quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Coréia do Norte proíbe os católicos de irem à missa do Papa Francisco em Seul


A Coréia do Norte rejeitou o convite da arquidiocese de Seul na Coréia do Sul e não permitirá a participação dos católicos na missa que o Papa Francisco presidirá na catedral de Myeondong no próximo dia 15 de agosto.

Assim informou a Associação de Católicos Norte-coreanos (KCA, por suas siglas em inglês), instituição dependente do governo, em uma carta na qual acusa a Coréia do Sul de “não ter cancelado as exercitações conjuntas com os EUA, gesto que torna a visita impossível“.


Segundo um funcionário da Conferência Episcopal sul-coreana, telefonado pela agência AFP,  “esta carta significa que o Norte considera difícil aceitar o convite e gerir a questão”.


O convite havia sido feito pela Arquidiocese de Seul ao governo de Pyongyang em 26 de maio, e depois reiterado nos dias seguintes.

Mensagem do Papa a Congresso do Celam sobre família



MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco ao I Congresso Latino-americano para a Pastoral Familiar (Cidade do Panamá, 4 a 9 de agosto de 2014)
Quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Queridos irmãos,

Uno-me de coração a todos os participantes neste I Congresso latino-americano de Pastoral Familiar, organizado pelo Celam, e os parabenizo por esta iniciativa em favor de um valor tão querido e importante hoje em nossos povos.

O que é a família? Para além de seus prementes problemas e de suas necessidades urgentes, a família é um “centro de amor”, onde reina a lei do respeito e da comunhão, capaz de resistir aos ataques da manipulação e da dominação dos “centros de poder” mundanos. Na casa familiar, a pessoa se integra natural e harmonicamente em um grupo humano, superando a falsa oposição entre indivíduo e sociedade. No seio da família, ninguém é descartado: tanto o idoso como a criança são bem vindos. A cultura do encontro e o diálogo, a abertura à solidariedade e à transcendência têm nela o seu berço.
Por isso, a família constitui uma grande “riqueza social” (cf Bento XVI, Cart. Enc. Caritas in veritate, 44). Neste sentido, gostaria de destacar duas contribuições primordiais: a estabilidade e a fecundidade.

As relações baseadas no amor fiel, até a morte, como o matrimônio, a paternidade, a filiação ou a irmandade, aprendem-se e se vivem no núcleo familiar. Quando estas relações formam o tecido básico de uma sociedade humana, dão-lhe coesão e consistência. Pois não é possível formar parte de um povo, sentir-se próximo, ter em conta os mais distantes e desfavorecidos, se no coração do homem estão quebradas estas relações básicas, que lhes oferecem segurança em sua abertura aos demais.

Além disso, o amor familiar é fecundo, e não somente porque gera novas vidas, mas porque amplia o horizonte da existência, gera um mundo novo; faz-nos acreditar, contra toda desesperança e derrotismo, que uma convivência baseada no respeito e na confiança é possível. Frente a uma visão materialista do mundo, a família não reduz o homem ao estéril utilitarismo, mas dá canal aos seus desejos mais profundos.

Papa retoma catequese evidenciando as bem-aventuranças

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia !

Nas catequeses anteriores vimos como a Igreja é um povo, um povo preparado com paciência e amor de Deus, e ao qual todos nós somos chamados a pertencer. Hoje eu gostaria de destacar a novidade que caracteriza este povo:  é realmente um novo povo que se fundamenta na nova aliança estabelecida pelo Senhor Jesus com o dom de sua vida. Esta novidade não nega o caminho anterior, ou se opõe a ele, mas sim o leva adiante, o leva ao cumprimento.

1.            Há uma figura muito significativa, que atua como um elo entre o Antigo e o Novo Testamento: a de João Batista. Para os Evangelhos Sinóticos, ele é o “precursor”, aquele que prepara a vinda do Senhor, predispondo o povo à conversão do coração e a receber o consolo de Deus que está próximo. No Evangelho de João é a “testemunha”, pois permite-nos reconhecer em Jesus, Aquele que vem do alto para perdoar os nossos pecados e fazer de seu povo a sua esposa, primícias da nova humanidade. Como um “precursor” e “testemunha”, João Batista desempenha um papel central em toda a Escritura, pois atua como uma ponte entre a promessa do Antigo Testamento e seu cumprimento, entre as profecias e a realização em Jesus Cristo . Com o seu testemunho, João nos mostra Jesus e nos convida a segui-Lo, e nos diz, sem meio termo, que isso requer humildade, arrependimento e conversão: é um convite que faz se à humildade, arrependimento e conversão.

2.            Assim como Moisés realizou uma aliança com Deus em virtude da lei recebida no Sinai, assim Jesus, em uma colina à beira do lago da Galiléia, entrega aos seus discípulos e à multidão um novo ensinamento, que começa com as bem-aventuranças. Moisés deu a Lei no Sinai e Jesus, o novo Moisés, dá a lei na montanha, à beira do lago da Galiléia. As bem-aventuranças são o caminho que Deus mostra como uma resposta ao desejo de felicidade que é inerente ao homem, e aperfeiçoa os mandamentos da Antiga Aliança. Estamos acostumados a aprender os Dez Mandamentos – é claro, todos vocês sabem, aprenderam na catequese – mas não estamos acostumados a repetir as bem-aventuranças. Vamos memorizá-las e imprimi-las em nosso coração. Façamos uma coisa: eu vou dizer uma depois da outra e vocês repetem. Concordam?

Primeira:
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”.
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”.
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados”.
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.
“Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus”.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”.
“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e vos perseguirem e disserem todo o mal contra vós por minha causa.” Eu ajudo vocês: [o Papa repete com as pessoas] “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e vos perseguirem e disserem todo o mal contra vós por minha causa”.
“Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso recompensa nos céus”.

Bravo! Mas vamos fazer uma coisa: eu vou dar uma lição de casa, uma tarefa para fazer em casa. Peguem o Evangelho, aquele que vocês têm… Lembrem-se que vocês devem sempre levar um pequeno Evangelho com vocês, no seu bolso, bolsa, sempre; aquele que vocês têm em casa. Peguem o Evangelho, e nos primeiros capítulos de Mateus – creio que no capítulo quinto – estão as bem-aventuranças. E hoje, amanhã, vocês leem em casa. Vocês irão ler? [O povo responde: Sim] Não se esqueçam, porque é a lei que Jesus nos dá! Vocês irão fazer? Obrigado.

No Angelus, Papa destaca necessidade de compaixão e partilha

ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 3 de agosto de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Neste domingo, o Evangelho nos apresenta o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes (Mt 14, 13-21). Jesus o realiza ao longo do lago da Galileia, em um lugar isolado onde havia se retirado com os seus discípulos depois de saber da morte de João Batista. Mas tantas pessoas os seguiram e os alcançaram; e Jesus, vendo-as, sentiu compaixão e curou os doentes até a noite. Então os discípulos, preocupados com a hora tardia, sugeriram-lhe despedir a multidão para que pudesse ir aos povoados comprar algo para comer. Mas Jesus, tranquilamente, respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14, 16); e fazendo-se levar cinco pães e dois peixes, abençoou-os e começou a fracioná-los e a dá-los aos discípulos, que os distribuíam ao povo. Todos comeram e ficaram satisfeitos e mesmo assim sobrou!

Neste acontecimento, podemos ver três mensagens. A primeira é a compaixão. Diante da multidão que O segue e – por assim dizer – “não O deixa em paz”, Jesus não reage com irritação, não diz: “Este povo me cansa”. Não, não. Mas reage com um sentimento de compaixão, porque sabe que não o procuram por curiosidade, mas por necessidade. Mas estejamos atentos: compaixão – aquilo que sente Jesus – não é simplesmente sentir piedade; é mais! Significa com-paixão, isso é, identificar-se no sofrimento do outro a ponto de tomá-lo para si. Assim é Jesus: sofre junto a nós, sofre conosco, sofre por nós. E o sinal dessa compaixão são as numerosas curas por Ele realizadas. Jesus nos ensina a colocar as necessidades dos pobres antes das nossas. As nossas necessidades, por mais legítimas, não serão nunca tão urgentes como aquelas dos pobres, que não têm o necessário para viver. Nós falamos dos pobres. Mas quando falamos dos pobres, sentimos que aquele homem, aquela mulher, aquelas crianças não têm o necessário para viver? Que não têm o que comer, não têm o que vestir, não têm a possibilidade de remédios… Também que as crianças não têm a possibilidade de irem à escola. E por isto, as nossas necessidades, por mais legítimas, nunca serão tão urgentes como aquelas dos pobres que não têm o necessário para viver.

Drama dos cristãos no Iraque: Papa faz urgente apelo à comunidade internacional


O Papa Francisco acompanha “com viva preocupação as dramáticas notícias que chegam do norte do Iraque sobre uma população indefesa”.

Foi o que afirmou o padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, na manhã desta quinta-feira.


A maior cidade cristã do norte do Iraque, Qaraqosh, caiu nas mãos dos extremistas do Estado Islâmico (EI) esta noite. Os cristãos naquela área – que representam 25% de todos os cristãos do Iraque – estão fugindo pelas estradas.


Em sua declaração de hoje à imprensa, o padre Lombardi recordou que já no dia 20 de julho “o Santo Padre, com profunda dor, havia se referido à situação vivida pelos cristãos perseguidos, especialmente no Iraque”.


“Os nossos irmãos são perseguidos, são expulsos, devem deixar suas casas sem ter a possibilidade de levar nada consigo. A estas famílias e a estas pessoas quero expressar a minha proximidade e a minha constante oração. Queridos irmãos e irmãs tão perseguidos, eu sei o quanto sofreis, eu sei que vocês são despojados de tudo. Estou convosco, na fé naquele que venceu o mal!”, disse o Papa naquela ocasião.

O Santo Padre, em vista dos recentes acontecimentos – afirmou Lombardi - “renova a sua proximidade espiritual a todos que estão atravessando esta dolorosa provação e une-se aos veementes apelos dos Bispos locais, pedindo junto a eles e por suas comunidades atribuladas, que suba incessante de toda a Igreja uma oração coral para invocar do Espírito Santo o dom da paz”.


“Sua Santidade dirige, outrossim, o seu urgente apelo à comunidade internacional para que tome medidas para colocar fim ao drama humanitário em curso e aja para proteger a todos os que têm necessidade ou são ameaçados pela violência, além de assegurar as ajudas necessárias, sobretudo as mais urgentes, aos tantos deslocados, cuja sorte depende da solidariedade dos outros”, declarou o Padre Lombardi.

Qaraqosh caiu, os cristãos fogem da planície de Nínive


São frases que eu não gostaria de escrever nunca. “O Estado Islâmico tomou Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque. Dom Petros Mouche, bispo da cidade, também teve de fugir. Mulheres grávidas e anciãos estão fugindo agora, quase sempre a pé”, informou a associação Fraternité en Irak.

Toda a planície de Nínive está caindo nas mãos da loucura extremista, entre o silêncio e a falta de ação das grandes potências, da ONU e da Liga Árabe. Durante a noite de 6 para 7 de agosto, os habitantes de Qaraqosh, Qaramless, Bartala, Tell Keff, Ba'ashika e da planície de Nínive fugiram depois da retirada curda. A fuga foi provocada pelo anúncio dos curdos de que abandonariam seus postos de combate em Qaraqosh.

“À meia-noite, quase todos os habitantes de Qaraqosh tinham fugido”, continua informando a Fraternité en Irak. “Essas cidadescristãs esvaziaram-se durante a noite. Isso atinge 25% de todos os cristãos do Iraque. É uma tragédia, um revés militar muito inquietante dos curdos, já que se torna uma ameaça para todo o Curdistão iraquiano”, afirmou Faradj Benoit Camurat, responsável pela associação.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O mundo reza pela Terra Santa


Em concomitância com o acordo estabelecido entre Israel e Hamas para uma trégua que deveria garantir a suspensão das ações de guerra nas próximas 72 horas, ou seja três dias, multiplicam-se em todas as comunidades cristãs os anúncios de liturgias, orações e jejuns para pedir a Deus o dom da paz na Terra Santa. 

Na última sexta-feira, na Paróquia de São Tiago em Beit Hanina, o Bispo auxiliar de Jerusalém dos Latinos, Dom William Shomali, celebrou uma Santa Missa pela paz e pelo fim da guerra. E, como todas as sextas-feiras, Pe. Mario Cornioli, sacerdote em Beit Jala, celebrou a missa debaixo das oliveiras do Vale de Cremisan e junto com os fiéis rezou o Terço diante do Muro de separação construído pelas autoridades israelenses.

Na quarta-feira passada o Bispo auxiliar de Jerusalém dos Latinos, Dom Maroun Elias Lahham, celebrou uma missa pela paz na igreja de Nossa Senhora de Nazaré em Sweifieh. “Estamos aqui – disse – para rezar por Gaza, pela Palestina, pelo Iraque, pela Síria, pelo Egito e pela Líbia. Rezemos todos os dias, tenhamos confiança de que o Nosso Pai que está nos céus ouve a nossa voz e vê tudo o que está a acontecendo”.

No Egito, o Patriarca copta-ortodoxo Tawadros II exortou os cristãos coptas a aderirem ao jejum de quinze dias, de 7 a 22 de agosto, para invocar o fim do sofrimento da população de Gaza. As Igrejas católicas no Egito já começaram um jejum que continuará até a festa da Assunção, no próximo dia 15 de agosto, para pedir à Virgem Maria que interceda em favor das populações sofredoras do Médio Oriente, começando pelo Egito.

Entretanto a Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, em conformidade com o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Raphaël I Sako, convidou “todos os homens de boa vontade” a unirem-se ao dia mundial de oração pela paz no Iraque proclamado para esta quarta-feira, 6 de agosto, por ocasião da Festa da Transfiguração do Senhor. O patriarca caldeu escreveu uma oração que todos os que aderirem à iniciativa, onde quer que estejam, podem recitar na quarta-feira ao meio-dia, durante o Angelus.

Papa Francisco aos jovens: Não percam “muitas horas” na Internet ou com os celulares


Em um encontro realizado na Praça de São Pedro nesta terça-feira no Vaticano com 50 mil coroinhas provenientes da Alemanha, Áustria e Suíça, o Papa Francisco explicou que Deus quer pessoas que sejam totalmente livres e que sempre façam o bem, como o fez a Virgem Maria ao aceitar o plano divino e ser a mãe de Jesus.

Assim o indicou o Santo Padre no encontro com os coroinhas que participam de uma peregrinação cujo tema é “Livres! Porque é lícito fazer o bem!”, inspirado no Evangelho de São Mateus. Com eles, indica a Rádio Vaticano, o Papa rezou as vésperas e lhes dirigiu umas palavras em alemão.

“As palavras de São Paulo que escutamos, tomadas da Carta aos Gálatas, chamam nossa atenção. O tempo se cumpriu, diz Paulo. Agora Deus realiza a sua obra decisiva. Aquilo que Ele quis dizer aos homens sempre –e o fez através das palavras dos profetas–, o manifesta com um sinal evidente”.

O Papa Francisco ressaltou logo que “Deus nos mostra que Ele é o bom Pai. E como o faz? Através da encarnação de seu Filho, que se torna como um de nós. Através deste homem concreto de nome Jesus, podemos entender aquilo que Deus quer verdadeiramente. Ele quer pessoas humanas livres, a fim de que se sintam como filhas de um bom Pai”.

“Para realizar esse desígnio, Deus precisa somente de uma pessoa humana. Precisa de uma mulher, uma mãe, que coloque o Filho no mundo. Ela é a Virgem Maria, que honramos com essa celebração vespertina. Maria foi totalmente livre. Em sua liberdade disse sim. Ela fez o bem para sempre. Desta maneira serve a Deus e aos homens. Imitemos seu exemplo, se queremos saber aquilo que Deus espera de nós seus filhos”.