São frases que eu não gostaria de escrever nunca. “O Estado
Islâmico tomou Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque. Dom Petros Mouche, bispo da cidade, também teve
de fugir. Mulheres grávidas e anciãos estão fugindo agora, quase sempre a pé”,
informou a associação Fraternité en Irak.
Toda a planície
de Nínive está caindo nas mãos da loucura extremista, entre o silêncio e a
falta de ação das grandes potências, da ONU e da Liga Árabe. Durante a noite de
6 para 7 de agosto, os habitantes de Qaraqosh, Qaramless, Bartala, Tell Keff,
Ba'ashika e da planície de Nínive fugiram depois da retirada curda. A fuga foi
provocada pelo anúncio dos curdos de que abandonariam seus postos de combate em
Qaraqosh.
“À
meia-noite, quase todos os habitantes de Qaraqosh tinham fugido”, continua
informando a Fraternité en Irak. “Essas cidadescristãs esvaziaram-se
durante a noite. Isso atinge 25% de todos os cristãos do Iraque. É uma
tragédia, um revés militar muito inquietante dos curdos, já que se torna uma
ameaça para todo o Curdistão iraquiano”, afirmou Faradj Benoit Camurat,
responsável pela associação.
A
maior tragédia para os cristãos do Iraque está
a ponto de acontecer: depois desta noite, eles fogem de toda a planície de
Nínive. Muitos cristãos chegaram a Erbil, entre eles o bispo; outros,
contactados pela Fraternité en Irak, estão a caminho. Milhares de pessoas, a
maior parte cristãos, mas também Shabaks, uma minoria muçulmana ameaçada, estão
nas estradas e se dirigem para as cidade curdas de Erbil e Dohuk.
Às 6h
da manhã de hoje, o patriarca dos caldeus, Louis Sako, lançou um apelo de
ajuda: “a maior parte das pessoas vai a pé. Quando o calor do dia apertar, o
que vai acontecer com os anciãos e as mulheres grávidas?” “É necessário que a
comunidade internacional faça algo para socorrer as milhares de pessoas que
fogem pelas estradas”, acrescenta Dom Sako.
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Fonte: Aleteia
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