domingo, 24 de novembro de 2013

Viva Cristo Rei!


Sabe-se que a Igreja encerra seu Ano Litúrgico com a Solenidade Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. No entanto, poucos se dão conta de que se trata de uma festa relativamente recente, pois só foi instituída em 1925, portanto há menos de cem anos.

Mas o que levou o papa Pio XI a dedicar a primeiríssima encíclica de seu pontificado à criação de uma festa de Cristo Rei? (cf. carta encíclica Quas primas, 11/12/1925).

No início do século XX, o mundo, que ainda estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial, fora varrido por uma onda de secularismo e de ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia, a revolução maçônica no México, anti-clericalismos e governos ditatoriais grassavam por toda parte.

É neste contexto que, sem medo de ser literalmente “politicamente incorreto”, o papa Pio XI institui uma festa litúrgica para celebrar uma verdade de nossa fé: mesmo em meio a ditaduras e perseguições à Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo continua a reinar, soberano, sobre toda a história da humanidade.


Recordar que Jesus é Rei do Universo foi um gesto de coragem do Santo Padre. Com as revoluções que se seguiram ao fim do primeiro conflito mundial, em 1917, o título de Cristo Rei tornara-se um tanto impopular. Se o Papa tivesse exaltado Jesus como profeta, mestre, curador de enfermos, servo humilde, vá lá! Qualquer outro título teria sido mais aceitável. Mas Cristo Rei?!…


Mesmo assim, nadando contra a correnteza e se opondo ao secularismo ateu e anti-clerical, o Vigário de Cristo na terra instituiu esta solenidade para nos recordar que todas as coisas culminam na plenitude do Cristo Senhor: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as coisas” (Ap 1, . É necessário reavivar a fé na restauração e na reparação universal realizadas em Cristo Jesus, Senhor da vida e da história.

Atenção ao pensamento único globalizado, ao espírito que negocia tudo, até mesmo a fé

O Papa em Santa Marta denuncia o espírito mundano: 
o "espírito do progressismo adolescente" 
e a "globalização de uniformidade hegemônica"

Que o mundanismo é um dos piores inimigos do homem, do cristão, o Papa Francisco disse mais de uma vez. Ontem (18) em Santa Marta, o Papa foi ainda mais longe e advertiu contra o "espírito do mundo que negocia tudo" até mesmo a fé, e sua progênie. Antes de tudo o "progressismo adolescente" que, como adolescentes entusiastas, precisa ceder a tudo e tentar de tudo. E depois, a "globalização", ou, aquele pensamento único que - como afirmado por Bento XVI na Missa da Epifania de 2008: "Não é sinônimo de ordem mundial, mas sim outra coisa”.

Devido a estes males, adverte Papa Francisco, acaba-se negociando não só os valores, mas a própria fé. E este é um risco grave. O mundanismo é, de fato, o dilema do nosso tempo, mas suas origens são antigas, desde os Macabeus. O Papa parte da primeira leitura de hoje, para explicar a "raiz perversa" do mundanismo. Nesta, alguns homens “perversos", no comando dos israelitas, convencem o povo de Deus a ir tratar com o rei, para "negociar" com as outras nações para que Israel não fosse isolada. Ao fazer isso, os israelitas abandonaram suas tradições e costumes; se “uniram às nações e se venderam para fazer o mal".

Em outras palavras, diante de uma proposta mundana - disse o Papa - o povo escolhido acaba se afastando de Deus e se aproxima do "espírito do progressismo adolescente", pelo qual se acredita que "avançar em qualquer escolha é melhor do que permanecer no hábito da fidelidade". Nessas negociações com o rei, Israel contraria a "fidelidade ao Deus sempre fiel". E isso - destaca o Papa - é chamado de "apostasia", "adultério", porque negocia "o essencial do seu ser: a fidelidade ao Senhor".


"É precisamente o fruto do diabo", acrescenta duramente Bergoglio, um fruto "do príncipe deste mundo, que nos conduz com o espírito do mundanismo". E por consequência:  "assumiram os hábitos dos pagãos" e "o rei prescreveu em todo o seu reino que todos formassem um só povo e cada um abandonasse as próprias tradições". Chegando assim a uma "globalização de uniformidade hegemônica", que - diz o Papa - "não é a bela globalização da unidade de todas as nações, em que estão unidas e cada uma tem suas próprias tradições, é precisamente o “pensamento único”: “fruto do mundanismo”.

"Todos os povos adaptaram-se às ordens do rei- continuou o Papa, referindo-se à leitura - aceitaram até mesmo o seu culto, sacrificaram ídolos e profanaram o sábado”. Por fim, o “rei suscitou uma abominável devastação sobre o altar”.

"Isso acontece até hoje!" - comentou  Bergoglio -  "porque o espírito do mundanismo ainda existe hoje, ainda hoje nos conduz neste desejo de ser progressista sobre um pensamento único. Se alguém fosse encontrado com o Livro da Aliança e se alguém obedecesse a lei, a sentença do rei o condenava a morte: e isso nós lemos nos jornais, nos últimos meses”.

"Esse povo – acrescentou- negociou a fidelidade ao seu Senhor; esse povo, movido pelo espírito do mundo, negociou a própria identidade, negociou a pertença a um povo, um povo que Deus ama tanto, que Deus quer como seu povo”.

O Papa fez referência ao romance do século XX - 'Mestre do Mundo' - que se concentra sobre "o espírito demundanismo que leva à apostasia". Hoje, afirma o papa, pensam que "temos de ser como todo mundo, temos que ser 'mais normal', como todo mundo faz, neste progressismo adolescente". Mas depois, “a história continua", ou seja, “a pena de morte, os sacrifícios humanos". "Vocês acham que hoje não existem mais sacrifícios humanos?" - pergunta o pontífice- "existem muitos, muitos! E existem leis que os protegem".

Diante deste cenário sombrio e incerto, não devemos perder a esperança. Porque- diz Bergoglio- neste "caminho de infidelidade" traçado com o "espírito do mundo" pelo "príncipe deste mundo", conforta -nos saber que “sempre está o Senhor que não pode renegar a si mesmo, o Fiel: Ele sempre nos espera, Ele ama-nos tanto, e Ele perdoa-nos quando nós, arrependidos por qualquer passo, por qualquer pequeno passo neste espírito de mundanidade, nós vamos ter com Ele, o Deus fiel perante o Seu povo que não é fiel” - disse o Papa-.


Então, exorta o Papa “com o espírito de filhos da Igreja rezemos ao Senhor para que com a Sua bondade, com a sua fidelidade nos salve deste espírito mundano que negoceia tudo; que nos proteja e nos faça andar para a frente, como fez caminhar o Seu povo no deserto, levando-o pela mão, como um pai leva o seu menino. Na mão do Senhor estamos seguros.”
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Fonte: Aleteia

sábado, 23 de novembro de 2013

Mensagem para o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas


Saúdo todos os leigos e leigas do Brasil pelo seu dia na festa de Cristo Rei!

Viva Cristo Rei!

Todas as criaturas necessitam de um ambiente saudável para nascer, crescer e viver em paz. É preciso construir a casa para que se possa viver com dignidade como pessoa humana, desde o momento em que tem início a existência, pois, já carrega a imagem de Cristo.

Jesus Cristo é proclamado Rei do Universo no último domingo litúrgico do ano. Ele tem um Reino para nós. Pela graça do Batismo, somos filiados à Igreja.  Como mãe, a Igreja oferece as condições espirituais e humanas para que a vida seja de fato vista como dom e riqueza imensurável. Portanto, cada criatura humana carrega dentro de si o grande sinal de Deus Uno e Trino. A festa de Cristo Rei é para todos os batizados. Lembramos nesse dia especialmente os leigos e leigas.


A Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato, ao saudar os leigos e leigas, convoca-os para trabalhar na messe do Senhor e construir o Reino de paz e de justiça. O nosso espaço, o lugar onde vivemos, deve se tornar um sinal do Reino definitivo anunciado por Jesus Cristo. Por isso, são chamados para contribuir na evangelização. Saudamos e cumprimentamos os milhões de leigos e leigas que se dedicam à evangelização; são infinitamente a maioria absoluta que anunciam o Cristo Rei através da catequese, da liturgia, da coordenação de grupos, das pastorais, dos movimentos, associações, novas comunidades, CEBs, dos conselhos de leigos e da presença nos diferentes espaços da sociedade como na cultura, na economia, no mundo do trabalho,  nas artes, na família, na política, na vida profissional, na educação, nos meios de comunicação,  dentre outros.  Reconhecemos que a maioria dos agentes de evangelização são as mulheres.

O trabalho humilde, simples, cotidiano, constante, sereno, fecundo das mulheres é a beleza gigantesca no anúncio do Reino de Deus. Que os homens também se sintam participantes nessa tarefa divina e santa, pois temos tantos homens espalhados pelo mundo afora se dedicando no anúncio do Evangelho e sua justiça. Que na festa de Cristo Rei, dia do leigo, saibamos valorizar todos os que são partícipes da gloriosa vinda de Cristo e com Ele, possamos construir o Reino definitivo.

No ano de 2014, teremos muitas oportunidades para aprofundar a reflexão sobre a missão e o ministério dos leigos. Está na hora de somarmos forças para equilibrar as relações no mundo todo, que nenhum filho de Deus, passe fome, se perca no crime e seja recolhido em prisões, mas que tenha saúde, educação, espaço para o lazer, trabalho digno, moradia; esse é o Reino que ainda deve ser construído, e a força do Evangelho nos proporciona e nos condiciona para tanto. Como afirma do Documento de Aparecida os leigos e leigas são chamados a ser construtores do Reino.  É uma questão de decisão, de participação e de iniciativa criativa e inspirada pela força de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Que a fé, aumentada e professada neste Ano da Fé, seja a força motora em cada cristão para ser instrumento de paz em toda parte.

Que o modelo de vida de família, testemunhada por Jesus, Maria e José, encoraje os leigos e leigas para serem discípulos missionários do Reino de Deus.

Fraternalmente,

Dom Frei Severino Clasen
Bispo de Caçador - SC
Presidente da Comissão Episcopal para o Laicato

As “derrapadas” do Papa Francisco


«Diante das últimas declarações de Papa Francisco, que deixaram alarmados os católicos de sólida formação, não cínicos antipapas de ontem nem fanáticos papistas de hoje, pensamos ser útil dar umas poucas ideias. É muito difícil emitir um juízo sobre as intenções do Papa a respeito. Pelo tamanho das “derrapadas doutrinais”, parece-nos que se trate mais de pouca inteligência misturada com a típica loquacidade “achista” episcopal latino-americana, potencializada pelo próprio idealismo pauperista e espiritualista tão agradável à opinião pública, e certo surto de populismo ansioso, desejoso de aparecer e ganhar espaço nas manchetes».

O desairoso comentário não foi emitido por ateus anticlericais, mas por dois padres católicos, que não hesitaram em publicar seu artigo e assinar seus nomes num site religioso. É provável que o tenham feito por não concordarem com os propósitos renovadores do Papa Francisco, expressos em inúmeros gestos considerados contestatórios, de acordo, aliás, com sua convicção mais vezes repetida: «Estou decidido a cumprir com o mandato que me foi confiado. Tenho a humildade e a ambição de querer fazê-lo».


As críticas dos padres demonstram que, para acolher a novidade trazida pelo Evangelho, não apenas os leigos, mas também suas lideranças precisam da sabedoria do coração, que só vinga em pessoas que colocam o bem da Igreja e da humanidade acima de seus interesses e traumas. Foi o que advertiu o próprio Jesus: «É inútil colocar vinho novo em barris velhos: os barris se arrebentam, o vinho se derrama e os vasilhames se perdem. Vinho novo se põe em barris novos, pois ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo. Para ele, o velho é melhor» (Lc 5,37-39). A grande tentação do cristão é tentar conciliar o “novo” do Evangelho com esquemas mentais mundanos. Quando isso acontece, ele prefere ficar com o vinho velho, pois o novo exige um desapego heroico das falsas seguranças construídas ao longo dos anos e uma fé inquebrantável no projeto de Deus.

O que o Papa Francisco entende por reforma da Igreja pode ser avaliado a partir da homilia que proferiu na Casa Santa Marta, no dia 7 de outubro: «O Evangelho nos fala de um homem semimorto, estendido na estrada. Um sacerdote percorre o mesmo caminho – um sacerdote digno, com barrete e tudo! Olha e pensa: “Não posso parar. Vou chegar tarde à missa”. E foi embora. Não ouviu a voz de Deus. Em seguida, passa um levita, que, talvez, raciocina consigo mesmo: “Se eu toco neste homem, que pode estar morto, amanhã serei chamado pelo juiz para testemunhar”. E foi embora. Ele também fugiu da voz de Deus. Somente um pecador, um samaritano, alguém distante de Deus, foi capaz de cuidar daquele homem e levá-lo a um albergue. Perdeu a noite toda atrás do ferido. O sacerdote chegou a tempo para a missa, e todos os fiéis ficaram contentes. O levita teve um dia tranquilo, de acordo com o que tinha pensado, sem aquela maçada de se envolver com a justiça».

A reforma da Igreja vai muito além da mera atualização de suas estruturas. Ela se concretiza numa fé e numa espiritualidade que demonstram o amor de Deus pela humanidade. Por isso, uma Igreja que atrai, motiva e converte pela compreensão e benevolência de seus pastores, jamais pela imposição e prepotência. É o que lembrou o Cardeal João Braz de Aviz, em entrevista a uma revista brasileira, no mês de setembro: «Precisamos de uma Igreja próxima do povo, formada não de classes, mas de irmãos. Os conceitos de autoridade e de obediência devem mudar e se adaptar: não o valor da obediência e da autoridade em si, mas a maneira de entendê-las e exercê-las. Há muito autoritarismo na Igreja, que é pura dominação. Autoridade não é colocar uma pessoa acima da outra. Autoridade é de irmãos que têm missões diferentes: quem manda e quem obedece estão no mesmo nível».


Por fim, para ser duradoura e eficaz, a reforma da Igreja exige que seus filhos saibam viver a espiritualidade na normalidade da vida. «A graça supõe a natureza», diziam os antigos escolásticos. É a conclusão a que chega também Dom João: «Não podemos passar um verniz de misticismo e de espiritualidade sobre a imaturidade humana. Se não conseguirmos desenvolver os valores humanos, será muito difícil integrar e vivenciar a fé».


Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados

Por que nascem pessoas com deficiência?

STEVIE WONDER ficou cego ainda bebê. 
Você acha que ele é mais "sofrido" ou tem menos possibilidade 
de ser feliz do que uma pessoa que enxerga?

Ao ver uma pessoa deficiente de nascença, muitos se perguntam: porque alguns nascem deficientes e outros nascem “perfeitos”? Ainda que a maioria não tenha coragem de declarar isso, no fundo desta pergunta está a crença de que uma pessoa deficiente tem menor potencial para se realizar, para ser feliz, do que uma pessoa “normal”. Será?

Para compreendermos essa questão, é necessário, primeiramente, que nos demos conta de um problema anterior: por causa do pecado original, nem a nossa alma nem o nosso corpo estão de acordo com o plano de Deus ao criar os homens. Tudo tende a se corromper, tudo está fora do lugar, tudo decai. Feridos por esta mancha, todos nós nascemos com deficiências e limitações, sejam elas de ordem física, psicológica, emocional ou econômica, entre outras.

Se entendermos isso, veremos que o leque de perguntas deve ser ampliado:

·    Por que alguns são gerados por pais se amam e se respeitam, e outros são recebidos neste mundo por um casal em crise e amargurado?

·   Por que alguns nascem em um lar onde há fartura, e outros nascem em uma família miserável?

·   Por que alguns nascem sendo amados pelo pai e pela mãe, e outros já nascem rejeitados por um deles, ou por ambos?


A deficiência física ou intelectual de um recém-nascido nos abala de modo especial porque torna evidente aos nossos olhos algumas das dificuldades que aquela criança terá na vida; entretanto, uma criança “normal” também nasce com uma série de deficiências, que não chamam tanto a nossa atenção por não serem explícitas visualmente. São limitações internas ou relativas ao ambiente social e familar, porém não menos dramáticas.

Para a coisa ficar mais clara, vamos partir de um exemplo concreto. Olhe para a foto aí ao lado: o que você vê? A maioria das pessoas vê beleza, sensualidade, talento, glamour, sucesso… Sim, Marilyn Monroe, ícone pop e uma das maiores estrelas do cinema de todos os tempos, tinha tudo isso de sobra. Mas o que pouca gente percebe é que ela sofria pelas consequências de suas graves deficiências familiares de nascença. Jamais conheceu o pai, e sua mãe foi internada em um hospício quando ela era ainda muito pequena. Apesar de ter os pais vivos, a menina era, na prática, uma órfã.

Marilyn passou boa parte da infância em casas de parentes e orfanatos. Sendo uma criança desprotegida, foi abusada sexualmente na infância por vários anos. É bem possível que ela tenha sido um lindo bebê, aparentemente “perfeito”. Entretanto, nasceu emocionalmente mutilada, sem o amor e a presença do pai e, logo depois, sem os cuidados da mãe. Quem poderá dizer que o “fardo” do seu desamparo de nascença – que a expôs a sabe-se lá quantas dores e humilhações ao longo de toda a sua vida – é menor do que o de uma criança que nasce com alguma deficiência física ou intelectual? Quem poderá vislumbrar e medir a grandeza dos obstáculos que se apresentam diante de cada pessoa, assim que ela nasce?

Os deficientes físicos ou intelectuais precisam que a sociedade olhe para as suas limitações de forma objetiva e sem pieguice: eles têm necessidade de atendimento médico especializado, cultura, educação e lazer; de acessibilidade nas ruas, nos meios de transporte, no comércio etc. Mas… ter pena? Como diziam meus sábios amiguinhos do Jardim de Infância, quem tem pena é galinha!

Assim, não é realista quem vê o deficiente físico ou intelectual como um coitado que sofre mais do que os outros. Filhos de Adão e Eva, coitados somos todos nós, que já nascemos destinados a morrer (ô dó!). Cada indivíduo carrega as suas mazelas, as suas frustrações, os seus traumas… e cada um sabe onde o seu calo aperta.

A ideia de que os deficientes físicos ou intelectuais de nascença são pessoas potencialmente infelizes resulta, muitas vezes, no preconceito e na segregação dessas pessoas na sociedade. Em um nível mais crítico de rejeição, muitos chegam até mesmo a pensar que seria melhor que as pessoas deficientes nem chegassem a nascer. E isso explica porque mais de 90% das crianças com Síndrome de Down são abortadas na Europa e nos EUA.

Assim como todos nós somos “coitados”, do ponto de vista das nossas chagas de naturezas diversas, também todos todos nós somos imensamente abençoados. Temos motivos de sobra para ter esperanças e sorrir! Há 2 mil anos, Deus se encarnou no ventre de uma Virgem, se fez Menino; Ele se dignou a descer de Sua glória nos Céus e vir até nós, a nos olhar nos olhos e a nos ensinar o caminho para a verdadeira vida. Ele nos amou, a ponto de se entregar na cruz por nós.

Então, como cadeirantes ou “andantes”, sendo pobres ou ricos, tendo sido crianças amadas ou negligenciadas, podemos caminhar com Jesus, nos tornar pessoas melhores com o tempo, amar como Ele amou, gozar do “cêntuplo” ainda nesta vida e, no fim, partilhar de sua Eterna Vitória.


Graças a Deus, somos muito mais do que infelizes filhos de Eva: somos filhos da doce e poderosa Virgem Maria!

Nascido em um país onde 90% dos bebês com Síndrome de Down são abortados, 
o menino americano ANDY REIGSTAD (de camiseta amarela) 
sempre foi desejado e é amado pelos pais. 
Você acha que ele tem menos possibilidade de ser feliz do que você?
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Título Original: Por que nascem pessoas deficientes?

Começou a namorar e abandonou a Igreja?


Entra ano, sai ano, e nada muda nas comunidades da Igreja: meninos e meninas, homens e mulheres, ao arrumar um namorado(a), simplesmente somem. A sua presença vai rareando, rareando, até que a vítima do Cupido evapora de vez, especialmente quando o xodó não partilha da sua fé.

Acho que o Pai já nem se surpreende mais. Afinal, esse problema ocorre não é de hoje. O Antigo Testamento traz relatos semelhantes, ocorridos há milênios.

Salomão é um dos personagens mais falados da Bíblia, célebre pelas duas coisas que tinha em abundância: dim-dim e sabedoria. Sendo um homem cheio de lábia e $impatia, sacomé… fazia mais sucesso com a mulherada do que o Brad Pitt antes de arrumar 12 filhos. Teve 700 esposas e 300 concubinas.

O problema é que boa parte desse harém não era composto por israelitas, mas por estrangeiras. E aí, entre um cafuné e outro, as mulheres acabaram convencendo-o a cultuar outras divindades. Para agradá-las, ele não poupou recursos: construiu diversos templos, para que “as mina” pudessem prestar culto aos seus deuses.

Antes de trair a sua fé, o rei gozava de grande paz, pois o Senhor o favorecia. A partir de então, profundamente decepcionado e ofendido, o Deus de Israel permitiu que Salomão fosse acossado por seus inimigos, que lhe deram muita dor de cabeça. Em consideração ao seu pai, Davi, o Senhor não tirou Salomão do trono de Israel; mas, após a sua morte, diminuiu drasticamente o poder de seu filho, Roboão, que passou a reinar somente sobre duas tribos, em vez de doze (I Reis 11).



Essa história é extremamente didática para nós. A sabedoria excepcional de Salomão de nada lhe valeu diante do encanto de suas mulheres idólatras, que o arrastaram para o nada. Da mesma forma, muitos são os católicos que trocam o Senhor pelas doces bitocas da(o) namoradinha(o).

Em geral, o que ocorre é o seguinte: a outra metade da laranja começa a implicar porque o namorado(a) vive na igreja e não lhe dá a atenção suficiente. E o(a) católico(a), por sua vez, cede às chantagens, convive cada vez menos com seus irmãos na fé e renuncia a se dedicar às coisas de Deus.

Convenhamos, é raríssimo encontrar alguém fora da Igreja que esteja disposto a viver um namoro casto. Diante deste quadro, muitos católicos cedem à pressão do mundo, talvez por medo de ficar sozinhos, e acabam virando as costas para os mandamentos do Senhor. E assim, tal como Salomão, desprezam os dons e os ensinamentos do Pai e se deixam corromper pela pessoa a quem estão apegados. Já não são mais inteiramente de Deus: seu coração cedeu lugar à idolatria.

Falando sobre o amor ao dinheiro, Jesus advertiu aos seus discípulos:

Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza. (Mt 6:24)

Podemos aplicar a mesma sentença à relação afetiva entre homens e mulheres. Não se iluda! Não podemos ao mesmo tempo servir a Deus e agradar ao namoradinho(a) sem fé.

Quem você quer que seja o Senhor da sua vida? Quem pode te dar a felicidade? Em quem você coloca sua esperança de realização? Quem pode encher a sua vida de sentido?

A resposta a essas questões será decisiva para o rumo da sua vida. Agora e na eternidade.


Pense bem: se quem você namora te ama verdadeiramente, será capaz de respeitar a sua identidade e não te afastará do seu Deus!
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Título Original: As "mina" do rei Salomão

Que pecados me impedem de comungar sem confessar?


A Igreja nos ensina que não podemos Comungar em pecado mortal sem antes se Confessar. Pecado mortal é aquele que é grave, normalmente contra um dos Dez Mandamentos: matar, roubar, adulterar, prostituir, blasfemar, prejudicar os outros, ódio, etc. é algo que nos deixa incomodados…

Veja o que diz o Catecismo sobre isso:

§1856 – O pecado mortal , atacando em nós o princípio vital que é a caridade, exige uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração, que se realiza normalmente no sacramento da Reconciliação:

“Quando a vontade se volta para uma coisa de per si contrária à caridade pela qual estamos ordenados ao fim último, há no pecado, pelo seu próprio objeto, matéria para ser mortal… quer seja contra o amor de Deus, como a blasfêmia, o perjúrio etc., ou contra o amor ao próximo, como o homicídio, o adultério, etc. Por outro lado, quando a vontade do pecador se dirige às vezes a um objeto que contém em si uma desordem, mas não é contrário ao amor a Deus e ao próximo, como por exemplo palavra ociosa, riso supérfluo etc., tais pecados são veniais”(S. Tomás, S. Th. I-II,88,2).

§1857 – Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo: “É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente” (RP 17).

§1858 – A matéria grave é precisada pelos Dez mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe” (Mc 10,19). A gravidade dos pecados é maior ou menor; um assassino é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que contra um estrangeiro.


§1859 – O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à Lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração (Mc 3,5-6) não diminuem mais aumentam o caráter voluntário do pecado.

§1860 – A ignorância involuntária pode diminuir ou até escusar a imputabilidade de uma falta grave, mas supõe-se que ninguém ignore os princípios da lei moral inscritos na consciência de todo ser humano. Os impulsos da sensibilidade, as paixões podem igualmente reduzir o caráter voluntário e livre da falta, como também pressões exteriores e perturbações patológicas. O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.

§1861 – O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.

§1862 – Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento.



Prof. Felipe Aquino 
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Disponível em: Católicos de Fé

Nova Era: a que se referem quando falam de "energia"?

"Algo", imanente no universo, com o qual a pessoa pode se comunicar,
abrindo-se a ele, mas que também estaria presente em cada um de nós

Segundo a Nova Era, estamos mergulhados em um mar energético, ainda que não vejamos a energia cósmica – assim como o peixe não vê o oceano no qual está nadando, nem sua imensidade. 
 
Mas o que se entende por "energia", na Nova Era?
 
Segundo a ciência moderna, tudo é energia. E a Nova Era está influenciada pelos progressos da ciência moderna. Porém, um dos núcleos da Nova Era, a seita Vida Universal ou Novo Retorno, faz uma transferência literal da física quântica ao divino, em um sincretismo de cunho cristão.
 
Segundo a Nova Era, "a base energética de toda a criação – o sol central primário e a corrente etérea, o éter – são o Deus impessoal, o Espírito Santo", que consta de "duas formas primárias, a positiva e a negativa", como "os dois polos de um ímã, de uma corrente elétrica". A "partícula positiva" é composta por dois terços, e a negativa, de um terço da força primária".
 
Esta proporção foi tirada da física moderna, ou seja, do elemento mais diminuto dos conhecidos até agora: o quark, composto de 1/3 (negativo) e 2/3 (positivo) da carga dos prótons. Mas a Vida Universal não concebe isso assim, pois considera o quark como reflexo da constituição do Espírito Santo (cf.El Dios personal e impersonal. ¿Quién o qué es Dios?, Gabriele Wittek).
 
Ainda que surpreenda à primeira vista, a Nova Era tem razão, na medida em que se aproxima da verdade, da realidade. Mas não a tem quando nega a existência de seres puramente espirituais. Ela reduz tudo a energia – também Deus, os anjos, Lúcifer, a alma ou espírito humano, Cristo.


Jesus Cristo seria Deus somente a partir do instante em que, no Jordão, recebeu não o Espírito Santo, mas a "energia cósmica" ou "crística".

 
As testemunhas de Jeová escrevem "espírito santo", com iniciais minúsculas, porque, segundo suas crenças, Ele não seria Deus, nem uma Pessoa, mas "uma energia, uma força ativa".
 
Não é que o universo – como o homem – seja composto de corpo visível e alma invisível, mas ensina o estoicismo, mas o universo inteiro e todos os seus integrantes, especialmente a Terra, seriam energia, e esta seria divina. Assim, a física é transformada em realidade metafísica, teologal.
 
O divino, entendido assim, não é um ser pessoal, "alguém", nem "único", transcendente, capaz de julgar, salvar ou condenar, mas "algo" imanente no universo, com o qual a pessoa pode se comunicar, abrindo-se a ele, mas que está presente também em cada um.
 
Algumas manifestações da energia da Nova Era são: o ecologismo e os métodos do potencial humano: reiki, tai chi etc.
 
A ecologia trata do meio ambiente e se preocupa por que seja adequado para o desenvolvimento da vida. Mas aNova Era deu um passo a mais, transformando a ecologia em ecologismo, ao considerar a Terra como um organismo vivo, auto-organizado e, além disso, divino, chamado Gaia (uma das denominações de "Terra" em grego), a Pachamama (indígenas americanos), a deusa Mãe Terra.
 
O ecologismo da Nova Era palpita em vários grupos de protesto ecológicos. Parecem conceder menos importância ao ser humano e à melhoria sensata da mídia, que à natureza em seu estado atual. Protestam contra a construção de estradas, ferrovias etc., por considerar isso como uma espécie de "sacrilégio" do caráter numinoso da Terra.
 
A Nova Era criou o clima propício para a proliferação de inúmeros métodos do potencial humano, reiki, tai chi ("ki", em japonês, "chi", em chinês, significam "energia"), ioga, Energia Humana e Universal, meditação transcendental, Kryon etc.
 
Nestas práticas, é preciso distinguir a técnica da ideologia. Seus recursos psicotécnicos (exercícios respiratórios, físicos etc.) costumam ser o anzol para que seus praticantes acabem aderindo à ideologia da Nova Era, geralmente com raízes budistas, hinduístas e taoistas.
 
De todos, ou quase todos, pode-se afirmar o que foi dito pelo Comitê Doutrinal da conferência dos bispos dos EUA, em um documento sobre o reiki: "Falta credibilidade científica", "é incompatível com a doutrina cristã" (cf. texto em InfoRIES 132 -2009- p.1-18).
 
O panteísmo, vigente no hinduísmo desde o século VIII a.C., identifica o divino, Átman-Brâhman, o Uno Todo, com o "prana", palavra sânscrita que significa a essência do éter, elemento imaterial e difuso por todo o universo, e com sua "alma" ("átman", em sânscrito).
 
Por isso, no hinduísmo e em suas seitas, no ioga e em tantos métodos do potencial humano, ou em geral naNova Era, os exercícios de respiração diafragmática ou profunda têm uma finalidade fisiológica (uma melhor oxigenação das células), mas sobretudo teologal, ou seja, respirar mais e melhor o divino, para chegar ao endeusamento próprio, até no campo fisiológico.
 
Até o século XX, acreditava-se que o éter preenchia todos os espaços vazios moleculares e interplanetários, e que era necessário para a transmissão das ondas eletromagnéticas. Mas a física moderna declarou isso desnecessário e inexistente.
 
Então, por que o hinduísmo, o budismo, a Nova Era mantêm esta crença? Ela continuará sendo uma crença, mas incompatível com a ciência.
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Referências: Conselhos Pontifícios da Cultura e Diálogo Inter-Religioso, “Jesucristo, portador del agua de la vida”. Una reflexión cristiana sobre la “Nueva Era”, Cidade do Vaticano 2004; R. Bosca, New Age. La utopía religiosa de fin de siglo, Atlántida, Buenos Aires 1993; M. Guerra, 100 preguntas-clave sobre “New Age”, Monte Carmelo, Burgos 2004; Idem, La evolución del universo, de la vida y del hombre. ¿El hombre, compuesto de cuerpo físico o material, cuerpo energético o inmaterial y alma espiritual? HomoLegens/Intereconomía, Madrid 2009; Idem, Diccionario enciclopédico de las sectas, B.A.C., Madrid 20135 (palabrasbudismo, ecología, energía, Energía Humana y Universal, Espíritu Santo, gnosticismo, hinduismo, jehovismo, Jesucristo, MacLaine, mana, Meditación transcendental, Nueva Era, panteísmo, Potencial Humano, prana, reiki, taichí, Vida Universal, yoga).
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