domingo, 8 de setembro de 2013

Nota sobre as dívidas da JMJ Rio2013


O Instituto Jornada Mundial da Juventude (IJMJ), responsável pela organização da JMJ Rio2013 e consciente de suas responsabilidades diante de todos que, de algum modo, contribuíram para a realização do evento, garante que vai honrar com todos os compromissos assumidos e apresentará o balanço financeiro. Para isso, conta com o serviço de auditoria da Ernst&Young. O Instituto trabalha com recursos próprios, obtidos por meio de patrocínios, inscrições de peregrinos, doações e vendas de produtos licenciados. Estas duas últimas ações ainda continuam em curso. Diferente do que foi publicado, não houve injeção direta de verba pública na construção do evento.

Ao longo da preparação da JMJ, o Instituto trabalhou com uma margem de segurança orçamentária, a qual, em virtude de determinados fatores, veio a ser utilizada e mesmo ultrapassada. Entre estes fatores, destacam-se a já mencionada mudança dos dois últimos Atos Centrais de Guaratiba para Copacabana – Vigília e Missa de Envio, a redução do número de peregrinos inscritos, em comparação com outras Jornadas; em especial de peregrinos europeus, cujos países enfrentam crises financeiras; além de imprevistos, surpresas e emergências em nível acima do usualmente previstos para eventos do porte da JMJ.



Com isso, a organização precisou reestruturar seu planejamento financeiro inicial, reorganizando prazos. Para ajudar a saldar suas dívidas, o IJMJ lançou a primeira etapa da campanha de arrecadação de recursos. Doações para esta finalidade devem ser depositadas na Conta 80.002-3, agência 0814 do Bradesco.
________________________________

sábado, 7 de setembro de 2013

Perdão e reconciliação é o caminho da paz, afirma Papa em Vigília


HOMILIA
Palavras do Papa Francisco na Vigília de Oração pela Paz
Praça de São Pedro, no Vaticano

Sábado, 7 de setembro de 2013


«Deus viu que isso era bom» (Gn 1,12.18.21.25). A narração bíblica da origem do mundo e da humanidade nos fala de Deus que olha a criação, quase a contemplando, e repete uma e outra vez: isso é bom. Isso nos permite entrar no coração de Deus e recebermos a sua mensagem que procede precisamente do seu íntimo. Podemos nos perguntar: qual é o significado desta mensagem? O que diz esta mensagem para mim, para ti, para todos nós?

Simplesmente nos diz que o nosso mundo, no coração e na mente de Deus, é “casa de harmonia e de paz” e espaço onde todos podem encontrar o seu lugar e sentir-se “em casa”, porque é “isso é bom”. Toda a criação constitui um conjunto harmonioso, bom, mas os seres humanos em particular, criados à imagem e semelhança de Deus, formam uma única família, em que as relações estão marcadas por uma fraternidade real e não simplesmente de palavra: o outro e a outra são o irmão e a irmã que devemos amar, e a relação com Deus, que é amor, fidelidade, bondade, se reflete em todas as relações humanas e dá harmonia para toda a criação. O mundo de Deus é um mundo onde cada um se sente responsável pelo outro, pelo bem do outro. Esta noite, na reflexão, no jejum, na oração, cada um de nós, todos nós pensamos no profundo de nós mesmos: não é este o mundo que eu desejo? Não é este o mundo que todos levamos no coração? O mundo que queremos não é um mundo de harmonia e de paz, em nós mesmos, nas relações com os outros, nas famílias, nas cidades, nas e entre as nações? E a verdadeira liberdade para escolher entre os caminhos a serem percorridos neste mundo, não é precisamente aquela que está orientada pelo bem de todos e guiada pelo amor?

Mas perguntemo-nos agora: é este o mundo em que vivemos? A criação conserva a sua beleza que nos enche de admiração; ela continua a ser uma obra boa. Mas há também “violência, divisão, confronto, guerra”. Isto acontece quando o homem, vértice da criação, perde de vista o horizonte da bondade e da beleza, e se fecha no seu próprio egoísmo.


Quando o homem pensa só em si mesmo, nos seus próprios interesses e se coloca no centro, quando se deixa fascinar pelos ídolos do domínio e do poder, quando se coloca no lugar de Deus, então deteriora todas as relações, arruína tudo; e abre a porta à violência, à indiferença, ao conflito. É justamente isso o que nos quer explicar o trecho do Gênesis em que se narra o pecado do ser humano: o homem entra em conflito consigo mesmo, percebe que está nu e se esconde porque sente medo (Gn 3, 10); sente medo do olhar de Deus; acusa a mulher, aquela que é carne da sua carne (v. 12); quebra a harmonia com a criação, chega a levantar a mão contra o seu irmão para matá-lo. Podemos dizer que da harmonia se passa à desarmonia? Não. Não existe a “desarmonia”: ou existe harmonia ou se cai no caos, onde há violência, desavença, confronto, medo…

È justamente nesse caos que Deus pergunta à consciência do homem: «Onde está o teu irmão Abel?». E Caim responde «Não sei. Acaso sou o guarda do meu irmão?» (Gn 4, 9). Esta pergunta também se dirige a nós, assim que também a nós fará bem perguntar:


- Acaso sou o guarda do meu irmão? Sim, tu és o guarda do teu irmão! Ser pessoa significa sermos guardas uns dos outros! Contudo, quando se quebra a harmonia, se produz uma metamorfose: o irmão que devíamos guardar e amar se transforma em adversário a combater, a suprimir. Quanta violência surge a partir deste momento, quantos conflitos, quantas guerras marcaram a nossa história! Basta ver o sofrimento de tantos irmãos e irmãs. Não se trata de algo conjuntural, mas a verdade é esta: em toda violência e em toda guerra fazemos Caim renascer. Todos nós! E ainda hoje prolongamos esta história de confronto entre irmãos, ainda hoje levantamos a mão contra quem é nosso irmão. Ainda hoje nos deixamos guiar pelos ídolos, pelo egoísmo, pelos nossos interesses; e esta atitude se faz mais aguda: aperfeiçoamos nossas armas, nossa consciência adormeceu, tornamos mais sutis as nossas razões para nos justificar. Como fosse uma coisa normal, continuamos a semear destruição, dor, morte! A violência e a guerra trazem somente morte, falam de morte! A violência e a guerra têm a linguagem da morte!

3. Neste ponto, me pergunto: É possível percorrer outro caminho? Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz? Invocando a ajuda de Deus, sob o olhar materno da Salus Populi romani, Rainha da paz, quero responder: Sim, é possível para todos! Esta noite queria que de todos os cantos da terra gritássemos: Sim, é possível para todos! E mais ainda, queria que cada um de nós, desde o menor até o maior, inclusive aqueles que estão chamados a governar as nações, respondesse: – Sim queremos! A minha fé cristã me leva a olhar para a Cruz. Como eu queria que, por um momento, todos os homens e mulheres de boa vontade olhassem para a Cruz! Na cruz podemos ver a resposta de Deus: ali à violência não se respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da morte. No silêncio da Cruz se cala o fragor das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz. Queria pedir ao Senhor, nesta noite, que nós cristãos, os irmãos de outras religiões, todos os homens e mulheres de boa vontade gritassem com força: a violência e a guerra nunca são o caminho da paz! Que cada um olhe dentro da própria consciência e escute a palavra que diz: sai dos teus interesses que atrofiam o teu coração, supera a indiferença para com o outro que torna o teu coração insensível, vence as tuas razões de morte e abre-te ao diálogo, à reconciliação: olha a dor do teu irmão e não acrescentes mais dor, segura a tua mão, reconstrói a harmonia perdida; e isso não com o confronto, mas com o encontro! Que acabe o barulho das armas! A guerra sempre significa o fracasso da paz, é sempre uma derrota para a humanidade. Ressoem mais uma vez as palavras de Paulo VI: «Nunca mais uns contra os outros, não mais, nunca mais… Nunca mais a guerra, nunca mais a guerra! (Discurso às Nações Unidas, 4 de outubro de 1965: ASS 57 [1965], 881). «A paz se afirma somente com a paz; e a paz não separada dos deveres da justiça, mas alimentada pelo próprio sacrifício, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade» (Mensagem para o Dia Mundial da Paz, de 1976: ASS 67 [1975], 671). Perdão, diálogo, reconciliação são as palavras da paz: na amada nação síria, no Oriente Médio, em todo o mundo! Rezemos pela reconciliação e pela paz, e nos tornemos todos, em todos os ambientes, em homens e mulheres de reconciliação e de paz. Amém.

Comitê Nobel do Parlamento da Noruega pedirá para retirar Nobel da Paz de Obama


O Comitê Nobel do Parlamento da Noruega solicitará que se retire do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o Prêmio Nobel da Paz 2009 devido a sua intenção de realizar uma intervenção militar na Síria, apesar da oposição internacional.

Através de um comunicado, difundido pela agência Ria Novosti, o organismo assinalou que a decisão se baseia em que "as políticas seguidas pelo presidente Obama, tanto no referente à política externa, especialmente no Oriente Médio e Norte da África, como o inaceitável recorte em liberdades dos cidadãos de seu país e do resto do mundo, com a utilização de programas de espionagem como PRISM, a manutenção da prisão de Guantánamo, etc. fazem que considere totalmente inadequado que ostente este galardão, sendo que não é merecedor do mesmo".


No comunicado, o Comitê Nobel do Parlamento recordou que "este prêmio é dado à pessoa que tenha trabalhado mais ou melhor em favor da fraternidade entre as nações, da abolição ou redução dos exércitos existentes e da celebração e promoção de processos de paz", tal e como aparece no testamento de Alfred Nobel.


Na segunda-feira passada, o Nobel de Física e vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia, Zhorés Alfiórov, disse que seria justo que os laureados com o "Nobel da Paz" iniciassem um processo para privar Obama deste prêmio. "Fiquei surpreendido quando Obama foi galardoado com este prêmio (em 2009). Não o podia compreender. Ele não merece o Prêmio Nobel da Paz, não tinham que tê-lo concedido", assinalou Alfiórov.
_______________________________

Mensagem às Comunidades por ocasião da Vigília de Oração pela Paz


MENSAGEM PELO DIA DE JEJUM 
E ORAÇÃO PELA PAZ


Estamos em jejum e em oração na busca da paz. Paz especialmente na Síria, no Oriente Médio. O pedido de Santo Padre Francisco para que hoje seja um dia de jejum e oração, nos desperta para a responsabilidade da convivência humana mundial. Os conflitos geram destruição, ceifam vidas, fazem surgir a pobreza, deixam órfãos e viúvas, desenraizam as pessoas, aumentam o número de refugiados, destroem a cultura e as relações, fragilizam a convivência benéfica entre as religiões.

O jejum é essencialmente esvaziamento, abertura para uma vida nova, para novas relações. O jejum tem um toque sagrado de despojamento, de entrar na esfera do não saber, de possibilitar o surgimento da liberdade. O jejum devolve a temperatura ideal do diálogo, do respeito, da diferença. Ele é a confirmação de que a perda das forças físicas fortalece o coração para a presença do outro, da diferença e, por isso, na busca da paz.


A oração, uma vigília de oração, nos coloca na escuta que cria a sensibilidade de que não manteremos a paz a partir de nossas forças, de nossas ideologias, de nossas imposições, de nossas estruturas de domínio e dominação. Buscamos o Senhor (Dominus) porque ele é a casa (domus) que deixa tudo e todos se sentirem em casa. A guerra é a certeza de que posso determinar o que e como deve ser. Quando, em oração, nos deixamos medir pela medida desmedida d’Aquele que cuida desveladamente de todo o universo, a Ele recorremos para que todos os seus filhos e filhas deponham as armas e se deixem tomar pela justiça que conduz à paz.

“Renovo o convite a toda a Igreja para viver intensamente este dia e, desde já, expresso reconhecimento aos outros irmãos cristãos, irmãos de outras religiões e aos homens e mulheres de boa vontade que quiserem se unir a este momento. Exorto em especial os fiéis romanos e os peregrinos a participarem da vigília de oração, aqui na Praça S. Pedro, às 19h, para invocar do Senhor o grande dom da paz. Que se eleve forte em toda a terra o grito da paz! ” (Papa Francisco)

Com o Santo Padre elevemos com o jejum e a oração o grito pela paz!




+ Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Intervenção militar na Síria: caminho rumo ao suicídio do Ocidente


Se os Estados Unidos atacar a Síria,
a Rússia atacará a Arábia Saudita

Entre as muitas perplexidades ligadas ao destino da Síria, emergem algumas certezas: as potências ocidentais são diretamente responsáveis pela difusão do fundamentalismo islâmico e pela violência em todo o mundo árabe, e uma eventual intervenção militar não só levaria toda a região a um conflito de consequências incalculáveis, mas assinaria a sentença de morte dos cristãos no Oriente Médio.
 
Quem está convencido disso é o Pe. Boghos Levon Zekiyan, quem não poupa críticas ao ler sobre os recentes acontecimentos na Síria, que fazem pensar em um novo Iraque. Sacerdote de rito armênio, além de professor de "Língua e literatura armênias" na Università Ca’Foscari de Veneza, e de "Instituições eclesiásticas armênias" no Pontificio Istituto Orientale de Roma, nesta entrevista à Aleteia, ele coloca na balança todas as responsabilidades dos países ocidentais.


No território sírio, os massacres parecem não ter fim. As crônicas nos falam diariamente de horrores inimagináveis contra a população: decapitações, sequestros, homicídios massivos, estupros. Nem sequer as crianças estão a salvo.  Frente a esta violência, que rumo a Síria vai tomar?

 
Tenho certeza de que o conflito na Síria e em todo o mundo árabe foi incentivado por potências estrangeiras, pelo imperialismo ocidental que, após a queda a União Soviética, parece ter se tornado insaciável e, por isso, feroz e violento.
 
Mais ainda: é portador de uma hipocrisia que raramente teve precedentes na história. Hipocrisia: onde estava oOcidente durante o genocídio na Ruanda? Onde estava e está frente ao extermínio dos cristãos em Darfur? Onde estava durante o uso de gases contra os curdos, quando Saddam era seu aliado? É uma ladainha que não acaba nunca!
 
Quanto ao rumo que a Síria vai tomar, é difícil dizer, e isso é muito triste. Mas o rumo do Ocidente, se continuar com este capitalismo impiedoso, com esta hipocrisia selvagem, com esta miopia política que criou os talibãs – como todos sabem – e que apoia o fundamentalismo islâmico mais fanático em todos os lugares, talvez seja mais fácil de prever: o suicídio!
 
O que pode acontecer, se houver uma intervenção militar?
 
Eu preferiria nem pensar nisso. Como já disseram outros mais especialistas que eu: a catástrofe! De qualquer maneira, seria o penúltimo passo rumo à morte dos cristãos no Oriente Médio. Este é um processo sem fim e em cujo desenvolvimento histórico, infelizmente, as potências ocidentais quase sempre tiveram um infeliz e triste papel!
 
Todos os líderes religiosos lançaram apelos contra uma intervenção militar externa. Mas o que se pode fazer concretamente para acabar como conflito sírio?
 
Espero que o Santo Padre lance um forte apelo, como João XXIII fez na véspera da guerra, depois dissuadida, de Cuba. Naquele então, Khrushchov e Kennedy escutaram o Papa. Esperemos que os que hoje governam o mundo não estejam surdos.
 
Que mensagem o senhor daria ao Ocidente, para que entenda a situação dos cristãos no Oriente Médio e saiba agir adequadamente?
 
Não acho que ele não entenda, ainda que seja muito obtuso. O Ocidente não quer compreender, pois está cego pelo seu capitalismo desenfreado e sua ambição ilimitada de poder.
 
Mas também há ignorância. Quem acha que a democracia pode se instaurar com as armas não entendeu nada sobre democracia (pensemos no Iraque, Afeganistão, Tunísia, Egito). Mais ainda: aposto que estes senhores nunca leram o famoso discurso de Péricles, que continua sendo a carta magna da democracia.
 
Existe uma incapacidade de distinguir as coisas, mas também falta de vontade. É verdade que a Síria não era um país democrático quando à liberdade de expressão política; mas era um dos países mais democráticos do mundo no que diz respeito à democracia comunitária, que praticamente não existe no Ocidente, pois não há comunidades étnicas e confessionais reconhecidas além das grandes religiões e uma ou outra confissão esporádica, e as minorias territoriais, como o Tirol do Sul.
 
O monopólio etnocultural do Ocidente e do seu sistema político, que invadiu o mundo, é também uma forma de ditadura que o Ocidente, com sua prepotência político-ideológica, se nega inclusive a discutir.
 
Que interesses econômicos, políticos e sociais poderiam estar por trás de uma intervenção militar ocidental?
 
Antes de tudo, acho, o interesse da indústria bélica, que torna o milionário bilionário. Este é o leitmotivsociopolítico do Ocidente hoje; e, em grande parte, ele já conseguiu tornar os ricos mais ricos, e os mais ricos, riquíssimos.
 
Grande, chapeau! Assim, o Iraque, ainda que tenha sido um autêntico fracasso político, foi um sucesso enorme para os grandes produtores de armas; e, visto assim, todas as guerras dos últimos 23 anos foram um êxito.

 
Que Deus nos salve do pior!
____________________________________
Fonte: Aleteia

Globo cria confusão sobre aborto na novela Amor à Vida

Recentemente na novela Amor à Vida, um médico se negou a atender uma paciente
que chegou em estado de choque após ter provocado um aborto.


Ilustríssimo Senhor,
Carlos Henrique Schroder
Diretor Geral da TV GLOBO
 
Em cena da novela “Amor à vida”, no capítulo 82 que foi ao ar no dia 22 de agosto, a Rede Globo entrou com extrema superficialidade e com inúmeros equívocos em debate que merece ser abordado com seriedade e fundamentação. Em evento desconectado do enredo, entra em debate o aborto provocado. O personagem de um médico, chefe da residência médica, afirma que “o aborto ilegal está entre as maiores causas de mortes de mulheres no Brasil”. E afirma também que “infelizmente o aborto ilegal se tornou caso de saúde pública”.
 
Vamos aos dados oficiais, disponíveis no DATASUS: faleceram no Brasil, em 2011 (último ano a ter os dados totalmente disponíveis) 504.415 mulheres. O número máximo de mortes maternas por aborto provocado, incluindo os casos não especificados, corresponde a 69, sendo uma delas aborto dito legal. Portanto, apenas 0,013% das mortes de mulheres devem-se a aborto ilegal. Comparando, 31,7% das mulheres morreram de doenças do aparelho circulatório e 17,03% de tumores. Estes sim constituem problemas de saúde pública.
 

Houve também clara confusão entre os conceitos de “omissão de socorro” e “objeção de consciência”, com laivos de intolerância à liberdade religiosa. Desconhecemos que alguma religião impeça seus membros de prestar socorro a “pecadores”. Se assim fosse, inúmeros assaltantes e assassinos que chegam baleados aos hospitais ficariam sem atendimento. Se até um bandido assassino que foi ferido no embate tem direito a atendimento médico, como caberia negá-lo em situações de sequelas do aborto? A cena foi preconceituosa para com as crenças do outro personagem médico, distorcendo-as. Ela parece mesmo pretender trazer confusão para a questão da objeção de consciência, situação em que o profissional de saúde se recusa licitamente a realizar ou participar do abortamento, uma vez que ele se forma para proteger a vida e não para tirá-la.

 
Sabedores da influência que as novelas possuem na mentalidade do povo, demandamos que haja uma retratação das falsas impressões apresentadas, pois uma emissora deve ter compromisso com a realidade dos fatos. Se a Rede Globo deseja problematizar o debate, que o faça a partir de dados e situações verazes e não apenas reproduza determinados jargões propagandísticos pela legalização do aborto em nosso país.


Brasilia, 23 de Agosto de 2013.


Lenise Garcia
Presidente Nacional

Jaime Ferreira Lopes
Vice-Presidente Nacional Executivo

Damares Alves

Secretária Geral

_________________________________
Disponível em: Aleteia

Jejuará Obama pela Síria?


“A política americana de contenção também implicou uma enorme expansão militar, de modo que os nossos arsenais começaram por chegar ao nível dos soviéticos e da China, para depois os ultrapassar. Com o correr dos anos, o ‘triângulo de ferro’ do Pentágono, indústria militar e congressistas com grandes despesas no sector da defesa nos seus distritos eleitorais acumularam grande poder para definir a política externa americana. E embora a ameaça do nuclear afastasse a hipótese de confrontos militares directos com as superpotências rivais, os políticos americanos viam cada vez mais os problemas do resto do mundo do ponto de vista militar, e não tanto como diplomatas. (...)

[Depois dos ataques dos EUA ao Afeganistão], aguardei com expectativa o que pensei que havia de se seguir: a apresentação de uma política externa americana para o século XXI que não só adaptasse à ameaça das redes terroristas o nosso planeamento militar, operações dos serviços secretos e defesa interna, mas também construísse um novo consenso internacional em torno dos desafios das ameaças transnacionais.

Este novo modelo nunca apareceu. Em vez disso, o que tivemos foi um sortido de políticas obsoletas de tempos que já lá vão. (...) O destino voltava a ser moda; tudo o que era necessário, segundo Bush, era o poder militar da América, a sua determinação e uma ‘coligação de vontades’.

O que já não podia apoiar era uma ‘guerra burra, uma guerra feita à pressão, uma guerra que era produto não da razão mas da paixão’ (...). Sei que mesmo que a guerra contra o Iraque seja bem-sucedida será necessária uma ocupação por tempo indeterminado, com custos indeterminados e consequências indeterminadas. Sei que uma invasão do Iraque sem motivos claros e sem forte apoio internacional só vai inflamar os ânimos no Médio Oriente e fomentar não os melhores mas os piores impulsos no mundo árabe e fortalecer o ramo de recrutamento da Al-Qaeda.”


Quem assim escrevia, em 2006, era Barack Obama (Audácia da Esperança, ed. port. Casa das Letras, pág. 281-289). Num livro que, na capa, propunha: “Um apelo a uma nova forma diferente de fazer política”. Uma das coisas que mais nos espanta, na nossa condição humana, é o mistério da nossa fragilidade, que nos faz atraiçoar os princípios que defendemos pela mesquinhez de interesses ou pelo poder que temos – ou pelos poderes que, mesmo sem darmos conta, nos aprisionam.

Na crise síria (como no Egipto, como na Líbia, como...), continuamos aprisionados pelo ponto de vista militar; continuamos a sentir a ausência de uma “política externa americana para o século XXI”, que não continue tomada pelas lógicas infernais do século XX; continuamos a ver “políticas obsoletas de tempos que já lá vão”;
continuamos a ver soar tambores de guerra em nome da paixão e não da razão; continuamos a intuir que, mesmo uma invasão “sem pôr as botas no chão” não tem motivos claros, não tem apoio internacional e só irá “inflamar os ânimos no Médio Oriente” e “fortalecer o ramo de recrutamento da Al-Qaeda.”

Porquê, então, prosseguir na lógica demente da guerra? Apenas para satisfazer a indústria do armamento, condenando à guerra, à fome, à miséria e à tragédia a vida de povos inteiros?

Essas são algumas perguntas que nos podem levar, hoje, a fazer jejum pela paz – na Síria e no mundo –, respondendo positivamente ao apelo do Papa Francisco. O jejum é um sinal: antes de mais, de afirmação da vontade própria sobre as paixões – algo que parece muito afastado da lógica de guerra que nos atormenta. Depois, é um sinal de que somos capazes de abdicar de algo importante, em favor do bem do outro. Porque enquanto não formos capazes, no Ocidente, de abdicar deste jogo ambíguo de ganhar dinheiro à custa da vida de tantos povos, não teremos sido capazes de abdicar de nada em favor do outro. E o mundo continuará a ser não um lugar de paz, mas um lugar de tormento.


Barack Obama talvez fosse capaz de fazer jejum. Jejuará o Presidente Obama pela paz?

_________________________________
Disponível em: Religionline

Praça de São Pedro acolhe a vigília da paz


Uma vigília de quatro horas presidida pelo Papa Francisco e à qual se unirão milhões de pessoas de todo o mundo, de outras religiões e até mesmo não crentes, com um mesmo objetivo: pedir pela paz. A praça de São Pedro será amanhã o cenário deste histórico momento.

Desde às 15h45 da tarde estarão disponíveis 50 confessionários dentro do braço de Constantinopla e sob a colunata da praça. Foi o mesmo Santo Padre que quis que fosse colocado, considerando que a verdadeira paz nasce do coração do homem reconciliado com Deus e com os irmãos. Às 18h30 se fará a leitura do chamamento que o santo padre fez no Angelus no domingo passado, para introduzir os presentes no significado da vigília.

Às 19h começará com a saudação litúrgica do Papa. Em seguida o canto do “Veni Creator”, “para que o Espírito do Senhor Ressuscitado anime e guie nossa oração”.


A vigília estará dividida em dois momentos, primeiro um momento mariano e depois um momento eucarístico. A primeira parte começará com a Intronização da imagem da Virgem, “Salus Populi Romani”, patrona de Roma, que sairá do obelisco. Quatro guardas suíços serão os encarregados de carregar o ícone mariano e duas moças acompanharão a procissão com uma oferenda floral à Nossa Senhora.

Depois se dará início à oração do santo rosário. No começo de cada mistério, depois da leitura bíblica, acrescentou-se um texto de uma poesia de Santa Teresinha do Menino Jesus. Além do mais, no final de cada mistério se acrescentou também a invocação “Rainha da paz, rogai por nós”. Para concluir esta primeira parte, o santo padre fará uma meditação.

Depois de um breve silêncio, após as as palavras de Francisco, se preparará o altar para a exposição do Santíssimo Sacramento e começar dessa forma o momento eucarístico da vigília. Cada um dos cinco tempos de adoração guiada prevê: leitura da Bíblia sobre o tema da paz, oração de um Papa sobre o tema da paz, invocação responsorial para pedir a paz, canto, a oferta de incenso e silêncio para a adoração pessoal. E no final de cada um dos cinco momentos de adoração, cinco casais (representando Síria, Egito, Terra Santa, EUA e Rússia) vão fazer a oferta do incenso.

Uma vez concluída a adoração guiada, depois de um breve silêncio, começa o ofício das Leituras na forma mais larga prevista para uma celebração deste tipo. A passagem do evangelho elegida é João 20, 19-29. Ao finalizar as leituras, aproximadamente às 22h15, um comentário introduz um tempo de silêncio que durará até às 22h40.

Para concluir a vigília, o Santo Padre dará a bênção eucarística. A tonalidade da cerimônia será penitencial.


Trad.TS
___________________________
Fonte: ZENIT