terça-feira, 28 de outubro de 2014

Igreja sem Maria torna-se num orfanato – o Papa com o Movimento Schoenstatt


O encontro com o Papa Francisco foi em forma de diálogo, com perguntas e respostas, inspiradas nos temas que acompanharam a preparação das celebrações do Centenário de Schoenstatt.

Sobre a família o Papa disse que “a família cristã e o matrimonio nunca foram tão atacados como agora, direta ou transversalmente”. E reiterou que “não se pode reduzir o sacramento do matrimonio a um rito social”. “Casamento é para sempre”, lembrou, ressalvando “que na sociedade, hoje, é comum a cultura do provisório”. 

O Papa afirmou que a missão da Igreja é ajudar 'corpo a corpo', não fazendo proselitismo, mas acompanhando. “A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração”, disse ainda, citando Bento XVI. 

sábado, 25 de outubro de 2014

Os eventuais governantes eleitos podem ser espinhos agudos na vida do povo brasileiro


O encontro e o confronto de Jesus com as pessoas são carregados de ensinamentos. Ninguém passa em vão ao seu lado e todos são conduzidos à escolha de valores, com os quais podem orientar os rumos de suas vidas. Também os adversários são positivamente provocados a fazerem suas opções, como aconteceu com líderes de tendências religiosas e políticas, quais sejam os fariseus e os saduceus. As correntes de pensamento e orientação, cada qual com seus mestres, mostravam as preferências, quando constituíam escolas ou até seitas.

Não é difícil perceber que os ensinamentos de Jesus molestavam seus interlocutores (Cf. Mt 22, 34-40). Demonstra-o bem a atitude de grupos de ativistas que confabulavam para fazê-lo cair numa armadilha e  posteriormente denunciá-lo às autoridades. Para colocá-lo à prova, alguém lhe pergunta sobre o maior mandamento da lei de Moisés. Os escribas listavam nada menos do que seiscentos e treze mandamentos, dos quais trezentos e sessenta e cinco eram proibições e duzentos e quarenta e oito preceitos. E estes perguntavam sobre o valor dos mandamentos, ou se alguns eram mais consideráveis, ou um deles pudesse ser o "mais" importante de todos.

A resposta de Jesus conduz o diálogo ao centro das opções a serem feitas e dá critérios para discernir o cumprimento da lei: não é mais decisivo a quantidade de preceitos a serem obedecidos, mas a qualidade e os motivos da obediência. A obediência a Deus é uma questão de amor. Só quando se escolhe com amor para obedecer é que se realiza a vontade de Deus. O obediente é diferente do escravo, porque ama a quem obedece. O essencial não é tanto seguir escrupulosamente um código de normas, mas os motivos e os beneficiários de nossa obediência, Deus e o próximo. O maior mandamento da lei é “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento! Esse é o maior e o primeiro mandamento. Ora, o segundo lhe é semelhante: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos” (Mt 22, 37-40).

Todas as nossas escolhas nos demais campos da vida haverão de ser condicionadas a estas prioridades, amar a Deus e ao próximo. Daí nascem, por exemplo, os critérios para a vida em família, como expressou magnificamente a Mensagem dos Padres Sinodais, divulgada há poucos dias: "Existe também a luz que de noite resplandece atrás das janelas nas casas das cidades, nas modestas residências de periferia ou nos povoados e até mesmos nas cabanas: ela brilha e aquece os corpos e almas. Esta luz, na vida nupcial dos cônjuges, se acende com o encontro: é um dom, uma graça que se expressa – como diz o Livro do Gênesis (2,18) – quando os dois vultos estão um diante do outro, em uma “ajuda correspondente”, isto é, igual e recíproca. O amor do homem e da mulher nos ensina que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo". A partir do amor a Deus e ao próximo se ilumina o trabalho humano e o esforço por construir um mundo mais justo, as decisões no estudo e na ciência, as prioridades na organização da sociedade ou as iniciativas de reconciliação entre pessoas e grupos. Daí nascem também critérios para as escolhas a serem feitas pelos cidadãos no campo da política!

“É preciso reler o Evangelho pela ótica gay”, escreve Frei Betto


O frade dominicano e escritor Frei Betto publicou um polêmico artigo no Jornal O Globo intitulado “Deus é gay”?

Ovacionado pelos seguidores da Teologia da Libertação e setores da sociedade  que toleram uma Igreja subtraída de sua Moral e Tradição, o religioso tenta justificar suas palavras na conduta do Papa Francisco, sequestrada para justificar sua tese de que a Igreja deve adotar uma leitura homossexual das escrituras. 

Betto afirma  que “nunca antes na história da Igreja um papa ousou, como Francisco, colocar a questão da sexualidade no centro do debate eclesial: homossexualidade, casais recasados, uso de preservativo etc.”. A citação do Frei que também é jornalista é no mínimo uma desinformação . Todos estes temas foram abordados com amplitude  por São João Paulo II em sua Teologia do Corpo.

Papa Francisco receberá o maior prêmio da Universidade israelense Bar Ilan


A Universidade israelense Bar Ilan de Tel Aviv dará ao Papa Francisco sua mais alta honraria, a Award Distinction (Prêmio de Distinção), no dia 27 de outubro, no Vaticano, na presença de dirigentes da Universidade além de empresários da América Latina e da Espanha.

Um comunicado do Instituto explica que a Universidade decidiu atribuir o prémio ao Papa argentino "pelos seus esforços contínuos e pelo seu compromisso em construir pontes entre mundos diferentes, promovendo a paz e a harmonia entre as Nações e as crenças, defendendo os direitos humanos e lutando por eles”.

Anunciado encontro de movimentos populares no Vaticano


O Pontifício Conselho Justiça e Paz, em parceria com a Academia Pontifícia das Ciências Sociais e com líderes de diversos movimentos, organizou para os dias 27 a 29 de outubro de 2014 um Encontro Mundial dos Movimentos Populares.

A iniciativa foi apresentada nesta sexta-feira na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, por dom Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Academia Pontifícia das Ciências Sociais, e por Juan Grabois, do Comitê Organizador do Encontro e da Confederação de Trabalhadores da Economia Popular.

O primeiro e o terceiro dias (27 e 29) acontecerão no Salesianum; o segundo dia (28) na Sala Antiga do Sínodo, com a participação do Santo Padre. O encontro é voltado principalmente às organizações e movimentos dedicados às populações excluídas.

Bispos e outros trabalhadores de vários países estão convidados para estimular o diálogo e a parceria desses movimentos com a Igreja. A reunião acontecerá em espanhol, francês, inglês, italiano e português. O encontro se encerrará com a criação de uma instância internacional de coordenação entre os movimentos populares, com o apoio da Igreja. 

Halloween: não brinquemos com fogo!


A ingenuidade é muitas vezes a causa de muitos males do nosso tempo. Muitas pessoas, de boa fé, são influenciadas por modismos e encontram-se brincando com fogo. Não percebem os riscos que poderiam se esconder atrás de situações aparentemente inócuas.

Um exemplo óbvio desta ingenuidade é a participação de muitos pais, crianças e jovens na festa de Halloween.

Há alguns anos atrás, este evento só poderia ser conhecido através de alguns filmes ou quadrinhos norte-americanos. Mas hoje o mundo mudou. O advento da Internet e a proliferação dos meios de comunicação contribuem facilmente para a disseminação de modas.

E assim, o Dia das Bruxas atravessou as fronteiras e se espalhou em muitos outros países.

Para dar-se conta do fenômeno basta olhar para as vitrines de restaurantes e lojas de brinquedos. Foram invadidas por objetos, figurinos e bonecos relacionados a este evento.

O símbolo do Halloween é uma abóbora esculpida com os olhos, nariz e boca, iluminada por uma vela colocada dentro. Na noite entre o 31 de outubro e 1 de novembro, as crianças americanas têm o costume de vestir-se como fantasmas, vampiros ou monstrinhos. Batem nas portas das casas com um saquinho na mão, pedindo doces e balas.

Alguém pode dizer: "O que há de errado? Por que não podemos fazer o mesmo? Afinal de contas, o Halloween é uma espécie de carnaval! Uma maneira de se divertir e brincar um pouco'!”. E é essa ingenuidade, a falta de profundidade, que leva muitos pais a não entenderem os possíveis riscos que se escondem por trás de certas modas.

Não basta vencer


Não basta vencer as eleições do domingo, pois a verdadeira conquista é muito mais difícil de alcançar. Trata-se da vitória que é o bem do povo, particularmente dos mais pobres e sofredores, enjaulados em condições indignas de vida, privados de direitos fundamentais. Os analistas, com diferentes pontos de vista, indicam a complexidade do momento. Diante de todos está o desafio do crescimento econômico, de se atender demandas de infraestrutura e de libertação da máquina pública das garras ferozes dos que dela se apossam, nos diversos níveis, instâncias e lugares, pelo Brasil afora, incapacitando-a no atendimento de sua finalidade - o zelo e a garantia do bem comum.

Ao considerar esse horizonte de exigências e desafios, compreende-se ainda mais que a ida às urnas exige responsabilidade de cada cidadão eleitor. Uma constatação evidente, mas que merece sempre reflexões. Quando se observa a atual tendência do eleitorado na sua escolha, percebe-se o peso da interrogação no ar. Este momento eleitoral tem revelado a indecisão de muitos, a divisão equiparada das opiniões, ora para um lado, ora para outro. Talvez isso seja sinal de certo amadurecimento da democracia. Um gesto aparentemente simples, apertar teclas da urna eletrônica, revela um processo da mais alta complexidade.

A candidatura escolhida vai nortear rumos, ou desconsertá-los, no quadriênio subsequente. Discernir e fazer a escolha, algo que precede o gesto simples e rápido de teclar, é agora o grande desafio cidadão. Há uma avalanche de elementos a serem avaliados, um caminho a ser bem trilhado rumo à definição mais apropriada possível, que colabore com o desenvolvimento da sociedade brasileira. A velocidade das mudanças e o aumento das necessidades reais do povo não admitem senão inovações, busca de novas respostas e a garantia de avanços. Conquistas são possíveis, embora difíceis. Particularmente, o eleitor deve buscar quem é capaz de superar a famigerada desigualdade social que ainda rege violentamente a sociedade brasileira.

Papa pede abolição da pena de morte e melhoria das condições carcerárias


Cristãos e homens de boa vontade "são chamados hoje a lutar não somente pela abolição da pena de morte", em "todas as suas formas", mas também pela melhoria das "condições carcerárias".

Essa é uma das passagens centrais do discurso do Papa Francisco nesta quinta-feira, no Vaticano, a um grupo de juristas da Associação Internacional de Direito Penal. A voz do Papa elevou-se também contra o fenômeno do tráfico de pessoas e a corrupção. Toda aplicação da pena, afirmou, deve ser feita de modo gradual, sempre inspirada no respeito à dignidade humana.

A prisão perpétua é uma "pena de morte dissimulada", por isso fiz com que ela fosse eliminada do Código Penal Vaticano. A afirmação espontânea (fora do texto), feita pelo Papa Francisco, se insere num intenso, minucioso e atento exame sobre como os Estados tendem hoje a fazer respeitar a justiça e a impor as penas.

O Papa falou com a sua habitual clareza e franqueza e não poupou críticas aos nossos tempos em que, afirmou, a política e a mídia muitas vezes incitam "à violência e à vingança pública e privada", sempre em busca de um bode expiatório.

A passagem sobre a pena de morte foi bastante veemente. O Pontífice recordou que "São João Paulo II condenou a pena de morte", como também faz o Catecismo, e criticou não somente o recurso à pena capital, mas desmascarou, num certo sentido, também o recurso às "chamadas execuções extrajudiciais ou extralegais", chamando-as "homicídios deliberados", cometidos por agentes oficiais sob o pára-vento do Estado:

"Todos os cristãos e homens de boa vontade são, portanto, chamados hoje a lutar não somente pela abolição da pena de morte, legal ou ilegal que seja, e em todas as suas formas, mas também pela melhoria das condições carcerárias, no respeito à dignidade humana das pessoas privadas da liberdade. E uno isso também à prisão perpétua. No Vaticano, pouco tempo atrás, no Código Penal do Vaticano, não há mais a prisão perpétua. Ela é uma pena de morte dissimulada."

O olhar e a piedade de Francisco são evidentes em toda a sua explanação, tanto sobre as formas de criminalidade que atentam à dignidade humana, quanto sobre o sistema punitivo legal que por vezes – o disse sem rodeios – na sua aplicação não é legal, porque não respeita aquela dignidade.

"Nas últimas décadas – ressaltou no início o Santo Padre – difundiu-se a convicção de que através da pena pública podem ser resolvidos os mais variados problemas sociais, como se para as diferentes enfermidades fosse recomendado o mesmo medicamento."

Isso fez de modo que o sistema penal ultrapassasse seus confins – aqueles sancionadores – para estender-se ao "terreno das liberdades e dos direitos das pessoas", mas sem uma eficácia realmente constatável:

"Há o risco de não conservar nem mesmo a proporcionalidade das penas, que historicamente reflete a escala de valores tutelados pelo Estado. Enfraqueceu-se a concepção do direito penal como ultima ratio, como último recurso à sanção, limitado aos fatos mais graves contra os interesses individuais e coletivos mais dignos de proteção. Enfraqueceu-se também o debate sobre a substituição do cárcere com outras sanções penais alternativas.

O Papa Francisco definiu, por exemplo, o recurso à prisão preventiva uma "forma contemporânea de pena ilícita oculta", selada por um "verniz de legalidade", no momento em que produz a um detento não-condenado uma "antecipação da pena" de forma abusiva. Disso – observou – deriva quer o risco de multiplicar a quantidade dos "reclusos sem julgamento", ou seja, "condenados sem que sejam respeitadas as regras do processo" – e em alguns países são 50% do total –, quer, num efeito dominó, o drama das condições de vida nos cárceres:

"As deploráveis condições de detenção que se verificam em várias partes do planeta constituem muitas vezes um autêntico traço desumano e degradante, muitas vezes produto das deficiências do sistema penal, outras vezes, da carência de infra-estruturas e de planejamento, enquanto em muitos casos são nada mais que o resultado do exercício arbitrário e impiedoso do poder sobre pessoas privadas da liberdade."

O Papa Francisco foi além, quando, falando de "medidas e penas cruéis, desumanas e degradantes", comparou a detenção praticada nos cárceres de segurança máxima a uma "forma de tortura". O isolamento destes lugares, ressaltou, causa sofrimentos "psíquicos e físicos" que resultam por incrementar "sensivelmente a tendência ao suicídio". Hoje em dia – foi a desoladora constatação do Papa – as torturas não são praticadas somente como meio para obter "a confissão ou a delação"...

"...mas constituem um autêntico plus de dor que se acrescenta aos males próprios da detenção. Desse modo, se tortura não somente em centros clandestinos de detenção ou em modernos campos de concentração, mas também nos cárceres, institutos para menores, hospitais psiquiátricos, comissariados e outros centros e instituições de detenção e pena."