SOU UM EX-PASTOR protestante. Como muitos outros que trilharam o caminho que leva a Roma via o território conhecido como protestantismo, eu nunca imaginei que um dia me converteria ao catolicismo.
Pelo temperamento e treinamento, sou mais pastor que estudioso. Então minha história de conversão para a Igreja Católica talvez não tenha os detalhes técnicos nos quais teólogos trafegam e com os quais alguns leitores se encantam. Mas espero que eu consiga explicar de forma precisa por que fiz o que fiz, e por que acredito de todo o meu coração que todos os protestantes deveriam fazer o mesmo. Não irei me ater aos detalhes dos meus primeiros anos, limitando-me a dizer apenas que fui criado por pais maravilhosos em um lar protestante. Vivi a maioria das experiências da infância e da adolescência de um típico “baby-boomer” (geração nascida entre 1946 e 1963).
Fui ensinado a amar Jesus e ir para igreja no domingo. Cometia também a maioria dos erros tolos que outras crianças da minha geração cometiam. Mas, depois de um período de rebeldia da adolescência, quando tinha 20 anos de idade, experimentei uma reconversão radical para Jesus Cristo. Mudei minha atenção, que estava até então voltada às seduções do mundo, para me tornar uma pessoa seriamente dedicada às orações e ao estudo da Bíblia.
Como jovem adulto, renovei meu compromisso com Cristo, aceitando-O como meu Senhor e Salvador, orando para que Ele pudesse me ajudar a realizar a missão em vida que Ele havia escolhido para mim. Quanto mais eu procurava orar e estudar para seguir Jesus e moldar minha vida para Ele, mais eu sentia o desejo ardente de dedicar minha vida totalmente para servi-Lo. Gradualmente, de forma semelhante aos primeiros raios do sol que preenchem o horizonte escuro, a convicção de que o Senhor estava me chamando para me tornar pastor começou a surgir.
Essa convicção aumentava continuamente enquanto eu estava na faculdade e em seguida durante meu trabalho como engenheiro. Até que finalmente não pude mais ignorar o chamado. Eu estava convencido de que o Senhor queria que eu me tornasse um pastor, então deixei meu emprego e me matriculei no seminário teológico de Gordon-Conwell, nos arredores de Boston. Formei-me em Teologia e logo em seguida fui ordenado ministro protestante. Meu filho de seis anos de idade, Jon-Marc, recentemente memorizou o juramento de Lobinho (fase iniciante para se tornar escoteiro), que diz: “Eu ..... prometo fazer o meu melhor para realizar o meu dever para com Deus e para com meu país”. Essa promessa séria na juventude mais nitidamente expressa a importância da minha razão de desistir da minha carreira de engenheiro para servir, com essa atitude de abandono, inteiramente ao Senhor, exercendo o ministério em tempo integral.
Assumi meus deveres como pastor com seriedade, e queria executá-los corretamente e fielmente. Então, quando estivesse no final da minha vida, face a Face com Deus, eu poderia escutá-Lo dizer estas palavras muito importantes: “Muito bem, bom e fiel servidor” (Mt 25,21). Exercendo essa prazerosa vida de pastor protestante, sentia-me feliz e em paz comigo e com Deus. – Finalmente senti que havia chegado ao fim de uma jornada.