sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A mediação de Maria contra o escândalo do mal


A recente decisão do Papa Francisco de repetir o gesto de seus predecessores, consagrando novamente o mundo ao Imaculado Coração de Maria, reacende no coração dos católicos a necessária devoção mariana, já que "não há fruto da graça na história da salvação que não tenha como instrumento necessário a mediação de Nossa Senhora"01. Ela, a Tota Pulchra, a Virgem Puríssima cuja maternidade divina se estende desde o céu a toda a humanidade, é quem prodigaliza as bênçãos da paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, repartindo-as de bom grado entre cada um de seus filhos, sobretudo entre aqueles que souberem optar pelo sim total ao seu dulcíssimo coração.

O vale de lágrimas no qual se transformou os países do Oriente Médio, em especial, o Egito, onde centenas de milhares de cristãos estão sofrendo, vítimas da perseguição de extremistas islâmicos, provoca, obviamente, dor, desespero e indignação. A experiência daqueles que, de sobressalto, veem-se mergulhados numa esfera de terror e medo, como é a dessas nações neste momento, suscita as palavras de Cristo na cruz: "Eli, Eli, lammá sabactáni? - o que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Cf. Mt 27, 46). Por outro lado, ao longo desses dois milênios de Cristandade, a intercessão da Virgem Maria pelos filhos da Igreja sempre foi um refúgio seguro para defesa da fé. Com efeito, cada fiel é novamente convidado a recorrer à proteção da Mãe de Deus, tida pela Tradição como a Auxilium Christianorum, sempre que o bem da causa de Cristo estiver em jogo, como o está agora.


Recorda o Papa Leão XIII, na sua Encíclica Augustissimae Virginis Mariae acerca da récita do rosário, que "a história da Igreja atesta a força e a eficácia destas orações, recordando-nos a derrota das forças turcas na batalha naval de Lepanto, e as esplêndidas vitórias alcançadas no século passado sobre os mesmos Turcos em Temesvar, na Hungria, e perto da ilha de Corfu"(Cf. 09). Alçada pela vontade de Deus à graça de cooperar na obra da salvação, Maria, sempre que invocada por seus filhos, não os abandonou à própria sorte, antes, agiu de forma decisiva para o êxito da Igreja e para glória do nome de seu filho, Nosso Senhor e Salvador.

Inúmeros são os testemunhos dos santos que, abandonando-se à proteção maternal de Maria, puderam antegozar na terra o paraíso que os aguardava no céu. Ora, e não há um sequer que tenha chegado à glória dos altares sem antes ter-se formado no cenáculo da Beatíssima Virgem, o qual também formou Jesus durante 30 anos, período em que viveu servindo-a em silêncio e recolhimento antes da sua revelação pública. Tamanha é a pureza de Maria, diz São Luís Maria Grignon de Montfort, "que Ela glorificou mais Deus pela mínima das suas obras (por exemplo: fiar na sua roca ou dar alguns pontos de costura com agulha), do que São Lourenço pelo cruel martírio que sofreu na grelha, e mesmo do que todos os santos pelas suas mais heróicas ações".

Na condição de criatura escolhida por Deus para dar à luz o seu próprio filho, Maria teve a nobre missão de ensinar a Palavra de Deus a falar, uma vez que era Ele "semelhante a nós em tudo, exceto no pecado" (Cf. CIC, n.470). Se, portanto, Deus, para redimir o gênero humano, se submeteu aos cuidados de uma mulher, acolhendo-a por mãe, que resta à humanidade senão ir ao encontro dessa mesma mulher em caráter verdadeiramente filial? Ora, se Deus a amou como Filho, como não amá-la e servi-la também?

Ocorre que, perante o flagelo da humanidade pelo pecado e pela ação destruidora do mal, é exatamente neste momento - lembra Bento XVI - "que teremos em Nossa Senhora a melhor defesa contra os males que afligem a vida moderna". Com efeito, faz-se mais do que urgente a consagração total ao Imaculado Coração de Maria, porquanto "foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo".02

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Que aprender com a guerra do Egito?


Agradeço a Deus porque neste momento histórico do povo do Egito, da Igreja no Egito, ele me deu a possibilidade de viver aqui como Carmelita na igreja de Santa Teresinha de Shubra, Cairo. A presença carmelitano-teresiana iniciou-se em 1926. Os carmelitas construíram a belíssima Basílica de Santa Teresa de Shubra, uma Basílica estilo bizantino. O povo seja cristão como muçulmano tem uma grande devoção a Santa Teresa do Menino Jesus. Não há dia que não venham visitar a nossa Basílica várias pessoas. E até tem um metrô que tem o nome de Santa Teresa.

A presença do Carmelo através das obras é muito importante. As obras são a maneira com que nós, cristãos, podemos atuar na educação e na saúde e através de um bom tratamento delicado e no estilo do evangelho, podemos sem dúvida anunciar o reino do amor que Jesus nos tem ensinado. E o testemunho é o anúncio mais belo de Cristo que todos podem ler. O livro do evangelho nem sempre todos podem ler, mas todos podem ler o livro que é a vida do cristão.


Nestes dias estamos expectadores de uma situação muito dura e difícil no Egito. Uma situação que os pessimistas veem como difícil de ter solução e que os otimistas veem com fáceis soluções. Nem 8 e nem 80. Sem dúvida vai precisar tempo. As palavras do Papa Francisco que nestes últimos dias tem feito referência ao Egito são para nós motivo de estímulo e de coragem. A fé e a violência são inconciliáveis. A fé é sempre portadora da paz e o anúncio de Deus não pode ser unido à violência. A violência é sempre uma força destruidora. Todas as grandes guerras iniciaram num lugar muito pequenino, que é o coração humano. Jesus nos tem avisado com uma extrema clareza: “é do coração que saem divisões, homicídios, roubos, adultérios e toda forma de mal”. É o caminho da conversão que deve nos levar a olhar o outro com olhos de amor e de misericórdia. O mundo não se faz através de tratados, de firmas, de leis, o mundo novo se faz através de relacionamentos, de diálogo, de busca sincera e especialmente compreendendo que nossa vida é serviço e não sermos servidos. E seremos capazes de amar a todos com um amor que não conhece limites.

Muitas são as lições que podemos aprender desta situação do Egito. A primeira é sem dúvida a lição sublime do DIÁLOGO. É preciso criar espaço para o diálogo e jamais o diálogo se faz com as armas nas mãos, prontos e atirar o gatilho. O diálogo exige sermos desarmados no coração, nas palavras, nos gestos. O diálogo é capacidade de ver com os olhos nossos irmãos que vivem ao nosso redor. A porta do diálogo jamais poderá ser fechada. Quando se fecha a porta do diálogo não há como encontrar saída de bem e de paz duradoura. O diálogo não se aprende nos livros, mas sim na vida, desde o anúncio do nosso caminho humano.

Aprendemos quando o medo entra nos corações a lição da ESCUTA do outro. Saber escutar sem preconceitos, sem prevenções e sem a manipulação do pensamento do outro. A escuta é fundamental, é a pedra fundamental para a construção de todo o futuro. Escutar não o triunfo dos tanques de guerra, nem da metralhadora, mas escutar o choro das crianças que pedem o fim da guerra e das mortes, o choro dos pais e das mães que pedem que a morte seja sempre vencida pela vida. O desespero da multidão anônima que com seu trabalho silencioso constrói o futuro do país.

Aprendemos a compreender o mistério da CONVIVÊNCIA RELIGIOSA. A religião é sempre e deve ser sempre ponto de encontro para todos, homens e mulheres de boa vontade. A fé não é uma camisa que se coloca e se tira todos os dias, faz parte da nossa maneira de pensar e de agir, de ser. A fé em Deus exige de cada um de nós o respeito, o amor pela fé do outro, e o respeito e o amor pelos lugares de culto do outro. Todo lugar do culto é lugar da presença pacífica e amorosa de Deus. Sim, vimos igrejas cristãs sendo atacadas, mas o cristão neste momentos deve se lembrar das palavras de Jesus e não pode revidar com a mesma solução de destruição. É necessário sermos fermento de paz e de esperança.


Aprendemos a ESPERANÇA. A esperança é uma semente que jamais morre, ela onde cai encontra um pouquinho de terra e vai germinar. Ela brota, ela cresce e nos mantém firme com o olhar cheio de esperança para o amanhã. Não há coração porquanto fechado e duro que seja, onde não haja um “espaçozinho” de terra boa da esperança. Vejamos tudo isto com olhos novos e fortalecidos pela oração. Na escola da guerra se aprende o amor à vida.


Frei Patrício Sciadini, ocd, 
superior do Convento Carmelita no Cairo

O demônio não é uma superstição

O demônio está bastante presente na pregação do Papa Francisco.
Mas, afinal, qual a importância de se falar sobre o diabo e o inferno hoje?

Referência constante em seus discursos, o diabo é um inimigo contra o qual o Papa Francisco insiste em convocar os cristãos a lutar. Na homilia de sua primeira Missa como Pontífice, ele disse que, "quando não se confessa Jesus Cristo, confessa-se o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio".Em uma de suas reflexões matutinas, no mês de maio, Francisco falou do "ódio do príncipe deste mundo àqueles que foram salvos e redimidos por Jesus".

A espontaneidade com que o Pontífice fala de Satanás lembra Jesus Cristo. Desagradando aos "politicamente corretos" e adeptos de uma teologia pouco preocupada com a transcendência, o Santo Padre imita ninguém menos que nosso Senhor: de fato, só nos Evangelhos sinóticos, são mais de 40 referências ao anjo caído; inúmeras delas, relatos de autênticos exorcismos, comprovando que o demônio, longe de ser uma mera produção fantasiosa, é uma realidade viva e atuante no mundo.


Hoje, no entanto, pregadores que falem com veemência do diabo e do inferno são acusados de instalarem o medo e angústia entre os fiéis, como se a prédica da Igreja devesse refletir a preocupação apenas com as coisas deste mundo, e não com as realidades eternas.

Mais do que isso: várias destas realidades eternas chegam mesmo a ser negadas, inclusive por aqueles que nelas e por elas deveriam crer e guiar suas vidas. O demônio, por exemplo, é tratado por muitos como uma mera "força negativa" ou simplesmente como uma metáfora para designar o mal físico. O inferno não passaria de um recurso retórico para ajudar as pessoas na luta contra as mazelas deste mundo. Reduz-se, assim, a categorias materiais aquilo que, de acordo com a doutrina perene e constante da Igreja, é uma autêntica realidade espiritual.

Com efeito, o Catecismo, recordando que "a existência dos (...) anjos, é uma verdade de fé", ensina que alguns destes anjos caíram. São os que comumente chamamos de demônios. Eles "foram por Deus criados bons em natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa", segundo uma lição do IV Concílio de Latrão. O Catecismo também destaca que a Escritura por diversas vezes "atesta a influência nefasta" do diabo, que tentou o próprio Senhor quando ele jejuava no deserto (cf. Mt 4, 1-11).

Ao se falar sobre estas coisas, não se pretende fazer do diabo o centro da pregação cristã. Deseja-se, outrossim, instruir os fiéis sobre o perigo de se manter indefeso ou indiferente aos assaltos do maligno. São João Crisóstomo declarava, aos fiéis de Antioquia: "Não é para mim nenhum prazer falar-vos do diabo, mas a doutrina que este tema me sugere será muito útil para vós". A importância deste tema está relacionada ao próprio fundamento espiritual de nossa fé, posto que, como já dizia o Papa Francisco, antes de ser eleito Pontífice, talvez o maior sucesso do demônio "tenha sido nos fazer acreditar que ele não existe, que tudo se arranja em um plano puramente humano" 01.


A Igreja não pode, em nome do bom-mocismo, calar estas verdades de fé, tão importantes para os nossos tempos, sob a alegação de que causariam medo entre as pessoas. De fato, nem todo temor é mau. O medo de perder a Deus e, consequentemente, a nossa alma é, por assim dizer, um "temor sadio", que deve não só ser pregado pelos sacerdotes, mas cultivado por todos os fiéis. Uma sentença atribuída a São João Crisóstomo diz que "devemos nos afligir durante toda a nossa vida por causa do pecado". O cristão deve criar em seu coração um verdadeiro medo de ofender a Deus, fazendo seu o lema do jovem São Domingos Sávio: "Antes morrer do que pecar".
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Os cristãos, o governo Dilma e o aborto

Esse governo tornou-se um especialista em ações invisíveis

e subterrâneas na tentativa de legalizar o aborto no Brasil


No mês de outubro de 2010, na reta final da campanha eleitoral, a então candidata Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), que naquele momento corria o sério risco de perder a eleição presidencial, enviou uma Carta Aberta às igrejas. Nesse documento Dilma se apresenta como cristã e faz duas declarações sobre o aborto. Vejamos:

N. 2. Sou [Dilma Rousseff] pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto”.

N. 3. Eleita [Dilma Rousseff] presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País”.

Em 2010, para se eleger presidente da república, Dilma Rousseff teve que dizer que é contrária ao aborto, negando declarações públicas nas quais defendia essa prática, e prometendo que não mudaria a legislação em vigor.

Vale salientar que, em 2010, durante a campanha è presidência da república, grupos feministas, pró-aborto e ligados a cultura da morte afirmavam que, no governo Dilma, o aborto seria totalmente legalizado. Realmente Dilma Rousseff, ao tomar posse na presidência da república, não enviou ao Congresso nacional nenhum projeto para legalizar totalmente o aborto. Com isso cumpriu, em parte, a promessa feita durante a campanha eleitoral.


No entanto, o governo da presidente Dilma Rousseff mostrou-se, na prática, ser um grande incentivador do aborto e de outras manifestações da cultura da morte. Esse governo tornou-se um especialista em “ações invisíveis e subterrâneas” na tentativa de legalizar o aborto no Brasil. Em grande medida, são ações indiretas, realizadas distantes dos olhos da maioria da população, da grande impressa e do Congresso nacional. Na prática, de forma antidemocrática e antiética, o governo Dilma Rousseff está tentando legalizar o aborto no Brasil de forma indireta e invisível, sem, para isso, passar pelo Congresso nacional.  

Um bom exemplo dessa postura foi um dos primeiros atos do governo Dilma Rousseff, o qual prorrogou um convênio, com organizações públicas e privadas, que tem por objetivo investigar e incentivar a legalização do aborto. Sem contar que no ministério do governo Dilma, considerado um ministério de mulheres, existe um grande número de militantes da causa pró-aborto. Uma prova disso foi à escolha de Eleonora Menicuccil para dirigir a Secretaria Especial de Política para as Mulheres. Eleonora Menicuccil é uma militante radical pró-aborto, que se alto proclamou de “avô do aborto”. Logo após tomar posse na Secretaria Especial de Política para as Mulheres, em entrevista concedida a veículos da grande mídia nacional, ela chegou a comparar a gravidez a uma doença e o feto a um mosquito. Essas declarações deixaram a população brasileira horrorizada, mas, ao contrário do que se esperava, a presidente Dilma Rousseff não demitiu a militante radical pró-aborto Eleonora Menicuccil.

A questão mais radical da tentativa do governo Dilma Rousseff (PT) de legalizar o aborto de forma indireta e invisível aos olhos da maioria da população e do Congresso veio recentemente com a aprovação e sanção presidencial do Projeto de Lei 03/2013 (PL 03/2013), de autoria da deputada federal Iara Bernardi do PT de São Paulo. Vale recordar o que afirma o padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, quando diz que, por uma estranha coincidência, a maioria das propostas de legalização do aborto no Brasil são de autoria de membros do Partido dos Trabalhadores (PT).

O PL 03/2013 garante atendimento imediato às mulheres vítimas de violência sexual, em toda rede pública de saúde. O projeto que deu origem à lei foi aprovado pelo Senado no começo de julho. O atendimento as vítimas de violência deve incluir, dentre outras coisas, o diagnóstico e tratamento de lesões, a realização de exames para detectar doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez. Esse projeto ao ser sancionado pela presidente Dilma se transformou na Lei 012845 de 2013.

Oficialmente trata-se de um projeto digno de elogio, pois regulamenta e garante atendimento as mulheres vítimas de um dos maiores crimes que um ser humano pode ser vítima, ou seja, o estupro. No entanto, esse projeto esconde uma “ação invisível e subterrânea” para a livre prática do aborto. No item 3º, IV afirma-se que o médico, ao constatar que uma mulher foi vítima de estupro, poderá fazer uso da “profilaxia da gravidez". Essa expressão, dentro do contexto da Lei que foi aprovada, sem entrar na discussão do conteúdo semântico da palavra “profilaxia”, autoriza o médico a realizar um aborto, sem, no entanto, ter autorização da justiça, do conselho de medicina, do conselho de ética, do Congresso nacional, da mãe da criança e de qualquer outro responsável pela criança. Essa lei transforma o médico numa espécie de super-profissional, pois é ele, e somente ele, que decide quem vive e quem morre. Neste caso, ele sozinho vai decidir se um feto deverá viver ou morrer.

É preciso explicar que, de acordo com a Lei 012845 de 2013, sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT), a mulher ao chegar a um hospital e dizer que foi estuprada, não necessita apresentar qualquer documentação, encaminhamento da justiça ou da autoridade policial. Com isso, a porta está aberta para qualquer mulher que esteja grávida ir a um hospital, dizer que foi estuprada e, com isso, o médico realizar um aborto. Na prática, o que temos no Brasil, é a legalização do aborto de forma indireta e invisível, sem o consentimento da população e do Congresso nacional.

Diante de uma situação tão grave, que coloca em risco a vida e a dignidade da pessoa humana, especialmente do nível mais frágil da vida, ou seja, do feto, o bebê ainda no ventre da mãe, os cristãos não podem ficar em silencio. É preciso anunciar, para toda a sociedade, que todos tem direito a vida, incluindo o feto, e “vida em abundância” (João 10, 10). Para isso, os cristãos têm que denunciar as estruturas da cultura da morte que estão presentes no Brasil. Estruturas que infelizmente se materializam no governo Dilma Rousseff para, de forma indireta, silenciosa, antiética e antidemocrática, legalizarem o aborto. Todos os cristãos, leigos e consagrados, devem denunciar e lutar contra o “engano da injustiça” (II Tessalonicenses 2, 10) que atualmente está sendo propagado, um engano que deseja transformar o assassinato do feto em uma virtude. E lamentavelmente o governo Dilma Rousseff está sendo um grande eixo de transmissão, propagação e legalização do engano chamado aborto.

Por fim, diante da ameaça, imposta pelo atual governo, de legalizar o aborto e outros temas ligados a cultura da morte, é preciso recordar as palavras do Papa Francisco, por ocasião da mensagem que enviou aos fiéis, comunidades e paróquias que participaram, no Brasil, no ano de 2013, da Semana Nacional da Família, quando afirma que os cristãos são “chamados a transmitir, tanto por palavras como, sobretudo pelas obras, as verdades fundamentais sobre a vida e o amor humano, que recebem uma nova luz da Revelação de Deus. De modo particular, diante da cultura do descartável, que relativiza o valor da vida humana”, e também são chamados a transmitir a“consciência de que a vida deva sempre ser defendida, já desde o ventre materno, reconhecendo ali um dom de Deus e garantia do futuro da humanidade”.

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Para dúvidas e informações sobre o tema: ivanaldosantos@yahoo.com.br

Bibliografia Consultada:

BRASIL. Lei 012845 de 2013. Dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. Brasília: Presidência da República, 2013.
COHN, Leandro. Dilma prorroga convenio para legalizar o aborto: Ministério prorroga contrato de estudo para ''despenalizar'' prática. In: O Estado de São Paulo, 16/10/2010. Disponível emhttp://www.estadao.com.br/noticias/impresso,ministerio-prorroga-contrato-de-estudo-para-despenalizar-pratica,625642,0.htm. Acessado em 15/08/2013.
DILMA QUEBRA ACORDO COM RELIGIOSOS AO NOMEAR MINISTRA PRÓ-ABORTO, 07/02/2012. Disponível em http://www.paulopes.com.br/2012/02/dilma-quebra-acordo-com-religiosos-ao.html. Acessado em 15/08/2013.
ELEONORA MENICUCCI: ABORTO É QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA. In: Diário Democrático On-Line, 07/02/2012. Disponível em http://www.diariodemocratico.com.br/saude-e-ciencia/4/5260. Acessado em 15/08/2013.
FORMENTI, Lígia. Ministra Eleonora Menicucci critica médico que não faz aborto legal. In: O Estado de São Paulo, 15/03/2012. Disponível emhttp://www.estadao.com.br/noticias/vidae,ministra-eleonora-menicucci-critica-medico-que-nao-faz-aborto-legal,849014,0.htm. Acessado em 15/08/2013.
PAPA FRANCISCO. Mensagem para os fiéis, comunidades e paróquias que participam, no Brasil, da Semana Nacional da Família. In: Boletim CNBB, Disponível emhttp://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/vida-e-familia/12594-papa-francisco-envia-mensagem-e-bencao-aos-participantes-da-semana-nacional-da-familia-2013. Acessado em 13/08/2013.
PRESIDENTA DILMA SANCIONA LEI QUE OBRIGA ATENDIMENTO INTEGRAL NO SUS A VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL. In: Planalto.Gov, 01/08/2013. Disponível em http://www2.planalto.gov.br/imprensa/releases/presidenta-dilma-sanciona-lei-que-obriga-atendimento-integral-no-sus-a-vitimas-de-violencia-sexual. Acessado em 23/08/2013. 

SANTOS, Ivanaldo. O PT não esquece o aborto. In: Mídia Sem Mascara, 13/02/2012.   
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Fonte: ZENIT

A Teologia da Libertação não era necessária para pregar o evangelho aos pobres


Professor Carriquiry, no Meeting de Rímini:
É diabólico insistir numa descontinuidade entre Bento XVI e Francisco

Após a palestra do padre José Maria “Pepe” Di Paola, sobre o trabalho de integração da população marginalizada que lhe rendeu ameaças de morte por combater as drogas na favela Villa 21, de Buenos Aires, o Meeting de Rímini para a Amizade entre os Povos passou a palavra ao professor Guzmán Carriquiry, durante a conferência sobre a encíclica Lumen Fidei.

O secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina afirmou que “quando ouvimos o padre ‘Pepe’ falar da sua experiência nas favelas de Buenos Aires, é como se víssemos o bispo Jorge Mário Bergoglio quando compartilhava o pão com os pobres, junto com seus sacerdotes, naquelas mesmas favelas”.

“No fundo”, disse o professor uruguaio, “é a mesma imagem que nós vimos quando ele lavou os pés dos menores no centro para menores infratores; quando ele visitou Lampedusa, a favela de Varginha, o hospital para dependentes químicos no Rio de Janeiro...”. E enfatizou: “Não precisa de uma teologia da libertação para isso. É suficiente o evangelho vivido, o abraço da caridade, o testemunho comovido de si mesmo”.


Sobre a encíclica Lumen Fidei, depois de elogiar o trabalho dos pontífices vindos de contextos tão diferentes, com sensibilidades e estilos diversos, Carriquiry avaliou como “obra do demônio, príncipe da mentira e da divisão, esse esforço obsessivo em querer confrontar o bispo emérito de Roma e o seu sucessor”.

“Isso vale tanto para o desmedido apego nostálgico ao papa anterior, que vira uma ‘nostalgia canalha’ quando se degenera em julgamentos farisaicos sobre o papa atual, quanto para os elogios ao papa atual feitos para denegrir os predecessores”.

O palestrante recordou ainda: “Apesar de que as favelas cresceram muito nas últimas décadas, Buenos Aires é certamente muito mais do que isso”. E complementa: “É uma enorme cidade cosmopolita, onde há raízes católicas populares, mas que também é marcada por todas as realidades, estímulos e chagas da cultura global”, onde existe um “norte e um sul” que apresentam “grandes desafios pastorais”.

O secretário do Pontifício Conselho recordou também as palavras do papa Bento XVI no voo de São Paulo a Aparecida, quando disse: “Tenho certeza, pelo menos em parte, que aqui se decide o futuro da Igreja católica. Para mim, isto sempre foi evidente”.

Sobre a situação atual da Igreja, Carriquiry comentou que “era preciso libertar a fé das incrustações mundanas, para torná-la novamente atraente”. E, citando um autor italiano, prosseguiu: “Os predecessores começaram, sem dúvida, um progressivo desmantelamento desse aspecto realmente pesado da cúria. João Paulo II preferia andar pelas ruas do mundo a ficar no Vaticano. E Bento XVI disparou raios contra o carreirismo, o clericalismo, a mundanidade, a divisão, as ambições de poder e a sujeira na Igreja. Agora, Francisco realiza o que o seu predecessor pediu tantas vezes... E muito mais. Tudo isso faz parte da ‘revolução evangélica’, que marca uma profunda mudança do próprio modo de ser papa”.


Carriquiry finalizou propondo que a encíclica Lumen Fidei seja lida à luz do pontificado do papa Francisco, das “joias” das suas homilias cotidianas, da sua catequese e do “ato de sair como missionário” para compartilhar a luz da fé “ad gentes”.
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Fonte: ZENIT

“Quem é contra Jesus não quer a verdadeira paz”


Em Honduras, a Igreja lidera a luta à violência que abala o país. Desta vez, o apelo é do Padre Carlos Rubio, vigário da Catedral metropolitana de Tegucigalpa. Durante a homilia dominical, o padre criticou aqueles que não querem a verdade, o amor, a paz e a verdadeira justiça e declaram guerra a Jesus, “o próprio Príncipe da paz”. 

De um lado, estão os que vivem na verdade e na justiça; e do outro, os que se reforçam com a mentira e a injustiça. Para o sacerdote, “em nosso país, há quem não aceita a verdade de Jesus Cristo, a Palavra de Deus, e vive o cristianismo pela metade. Aqui, como no mundo inteiro, muitos amam o fogo que destrói vidas e coisas”, observou Pe. Rubio mencionando as imagens tristes que provêm do Egito e de outros países. 

“No entanto, é ainda mais doloroso notar que em Honduras, tanta gente morre por armas. Chega de guerra, construa-se a paz; o fogo que o Senhor quer, e que nós acendemos, é o fogo divino. Que este fogo transforme os corações de todos nós e do povo hondurenho que vive muitas vezes com superficialidade, indiferença e egoísmo, sem fazer nada para mudar a realidade que o circunda”. 



O país terá eleições gerais no dia 24 de novembro e a Igreja Católica nutre esperanças de transformações. Em um editorial do semanário «Fides», lê-se que “para que as eleições reforcem o sistema democrático, é preciso que a participação dos cidadãos seja ampla e que os resultados, transparentes”. Dirigindo-se à cidadania, o editorial convida “a votar de modo responsável, com pleno conhecimento das propostas dos candidatos”. 
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Em encontro com japoneses, Papa enfatiza o diálogo: “não há paz sem diálogo”.


PALAVRAS DO PAPA
Audiência com estudantes e professores do colégio
Seibu Gakuen Bunri Junior de Saitama, Tóquio (Japão)
Pátio de São Damasco – Vaticano
Quarta-feira, 21 de agosto de 2013



Bom dia!

Vê-se que vocês entendem o italiano…

Saúdo vocês! É para mim um prazer esta visita. Espero que esta viagem seja muito frutuosa para vocês, porque conhecer outras pessoas, outras culturas sempre nos faz muito bem, nos faz crescer.

E isto por que? Porque se nós somos isolados em nós mesmos, temos somente aquilo que temos, não podemos crescer culturalmente; em vez disso, se nós vamos encontrar outras pessoas, outras culturas, outros modos de pensar, outras religiões, nós saímos de nós mesmos e começamos aquela aventura tão bela que se chama “diálogo”.

O diálogo é muito importante para a própria maturidade, porque no confronto com a outra pessoa, no confronto com as outras culturas, também nos confrontos com outras religiões, a pessoa cresce, cresce, amadurece.

Certo, há um perigo: se no diálogo um se fecha e se irrita, pode brigar; é o perigo de brigar, e isto não é bom porque nós dialogamos para nos encontrar, não para brigar.

E qual é a atitude mais profunda que devemos ter para dialogar e não brigar? A brandura, a capacidade de encontrar as pessoas, de encontrar as culturas, com paz; a capacidade de fazer perguntas inteligentes: “Mas por que você pensa assim? Por que esta cultura faz assim?”.


Ouvir os outros e depois falar. Primeiro ouvir, depois falar. Tudo isto é brandura. E se você não pensa como eu – mas sabe… eu penso de maneira diferente, você não me convence – mas somos amigos mesmo assim, eu ouvi como você pensa e você ouviu como eu penso.

E sabem de uma coisa, uma coisa importante? Este diálogo é aquilo que faz a paz. Não se pode ter paz sem diálogo. Todas as guerras, todas as lutas, todos os problemas que não se resolvem, com os quais nos deparamos, existem por falta de diálogo. Quando há um problema, diálogo: isto faz a paz. E isto é o que desejo a vocês neste caminho de diálogo: que saibam dialogar; como pensa esta cultura, que belo isto, isto não me agrada, mas dialogando. E assim se cresce. Desejo isto a vocês e desejo uma boa viagem a Roma. Desejo o melhor para vocês, para a sua escola, para as suas famílias. Deus abençoe vocês todos. Obrigado.

Uma menina


Estamos felizes de ter a possibilidade de encontrá-lo e escutar as suas palavras; de agora em diante colocaremos em prática na nossa vida aquilo que escutamos do senhor. Queremos também agradecê-lo por ter nos concedido um pouco do seu precioso tempo.
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

O drama da Igreja no Egito e o silêncio dos meios de comunicação

Pior que o drama dos cristãos no Egito é a indiferença da mídia ocidental,
 que vergonhosamente silencia a perseguição que acontece no país.

No Egito, o sangue dos massacres e as cinzas dos incêndios de templos cristãos clamam por justiça. Foram inúmeras as comunidades cristãs alvo dos recentes protestos políticos ligados à Irmandade Muçulmana – um grupo extremista ligado a Mohamed Morsi, presidente deposto no começo de julho.

Como já se tinha reportado aqui e aqui,a Igreja Ortodoxa Copta não era a única perseguida no país. Também a Igreja Católica, bem como várias comunidades protestantes, sofreram na mão de muçulmanos radicais.

O testemunho de alguns prelados católicos impressiona pela coragem e retrata o terror dos acontecimentos. Sua Beatitude, o Patriarca Isaac Sidrak denunciou, no último dia 19, os atos de "terrorismo" praticados contra dezenas de igrejas, acampamentos e casas de cristãos. Ele expressou "apoio firme, lúcido e livre a todas as instituições do país, particularmente, à polícia egípcia e às forças armadas que dispendem todos seus esforços para proteger a pátria".


O purpurado elogiou "o comportamento dos países que se esforçam lealmente para compreender o caráter específico dos eventos em curso", mas condenou "qualquer intento de intervenção nos assuntos internos do Egito ou de influência em suas decisões soberanas". Sua Beatitude expressou o reconhecimento àqueles "nobres cidadãos muçulmanos que permaneceram ao nosso lado, fazendo todo o possível para defender nossas Igrejas e nossas instituições".


Quem também denunciou a violência sofrida pelos cristãos foi o bispo católico de Luxor, o monsenhor Youhannes Zakaria. Em entrevista concedida à Rádio Vaticana, ele contou como uma interferência policial evitou um massacre. "Os manifestantes pró-Morsi, expulsos do centro da cidade, chegaram ao arcebispado gritando: 'Morte aos cristãos!', mas, felizmente, a polícia chegou a tempo de salvar-nos e agora o exército rodeia o edifício com dois veículos blindados."

Hoje, monsenhor Zakaria está preso em sua residência. "As forças de segurança me aconselharam que não saísse do arcebispado", conta. "A Irmandade Muçulmana pensa que os cristãos foram a causa da queda de Morsi e agora, atacando aos cristãos, pretendem lançar todo o país no caos: foram queimadas mais de 80 igrejas e muitas escolas cristãs". "Faço meu o chamado do Papa Francisco para que reze pela paz no Egito", foi o apelo de um bispo que sofre com a situação lamentável em que se encontra seu país.


Mais lamentável que o drama dos cristãos no Egito, porém, é a indiferença e o silêncio da mídia ocidental diante dos verdadeiros crimes perpetrados contra a dignidade da vida humana, a liberdade religiosa e o próprio patrimônio religioso e cultural do Oriente. Não se vê nenhum veículo de comunicação noticiar o incêndio de templos e a perseguição aos cristãos no Egito. É a omissão da cumplicidade: se, por um lado, parece estar generalizado um sentimento de repúdio a qualquer tipo de perseguição religiosa – o que é justo, posto que, como disse o Papa Francisco, "fé e violência são incompatíveis"01–, quando o alvo é o Cristianismo, paira no ar certa covardia. Caricaturar Maomé é intolerável; zombar de Cristo, porém, seria até aceitável.

"Mas ninguém está perseguindo Jesus Cristo", alguém poderia objetar. É o grande engano dos que não creem na Igreja: separar Cristo dos cristãos. Quando São Paulo "caiu por terra" em um lugar não muito distante do Egito – Damasco fica no atual território da Síria – e ouviu uma voz que dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 22, 7), não imaginava que, perseguindo àqueles simples homens da religião cristã, estaria perseguindo ao próprio Senhor. "Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues" (At 22, 8). Nos cristãos que sofrem no Egito, bem como nos discípulos dos primeiros séculos, sofre o próprio Cristo.
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