A Igreja Católica enfrenta
atualmente grandes desafios diante da erosão da figura do casamento em
diversas sociedades, sobretudo ocidentais. Pelo que se prevê, a proliferação
das uniões livres e dos divórcios serão temas centrais
no sínodo da família, que será realizado no início de outubro, no Vaticano, de
acordo com um prognóstico de Fernando Pliego, pesquisador social em temas como
a família.
De acordo com estudos
sociológicos, “observa-se uma queda muito importante da população que se casa,
e um aumento importante das uniões livres. Há alguns países nos quais a situação já se
inverteu: há mais uniões livres que casamentos”.
“Esta
é uma realidade muito importante diante de qualquer decisão que a Igreja
Católica tomar sobre o casamento e a vida das famílias”, especificou
Fernando, com base nas pesquisas internacionais que fundamentam seus estudos.
O
pesquisador considerou que “é oportuno que o sínodo faça uma análise adequada
da realidade”.
Os
casamentos são mais sólidos
O especialista fez uma
distinção entre o casamento e os motivos pelos quais a união livre frequentemente
fracassa, e comentou que a proliferação deste tipo de uniões que se está dando
atualmente com mais frequência entre os jovens “é um problema para a Igreja
Católica e para todo aquele que estiver interessado em fortalecer o vínculo
entre homem e mulher”.
O especialista comentou que,
no casamento, “as
pessoas têm um projeto claro de uma comunidade de ajuda e de amor, de
cooperação; então, a expectativa e a esperança são muito fortes; por isso, ele
é mais sólido, tem mais clareza e é muito mais estável que a união livre”.
Fernando acrescentou que “o casamento tem
força porque tem uma expectativa, sempre e quando falamos de um matrimônio por
uma religião – como a Igreja Católica. Os que entram pela união livre se
separam muito mais facilmente que os que entram pelo matrimônio”.
O anterior se sustenta em que
os matrimônios têm mais expectativas do que envolve
um projeto de vida compartilhada, e têm uma comunidade solidária de cooperação,
de carinho e de amor. “Então, como têm esta expectativa, a relação é muito mais
sólida.”
O pesquisador destacou que
“nem toda união livre é igual, e isso permitiria ter três
estilos de trabalho com os jovens”.
Ele citou três tipos de união livre: a que é resultado de uma relação casual, sem
expectativas nem projetos de futuro; há outra que considera que é como um
teste; e uma terceira na qual os jovens dizem: “Nós não nos casamos agora
porque precisamos juntar dinheiro, construir uma casa, terminar os estudos...”
– mas é uma união livre com a expectativa de formar uma
família e ter um projeto de vida compartilhada.
Fernando comentou que este
tipo de união livre é uma espécie de “casamento natural”,
no qual o casal faz um pacto profundo de vida, mas ainda não o concretiza em um
compromisso formal com implicações institucionais.
Por
Francisco Luna Macías
Disponível: Aleteia
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