segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Levar a luz de Cristo a todos, pede Papa no Angelus


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 26 de janeiro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

O Evangelho deste domingo conta o início da vida pública de Jesus nas cidades e nos vilarejos da Galileia. A sua missão não parte de Jerusalém, isso é, do centro religioso, centro também social e político, mas parte de uma zona periférica, uma zona desprezada pelos judeus mais observadores, por motivo da presença naquela região de diversas populações estrangeiras; por isto o profeta Isaías a indica como “Galileia dos gentios” (Is 8, 23).

É uma terra de fronteira, uma zona de trânsito onde se encontram pessoas diferentes por raças, culturas e religiões. A Galileia torna-se assim o lugar simbólico para a abertura do Evangelho a todos os povos. Deste ponto de vista, a Galileia assemelha-se ao mundo de hoje: com presença de diversas culturas, necessidade de paralelo e de encontro. Também nós estamos imersos a cada dia em uma “Galileia dos gentios”, e neste tipo de contexto podemos nos assustar e ceder à tentação de construir cercas para estar mais seguros, mais protegidos. Mas Jesus nos ensina que a Boa Nova, que Ele traz, não é reservada a uma parte da humanidade, é para comunicar-se a todos. É um bom anúncio destinado a quantos o esperam, mas também a quantos talvez não esperam mais nada e não têm sequer a força de procurar e de pedir.

Partindo da Galileia, Jesus nos ensina que ninguém está excluído da salvação de Deus, antes, que Deus prefere partir da periferia, dos últimos, para alcançar todos. Ensina-nos um método, o seu método, que porém exprime o conteúdo, isso é, a misericórdia do Pai. “Cada cristão e cada comunidade discernirá qual seja o caminho que o Senhor pede, mas todos somos convidados a aceitar este chamado. Sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que têm necessidade da luz do Evangelho” (Exort.ap. Evangelii gaudium, 20).


Jesus começa a sua missão não somente de um lugar descentralizado, mas também por homens que se diriam, assim, “de baixo perfil”. Para escolher os seus primeiros discípulos e futuros apóstolos, não se dirige às escolas dos escribas e dos doutores da Lei, mas às pessoas humildes e simples, que se preparam com empenho à vinda do Reino de Deus. Jesus vai chamá-los lá onde trabalham, na margem do lago: são pescadores. Chama-lhes, e esses O seguem, imediatamente. Deixam as redes e vão com Ele: as suas vidas se tornarão uma aventura extraordinária e fascinante.

Queridos amigos e amigas, o Senhor chama também hoje! O Senhor passa pelos caminhos da nossa vida cotidiana. Também hoje, neste momento, aqui, o Senhor passa pela praça. Chama-nos para andar com Ele, para trabalhar com Ele pelo Reino de Deus, as “Galileias” dos nossos tempos. Cada um de vocês pense: o Senhor passa hoje, o Senhor me olha, está me olhando! O que me diz o Senhor? E se algum de vocês ouve que o Senhor lhe diz “siga-me”, seja corajoso, vá com o Senhor. O Senhor não desilude jamais. Sintam em seu coração se o Senhor vos chama para segui-Lo. Deixemo-nos alcançar pelo seu olhar, pela sua voz e O sigamos!  “Para que a alegria do Evangelho alcance até os confins da terra e nenhuma periferia seja privada da sua luz” (ibid, 288).
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal



Cristo é o princípio da unidade dos cristãos, diz Papa


HOMILIA
Celebração das vésperas na solenidade 
da Conversão de São Paulo Apóstolo
Basílica de São Paulo Fora dos Muros
Sábado, 25 de Janeiro de 2014


“Estará Cristo dividido?” (1 Cor 1, 13). Este repto forte, que São Paulo lança quase ao início da sua Primeira Carta aos Coríntios e que ressoou na liturgia desta tarde, foi escolhido por um grupo de irmãos cristãos do Canadá como linha de fundo para a nossa meditação durante a Semana de Oração deste ano.

Com grande tristeza, o Apóstolo soube que os cristãos de Corinto estão divididos em várias facções. Uns afirmam: «Eu sou de Paulo»; outros dizem: «Eu sou de Apolo»; e outros: «Eu sou de Cefas»; e há ainda quem sustente: «Eu sou de Cristo» (cf. 1 Cor 1, 12). Nem sequer estes que pretendem apelar-se a Cristo podem ser elogiados por Paulo, porque usam o nome do único Salvador para se distanciarem dos outros irmãos dentro da comunidade. Por outras palavras, a experiência particular de cada um, o referimento a algumas pessoas significativas da comunidade tornam-se a norma para julgar a fé dos outros.

Nesta situação de divisão Paulo, «em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo», exorta os cristãos de Corinto a serem todos unânimes no falar, para que não haja, entre eles, divisões mas perfeita união de pensar e sentir (cf. 1 Cor 1, 10). Mas a comunhão, a que chama o Apóstolo, não poderá ser fruto de estratégias humanas. De fato, a perfeita união entre os irmãos só é possível referida ao pensamento e aos sentimentos de Cristo (cf. Fil 2, 5). Nesta tarde, encontrando-nos aqui reunidos em oração, sentimos que Cristo – que não pode ser dividido – quer atrair-nos a Si, aos sentimentos do seu coração, ao seu abandono total e íntimo nas mãos do Pai, ao seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade. Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade.


Encontrando-nos na sua presença, tornamo-nos ainda mais conscientes de que não podemos considerar as divisões na Igreja como um fenômeno de certo modo natural, inevitável em toda a forma de vida associativa. As nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-Lhe no mundo. O Decreto do Vaticano II sobre o ecumenismo, fazendo apelo ao texto de São Paulo que estamos a meditar, afirma significativamente: «Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido». E, depois, acrescenta: «Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura» (Unitatis redintegratio, 1). Todos nós fomos prejudicados pelas divisões. Nenhum de nós quer tornar-se um escândalo. E por isso todos nós caminhamos juntos, fraternalmente, pela estrada que leva à unidade, fazendo unidade com o próprio caminhar, aquela unidade que vem do Espírito Santo e conduz-nos a uma singularidade tão especial que só o Espírito Santo pode fazer: a diversidade reconciliada. O Senhor espera-nos a todos, acompanha-nos a todos, está com todos nós neste caminho da unidade.

Queridos amigos, Cristo não pode estar dividido! Esta certeza deve incentivar-nos e suster-nos a continuar, com humildade e confiança, o caminho para o restabelecimento da plena unidade visível entre todos os crentes em Cristo. Apraz-me pensar, neste momento, na obra de dois grandes Papas: os Beatos João XXIII e João Paulo II. Em ambos foi amadurecendo, ao longo do percurso de suas vidas, a consciência de como era urgente a causa da unidade e, uma vez eleitos Bispos de Roma, guiaram decididamente todo o rebanho católico pelas estradas do caminho ecumênico: o Papa João, abrindo caminhos novos e quase impensáveis antes; o Papa João Paulo, propondo o diálogo ecumênico como dimensão ordinária e imprescindível da vida de cada Igreja particular. A eles associo também o Papa Paulo VI, outro grande protagonista do diálogo: justamente nestes dias, recordamos o cinquentenário daquele seu abraço histórico, em Jerusalém, ao Patriarca de Constantinopla Atenágoras.

O obra destes meus antecessores fez com que a dimensão do diálogo ecumênico se tivesse tornado um aspecto de tal modo essencial do ministério do Bispo de Roma, que hoje não se compreenderia plenamente o serviço petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os crentes em Cristo. Podemos afirmar também que o caminho ecumênico permitiu aprofundar a compreensão do ministério do Sucessor de Pedro e devemos ter confiança de que vai continuar a fazê-lo também no futuro. Ao mesmo tempo que olhamos com gratidão para os passos que o Senhor nos concedeu realizar, mas sem ignorarmos as dificuldades que o diálogo ecumênico atravessa atualmente, peçamos a graça de sermos todos revestidos dos sentimentos de Cristo, para podermos caminhar para a unidade querida por Ele. E caminhar juntos já é fazer unidade!

Neste clima de oração pelo dom da unidade, quero dirigir as minhas cordiais e fraternas saudações a Sua Eminência o Metropolita Gennadios, representante do Patriarcado Ecumênico, a Sua Graça David Moxon, representante em Roma do Arcebispo de Cantuária, e a todos os representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais, aqui reunidos nesta tarde. Com estes dois irmãos, em representação de todos, rezamos no Sepulcro de Paulo e dissemos entre nós: «Rezemos para que ele nos ajude nesta estrada, nesta estrada da unidade, do amor, fazendo estrada de unidade». É que a unidade não virá como um milagre no fim: a unidade vem no caminho, fá-la o Espírito Santo no caminho. Se não caminharmos juntos, se não rezarmos uns pelos outros, se não colaborarmos em tantas coisas que podemos fazer neste mundo pelo Povo de Deus, a unidade não virá! A unidade faz-se neste caminho, em cada passo, e não somos nós que a fazemos: fá-la o Espírito Santo, que vê a nossa boa vontade.


Amados irmãos e irmãs, ao Senhor Jesus, que nos tornou membros vivos do seu Corpo, peçamos que nos conserve profundamente unidos a Ele, nos ajude a superarmos os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos; e lembremo-nos de que a unidade é sempre superior ao conflito! E nos ajude a vivermos unidos uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações (cf. Rm 5, 5). Amém.
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Fonte: Santa Sé

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Após parodiar "Show das Poderosas", padre pernambucano pede perdão a arcebispo


A apresentação de um sacerdote durante o culto religioso de formatura de uma turma de direito no Recife, em janeiro, fazendo uma paródia do "Show das Poderosas", da cantora Anitta, ganhou as redes sociais. Porém, a exposição e as críticas surpreenderam o padre Hewerton Alves e, nesta quinta-feira (23), ele foi à sede da arquidiocese de Olinda e Recife. Após uma conversa com o arcebispo dom Fernando Saburido, divulgou uma nota pedindo desculpas.

A versão foi publicada no dia 17 de janeiro e, até o fim da manhã desta sexta (24), tinha sido visualizado por, aproximadamente, 50 mil pessoas. "Creio que de fato, não fui feliz em cantá-la em um culto de formatura. Mas a intenção sempre de minha parte foi de trazer os jovens mais perto da Igreja. A intenção não foi jamais de afrontar ou escandalizar pessoa alguma", explica a nota.

Nos comentários do vídeo, há mensagens de repúdio, mas há também outros que apoiam e veem a versão como uma forma de aproximar-se da juventude, que é a justificativa do padre para a apresentação. "Aos que ofendi peço-lhes perdão e reitero o meu propósito de seguir sempre fiel a minha Igreja e à missão que o Senhor me confiou", diz a nota.


Padre Hewerton lembra ainda que a música já havia sido apresentada anteriormente, durante a Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2013, e contou com a presença do Papa Francisco. Na ocasião, a versão ganhou o título de "Show da JMJ", o que teria servido como inspiração.

Confira a nota de esclarecimento do sacerdote na íntegra:


A arquidiocese de Olinda e Recife preferiu não se manifestar sobre a conversa que aconteceu entre o arcebispo e o padre, que durou aproximadamente meia hora.
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Com informações do Portal G1.

Disponível em: Portal Ecclesia.

Lobby gay no Vaticano: a segurança do papa está em perigo?


Um lobby gay tão coeso internamente a ponto de formar uma espécie de "sociedade secreta" e representar um perigo até mesmo para o papa: é o que foi denunciado sem panos quentes por Elmar Maeder, ex-comandante da Guarda Suíça no Vaticano (2002 a 2008) em uma entrevista ao semanário Schweiz am Sonntag, do seu país.

O ex-chefe da Guarda Suíça não está se referindo a hipóteses nem está mencionando fatos ouvidos de terceiros: "da existência desse lobby gay eu posso falar por conhecimento próprio". Maedar declara que alertou os seus homens quanto às atenções de alguns membros da Cúria particularmente "lascivos". O problema, prossegue ele, “é que essa rede é formada por pessoas tão leais umas às outras que chegam a formar uma espécie de sociedade secreta" (Repubblica.it, 19 de janeiro).

Por causa disso, Maeder afirmou que, se tivesse descoberto durante o seu período à frente da Guarda Suíça que um de seus soldados era homossexual, não teria permitido que ele seguisse carreira. Não porque considere a homossexualidade um problema, mas porque "o risco de deslealdade teria sido muito alto". É exatamente este o problema que pode se transformar em ameaça para a segurança do papa.

"Eu percebi que muitos homossexuais no seio da Igreja são mais leais uns aos outros do que a outras pessoas ou às instituições das quais eles fazem parte. Se essa lealdade se transformasse em uma rede ou num pacto secreto, na minha opinião, ela não poderia mais ser tolerada. Eu acho que existem pessoas em cargos decisivos no Vaticano que neste momento pensam dessa forma" (Giornalettismo, 20 de janeiro).

A questão, evidentemente, não é desconhecida pelo papa. Durante uma audiência com os delegados da Confederação dos Religiosos da América Latina e do Caribe (Clar), em junho passado, cujos conteúdos foram publicados em forma de relatório pelo site chileno Reflexión y Liberación, o papa Francisco afirmou, quando perguntado sobre a reforma da Cúria: "Sim, é difícil. Na Cúria existem pessoas santas, realmente santas. Mas há também uma corrente de corrupção. Essa também existe, é verdade. Fala-se de um lobby gay e é verdade, ele está lá... Agora temos que ver o que podemos fazer com isso" (Ansa, 12 de junho de 2013).


Seis meses atrás, no voo do Rio de Janeiro para Roma após a Jornada Mundial da Juventude, o papa declarou: "Escrevem bastante sobre o lobby gay. Eu ainda não encontrei ninguém no Vaticano que se apresente com um crachá escrito 'gay'. Dizem que eles estão lá. Eu acredito que, quando você se encontra com uma pessoa assim, você deve distinguir entre o fato de ela ser gay e o fato de ser um lobby, porque nem todos os lobbies são bons. Esse lobby é mau. Se uma pessoa é gay e procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?" (Vatican Insider, 20 de janeiro).


De ponto de vista contrário ao do ex-comandante Maeder, o atual porta-voz da Guarda Suíça no Vaticano, Urs Breitenmoser, minimizou as acusações de assédio. "Os boatos sobre uma rede gay dentro do Vaticano não são problema nosso. As preocupações dos nossos homens são exclusivamente de natureza religiosa e militar" (Repubblica.it, 19 de janeiro).
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Disponível em: Aleteia

Canal de TV perturba uma missa: o padre reage

Alegando um programa de humor, 15 atores atrapalharam
uma missa em Paris no dia 12 de janeiro;
o programa chamava os fiéis de “os idiotas”

O humor não justifica tudo, certamente não justifica interromper uma missa de domingo, em plena celebração, com 15 atores, e filmar os fiéis com uma câmera escondida para captar suas reações. Uma cena assim, tão estranha, parece inimaginável. No entanto, foi isso que o Canal + (da França) fez no dia 12 de janeiro.

Uma semana depois dos fatos, o padre Bourgoin, da igreja da Imaculada Conceição, em Paris, falou sobre o incidente:

No domingo passado, durante a missa das 10h, cerca de 15 pessoas perturbaram gravemente o culto, a celebração da missa, sem respeitar nem o lugar e nem as pessoas. Esta perturbação foi causada por atores que estavam ali para filmar com uma câmera escondida, para um programa produzido pela empresa Silex e difundido no Canal +. O título diz muito: “Os idiotas”. Diz da vulgaridade, da impertinência fora de hora. Sei muito bem que o humor tem direito a quase tudo, mas isso está fora de lugar e de hora.

Eu gostaria de agradecer vocês [os fiéis] pela educação, discrição, calma e serenidade. É a melhor resposta. Vocês não se comportaram com violência, nem com agressividade, e aos muitos dentre vocês que estiveram diretamente implicados, eu quis dirigir estas palavras.

Neste momento, contratamos um advogado, que interveio junto à empresa Silex e a empresa Canal +. Eles se comprometeram a não divulgar o vídeo. Houve ainda uma carta de desculpas, pelo momento de advogado para advogado. Mas eu pedi ao Canal + e à Silex que se desculpem diretamente com a comunidade cristã.


Como vocês sabem, os cristãos são sempre ridicularizados, insultados, injuriados e condenados. Isso é próprio do testemunho da fé.


Nesse sentido, é um desafio especial testemunhar a nossa . Querem nos pisotear, no mínimo. Nos tempos dos leões era ainda um pouco mais complicado. Digo isso com humor, porque é preciso ter um pouco de humor depois de um momento tão aborrecedor. Eu lhes peço, de todas os modos, que saibam guardar com fervor a fé, e com ânimo mantenham o amor uns pelos outros. 
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Fonte: Aleteia

Aberto o concurso para eleger o logotipo e o hino da JMJ Cracóvia 2016


Mons Damian Muskus, bispo auxiliar de Cracóvia e coordenador geral do Comitê Organizador da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), abriu oficialmente o concurso para eleger o hino e o logotipo para a próxima Jornada Mundial da Juventude que acontecerá em Cracóvia (Polônia) em Julho de 2016.

A concurso apresentado em uma coletiva de imprensa, e que está publicado no site do evento encontra-se aberto tanto para profissionais como para aficionados, mas tem a intenção de atrair principalmente a juventude. Por isso mons Muskus expressou o seu desejo de que os jovens possam descobrir os seus talentos e apresentar propostas no concurso. O hino e o logo devem fazer referência ao tema da JMJ 2016, “Bem-aventurados os misericordiosos", citação escolhida pelo Papa Francisco, assim como refletir a importância e o significado religioso do mesmo.

Além disso, de acordo com as regras, o logotipo também deve "destacar em primeiro lugar o simbolismo associado à cidade de Cracóvia e ao seu patrimônio cultural, espiritual, apontando ao mesmo tempo o valor universal e inter-religioso da mensagem da Divina Misericórdia”. Por sua parte, o texto do hino deve dar a possibilidade de ser traduzido a outros idiomas sem perder a melodia original.

As datas de entrega para os projetos são 31 de Março para o logotipo e 31 de Maio para o hino. Depois de passar pela primeira seleção, os projetos serão enviados ao Pontifício Conselho para os Leigos, que se encarregará da eleição final. Para os ganhadores do concurso está prevista além do mais uma compensação financeira.


Monsenhor Muskus afirmou que a Jornada Mundial da Juventude é um evento único que reúne jovens de todo o mundo. "Supomos, disse, que em Cracóvia possam vir 2 milhões de pessoas, e talvez até mais”, de tal forma que encorajou para que seja uma festa da juventude com um cenário único e belo.

A primeira Jornada Mundial da Juventude foi realizada em Roma, no ano de 1986, a nível diocesano. Originou-se com os encontros do Papa João Paulo II com os jovens de 1984 e 1985. Em 1984 realizou-se na Praça de São Pedro o Encontro Internacional da Juventude por ocasião do Ano Santo da Redenção e foi quando os jovens receberam a Cruz Peregrina. No ano de 1985 o beato Papa polaco anunciou a criação da Jornada Mundial da Juventude. Os encontros mundiais são realizados com intervalos que variam de 2 a 3 anos.

Durante a JMJ são muitas as atividades nas quais os jovens podem participar: catequeses, eventos culturais, momentos de partilha e convivências. Mas existem também os chamados atos centrais da JMJ (cerimônia de abertura, boas vindas ao Papa, Via Crucis, a vigília dos jovens com o Papa e a Missa de clausura).
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(Tradução Thácio Siqueira)
(23 de Janeiro de 2014) © Innovative Media Inc.
Fonte: Zenit

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Depois de polêmica, padre Fábio de Melo se retrata. Confira!






Queridos amigos,

Em virtude da polêmica que envolveu minha fidelidade à Ortodoxia Católica, venho esclarecer alguns pontos.

Em nenhum momento da minha vida atentei contra a sacralidade da Igreja Católica Apostólica Romana. Sou Mestre em Teologia Dogmática e zelo muito para que minha pregação esteja de acordo com os ensinamentos da Igreja. Este é o credo que professo: “Creio na Santa Igreja Católica Una, Santa, Católica e Apostólica.” Nunca inventei uma crença particular, ou um modo diferente de compreender esta profissão de fé.

A expressão que usei no programa de “De frente com Gabi”, “Jesus queria o Reino de Deus, mas nós demos a Ele a Igreja” é uma expressão muito usada nos bastidores acadêmicos que frequentei em minha vida, e está distante da proposta herética que ela já representou em outros tempos. O significado evoluiu.

Nossa Fundação é Santa, pois fomos instituídos pelo Cristo. “A Igreja é um corpo, em que nós somos os membros e Jesus Cristo é a cabeça (Col 1,18; I Cor 12,27). Na cabeça o Reino já está estabelecido. Em Cristo, o Reino já está plenamente manifestado. Mas os membros do corpo ainda estão no contexto da busca, pois continuamos arrastando as consequências adâmicas do nosso pecado. E por isto, mesmo que em Cristo o Reino já esteja plenamente manifestado, em nós, Igreja, povo de Deus, ele continua sendo a meta que nunca deixamos de buscar.

O Concílio Vaticano II, através de sua Constituição Dogmática Lumen Gentium, enfatizou que a Igreja é povo de Deus. O povo é errante, pois apesar de estar mergulhado nas graças do batismo, ainda sofre as consequências da fragilidade que o pecado lhe deixou. O mesmo Concílio declarou "O Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente no mundo pelo poder de Deus..." (LG 3).


Presente em mistério. Isto é, cabe a nós, membros deste corpo, apressar a sua chegada. A Igreja é triunfante, mas também é peregrina, penitente, pois que carrega em sua carne a fragilidade de seus membros.

Sim, a Igreja é santa, mas comporta em seu seio os pecadores que somos nós. E por isso dizemos, também com o perigo da imprecisão teológica: “A Igreja é Santa e pecadora”. Bento XVI sugeriu modificar a expressão. “A Igreja é Santa, mas há pecado na Igreja”. Notem que ele salvaguarda a santidade na essência.

Mas o pecado existe na Igreja. Por isto rezamos nas liturgias diárias pelo Santo Padre, pelos bispos, pelo clero, pelo povo de Deus. Clamamos por purificação, luzes em nossas decisões, pois sabemos que é missão do Espírito encaminhar na terra a Igreja que ainda não é Reino de Deus (porque maculada pelos nossos pecados), e que ao Cristo damos diariamente. Mas nós caminhamos na esperança. Sabemos que um dia todas as partes do corpo estarão agindo em perfeita harmonia com a cabeça. Seremos a “Jerusalém Celeste”.

Eu assumo que errei ao usar a expressão. Eu não estava numa sala de aula, lugar onde a Ortodoxia convive bem com a dialética. Não considerei que muitos telespectadores poderiam não entender o contexto da comparação. E por isso peço desculpas. E junto às desculpas, faço minha retratação. Nunca tive problema em assumir meus equívocos. Usei uma expressão que carece ser contextualizada com outras explicações, para que não pareça irresponsável, nem tampouco herética.

Repito. Eu não nego nem neguei a definição dogmática expressa na Lumem Gentium, Número 5.

“O mistério da santa Igreja manifesta-se na sua fundação. O Senhor Jesus deu início à Sua Igreja pregando a boa nova do advento do Reino de Deus prometido desde há séculos nas Escrituras: «cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo» (Mc. 1,15; cfr. Mt. 4,17). Este Reino manifesta-se na palavra, nas obras e na presença de Cristo. A palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo (Mc. 4,14): aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo (Luc. 12,32), já receberam o Reino; depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe (cfr. Mc. 4, 26-29). Também os milagres de Jesus comprovam que já chegou à terra o Reino: «Se lanço fora os demónios com o poder de Deus, é que chegou a vós o Reino de Deus» (Luc. 11,20; cfr. Mt. 12,28). Mas este Reino manifesta-se sobretudo na própria pessoa de Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, que veio «para servir e dar a sua vida em redenção por muitos» (Mt. 10,45).”

E quando Jesus, tendo sofrido pelos homens a morte da cruz, ressuscitou, apareceu como Senhor e Cristo e sacerdote eterno (cfr. Act. 2,36; Hebr. 5,6; 7, 17-21) e derramou sobre os discípulos o Espírito prometido pelo Pai (cfr. Act. 2,33). Pelo que a Igreja, enriquecida com os dons do seu fundador e guardando fielmente os seus preceitos de caridade, de humildade e de abnegação, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos, e constitui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra. Enquanto vai crescendo, suspira pela consumação do Reino e espera e deseja juntar-se ao seu Rei na glória.”

Agradeço pela prece dos que me acompanharam neste momento tão sofrido.

Com minha benção,

Padre Fábio de Melo.
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Fonte: fabiodemelo.com.br

Na catequese, Papa reza pela unidade entre os cristãos




CATEQUESE 
Praça São Pedro – Vaticano 
Quarta-feira, 22 de janeiro de 2014



Queridos irmão e irmãs,



Sábado passado iniciou-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se concluirá sábado próximo, festa da conversão de São Paulo apóstolo. Esta iniciativa espiritual, mais do que nunca preciosa, envolve as comunidades cristãs há mais de cem anos. Trata-se de um tempo dedicado à oração pela unidade de todos os batizados, segundo a vontade de Cristo: “que todos sejam um” (Jo 17, 21). Todos os anos, um grupo ecumênico de uma região do mundo, sob a condução do Conselho Ecumênico das Igrejas e do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, sugere um tema e prepara subsídios para a Semana de Oração. Este ano, tais subsídios são provenientes das Igrejas e comunidades eclesiais do Canadá, e fazem referência à pergunta dirigida por Paulo aos cristãos de Corinto: “Então estaria Cristo dividido?” (1 Cor 1, 13).



Certamente Cristo não está dividido. Mas devemos reconhecer sinceramente e com dor que as nossas comunidades continuam a viver divisões que são um escândalo. As divisões entre nós cristãos são um escândalo. Não há outra palavra: um escândalo. “Cada um de vós – escrevia o apóstolo – diz: “Eu sou de Paulo”, “Eu sou de Apolo”, “E eu de Cefas”, “E eu de Cristo”” (1, 12). Mesmo aqueles que professavam Cristo como seu líder não são aplaudidos por Paulo, porque usavam o nome de Cristo para separar-se dos outros dentro da comunidade cristã. Mas o nome de Cristo cria comunhão e unidade, não divisão! Ele veio para fazer comunhão entre nós, não para dividir-nos. O Batismo e a Cruz são elementos centrais do discipulado cristão que temos em comum. As divisões, em vez disso, enfraquecem a credibilidade e a eficácia do nosso compromisso de evangelização e arriscam esvaziar a Cruz do seu poder (cfr 1,17).



Paulo repreende os coríntios pelas suas disputas, mas também dá graças ao Senhor “por causa da graça de Deus que vos foi dada em Cristo Jesus, porque Nele fostes enriquecidos de todos os dons, aqueles da palavra e aqueles do conhecimento” (1, 4-5). Estas palavras de Paulo não são uma simples formalidade, mas o sinal que ele vê antes de tudo – e disto se alegra sinceramente – os dons feitos por Deus à comunidade. Esta atitude do Apóstolo é um encorajamento para nós e para cada comunidade cristã a reconhecer com alegria os dons de Deus presentes nas outras comunidades. Apesar do sofrimento das divisões, que infelizmente ainda permanecem, acolhemos as palavras de Paulo como um convite a alegrar-nos sinceramente pelas graças concedidas por Deus a outros cristãos. Temos o mesmo Batismo, o mesmo Espírito Santo que nos deu a Graça: reconheçamos isso e nos alegremos.



É belo reconhecer a graça com a qual Deus nos abençoa e, ainda mais, encontrar nos outros cristãos algo de que necessitamos, algo que podemos receber como um dom dos nossos irmãos e irmãs. O grupo canadense que preparou os subsídios desta Semana de Oração não convidou as comunidades a pensarem naquilo que poderiam dar a seus vizinhos cristãos, mas os exortou a encontrar-se para entender aquilo que todos podem receber de tempos em tempos dos outros. Isso requer algo a mais. Requer muita oração, requer humildade, requer reflexão e contínua conversão. Sigamos adiante neste caminho, rezando pela unidade dos cristãos, para que este escândalo seja exterminado e não esteja mais entre nós.

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Boletim da Santa Sé

Tradução: Jéssica Marçal