O que devemos ter todo cuidado, e para isso é preciso requisitar a presença do Estado e das forças policiais, é com grupos extremistas que desejam, a qualquer custo, implantar a desordem e o caos no país. São grupos que apostam que a desordem trará a tal sonhada ditadura socialista.

ZENIT: Ouvem-se analistas dizendo que é o momento de "destruir" o sistema. Como assim? O que colocar num novo sistema?

Ivanaldo Santos: Sempre quando aparecem momentos de protestos se ouvem vozes que falam no fim do sistema democrático, fim do capitalismo, etc. É uma espécie de discurso apocalíptico que fala do fim de um modelo social.

No entanto, é bom frisar que, no momento, têm-se duas importantes variantes. Primeira, não há uma ideologia ou teoria que possa substituir o sistema dominante, ou seja, a democracia liberal. O fato é que a democracia liberal tem seus problemas e erros, mas não há em vista um modelo político melhor. Talvez daqui a alguns anos os filósofos e teóricos da política possam estabelecer um sistema mais confiável que a democracia liberal, mas, até agora, ela é o modelo político mais confiável.

Segunda, as multidões que lotam as ruas das cidades brasileiras não apresentam nenhuma ideologia ou proposta de renovação política. Tudo que as multidões fazem é expressar, de forma confusa, suas frustrações econômicas e reivindicações de melhoria no padrão de vida.


Por essas duas variantes, afirmar que vivemos em algum momento de destruição do sistema da democracia liberal no Brasil é uma afirmação um pouco precipitada. Em todo caso, é sempre bom recordar que várias guerras civis começaram com protestos isolados e evoluíram para uma onda de violência e de destruição nacional. Espera-se que o Brasil não experimente esse tipo de revolta. Essa é a pior revolta que um povo pode experimentar e geralmente deixa sequelas por muitos séculos. O povo brasileiro não merece passar por uma guerra civil.
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Fonte: Zenit

Dom José Carlos Chacorowski é nomeado bispo da diocese de Caraguatatuba (SP).


Na manhã desta quarta-feira, 19 de junho, a Nunciatura Apostólica no Brasil comunicou que o Santo Padre, Papa Francisco, nomeou dom José Carlos Chacorowski como bispo da diocese de Caraguatatuba (SP), transferindo-o do ofício de auxiliar da Arquidiocese de São Luís do Maranhão (MA). Também foi nomeado o Monsenhor José Carlos Brandão Cabral como bispo da diocese de Almenara (MG).

Dom Chacorowski nasceu em Curitiba, em 1956. Recebeu a ordenação presbiteral em 1980. Atuou no campo da formação na Diocese de Palmas (PR), e em seguida trabalhou na missão Ad Gentes no Zaire, hoje República Democrática do Congo, entre 1982 e 1987. De volta ao Brasil, trabalhou na equipe da Pastoral Rodoviária por quase 10 anos. Foi também diretor provincial das Filhas da Caridade da Província de Curitiba (1996 - 2005). Foi pároco na diocese de Paranaguá (PR) entre 2005 e 2009, e diretor das Filhas da Caridade da Província da Amazônia, entre 2009 e 2010. Em dezembro de 2010, foi nomeado pelo papa Bento XVI bispo titular de “Case Nere” e auxiliar na Arquidiocese de São Luís do Maranhão.


O Monsenhor José Carlos Brandão Cabral é natural de Queiroz (SP), e está com 50 anos de idade. Iniciou sua formação religiosa em 1977, na fraternidade dos Frades Capuchinhos, mas em 1989 passou a fazer a caminhada dos estudos na diocese de Limeira (SP), onde recebeu a ordenação presbiteral em 1993. Trabalhou em diversas paróquias desta diocese, e colaborou com a cúria diocesana nas funções de vigário episcopal e juiz do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Campinas. Atualmente, era o pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Americana (SP) e chanceler da cúria. A nomeação para a diocese de Almenara foi realizada pelo Papa Francisco após o pedido de renúncia de dom Hugo Maria Van Steekelenburg, por motivo de idade.

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Fonte: Perfil da Tv Nazaré (São Luís) no Facebook

O nome de São José é incluído nas Orações Eucarísticas II, III e IV


CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO
E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS


DECRETO
com o qual se acrescenta o nome de São José
nas Orações Eucarísticas II, III e IV do Missal Romano


Pelo seu lugar singular na economia da salvação como pai de Jesus, São José de Nazaré, colocado à frente da Família do Senhor, contribuiu generosamente à missão recebida na graça e, aderindo plenamente ao início dos mistérios da salvação humana, tornou-se modelo exemplar de generosa humildade, que os cristãos têm em grande estima, testemunhando aquela virtude comum, humana e simples, sempre necessária para que os homens sejam bons e fiéis seguidores de Cristo. Deste modo, este Justo, que amorosamente cuidou da Mãe de Deus e se dedicou com alegre empenho na educação de Jesus Cristo, tornou-se guarda dos preciosos tesouros de Deus Pai e foi incansavelmente venerado através dos séculos pelo povo de Deus como protector do corpo místico que é a Igreja.


Na Igreja Católica os fiéis, de modo ininterrupto, manifestarem sempre uma especial devoção a São José honrando solenemente a memória do castíssimo Esposo da Mãe de Deus como Patrono celeste de toda a Igreja; de tal modo que o Beato João XXIII, durante o Concílio Ecumênico Vaticano II, decretou que no antiquíssimo Cânone Romano fosse acrescentado o seu nome. O Sumo Pontífice Bento XVI acolheu e quis aprovar tal iniciativa manifestando-o várias vezes, e que agora o Sumo Pontífice Francisco confirmou, considerando a plena comunhão dos Santos que, tendo sido peregrinos connosco neste mundo, nos conduzem a Cristo e nos unem a Ele.

Considerando o exposto, esta Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, em virtude das faculdades concedidas pelo Sumo Pontífice Francisco, de bom grado decreta que o nome de São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, seja, a partir de agora, acrescentado na Oração Eucarística II, III e IV da terceira edição típica do Missal Romano. O mesmo deve ser colocado depois do nome da Bem-aventurada Virgem Maria como se segue: na Oração Eucarística II: "ut cum beata Dei Genetrice Virgine Maria, beato Ioseph, eius Sponso, beatis Apostolis", na Oração Eucarística III: "cum beatissima Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum beatis Apostolis"; na Oração Eucarística IV: "cum beata Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum Apostolis".

Para os textos redigidos em língua latina utilizam-se as fórmulas agora apresentadas como típicas. Esta Congregação ocupar-se-á em prover à tradução nas línguas ocidentais mais difundidas; para as outras línguas a tradução deverá ser preparada, segundo as normas do Direito, pelas respectivas Conferências Episcopais e confirmadas pela Sé Apostólica através deste Dicastério.

Nada obste em contrário.

Sede da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, 1 de Maio de 2013, São José Operário.

Antonio Card. Cañizares Llovera
Prefeito

+ Arthur Roche
Arcebispo Secretário



FÓRMULAS QUE CORRESPONDEM AO NOME DE SÃO JOSÉ

Formulae quae ad nomen Sancti Joseph spectant
in Preces eucharisticas II, III et IV Missalis Romani inserendae,
linguis anglica, hispanica, italica, lusitana, gallica, germanica et polonica exaratae

Probatum
Ex aedibus Congregationis de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum, die 1 mensis Maii 2013.

+ Arturus Roche
Archiepiscopus a Secretis


Anglice

In Eucharistic Prayer II:
"that with the Blessed Virgin Mary, Mother of God, with blessed Joseph, her Spouse,
 with the blessed Apostles...";

In Eucharistic Prayer III:
"with the most Blessed Virgin Mary, Mother of God, with blessed Joseph, her Spouse,
with your blessed Apostles and glorious Martyrs...";

In Eucharistic Prayer IV:
"with the Blessed Virgin Mary, Mother of God, with blessed Joseph, her Spouse, and
with your Apostles...".

Hispanice

En la Plegaria eucarística II:
«con María, la Virgen Madre de Dios, su esposo san Josélos apóstoles y...»;

En la Plegaria eucarística III:
«con María, la Virgen Madre de Dios, su esposo san Josélos apóstoles y los
mártires...»;

En la Plegaria eucarística IV:
«con María, la Virgen Madre de Dios, con su esposo san Josécon los apóstoles y los
santos...».

Italice

Nella Preghiera eucaristica II:
«insieme con la beata Maria, Vergine e Madre di Dio, con san Giuseppe, suo sposocon
gli apostoli...»;

Nella Preghiera eucaristica III:
«con la beata Maria, Vergine e Madre di Dio, con san Giuseppe, suo sposocon i tuoi
santi apostoli....»;

Nella Preghiera eucaristica IV:
«con la beata Maria, Vergine e Madre di Dio, con san Giuseppe, suo sposocon gli
apostoli...».

Lusitane

Na Oração Eucarística II:
"com a Virgem Maria, Mãe de Deuscom São José, seu esposoos bem-aventurados Apóstolos...";

Na Oração Eucarística III:
"com a Virgem Santa Maria, Mãe de Deuscom São José, seu esposoos bem-aventurados Apóstolos...";

Na Oração Eucarística IV:
"com a bem-aventurada, Virgem Maria, Mãe de Deuscom São José, seu esposoos
Apóstolos...".

Gallice

Dans la Prière eucharistique II:
« avec la Vierge Marie, la bienheureuse Mère de Dieu, avec saint Joseph, son épouxles
Apôtres ... »;

Dans la Prière eucharistique III:« auprès de la Verge Marie, la bienheureuse Mère de Dieu, avec saint Joseph, son épouxles Apôtres ... »;

Dans la Prière eucharistique IV:
« auprès de la Vierge Marie, la bienheureuse Mère de Dieu, auprès de saint Joseph, son épouxdes Apôtres ... ».


Germanice

Eucharistisches Hochgebet II:
"mit der seligen Jungfrau und Gottesmutter Mariadem seligen Joseph, ihrem Bräutigam,mit deinen Aposteln...";

Eucharistisches Hochgebet III:
"mit der allerseligsten Jungfrau und Gottesmutter Mariamit dem seligen Joseph,
ihrem Bräutigammit deinen heiligen Aposteln...";

Eucharistisches Hochgebet IV:
"mit der seligen Jungfrau und Gottesmutter Mariamit dem seligen Joseph, ihrem Bräutigammit deinen Aposteln...".

Polonice

II Modlitwa eucharystyczna:
«z Najświętszą Bogurodzicą Dziewicą Maryjąze świętym Józefem, Jej
Oblubieńcemze świętymi Apostołami...»;

III Modlitwa eucharystyczna:
«z Najświętszą Dziewicą, Bogurodzicą Maryjąze świętym Józefem, Jej
Oblubieńcemze świętymi Apostołami...»;

IV Modlitwa eucharystyczna:
«z Najświętszą Dziewicą, Bogurodzicą Maryjąze świętym Józefem, Jej Oblubieńcemz

Apostołami...».

São Tomás More e as manifestações do Passe Livre


Em junho, mais especialmente no dia 22 celebramos a memória daquele santo que foi constituído no ano de 2000 em padroeiro dos políticos cristãos, pelo Bem Aventurado João Paulo II. São Tomás More marcou sua existência pela lealdade, integridade e fidelidade a sua consciência como ministro e conselheiro do Rei Henrique VIII da Inglaterra.

Preferiu a morte por decapitação a trair seus princípios, recordando a todos os que se dedicam a política que há uma hierarquia nos valores e na fidelidade : Deus, a consciência, a justiça, o bem comum e a lealdade a um partido ou programa de governo. Não somente se opôs com seu exemplo e vida ao maquiavelismo renascentista campeante , hoje, na arena dos nossos dirigentes : a busca do poder pelo poder, a todo custo e a todo preço; mas soube no seu romance a "Utopia",  mostrar que o sonho e a esperança de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária devem fazer parte da mística de quem quer servir a seus irmãos através de um cargo público.


As manifestações do passe livre, aqui conhecidas como cabruncos livres, expressam um descontentamento e um descrédito do sistema político dominante e na sua capacidade de atender as demandas e as dividas sociais.

São ainda muito diversas e espontâneas, não apresentando uma plataforma clara do que se reivindica, mas contem um sadio espírito participativo, uma articulação e uma convocação aberta e democrática, e o que parece mais importante desejam mudanças de fundo, não apenas de fachada ou de troca de pessoas no governo.

Tornam-se necessárias novas praticas políticas, que aprofundem a democracia, que gerem o poder-serviço, e uma cidadania mais consciente e protagonista da sua história.    Está na hora de retomarmos a caminhada de São Tomás More, porque o sonho do povo vira realidade quando mobilizado, só com um amor e uma paixão profunda pelo ser humano e pela sua dignidade, conseguiremos transformar a vida política e as instituições da nossa querida Pátria.


Deus seja louvado !


Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)