sábado, 23 de novembro de 2013

A verdadeira e única Igreja


"...A salvação é alcançada, não pela Igreja ou seus sacramentos, mas através de uma relação pessoal com o próprio Cristo. A salvação é dada diretamente por Cristo individualmente, sem a necessidade de outra mediação"(1).

Contudo, a fé em Jesus Cristo não sujeita o cristão somente a crer e confiar em Sua pessoa, mas em crer e seguir o que Ele ensinou e estabeleceu para continuar Sua obra de salvação no mundo. Que Nosso Senhor Jesus Cristo pretendeu estabelecer uma Igreja, a Sua Igreja, está claro na Sagrada Escritura:

"... E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja..." (Mt 16,18).

A Igreja pertence a Cristo que a fundou enquanto estava na terra. Sendo seu fundador Ele também é a sua cabeça: "Cristo é a cabeça da Igreja, seu corpo" (Ef 5,23). Os batizados em nome da Trindade (Mt 28,19) são incorporados no corpo de Cristo, isto é, a Igreja. De forma alguma a Igreja é somente uma instituição humana criada séculos mais tarde, trazendo o nome de um fundador que a criou, mas sim uma instituição divina que requer a participação de todos aqueles que se proclamam cristãos.

Negando a necessidade da Igreja na economia da salvação, o protestantismo também nega a visibilidade da Igreja, insistindo que ela seja apenas uma coleção de crentes ou "salvos", quem quer que sejam ou onde quer que eles estejam. Entretanto, a visibilidade da Igreja está subentendida em Mt 5,14: "Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha". Além disso, ao invés de ser apenas uma nebulosa coleção de "verdadeiros crentes", Cristo estabeleceu Sua Igreja com uma hierarquia autorizada para governá-la (Lc 6,13; Mt 18,17-18), investidos de Sua própria missão (Jo 20,21), com poder de santificar os fiéis (Jo 15,16) e perdoar os pecados (Jo 20,23), assim como poder de ensinar (Mt 28,20) e batizar (Mt 28,19).

Como chefe desta hierárquica e visível Igreja, Cristo apontou Pedro como Seu vigário, ou representante:


"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (Mt 16,18).

Como representante e cabeça da Igreja na terra, Pedro está investido da própria autoridade de Cristo para ensinar e governar:

"Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16, 18-19).

Pedro e os apóstolos, como administradores da Igreja na terra, devem ser obedecidos:

"Sede submissos e obedecei aos que vos guiam (pois eles velam por vossas almas e delas devem dar conta)" (Hb 13,17).

Obedecer a Pedro e aos demais apóstolos é obedecer ao próprio Cristo:

"Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou" (Jo 13,20).

As próprias Escrituras mostram que os apóstolos transmitiam seu ofício através da imposição das mãos para as gerações subseqüentes como seus sucessores (At 13,2; 1 Tm 4,14; Tt 5-10). Para crer que o Novo Testamento substitui a autoridade dos apóstolos após a morte de João é negar a realidade histórica e crer erroneamente que a Igreja fundada por Cristo modificou a sua essência.

Estes que propõem ignorar a legitimidade dos líderes da Igreja de Cristo pela sua própria desobediência, não mais pertencem a esta unidade.

"Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano" (Mt 18,17).

Ignorar os líderes da Igreja de Cristo é efetivamente ignorar o Cristo:

"Aqueles que vos ouve a mim ouve, os que vos rejeitam a mim rejeitam" (Lc 10,16).

É a Igreja quem garante aos fiéis estarem sendo ensinados na verdade, assistidos pelo Espírito Santo:

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco" (Jo 14,16).

"Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade" (1 Tm 3,15).

A afirmação protestante de que os cristãos precisam somente orar e ler a Bíblia na privacidade e conforto de seu lar ou em grupos de amigos somente resultou em uma divergência de mais de 25 mil diferentes igrejas protestantes, todas clamando serem "crentes na Bíblia", mesmo concordando em pouquíssimo mais que sua tendência anti-católica. Eles cumprem bem as palavras de Pedro, que avisa quanto aos "ignorantes e pouco fortalecidos" que "deturpam" as Escrituras para sua própria ruína? (2 Pd 3,16).

Apesar da desobediência e dos protestos dos seus inimigos, Cristo protegerá Sua Igreja até o fim dos tempos:

"Os portões do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).

"Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo" (Mt 28,10).

Objeção 2: "Então Cristo fundou uma Igreja. Mas essa Igreja definitivamente não é a Igreja Católica Romana!".

Não somente Cristo fundou uma Igreja, mas essa Igreja é identificada de acordo com certas "características". Estas características devem possuir dois aspectos: 1- Ela deve ser um sinal visível e evidente para todos, incluindo não-cristãos; 2- Ela deve possuir uma característica essencial sem a qual a Igreja não pode ser a Igreja de Cristo.

De acordo com o pastor presbiteriano Loraine Boettner,

"As características da verdadeira Igreja são:

- Que ensine a verdadeira Palavra de Deus.

- Que administre corretamente os sacramentos e;

- Possua um fiel exercício da disciplina." (2).

Uma dificuldade óbvia com as características de Boettner é que elas não analisam se a igreja em questão foi verdadeiramente fundada por Cristo. Além do mais, seu critério (baseado em Calvino) não visa descobrir "a verdadeira Igreja" mas "uma verdadeira Igreja". Qualquer igreja humana pode, portanto, reclamar a si ser uma igreja verdadeira quando ela mesma cumprir os três pontos acima. Acabaríamos com uma situação de ter milhares de "verdadeiras igrejas", cada uma considerando ensinar devidamente a verdadeira Palavra de Deus, os sacramentos e a disciplina, enquanto as mesmas não possuem unidade de doutrina, governo ou disciplina entre elas mesmas.

As verdadeiras características da verdadeira Igreja, que é visível e essencial, são quatro: Una, Santa, Católica e Apostólica. Estas características não são expressamente encontradas na Escritura, mas são baseadas na razão e podem ser defendidas por ela.

Una:

"Edificarei a minha Igreja" (Mt 16,18). A verdadeira Igreja fundada e edificada por Cristo. Ele desejou fundar uma Igreja, não várias. O protestantismo não é um corpo unido em doutrina e disciplina, mas uma série de organizações díspares e antagônicas não somente ao catolicismo, mas entre cada uma.

"... um só rebanho, um só pastor" (Jo 10,16). A autoridade centrada no Papa tem mantido a Igreja Católica unida na doutrina e na disciplina desde os tempos do Império Romano. O protestantismo continua a fragmentar-se com o advento de cada novo "profeta" que afirma possuir a verdadeira interpretação da Escritura.

Santa:

"Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade" (Jo 17,19).

A verdadeira Igreja será santa em seu fundador, ensinamentos e adoração. Aqui não há garantia de que todos os seus membros irão praticar o que ela ensina como foi dito por Cristo na parábola do semeador (Mt 13,18-23), a rede dos pescadores (Mt 13,47-52), e sobre a ovelha e os cabritos (Mt 25,31-46). A sobrevivência da Igreja Católica apesar dos exemplos dos ?maus papas? e outros escândalos apenas reforça o fato de que a santidade da Igreja deriva de Cristo, e somente dEle. Em qualquer caso, o protestantismo não está livre dos escândalos, e nenhuma de seus fundadores pode ser comparados a nenhum dos santos católicos, muito menos do próprio Cristo.

Católica:

"Ide, pois, e ensinai a todas as nações" (Mt 28,19).

Permanecendo única e a mesma, a Igreja se adapta a qualquer época, lugar e pessoa. Nenhuma nação ou raça está excluída de sua pregação, nenhuma língua de seu Evangelho. Aqueles que crêem que os verdadeiros adoradores somente são os brancos e anglo-saxões limitam a remissão do sangue precioso de Cristo. Cristo abriu seus braços na cruz para todas as pessoas e nações, por isso a Igreja deve ser universal, não simplesmente uma igreja nacional baseada em raças ou por interesses de um rei particular ou parlamento.

Apostólica:

A verdadeira Igreja traça a sua história, sucessão episcopal e doutrina, de volta até os próprios apóstolos: "Estarei com vocês..." (Mt 28,20). Não foi estabelecida em 1517, 1534, 1540 ou no século dezenove. Ela deve existir desde os apóstolos, existir agora, e continuar a existir até o fim do mundo.

Somente a Igreja Católica pode demonstrar ser Uma, Santa, Católica e Apostólica. (3).

Os Padres da Igreja:

São Clemente de Roma, Carta aos Coríntios 42,1 (96-98 d.C)

"Os apóstolos receberam o Evangelho do Senhor Jesus Cristo; e Jesus Cristo foi enviado por Deus. Cristo, portanto, vem de Deus, e os apóstolos vêm de Cristo. Todos estes arranjos são, então, pela vontade de Deus. Recebendo suas instruções e sendo plenos na confiança na ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, e confirmados na fé pela Palavra de Deus, eles vieram adiante na completa segurança do Espírito Santo, pregando as boas novas de que o Reino de Deus está próximo. Pelos campos e cidades eles pregaram; e nomeavam seus novos convertidos, testando-os pelo Espírito, a serem os bispos e diáconos dos futuros seguidores. Nem isto era novidade: sobre os bispos e diáconos já se haviam escritos há longo tempo. De fato, a Escritura diz: 'irei instituir bispos na retidão e seus diáconos na fé'".

Santo Irineu de Lião, Contra as Heresias 3, 4, 1 (180 d.C).

"Quando, então, tivermos tais provas, não será necessário buscar em outros a verdade que é facilmente obtida da Igreja. Porque os apóstolos, como um homem rico em um banco, depositaram nela o que de mais copiosamente pertence à verdade; e a qualquer um que desejar beber com ela a bebida da verdade. Porque ela é o portão da vida, enquanto todos os demais são ladrões e assaltantes. É por isto que se torna necessário evita-los, enquanto se estima com o máximo de diligência as coisas pertencentes à Igreja, e se agarrar às tradições da verdade... Na Igreja, Deus colocou os apóstolos, profetas e doutores, e todos os demais de acordo com o Espírito; em todas não houve quem não se conformasse com a Igreja. Do contrário, descobriam a si mesmos pelas suas fracas opiniões e infeliz comportamento. Onde está a Igreja, está o Espírito de Deus; e onde está o Espírito de Deus, está a Igreja e toda a Graça".

São Clemente de Alexandria, Miscellanies 7, 17, 107, 3 (202 d.C).

"Do que foi dito, então, parece-me claro que a verdadeira Igreja, a que realmente é venerável, é uma; e nesta são membros todos aqueles que, de acordo com o plano são justos... Dizemos, portanto, que na substância, no conceito, na origem e na eminência, a venerável Igreja Católica está sozinha, ajuntando como pode na unidade que resulta da aliança familiar".

São João Crisóstomo, Sobre a Incompreensível na Natureza de Deus, 3,6 (386-387 d.C).

"Vós não podeis rezar em casa como na Igreja, onde há uma grande multidão, onde clamores são ditos para Deus como de um mesmo coração, e onde há algo mais: a união das consciências, a concordância das almas, o vínculo da caridade, as orações dos sacerdotes".
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1 William Webster, The Catholic Church at the Bar of History, Carlisle, Penn.: Banner of Truth Trust, 1995, Ch. 9, p. 133.

2 Roman Catholicism, Presbyterian and Reformed Publishing Co. (Phillipsburg, NJ), 1962, p. 20.

3 C.f., The Holy Catholic Church, Pt. I, p. 44.


Traduzido para o Veritatis Splendor por Rondinelly Rosa Ribeiro.

Disponível em: Jesus o Bom Pastor

Ideologia de gênero. Quem me dirá quem sou?

A diferença da estrutura sexual biológica não é relativa,
ao contrário é um fato dado, uma marca inegável
e segundo a qual a própria criança se depara
desde seus primeiros olhares para seu próprio corpo

Não é de hoje que a vida dos filhos inquietam pais e mães em toda parte. A chegada de uma nova vida é marcante, conturbada e até mesmo desestabilizadora. Na era onde tudo deve estar sob o controle das mãos e ao alcance da visão, onde as planilhas financeiras devem dizer com precisão quantas curvas faremos no futuro, toda e qualquer possibilidade de surpresa parece não ser suportável, pois até a capacidade de admirar-se com o belo se vê aprisionada. O espírito humano, facultado pela força da auto transcendência, parece calar-se diante de ideologias que supõem equivocadamente defender a liberdade.

A ideologia de gênero, expressão utilizada para definir o caráter de neutralidade do gênero humano, ganha espaço na mídia e chega a muitos lares provocando dúvidas e inquietações para aqueles mais desavisados. Não é difícil encontrar mães e pais de família defendendo a forma com que alguns famosos educam seus filhos optando por não dizer-lhes se são meninos ou meninas. Algumas argumentações podem até parecer dignas de aplauso, como por exemplo, a primazia da liberdade de escolha onde os pais também se mostram neutros diante da realidade do filho para que não interfiram em sua opção no futuro.



Ao final das contas o que vemos é um movimento de neutralidade não do gênero, mas dos próprios pais. Muitos casais não querem ter filhos, custam caro, tomam o tempo e requerem atenção e trabalho, agora quando se dão ao trabalho de tê-los não querem se comprometer em ajudá-los a construir sua própria identidade. Até a simples referência de como um homem e uma mulher vivem está sendo furtada dos filhos. A liberdade tão exaltada e defendida para os filhos é dissipada quando não se oferece segurança diante das inegáveis diferenças que a vida lhes impõe. A diferença da estrutura sexual biológica não é relativa, ao contrário é um fato dado, uma marca inegável e segundo a qual a própria criança se depara desde seus primeiros olhares para seu próprio corpo.

A psicologia está repleta de argumentos sobre a importância da organização dos papeis parentais para o desenvolvimento saudável de um ser humano, contudo não são os argumentos teóricos e científicos que parecem fazer diferença no debate midiático que se faz sobre a tão falada ideologia de gênero, tudo se circunscreve sob as defesas ou ataques de questões preconceituosas.



Em uma sociedade onde o status ideológico parece pesar mais que a própria razão, renunciar às responsabilidades parentais aparenta o glamour de quem se coloca acima dos preconceitos sexuais de todos os tipos. Os que se colocam por detrás das mais diversas ideologias que visam esterilizar o comportamento sexual humano aprenderam que oferecer aplauso e status social é a melhor forma de conquistar adeptos para suas causas. Aos pais que se iludem no palco das ideologias cabe lembrar que há um palco ainda maior e mais importante cuja plateia não é tão numerosa e talvez nem tanto glamorosa, é ali onde a vida recobra sentido para o ser mãe e o ser pai, onde, ao longo de cada jornada se é capaz de olhar para o público e ver que ali sentados, na primeira fileira estão apenas os filhos, olhando atentamente, vibrando diante de cada ato, ansiosos por querer ser o quanto antes o mais parecido com seu pai e sua mãe!
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Disponível em: Aleteia

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O Ano da Fé termina, mas a porta da fé continua aberta


No próximo domingo, 24 de novembro, encerraremos o Ano da Fé. Um tempo de graça, que foi um convite à conversão pessoal e pastoral, e uma oportunidade para a renovação da vida e da missão da nossa Igreja.
 
Cada um pode fazer seu exame sobre este ano e cada comunidade pode tirar suas próprias conclusões. Penso que todos nós conseguimos frutos positivos. No entanto, ainda vemos muitos católicos que recebem os sacramentos e praticam devoções, mas não se converteram a Jesus Cristo nem se comprometem com a suaIgreja.
 
Também há católicos frios em sua , que conhecem apenas alguns pontos doutrinais, mas não chegaram a uma relação pessoal com Deus; vários deles deixam a Igreja, buscando novas experiências espirituais em outras comunidades.
 
Para enfrentar esta realidade, convém recordar o que o Papa Bento XVI ensinou: "Muitas vezes, preocupamo-nos afanosamente com as consequências sociais, culturais e políticas da , dando por suposto que a  existe, o que é cada vez menos realista. Colocou-se uma confiança talvez excessiva nas estruturas e nos programas eclesiais, na distribuição de poderes e funções; mas que acontece se o sal se tornar insípido?"
 
E continua: "Para isso, é preciso voltar a anunciar com vigor e alegria o acontecimento da morte e ressurreição de Cristo, coração do cristianismo, fulcro e sustentáculo da nossa , alavanca poderosa das nossas certezas, vento impetuoso que varre qualquer medo e indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano. (...) Portanto, a nossa  tem fundamento, mas é preciso que esta  se torne vida em cada um de nós" (Homilia, 11 de maio de 2010).
 

Na verdade, construímos estruturas pastorais, transmitimos ensinamentos morais, promovemos diversos tipos de celebrações, mas supomos que a  já estava presente e talvez não tenhamos propiciado uma verdadeira experiência espiritual.

 
Antes de celebrar os sacramentos, antes de entrar na comunidade cristã, antes de pedir compromisso apostólico, é preciso receber o primeiro anúncio, o kerygma. Este anúncio é o que suscita a , que não é uma ideia, mas uma luz que vem do alto, uma experiência na ação do Espírito Santo, uma graça para entrar em comunhão com a obra de Deus realizada em Cristo, um contato pessoal com o amor inefável de Deus, que conduz à confiança e à conversão. Sem este anúncio primordial e ardente, a evangelização e a pastoral não dão frutos verdadeiros.
 
Miguel Pastorino escreve: "O kerygma não é uma moda ou uma nova descoberta da Igreja: é o conjunto de fundamentos de todo verdadeiro processo evangelizador, de Pentecostes até hoje. O kerygma não é catequese, não é um discurso doutrinal, não é só o testemunho de vida, não é proselitismo, nem sequer uma estratégia pedagógica prévia à catequese ou uma conversação sobre qualquer tema. Todas estas iniciativas podem ser o âmbito para o anúncio do kerygma, mas não são, em si, o primeiro anúncio".
 
E completa: "O objetivo do primeiro anúncio não é despertar simpatia por Jesus Cristo, mas a conversão do coração. É algo que, sem a experiência de  do evangelizador, é impossível de realizar. Anunciar o kerygma sem é como falar a linguagem do amor sem estar enamorado. Só uma palavra repleta da graça, carregada de experiência do amor de Deus, pode ser um verdadeiro kerygma".
 
O Ano da Fé nos deixa, então, o propósito de cultivar permanentemente em nós, com a força do Espírito Santo, uma relação pessoal e real com Deus, por meio de Jesus Cristo. O acolhimento e a proclamação desta possibilidade requerem uma autêntica renovação espiritual e pastoral em nossa vida eclesial.
 
Não podemos continuar pensando em Cristo e anunciando-o como um personagem do passado; não podemos continuar lendo a Bíblia sem permitir a transformação que Deus faz em nós com a sua Palavra; não podemos continuar orando enquanto o coração está longe de Deus.
 
Não se chega à  com discursos ou abordagens abstratas, mas abrindo-nos à força de Deus que, em Cristo, nos deu a resposta às aspirações e interrogantes da nossa vida. Como diz a carta Porta fidei, a porta da  continua aberta e nos introduz em um caminho que dura a vida toda.
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Disponível em: Aleteia

Como falar de sexo com os filhos?


O sexo é um dos temas mais importantes sobre os quais é preciso conversar com os filhos. Mas também é um dos mais difíceis.
 
Apresentamos, a seguir, algumas dicas sobre como abordar o tema na família. O ideal é começar a conversar com os filhos sobre sexo desde que são pequenos (sugere-se iniciar antes dos 12 anos), destacando a importância de esperar até o casamento para dar início à vida sexual.

 
1. Aproveite momentos que possam ser oportunos. Sempre surgem momentos nos quais é possível iniciar uma conversa de maneira natural: por exemplo, ao ver uma cena de sexo em uma novela ou filme.

 
2. Dê a informação aos poucos. Não queira abranger o tema todo em uma só conversa, pois isso pode ser cansativo e incômodo, tanto para seus filhos quanto para você. Conversando sobre sexo aos poucos, seus filhos poderão ir formando suas opiniões e princípios, e valorização o fato de não terem recebido toda a informação de uma só vez.

 
3. Tenha senso de humor. Falar de sexo pode ser algo muito pesado, razão pela qual vale a pena tratar do tema de maneira ágil e com bom humor.

 
4. Mostre aos seus filhos quão maravilhoso é viver a sexualidade com a pessoa com quem se decide formar uma família. Enfatize a importância de esperar até o casamento, mesmo que você tenha tido relações sexuais antes de casar-se.



Os pais são uma importante referência para os filhos e, ainda que nem sempre tenham dado bom exemplo, é possível orientá-los de maneira adequada, para que não cometam os mesmos erros. É preciso que os pais estejam convencidos daquilo que pretendem ensinar aos seus filhos.

 
Nunca se esqueça: os pais são o maior exemplo para os filhos; a única maneira de evitar uma gravidez indesejada ou uma DST é a abstinência; nenhum método anticoncepcional é 100% seguro.

 
É importante dedicar tempo a estar com os filhos e lembrar de que a presença de um adulto durante seus tempos de lazer é conveniente. Os adolescentes que ficam mais tempo sozinhos tendem a iniciar sua vida sexual antes.

 
É preciso conversar com os filhos sobre os riscos do consumo de álcool e demais drogas, entre os quais se encontra o início precoce da vida sexual.

 
Oriente seus filhos sobre as amizades; é preciso que eles cultivem amizades saudáveis, que seus amigos não os pressionem para iniciar a vida sexual nem a ter outros comportamentos de risco, como o consumo de álcool, cigarro e outras drogas.

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Disponível em: Aleteia

O escândalo da corrupção

Todos nós “devemos nos reconhecer pecadores. Todos nós”.
Mas “o corrupto está amarrado a um estado de suficiência,
não sabe o que é a humildade”.

Já falamos no assunto. Mas como a corrupção é um dos piores crimes, disseminada por toda a parte, o Papa Francisco voltou a tratar do assunto na semana passada.

Ainda quando Cardeal, o Papa falava de uma corrupção que é “o joio do nosso tempo”. E o pior: “o corrupto não percebe sua corrupção. Ocorre como com o mau hálito: dificilmente aquele que tem mau hálito o percebe. Os outros é que o sentem e têm que lhe dizer. Por isso, também, dificilmente o corrupto pode sair de seu estado por remorso interno. Seu bom espírito dessa área está anestesiado”. Falando agora, o Papa diferencia a corrupção do simples pecado. Segundo ele, “aquele que peca e se arrepende, pede perdão, se sente frágil, se sabe filho de Deus, se humilha e pede a salvação a  Jesus”. Mas quem é corrupto, “escandaliza”, não pelas suas culpas, mas porque “não se arrepende”, “continua a pecar e, mesmo assim, finge que é cristão”. É alguém que leva, enfim, uma “vida dupla”. E isso “faz muito mal” para a Igreja, para a sociedade e para o próprio homem.

“É inútil que alguém diga ‘Eu sou um benfeitor da Igreja! Eu coloco a mão no bolso e ajudo a Igreja’, se depois, com a outra mão, rouba do Estado, rouba dos pobres”. E o Papa recorda a afirmação de Jesus no Evangelho: “Mais vale a esse que lhe pendurem uma pedra de moinho ao pescoço e seja lançado ao mar!”. “Aqui não se fala de perdão”, observa o papa, o que esclarece ainda mais a diferença entre corrupção e pecado. Jesus “não se cansa de perdoar” e nos exorta a perdoar até sete vezes por dia o irmão que se arrepende. No mesmo Evangelho, porém, Cristo adverte: “Ai daquele que provoca escândalos!”. Jesus “não está falando de pecado, mas de escândalo, que é outra coisa”, ressalta o papa. Quem escandaliza engana, e “onde há engano não há o Espírito de Deus. Esta é a diferença entre o pecador e o corrupto”: quem leva “vida dupla é corrupto”; quem “peca, mas gostaria de não pecar”, é apenas “fraco”: este “recorre ao Senhor” e pede perdão. “Deus o ama, o acompanha, está com ele”.

Todos nós “devemos nos reconhecer pecadores. Todos nós”. Mas “o corrupto está amarrado a um estado de suficiência, não sabe o que é a humildade”. Jesus chamava esses corruptos de “hipócritas”, ou, pior ainda, de “sepulcros caiados”, que parecem “bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão. Uma podridão envernizada: esta é a vida dos corruptos. E um cristão, que se gaba de ser cristão, mas que não leva vida de cristão, é um desses corruptos”.



“Nós todos conhecemos alguém que está nesta situação: cristãos corruptos, padres corruptos... Quanto mal eles causam à Igreja, porque não vivem no espírito do Evangelho, mas no espírito do mundanismo”. Mundanismo é um perigo a respeito do qual São Paulo já alertava os cristãos de Roma, escrevendo: “Não se conformem com a mentalidade deste mundo”. E, comenta o Papa: “Na verdade, o texto original é mais forte, porque nos diz para não entrarmos nos esquemas deste mundo, nos parâmetros deste mundo, ou no mundanismo espiritual”
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Disponível em: Aleteia

Casamento NÃO é para você!


Estando casado apenas por um ano e meio, eu recentemente cheguei à conclusão de que casamento não é para mim.

Agora, antes que você comece a imaginar coisas, continue lendo.

Eu conheci minha esposa na escola, quando tínhamos 15 anos. Nós éramos amigos havia dez anos, até que… até que decidimos que não queríamos ser apenas amigos. Eu recomendo fortemente que melhores amigos se apaixonem. Haverá bons tempos para todos.

No entanto, me apaixonar por minha melhor amiga não me impediu de ter certos medos e ansiedades sobre me casar. Quanto mais eu e Kim nos aproximamos da decisão de nos casarmos, mais eu fui tomado por um medo paralisante. Eu estava pronto? Eu estava fazendo a escolha correta? Kim era a pessoa certa para mim? Ela me faria feliz?

Então, certa noite, eu compartilhei esses pensamentos e preocupações com meu pai.


Talvez cada um de nós tenha momentos em nossas vidas em que parece que o tempo fica mais lento, ou o ar fica parado, e tudo ao nosso redor parece encolher, marcando aquele momento que você nunca vai esquecer.

Meu pai dando suas respostas às minhas preocupações foi um grande momento para mim. Com um sábio sorriso ele disse, “Seth, você está sendo totalmente egoísta. Então eu vou simplificar as coisas: casamento não é para você. Você não se casa para ser feliz, você se casa para fazer alguém feliz. Mais que isso, seu casamento não é para você, você está casando para uma família. Não apenas para os parentes e todas essas besteiras, mas pelos seus futuros filhos. Quem você quer que te ajude a criá-los?  Quem você quer que os influencie? Casamento não é para você. Não é sobre você.Casamento é sobre a pessoa com quem você se casou.”

Foi nesse exato momento que eu soube que Kim era a pessoa certa para mim. Eu percebi que eu queria fazê-la felizvê-la sorrir todos os dias, vê-la gargalhar todos os dias. Eu queria ser parte da família dela, e a minha família queria que ela fosse parte da nossa. E lembrando de todas as vezes em que a vi brincando com meus sobrinhos, eu soube que ela era a pessoa com quem eu gostaria de construir nossa própria família.

O conselho de meu pai foi ao mesmo tempo chocante e revelador. Foi na contramão da “filosofia Walmart” de hoje, que é: se não te faz feliz, você pode devolver e pegar um novo.

Não, um verdadeiro casamento (e um verdadeiro amor) nunca é centrado em você. É centrado na pessoa que você ama – seus desejos, suas necessidades, suas esperanças, e seus sonhos. O egoísmo exige: “O que há aí para mim?”, enquanto o amor pergunta: “O que eu posso dar?”

Há algum tempo, minha esposa me mostrou o que é amar sem egoísmo. Por muitos meses, meu coração endureceu com uma mistura de medo e ressentimento. Então, quando a pressão chegou a um nível insuportável, as emoções explodiram. Eu era insensível. Eu era egoísta.

Mas, ao invés de se igualar ao meu egoísmo, Kim fez algo além do maravilhoso – ela mostrou um transbordamento deamor. Deixando toda a dor e angústia que eu havia causado, ela amorosamente me tomou em meus braços e acalmou minha alma.

Eu percebi que tinha esquecido o conselho do meu pai. Enquanto o lado de Kim no casamento tinha sido me amar, meulado do casamento era só sobre mim. Essa terrível descoberta me levou às lágrimas, e eu prometi à minha esposa que iria tentar ser melhor.
Para todos que estão lendo esse texto – casados, quase casados, solteiros, ou mesmo solteirão ou solteirona – eu quero que você saiba que casamento não é para você. Nenhuma relação de amor verdadeiro é para você. O amor é para a pessoa que você ama.

E, paradoxalmente, quanto mais você verdadeiramente ama essa pessoa, mais você recebe. E não apenas dessa pessoa, mas dos amigos dela e da família dela e milhares de outras pessoas que você nunca teria conhecido se seu amor permanecesse egoísta.


Na verdade, amor e casamento não são para você. São para os outros.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Igreja da Inglaterra abre caminho para ordenação episcopal feminina em 2014


O sínodo geral da Igreja da Inglaterra aprovou nesta quarta-feira, 20 de novembro, uma proposta que abre caminho para a ordenação de mulheres ao bispado a partir de julho de 2014. O órgão legislativo da Igreja - formado por bispos, clérigos e leigos - aprovou por 378 votos a favor, 8 contra e 25 abstenções, um documento que prevê o estabelecimento de um mediador para dialogar com as dioceses relutantes em aceitar a direção de mulheres no bispado.

Em novembro de 2012, o sínodo geral rejeitou, após um intenso debate, a nomeação de mulheres como bispos na Inglaterra, fato já permitido em Igrejas Anglicanas em países como a Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Estados Unidos, Suíça e África do Sul.

O arcebispo de York, John Sentamu, advertiu que, apesar da aprovação por esmagadora maioria do documento, ainda restam "assuntos importantes" a serem resolvidos. "Não deveríamos abrir ainda as garrafas de champagne ou qualquer outra bebida que consideramos de celebração, porque ainda temos que trabalhar unidos até o final", afirmou Sentamu. após a reunião do sínodo em Londres.


O primeiro ministro do Reino Unido, David Cameron, disse no Parlamento que espera ver "o quanto antes" mulheres bispas na Câmara dos Lordes, um órgão do qual são membros 26 eclesiásticos anglicanos. "Apoio com força que mulheres sejam ordenadas bispas e espero que a Igreja da Inglaterra dê este passo crucial para assegurar a posição de uma Igreja moderna, em contato com a sociedade", afirmou o Premier britânico.

Cameron assegurou que seu governo está "preparado para trabalhar com a Igreja, com o objetivo de estudar formas de fazer chegar às mulheres na Câmara dos Lordes o mais breve possível".

Já o deputado Tony Baldry defendeu a necessidade de modificar a lei para que "as mulheres bispas sejam admitidas na Câmara dos Lordes o quanto antes, sem que tenham que fazer fila atrás de todos os bispos diocesanos que já existem".
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Fonte: Rádio Vaticano
Disponível em: Portal Ecclesia

Porque devo abandonar o protestantismo?


Aprenda agora, como se livrar do Protestantismo e se tornar um autêntico Cristão.

Um protestante sincero, que estivesse em sua seita por ignorância invencível, teria que praticar sinceramente o que ensina a sua seita protestante. Como todas elas mandam ler a Bíblia, ele teria que ler a Bíblia com atenção e respeito. Ora, ao ler a Bíblia, ele encontraria que, nos Atos do Apóstolos, o eunuco da Rainha de Candace diz que não adiante ler a Bíblia, sem ter alguém que a explique (Atos 8,31). E esse protestante supostamente sincero, lê a Bíblia sem que ninguém lha explique, pois para o protestante, não é necessário que ninguém explique a Bíblia a ninguém. Todos seriam inspirados pelo Espírito Santo, o ler a Sagrada Escritura, entendendo-a infalivelmente. Mas, então, como é que o eunuco da rainha, afirmou, na Bíblia, que não pode se entender a Bíblia, se alguém não a explica? Por acaso o Espírito Santo teria deixado de atender ao eunuco, enquanto ele lia a Bíblia? Mas que espírito desleixado ou distraído !…

Esse protestante leria, com os seus olhos, que a Bíblia afirma que “A fé vem pelo ouvido” (Rom 10, 17). E para o protestante a fé vem pelos olhos, vem pela leitura. E não pelo ouvido. Ao ler isso, nosso suposto protestante de boa fé, começaria a se perguntar se o protestantismo, de fato, é certo. Mais adiante, ele leria que no Evangelho de São Lucas, Isabel saudou Maria chamando-a de “Mãe de meu Senhor”. E que todas as gerações chamariam Maria de bem-aventuradada... Exceto a geração de Lutero, que se recusa louvar a Maria…

Esse protestante sincero e de boa fé — em ignorância já meio vencida — leria que, na Cruz, Cristo disse:

“Mulher, eis aí o teu filho. E, dirigindo-se ao discípulo, disse-lhe: “Filho, eis aí tua mãe”. ( Luc 19. 26-27). Depois de ler, esse testamento de Cristo, como esse protestante “sincero” como poderia ele continuar a chamar a Mãe de Cristo, e nossa Mãe misericordiosa, apenas de “a Maria”, como os protestantes normalmente o fazem?

E depois de ler que Cristo deu a PEDRO, as chaves do Reino dos céus, e lhe confiou a missão de apascentar cardeiros e ovelhas de Cristo, como continuar protestante, negando o pastor único estabelecido por Cristo? Como continuar sincero protestante, (agora, sincero sem aspas)? E ademais de ler a Bíblia – que condena de mil modos o protestantismo — esse protestante estranhamente “sincero” deveria também estudar as origens do protestantismo. Deveria estudar a vida de Lutero.

Lendo essa vida, e lendo suas Tische Redden — suas “Conversas à Mesa”– veria que o heresiarca de Wittenberg chamou Cristo de adúltero e de bêbado (Luthero, Tische Redden, ed Weimar, II, 107, n*1472 , apud F. F. Brentano, Lutero, p 151.).

Lendo as obras do heresiarca, veria que, para Lutero, quanto mais o homem pecasse, mais provaria ter fé. Daí o princípio protestante: “Crê firmemente, e peca muitas vezes”.

Pesquisando os cadernos de anotação de Lutero, ficaria sabendo que, para esse herege, Cristo era Deus e o diabo, ao mesmo tempo (Cfr. Theobald Beer, Der frölich Wecsel un Streit, e 30 Giorni, Ano VII, n*2, Fevereiro de 1992, p. 34 seg,).

Vemos então que não seria difícil a um protestante — “sincero” – descobrir que a “Reforma” foi uma rebelião contra a Igreja de Cristo, e que lhe era dever de consciência tornar-se Católico. E se um protestante sincero, lesse a Bíblia com atenção e respeito, saberia que para salvar-se não basta ter fé, é preciso praticar boas obras, conforme ensina São Tiago.