terça-feira, 3 de junho de 2014

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos reflete sobre as diferentes expressões de fé


Irmãos e Irmãs da Caminhada Ecumênica!

Nós, representantes das igrejas-membro do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), nos dirigimos a vocês na paz e na graça do nosso Senhor Jesus Cristo.

Mais uma vez estaremos unidos, celebrando a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos no período de 1 a 8 de junho. Refletiremos este ano o tema “Acaso Cristo está dividido?”, motivados pelo lema de 1 Cor 1, 1-17.

Esta Semana foi organizada pelos irmãos e irmãs do Canadá, país marcado pela diversidade de idiomas, cultura, clima e diversas expressões de fé. Nossos irmãos do Canadá afirmam: “A primeira carta aos Co¬ríntios também aponta um caminho pelo qual podemos valorizar e acolher os dons dos outros, mesmo agora no meio das nossas divisões”.

A polêmica em torno do crucifixo do Papa e a evidente perseguição.


Pois é, caro leitor.

Parece que tem gente na Igreja que não tem mais o que fazer, afinal, graças a Deus todo mundo dentro da Igreja está bem instruído, não se tem mais desobediência litúrgica…. enfim, com a ausência de problemas, devemos fazer picuinha contra o Papa, pensam eles.

A ultima novidade dos desocupados de plantão é que, vejam só,  o Papa (figura máxima do catolicismo) tem escondido a cruz por ter vergonha. Ao mesmo tempo, os acusadores apresentam-se como guardiões da fé e gritam: Vejam, o Papa apostatou….

O mais irônico, e trágico,  é a alegria que eles contam a suposta apostasia. Anunciam como quem anunciam a vinda de Cristo, algo que seria escandaloso (caso tivesse ocorrido) é dito com um sorriso descomunal nos lábios. Não seria nada leviano afirmar que esses aguardam ansiosamente que a Igreja Católica finalmente enxerguem que eles são o novo Papa ou talvez essa alegria provenha da desobediência tão enraizada neles. Acredito que eles sintam-se melhor em não obedecer ninguém, logo é urgente provar que o Papa não é mais o Papa. Pobres almas!

Por que casar-se é melhor que juntar-se?


A Igreja Católica enfrenta atualmente grandes desafios diante da erosão da figura do casamento em diversas sociedades, sobretudo ocidentais. Pelo que se prevê, a proliferação das uniões livres e dos divórcios serão temas centrais no sínodo da família, que será realizado no início de outubro, no Vaticano, de acordo com um prognóstico de Fernando Pliego, pesquisador social em temas como a família.

De acordo com estudos sociológicos, “observa-se uma queda muito importante da população que se casa, e um aumento importante das uniões livres. Há alguns países nos quais a situação já se inverteu: há mais uniões livres que casamentos”.
 
“Esta é uma realidade muito importante diante de qualquer decisão que a Igreja Católica tomar sobre o casamento e a vida das famílias”, especificou Fernando, com base nas pesquisas internacionais que fundamentam seus estudos.
 
O pesquisador considerou que “é oportuno que o sínodo faça uma análise adequada da realidade”.


Pentecostes e Copa


Nos antigos povos, Pentecostes era Festa das Colheitas, realizada com muita alegria e solenidade. A celebração era dedicada exclusivamente a Javé. Uma festa ecumênica, aberta para todos os produtores e seus familiares, os pobres, os levitas e os estrangeiros (Dt 16,11-12). Enfim, todo o povo apresentava-se diante de Deus. Reconhecia-se e afirmava-se o compromisso de fraternidade e a responsabilidade de promover os laços comunitários.

Hoje Pentecostes é chamada de Festa da Unidade, da presença do Espírito unificador, enviado por Cristo cinquenta dias após o domingo da Ressurreição e sete dias depois da Ascensão. No dinamismo da cultura, na diversidade dos dons, o Espírito Santo é proclamado como Aquele que veio para superar a “confusão babilônica”, os resquícios da “Torre de Babel” que reinam numa sociedade marcada por tantas situações extremistas e desumanas.

Os pecados dos antepassados influenciam nossas vidas?


Querido padre Gabriele, algumas vezes ouvimos falar no âmbito carismático de “árvore genealógica”. O que o senhor pode dizer a respeito?

Esta é uma questão controversa. Há quem sustente que as consequências de culpas morais graves, das quais mancharam os próprios antepassados - como por exemplo homicídios, abortos, suicídios, práticas mágicas etc. -, se propagam às gerações sucessivas. Atenção, não a culpa moral, que é sempre e somente pessoal, mas as suas consequências, como por exemplo a tendência inata a repetir os mesmos atos pecaminosos dos antepassados. Uma espécie de “inclinação” espiritual, que chegaria aos filhos, netos, bisnetos e assim desceria na árvore genealógica. Como se transmitem os caracteres hereditários fixos na transmissão da vida, assim seria para aqueles espirituais.

Para livrar-se desta tendência, cada descendente deveria renunciar a eles com um estilo de vida cristã. Através de um caminho de purificação, se alcançaria - uma vez individualizada a tendência pecaminosa, que pode beirar a compulsividade - a emendar-se nela. Isto seria de qualquer modo a transmissão do caráter “doente” aos descendentes. A tese é difusa por nós com o livro do psiquiatra inglês Kenneth McAll, Até as raízes, o qual sustenta - citando casos por ele notados - que a causa dos males pode depender de questões de geração.

A Idade Média foi "noite escura"?


- “A Idade Média terá sido, em virtude da predominância da religião católica, um período de obscurantismo?” (L.M. - Salvador-BA).

A Idade Média é por vezes considerada qual «noite de mil anos» que se abateu sobre a civilização, constituindo, pela barbárie e ignorância de seus homens, verdadeira mancha no decorrer da História.

É o que, conforme alguns autores, a própria designação «Idade Média» deveria incutir. Esta foi forjada pelos humanistas do séc. XVI, que com tal denominação queriam caracterizar o período da língua latina, que vai da idade clássica antiga ao Renascimento da mesma, no séc. XVI. Entre duas épocas áureas estaria [então] uma fase intermediária ou «média», fase apagada ou decadente na História do idioma latino.

Em 1688, o historiador alemão Cristóvão Keller (Cellarius) na sua «Historia Medii Aevi» (="História da Idade Média") adotou pela primeira vez o nome no setor da História da Civilização, o que dava a entender que o período decorrente entre a Idade Antiga e a Renascença foi igualmente uma época apagada e decadente.

Nem todos os autores, porém, concordaram com tal modo de ver...

O historicismo do século passado tinha a Idade Média na conta de período cheio de realizações construtivas.

Vejamos o que há de objetivo nestas diversas apreciações.

1)     O período Antigo ou Greco-Romano da civilização termina com a ruína do Império Romano, o qual cedeu aos golpes das invasões bárbaras (Roma caiu em 476). A Europa e a África Setentrional foram ocupadas pelos germanos invasores que, após haver derrubado as instituições antigas, eram incapazes de construir a vida social, pois careciam de valores culturais correspondentes. Ora, tendo desaparecido a figura do Imperador no Ocidente, a única autoridade capaz de tomar as rédeas da situação europeia dos séculos V/VII era a autoridade eclesiástica: o Papa, então, os bispos e os monges se puseram a preservar da perda total os valores da civilização greco-romana, utilizando-os na confecção de nova síntese cultural.
2)       
Não há dúvida de que a Religião Católica foi altamente benemérita neste trabalho de reconstrução; criaram-se valores e instituições de vulto no início e no decurso da Idade Média. Detendo-nos apenas na história da educação e da cultura, devemos mencionar que foram os clérigos e monges que asseguraram o ensino primário nas escolas catedrais, monacais e palatinas (isto é, erguidas respectivamente junto a uma igreja catedral, a um mosteiro, a um palácio de rei).

Papa fala da Ascensão de Jesus e recorda mandato missionário.


REGINA COELI
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 1º de junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia.

Hoje, na Itália e em outros países, celebra-se a Ascensão de Jesus ao céu, ocorrida quarenta dias após a Páscoa. O Ato dos Apóstolos conta este episódio, a separação final do Senhor Jesus dos seus discípulos e deste mundo (cfr At 1, 2.9). O Evangelho de Mateus, em vez disso, relata o mandato de Jesus aos discípulos: o convite a ir, a partir para anunciar a todos os povos a sua mensagem de salvação (cfr Mt 28, 16-20). “Ir”, ou melhor, “partir” se torna a palavra-chave da festa de hoje: Jesus parte para o Pai e ordena seus discípulos a partirem para o mundo.

Jesus parte, sobe ao Céu, isso é, retorna ao Pai do qual tinha sido mandado ao mundo. Fez o seu trabalho, então retorna ao Pai. Mas não se trata de uma separação, porque Ele permanece sempre conosco, de uma forma nova. Com a sua ascensão, o Senhor ressuscitado atrai o olhar dos apóstolos – e também o nosso olhar – às alturas do Céu para nos mostrar que a meta do nosso caminho é o Pai. Ele mesmo havia dito que iria para lá nos preparar um lugar no Céu. Todavia, Jesus permanece presente e ativo nos acontecimentos da história humana com o poder e os dons do seu Espírito; está próximo a cada um de nós: mesmo se nós não O vemos com os olhos, Ele está ali! Acompanha-nos, guia-nos, toma-nos pela mão e nos levanta quando caímos. Jesus ressuscitado está próximo aos cristãos perseguidos e discriminados; está próximo a cada homem e a cada mulher que sofre. Está próximo a todos nós, também hoje está aqui conosco na praça; o Senhor está conosco! Vocês acreditam nisso? Então digamos juntos: o Senhor está conosco!

sexta-feira, 30 de maio de 2014

O casamento dos padres pode ser uma solução para a pedofilia e homossexualismo?


Caro Padre Angelo, em uma jornada na escola ouvi uma professora que dizia que o casamento dos padres poderia ser uma solução aos casos de pedofilia e também a homossexualismo. Ela também sustentava que os apóstolos eram casados e que seria justo ter também padres casados (adiciono que ela também falava das freiras). Ela disse que o celibato sacerdotal e monástico é contra a natureza e que o matrimônio poderia acabar com as infidelidades e os escândalos. Naturalmente eu estava muito bravo ao ouvir estas coisas contra a Igreja, mas não tive coragem de contrapor, porque muitos dos meus companheiros estavam de acordo, e também porque eu não tinha argumentos adequados para contrapor estas questões. 

Resposta do sacerdote:

Caro,

1. Cito primeiramente o que escreveu um professor na França, Jean Guitton: “Se se compara a vida dos animais com o comportamento da espécie humana, percebemos que a sexualidade nos animais tem um papel muito mais limitado. Dá-se por fases e períodos limitados, ao menos nas espécies superiores. Com excessão dos grandes macacos, que são certamente os degenerados, a fêmea aceita o macho somente para sua necessidade aos seus deveres com a espécie. Existem também casos nos quais apenas um contato torna a fêmea idônea a gerar muitas vezes, como para as abelhas e pulgões. De resto, a sexualidade animal é limitada estreitamente a sua função e não cria comunidade de vida entre os indivíduos. Conhecem-se certamente as simbioses de acoplamento, por exemplo nas rãs e nas tartarugas, mas o acoplamento não é uma sociedade” (J. Guitton, O amor humano, p. 162).

2. Depois de ter observado que para os animais o estímulo sexual leva à necessidade incontrolável, afirma: “Existe toda uma literatura que quer apresentar a satisfação do instinto sexual como uma necessidade. Mas os raciocínios dos fisiologistas e o lirismo nunca podem prevalecer sobre a realidade que a continência não é prejudicial à saúde física e mental e não afeta os órgãos reprodutores. É neste sentido que o instinto sexual, que no homem e somente no homem é independente do instinto vital, permite ao homem libertar-se… Por outro lado, enquanto no animal o instinto segue uma regra e é submisso ao ritmo cósmico, no homem - e sobretudo no macho - pode ser excitado quase em continuação. Não é ligado às necessidades vitais e se apresenta no tempo e fora dele. Diria que no homem o instinto se solta da vida para se envolver no espírito… Tudo ocorre como se a natureza tivesse, neste instinto mais que em outro, deparado o desejo da necessidade… A necessidade, reduzida a pura necessidade real, é rara e se deve notar que nunca é constritiva” (Ib., pp. 164-165).

3. Um autor de bioética, Ramòn Lucas Lucas, ressalta a importância deste dado: “No animal a atividade instintiva sexual tem um caráter totalmente automático. O encontro do macho com a fêmea não é subordinado a nenhuma decisão ou escolha; tem qualquer coisa de fatal. Do mesmo modo, o ritmo dos períodos do cio é regulado de maneira automática. Este caráter automático não se encontra no homem. Não existe no homem ‘normal’ nenhuma atividade instintiva vinculada por si. A razão disto, em relação à sexualidade, é a ausência dos períodos de cio; como existem determinados estímulos hormonais, que se manifestam na intensificação do instinto. Em virtude desta ausência, o homem escapa ao ciclo do tempo” (R. Lucas Lucas, Antropologia e problemas bioéticos, p. 69).

4. E acrescenta: “A exclusão do homem de determinação instintiva não é de menos, mas uma outra oportunidade como sinal de sua grandeza. A diminuição de sua potência como ser natural oferece a oportunidade de orientar-se para a sua determinação. A vida não lhe é dada já organizada, nem determinada para o ciclo dos instintos; assim o homem é exposto ao risco, e à oportunidade e ao dever de perguntar-se qual é o sentido da sua atividade sexual. Com isto, a possibilidade de errar se converte em privilégio do qual goza apenas o homem; errar é humano. A falta de determinação da força natural da sensualidade humana e das relações sexuais produz paradoxalmente uma força de humanização” (Ib., p. 79).