quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Se eu não fosse católico...


Se eu não fosse Católico e estivesse procurando a verdadeira Igreja no mundo de hoje, eu iria em busca da única Igreja que não se dá muito bem com o mundo. Em outras palavras, eu procuraria uma Igreja que o mundo odiasse. Minha razão para fazer isso seria que, se Cristo ainda está presente em qualquer uma das igrejas do mundo de hoje, Ele ainda deve ser odiado como o era quando estava na terra, vivendo na carne.

Se você tiver que encontrar Cristo hoje, então procure uma Igreja que não se dá bem com o mundo. Procure por uma Igreja que é odiada pelo mundo como Cristo foi odiado pelo mundo. Procure pela Igreja que é acusada de estar desatualizada com os tempos modernos, como Nosso Senhor foi acusado de ser ignorante e nunca ter aprendido. Procure pela Igreja que os homens de hoje zombam e acusam de ser socialmente inferior, assim como zombaram de Nosso Senhor porque Ele veio de Nazaré. Procure pela Igreja, que é acusada de estar com o diabo, assim como Nosso Senhor foi acusado de estar possuído por Belzebu, príncipe dos demônios.

Procure a Igreja que em tempos de intolerância (contra a sã doutrina,) os homens dizem que deve ser destruída em nome de Deus, do mesmo modo que os que crucificaram Cristo julgavam estar prestando serviço a Deus.


Procure a Igreja que o mundo rejeita porque ela se proclama infalível, pois foi pela mesma razão que Pilatos rejeitou Cristo: por Ele ter se proclamado a si mesmo A VERDADE. Procure a Igreja que é rejeitada pelo mundo assim como Nosso Senhor foi rejeitado pelos homens. Procure a Igreja que em meio às confusões de opiniões conflitantes, seus membros a amam do mesmo modo como amam a Cristo e respeitem a sua voz como a voz do seu Fundador.

E então você começará a suspeitar que se essa Igreja é impopular com o espírito do mundo é porque ela não pertence a esse mundo e uma vez que pertence a outro mundo, ela será infinitamente amada e infinitamente odiada como foi o próprio Cristo. Pois só aquilo que é de origem divina pode ser infinitamente odiado e infinitamente amado. Portanto, essa Igreja é divina.



+ Arcebispo Fulton J. Sheen
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Disponível em: Jesus o Bom Pastor

Também vós, ficai preparados!


Qual é o sentido da vida humana? Por que existimos? Há um motivo consistente para a prática do bem e para evitar o mal? Há muitos modos de compreender a vida, dependendo das culturas, dos sistemas filosóficos, das ideologias, das religiões. Essa  questão é crucial para o espírito humano, que tenta responder a ela através de suas múltiplas expressões simbólicas e culturais.

Não é o caso de analisar, aqui, as muitas respostas. Vamos refletir algo sobre as respostas do Cristianismo, a nós apresentadas como “Evangelii gaudium” – boa notícia -  através da pregação constante da Igreja. Em particular, algumas convicções basilares aparecem no tempo litúrgico do Advento.

Trazemos em nós um anseio irreprimível de superação das nossas limitações, de plenitude e de paz. Isso move continuamente a humanidade a trabalhar, a buscar soluções, a mover-se para uma perfeição, que conseguimos alcançar apenas em parte. Leva também à certeza de que o “pior” não é o “melhor” e, portanto, não nos conformamos com as coisas que vão mal, mas continuamos a lutar.

A fé cristã, baseada na Palavra de Deus, apresentada com abundância no Advento, nos diz que isso não é sonho vazio, nem utopia alienante. Deus não nos fez para a frustração, mas para a plenitude. Nossa vida não se esgota na precariedade insuperável do “reino terrestre”, mas está voltada para o “reino celeste”, ao qual Deus nos atrai e chama a participar, por sua graça e benevolência. Vivemos de “esperança segura”.


Enquanto nos debatemos “entre angústias e sofrimentos, alegrias e esperanças”, não estamos sozinhos, mas podemos contar com a ajuda de Deus, que veio ao nosso encontro e nos estendeu a mão por meio do seu Filho, o Cristo, Ungido de Deus. Por isso, nossa vida não precisa estar mergulhada na desorientação e tristeza. Desde agora, sabemos onde está a luz, o caminho, a porta, o pão a água, a companhia segura durante o nosso peregrinar neste mundo. Depende de nós, aceitar a companhia de Deus e sua paterna providência, ou rejeitá-la.

Advento: o Senhor está chegando!


O começo do ano litúrgico nos apresenta uma perspectiva completa do nosso futuro. Nosso futuro é o céu. Nascemos para o céu e ele é a nossa pátria definitiva. Mas este futuro surge com conotações dramáticas, porque o homem rompeu sua relação com Deus, com o seu Criador e Senhor, e comprometeu seriamente o seu futuro.
 
Deus, no entanto, lhe oferece novamente a salvação rejeitada. A história do homem, portanto, se torna uma luta dramática entre seus extravios e Deus, que vai ao encontro desse homem perdido, oferecendo-lhe sua casa, abrindo-lhe seus braços, dando-lhe seu perdão e esbanjando com ele sua misericórdia. Verdadeiramente, Deus é amigo do homem – e mais ainda do homem destruído pelo pecado e pelos seus próprios extravios.
 
Neste caminho de ida e volta, neste cruzar de caminhos (de Deus ao homem e do homem a Deus), situa-se Jesus Cristo, o Filho de Deus enviado pelo Pai, que vai em busca do ser humano.

Círio de Nazaré torna-se Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO


A celebração do Círio de Nazaré na cidade de Belém, no Pará, foi inscrita nesta quarta-feira (04) como Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO. Deste modo, esta manifestação religiosa e cultural para a integral a relação de outras 257 manifestações culturais em todo o mundo, que representam expressões do patrimônio imaterial que se transmitem e perpetuam nas comunidades humanas. 

Com a aprovação da candidatura brasileira, realizada no âmbito da 8ª Sessão Ordinária do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, o Brasil passa a ter quatro elementos de seu patrimônio intangível declarados pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade: Expressões orais e gráficas dos Wajãpis; Samba de Roda do Recôncavo Baiano; Frevo e agora Círio de Nazaré. 

A celebração do Círio de Nazaré é realizada em Belém do Pará no segundo domingo de outubro, reunindo milhares de pessoas que participam da procissão em honra a Nossa Senhora de Nazaré, naquela que é considerada uma das maiores procissões religiosas do mundo. A imagem da Virgem Maria em madeira é conduzida desde a Catedral da Sé até a Praça do Santuário de Nazaré.

 
A proteção a tradições culturais e folclóricas da humanidade é regida pela Convenção Internacional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, aprovada pela 32ª Conferência Geral da UNESCO em outubro de 2003 e em vigor desde abril de 2006. (JE)
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Conselho Mundial de Igreja dedicará dia de aprofundamento sobre Exortação de Francisco


“Um documento empenhativo e estimulante”: assim, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) define a Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, a primeira do Papa Francisco.

Para o Secretário-Geral do CMI, Rev. Olav Fykse Tveit (foto), a Exortação é “mais do que um simples texto que transmite a mensagem do Sínodo sobre a evangelização. Responde à necessidade de renovação da Igreja em todos os níveis do ponto de vista do chamado a ser uma Igreja em missão”.

E acrescenta: “O tom do documento é aberto e, ao mesmo tempo, empenhativo e estimulante”. O Pastor norueguês recorda que o Conselho Mundial de Igrejas acaba de concluir sua X Assembleia, que se realizou em Busan (Coreia do Sul), de 30 de outubro a 8 de novembro, durante a qual as 345 Igrejas-membro refletiram sobre a necessidade de renovação da Igreja e do movimento ecumênico, além da missão de viver a partir das “margens da sociedade”.

Ver. Tveit evidencia, portanto, um “paralelo” entre o caminho empreendido pelo CMI depois de Busan e as reflexões do Papa Francisco. Por isso, o Conselho decidiu organizar no mês de janeiro uma jornada especial de discussão e estudo sobre a Exortação.


“O CMI e a Santa Sé – lê-se no comunicado da instituição – continuam a trabalhar em estreito contato um com o outro no decorrer das últimas décadas através do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.”


No site do Conselho, os membros são convidados a lerem a “Alegria do Evangelho” através de um link que leva ao texto da Exortação. 
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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Bispo iraquiano denuncia perseguição aos cristãos: "Nos ajudem, por favor!"

Na Paróquia de S. George (igreja caldéia), policiais cristãos fazem a segurança
contra possíveis ataques por parte de muçulmanos fanáticos.

“No Iraque há cada vez menos cristãos. A violência, o medo, a falta de trabalho e de segurança, nos empurra para fora do país, para longe de nossas casas e de nossas famílias.” Dom Shlemon Warduni contou sobre a tragédia que parece não ter fim.

“O futuro dos Cristãos no Iraque, e em todo o Oriente Médio, é muito obscuro e pode se dizer que realmente existe um plano para retirar os cristãos.” É o que descreve Dom Shlemon Warduni, 70 anos, Bispo auxiliar de Bagdá, do Patriarcado Caldeu da Babilônia, sobre a terrível situação em que se encontram os cristãos no seu país e em toda a região.

A convite da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Dom Warduni recordou, numa conferência na Igreja do Sacramento, em Lisboa (Portugal), todo histórico de violência e intolerância que se tem exercido sobre as comunidades cristãs no Iraque durante os últimos anos.


As histórias que contou têm um traço comum: a tragédia que se abateu sobre a comunidade cristã: “Devem ter ouvido falar sobre os ataques contra os cristãos em Bagdá, Mosul e outros lugares do Iraque. Usando a força, queriam [os muçulmanos radicais] que os cristãos deixassem as suas casas e, sob ameaças de morte, exigiam à conversão ao islamismo. Depois ocorreu uma outra tragédia para os nossos cristãos de Mosul, quando vários foram assassinados e, consequentemente, muitas famílias obrigadas a fugir da cidade… Então eu lhe pergunto, como podem viver os cristãos nesta situação tão trágica?”

Como podem viver assim? A pergunta do Bispo já contém a resposta que permite explicar o êxodo em massa dos cristãos do Iraque, reduzidos, atualmente, a não mais de 400 ou 500 mil em todo o país. Defendendo um caminho de paz, alicerçado na oração, o Bispo iraquiano afirmou que “é preciso condenar todas as guerras, todas as formas de terrorismo e, com amor, construir uma cultura onde o homem pode ser salvo e viver com dignidade”.


Agradecendo a oportunidade oferecida pela AIS para explicar, pessoalmente, a opressão que os cristãos tem sofrido no seu país, o Bispo auxiliar de Bagdá terminou a conferência, em Lisboa, lançando um apelo às dezenas de pessoas presentes na Igreja do Sacramento: “Nos ajudem, por favor, com as vossas orações, e peçam que Nossa Senhora nos proteja!”
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Bento XVI recebe título por dedicar pontificado à promoção humana


O Papa emérito Bento XVI recebeu o título de Honra da Associação Internacional “Ética, Dignidade e Valores” por ter dedicado seu pontificado à promoção de uma economia e de um sistema financeiro a serviço do homem. 

A divulgação do título foi feita, na noite desta terça-feira, 3, durante seminário de estudos sobre economia, promovido em parceria com o  Pontifício Conselho Justiça e Paz, organismo do Vaticano que também foi premiado.

De acordo com a Associação, Bento XVI, por meio de seus discursos e documentos, ressaltou, constantemente, a necessidade de uma economia como instrumento de um autêntico desenvolvimento humano. 

Na cerimônia de premiação, estiveram presentes o presidente do Pontifício Conselho Justiça e  Paz, Cardeal Peter Turkson; o presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, Cardeal Francesco Coccopalmerio, e o presidente do Dicastério para a Família, Dom Vincenzo Paglia. O Papa emérito foi representado pelo presidente da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger, Dom Scotti. 



A Associação “Ética, Dignidade e Valores” reúne personalidades do mundo acadêmico, da economia e do voluntariado internacional. 
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Se é verdade que Jesus nos ressuscitará no fim dos tempos, é também verdade que com Ele já ressuscitamos, diz Papa.


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 4 de dezembro de 2013


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje retorno ainda com a afirmação “Creio na ressurreição da carne”. Trata-se de uma verdade não simples e longe de ser óbvia, porque, vivendo imersos neste mundo, não é fácil compreender as realidades futuras. Mas o Evangelho nos ilumina: a nossa ressurreição está estreitamente ligada à ressurreição de Jesus; o fato de que Ele ressuscitou é a prova de que existe a ressurreição dos mortos. Gostaria, então, de apresentar alguns aspectos que dizem respeito à relação entre a ressurreição de Cristo e a nossa ressurreição. Ele ressuscitou e porque Ele ressuscitou também nós ressuscitaremos.

Antes de tudo, a própria Sagrada Escritura contém um caminho para a fé plena na ressurreição dos mortos. Esta se exprime como fé em Deus criador de todo o homem – alma e corpo – e como fé em Deus libertador, o Deus fiel à aliança com o seu povo. O profeta Ezequiel, em uma visão, contempla os sepulcros dos deportados que são re-abertos e os ossos secos voltando a viver graças à infusão de um espírito vivificante. Esta visão exprime a esperança na futura “ressurreição de Israel”, isso é, no renascimento do povo dizimado e humilhado. (cfr Ez 37,1-14).

Jesus, no Novo Testamento, cumpre esta revelação, e liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa e diz: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11, 25). De fato, será Jesus o Senhor que ressuscitará no último dia quantos acreditaram Nele. Jesus veio entre nós, fez-se homem como nós em tudo, exceto no pecado; deste modo, levou-nos consigo em seu caminho de retorno ao Pai. Ele, o Verbo encarnado, morto por nós e ressuscitado, doa aos seus discípulos o Espírito Santo como penhor da plena comunhão no seu Reino glorioso, que esperamos vigilantes. Esta espera é a fonte e a razão da nossa esperança: uma esperança que, se cultivada e protegida – a nossa esperança, se nós a cultivamos e a protegemos – torna-se luz para iluminar a nossa história pessoal e também a história comunitária. Recordemos isso sempre: somos discípulos d’Aquele que veio, vem todos os dias e virá no final. Se conseguirmos ter mais presente essa realidade, estaremos menos cansados do cotidiano, menos prisioneiros do efêmero e mais dispostos a caminhar com coração misericordioso na via da salvação.


Um outro aspecto: o que significa ressuscitar? A ressurreição de todos nós virá no último dia, no fim do mundo, por obra da onipotência de Deus, O qual restituirá a vida ao nosso corpo reunindo-o à alma, em força da ressurreição de Jesus. Esta é a explicação fundamental: porque Jesus ressuscitou, nós ressuscitaremos; nós temos a esperança na ressurreição porque Ele nos abriu a porta para esta ressurreição. E esta transformação, esta transfiguração do nosso corpo é preparada nesta vida de relacionamento com Jesus, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Nós, que nesta vida somos alimentados pelo seu Corpo e Sangue, ressuscitaremos como Ele, com Ele e por meio Dele. Como Jesus ressuscitou com o seu próprio corpo, mas não retornou a uma vida terrena, assim nós ressurgiremos com os nossos corpos que serão transfigurados em corpos gloriosos. Mas isto não é uma mentira! Isto é verdade. Nós acreditamos que Jesus ressuscitou, que Jesus está vivo neste momento. Mas vocês acreditam que Jesus está vivo? E se Jesus está vivo, vocês pensam que nos deixará morrer e não nos ressuscitará? Não! Ele nos espera, e porque Ele ressuscitou, a força da sua ressurreição ressuscitará todos nós.

Um último elemento: já nesta vida, temos em nós uma participação na Ressurreição de Cristo. Se é verdade que Jesus nos ressuscitará no fim dos tempos, é também verdade que, por um certo aspecto, com Ele já ressuscitamos. A vida eterna começa já neste momento, começa durante toda a vida, que é orientada para aquele momento da ressurreição final. E já ressuscitamos, de fato, mediante o Batismo, fomos inseridos na morte e ressurreição de Cristo e participamos da vida nova, que é a sua vida. Portanto, à espera do último dia, temos em nós mesmos uma semente de ressurreição, aquela antecipação da ressurreição plena que receberemos por herança. Por isto, o corpo de cada um de nós é ressonância de eternidade, então deve ser sempre respeitado; e, sobretudo; deve ser respeitada e amada a vida de quantos sofrem, para que sintam a proximidade do Reino de Deus, daquela condição de vida eterna para a qual caminhamos. Este pensamento nos dá esperança: estamos em caminho rumo à ressurreição. Ver Jesus, encontrar Jesus: esta é a nossa alegria! Estaremos todos juntos – não aqui na praça, mas em outro lugar – mas alegres com Jesus. Este é o nosso destino!
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal