domingo, 22 de março de 2015

Lutero via capeta, capeta everywhere


Salve, meu povo! Estamos de volta!

Continuando narração das aventuras e desventuras do monge maluco do “coração” de todos. Mais uma vez, buscamos trazer à tona as evidências de que o protestantismo nasceu não do ato de bravura de um monge virtuoso, mas sim da mente doentia de um homem mergulhado em baixezas. O que de bom poderia sair dali?

Vamos agora para o dia 26 de maio de 1521. Para não ser preso, Lutero escondeu-se no Castelo de Wartburg, antiga residência de Santa Isabel. Estava ali acobertado por um católico, o já mencionado aqui Frederico, chamado de “O Sábio” (há controvérsias). Foi nesta data que Imperador Carlos V promulgou um ato contra Lutero:

“(…) ordenamos que ninguém deve, doravante, ousar comprar, vender, conservar, copiar, imprimir ou fazê-los serem copiados e impressos, ou aprovar as suas opiniões, ou apoiá-los, pregá-los, defendê-los ou difundi-los de algum modo… Decretamos que todos que exerçam o poder devem tomar providências, para que os trabalhos  de Lutero sejam queimados e, por esse e outros meios, destruídos.”

A luteranada, como era de se esperar, ficou possessa com o Imperador. O que era pra ele um problema, já que era um espanhol no comando de um Império Alemão.

Enquanto nobres insatisfeitos se engalfinhavam por contas das ideias do herege, o mad monk começava a dar os primeiros sinais de demência. Enclausurado e assustado, Lutero alimentou suas paranoias até que estas chegaram a um nível absurdo. Obcecado, passou a ver o demo em todo canto, e sentia-se vigiado por ele em todo momento. Isso influenciou muito a teologia luterana que veio a ser desenvolvida posteriormente. Como disse sabiamente o professor Michael Davies:

“A teologia de Lutero é um reflexo de sua personalidade melancólica. Uma combinação de pessimismo e otimismo fácil: ao que a natureza humana seja malvada, o pecado não pode separar de Deus o homem justificado (pela fé).”

Essa, meus amigos, é a justificativa da Sola Fide (para entender o que Sola Fide, clique aqui). Mas apenas ilustramos, vamos seguir adiante.

sábado, 21 de março de 2015

Papa: "A sociedade corrupta fede! Um cristão que deixa entrar em si a corrupção não é cristão, fede!".


Visita do Papa Francisco a Nápoles
DISCURSO
Encontro com a população de Scampia
Praça João Paulo II
Sábado, 21 de março de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quis começar daqui, desta periferia, a minha visita a Nápoles. Saúdo todos vocês e vos agradeço pelo vosso caloroso acolhimento! Realmente se vê que os napolitanos não são frios! Agradeço ao vosso arcebispo por me ter convidado – também ameaçado se não tivesse vindo a Nápoles – pelas suas palavras de boas vindas; e obrigado àqueles que deram voz às realidades dos migrantes, dos trabalhadores e dos magistrados.

Vocês pertencem a um povo de longa história, atravessada por acontecimentos complexos e dramáticos. A vida em Nápoles nunca foi fácil, porém nunca foi triste! Esse é o vosso grande recurso: a alegria, a alegria. O caminho cotidiano nesta cidade, com as suas dificuldades e suas provações, produz uma cultura de vida que ajuda sempre a se levantar depois de cada queda e a fazer de modo que o mal não tenha nunca a última palavra. Este é um belo desafio: não deixar nunca que o mal tenha a última palavra. É a esperança, vocês sabem bem, este grande patrimônio, esta “alavanca da alma” tão preciosa, mas também exposta a assaltos e roubos.

Sabemos, quem adota voluntariamente o caminho do mal rouba um pedaço de esperança, ganha algo mas rouba a esperança a si mesmo, aos outros, à sociedade. O caminho do mal é um caminho que rouba sempre a esperança, rouba-a também do povo honesto e trabalhador e também da boa fama da cidade, da sua economia.

Gostaria de responder à irmã que falou em nome dos imigrantes e dos sem moradia fixa. A senhora pediu uma palavra que assegure que os migrantes são filhos de Deus e que são cidadãos. Mas é necessário chegar a isso? Os migrantes são seres humanos de segunda classe? Devemos fazer nossos irmãos e irmãs migrantes ouvirem que são cidadãos, que são como nós, filhos de Deus, que são migrantes como nós, porque todos nós somos migrantes rumo a outra pátria, e talvez chegaremos todos. E ninguém se perca pelo caminho! Todos somos migrantes, filhos de Deus que nos colocou todos em caminho. Não se pode dizer: “Mas os migrantes são assim… Nós somos…” Não! Todos somos migrantes, todos estamos em caminho. E esta palavra que todos somos migrantes não está escrita em um livro, está escrita na nossa carne, no nosso caminho de vida, que nos assegura que em Cristo somos todos filhos de Deus, filhos amados, filhos queridos, filhos salvos. Pensemos nisso: todos somos migrantes no caminho da vida, ninguém de nós tem morada fixa nesta terra, todos precisamos caminhar para lá. E todos devemos ir encontrar Deus: primeiro um, depois o outro, ou como dizia aquele idoso, aquele velhinho esperto: “Sim, sim, todos! Vão vocês, eu vou por último”. Todos devemos ir. 

Há pecados que um padre "normal" não pode perdoar?

Alguns pecados só podem ser perdoados pelos bispos, e outros só pela Santa Sé

"Com espírito contrito, (os fiéis) submetam seus pecados à Igreja no sacramento da penitência" (Vaticano II, Presbyterorum Ordinis, 5).

Antes de mais nada, dois esclarecimentos:

1. Os pecados não são perdoados pelo padre em si. Os pecados são perdoados por Deus, mediante a absolvição do ministro ordenado: bispo ou padre.

2. Todos os pecados têm perdão em Deus, menos um: o pecado contra o Espírito Santo (cf. Mt 12, 31). O único pecado que Deus não perdoa é a blasfêmia contra o Espírito Santo.

Em que consiste o pecado contra o Espírito Santo?

A blasfêmia não é somente com palavras, mas também com fatos. Quem blasfema? Quem não se sente necessitado de Deus, quem não se sente pecador ou se considera sem pecado. Trata-se de fechar-se ao convite de Deus à conversão, endurecer o coração, a tal ponto que a pessoa não se interessa mais por Deus.

É pecado endurecer o coração e dizer a Deus: você não me interessa, estou bem sem você, não preciso de você. É pecado considerar que Deus não pode perdoar, ou negar o perdão de Deus na confissão. Diante desta circunstância, o que Deus pode fazer? Nada, só deixar que a pessoa morra em seu pecado. Aqui Deus não pode agir, não tem nada a fazer, não tem nada para perdoar, não perdoa nada.

A Bíblia nos dá mais luz: "Quem oculta seus pecados não prosperará, mas quem os confessa e se afasta deles alcançará misericórdia" (Prov 28, 13).

O sacramento da confissão

Só Deus perdoa os pecados (cf. Mc 2, 7). Porque Jesus é o Filho de Deus, diz de si mesmo: "O Filho do homem tem poder de perdoar os pecados na terra" (Mc 2, 10) e exerce esse poder divino: "Teus pecados estão perdoados" (Mc 2, 5; Lc 7, 48).

Mais ainda: em virtude da sua autoridade divina, Jesus confere este poder aos homens (cf. Jo 20, 21-23) para que o exerçam em seu nome (Catecismo da Igreja Católica, 1441). Todos os pecados submetidos ao "poder das chaves" (Mt 16, 19) têm perdão.

Portanto, tenhamos cuidado ao dizer: "Deus perdoa este pecado, mas este outro Ele não perdoa". Uma coisa é o julgamento social e outra, muito diferente, é o que Deus pensa e o poder que Ele tem de perdoar o pecado – poder delegado aos seus apóstolos.

Cristo deu poder de perdoar aos apóstolos, aos bispos como sucessores deles e aos padres que colaboram com os bispos. Eles são os ministros do sacramento (Cânon 965).

Os bispo, que possuem em plenitude o sacramento da Ordem e têm todos os poderes que Cristo deu aos apóstolos, delegam aos presbíteros (padres) sua missão ministerial, fazendo parte deste ministério a capacidade de poder perdoar os pecados.

Isso foi definido pelo Concílio de Trento como verdade de fé, contra a postura de Lutero, que dizia que qualquer batizado tinha a potestade para perdoar os pecados. Cristo só deu este poder aos apóstolos (cf. Mt.18, 18; Jo 20, 23). 

Milagre de São Januário se repete hoje nas mãos do Papa Francisco.


Visita do Papa Francisco a Nápoles
PALAVRAS DO SANTO PADRE
Visita ao presídio “Giuseppe Salvi”,
em Poggioreale, e almoço com grupo de detentos
Sábado, 21 de março de 2015

Estou contente de me encontrar em meio a vocês por ocasião da minha visita a Nápoles. Agradeço a Cláudio e Pasquale que falaram em nome de todos. Este encontro me permite exprimir a minha proximidade a vocês e o faço levando a vocês a palavra e o amor de Jesus, que veio à terra para tornar plena a nossa esperança e morreu na cruz para salvar cada um de nós.

Às vezes você se sente desiludido, desanimado, abandonado por todos: mas Deus não se esquece dos seus filhos, não os abandona jamais! Ele está sempre ao nosso lado, especialmente na hora da provação; é um Pai “rico de misericórdia” (Ef 2, 4), que dirige sempre para nós o seu olhar sereno e benevolente, espera-nos sempre de braços abertos. Esta é uma certeza que infunde consolo e esperança, especialmente nos momentos difíceis e tristes. Mesmo se na vida erramos, o Senhor não se cansa de nos indicar o caminho do retorno e do encontro com Ele. O amor de Jesus por cada um de nós é fonte de consolação e de esperança. É uma certeza fundamental para nós: nada poderá nunca nos separar do amor de Deus! Nem mesmo as grades da prisão. A única coisa que pode nos separar Dele é o nosso pecado; mas se o reconhecemos e o confessamos com arrependimento sincero, justamente aquele pecado se torna lugar de encontro com Ele, porque Ele é misericórdia.

Queridos irmãos, conheço as situações dolorosas de vocês: chegam a mim tantas cartas – algumas realmente comoventes – de presídios de todo o mundo. Os prisioneiros são muitas vezes mantidos em condições indignas da pessoa humana, e depois não conseguem se reinserir na sociedade. Mas graças a Deus há também dirigentes, capelães, educadores, agentes de pastoral que sabem estar próximo a vocês de modo justo. E há algumas experiências boas e significativas de inserção. É preciso trabalhar nisso, desenvolver estas experiências positivas, que fazem crescer uma atitude diferente na comunidade civil e também na comunidade da Igreja. Na base desse empenho está a convicção de que o amor sempre pode transformar a pessoa humana. E então um lugar de marginalização, como pode ser o cárcere em sentido negativo, pode se tornar um lugar de inclusão e de estímulo para toda a sociedade, para que seja mais justa, mais atenta às pessoas.

Convido-vos a viver cada dia, cada momento na presença de Deus, a quem pertence o futuro do mundo e do homem. Eis a esperança cristã: o futuro está nas mãos de Deus! A história tem um sentido porque é habitada pela bondade de Deus. Portanto, mesmo em meio a tantos problemas, mesmo graves, não perdemos a nossa esperança na infinita misericórdia de Deus e na sua providência. Com essa segura esperança, preparemo-nos à Páscoa que se aproxima, orientando decididamente a nossa vida para o Senhor e mantendo viva em nós a chama do seu amor.

Arquidiocese de São Luís celebra a Missa Crismal 2015 nesta quinta-feira, dia 26 de março.


A missa crismal, presidida pelo bispo e concelebrada pelos presbíteros da diocese, é a celebração na qual se consagra o santo crisma (daqui vem o nome de “missa crismal”) e se abençoa também os demais óleos (que serão usados nos enfermos e batismos). Também o clero da diocese renova suas promessas sacerdotais.

Segundo a tradição, a Missa do Crisma é celebrada na Quinta-feira da Semana Santa. Se o clero e o povo encontram dificuldade para se reunir naquele dia com o bispo, tal celebração pode ser antecipada para outro dia, contanto que próximo da Páscoa (Caeremoniale Episcoporum, n. 275). Com efeito, o novo Crisma e o novo óleo dos catecúmenos devem ser usados na noite da Vigília Pascal, para a celebração dos sacramentos da iniciação cristã. Esta celebração seja feita antes do Tríduo Pascal e não deve preceder imediatamente a missa vespertina “In Cena Domíni” (“na Ceia do Senhor”).

Por razões pastorais (nem todos os presbíteros podem estar presentes na missa do crisma quando realizada na quinta-feira santa de manhã devido à distância de suas paróquias), a missa do Crisma onde serão abençoados os santos óleos, será celebrada na Arquidiocese de São Luís do Maranhão, na quinta-feira, 26 de março às 9h da manhã na Catedral Nossa Senhora da Vitória. No mesmo dia acontecerá a confraternização de páscoa do clero.

Chamem-se os presbíteros das diversas partes da diocese para participarem nesta missa, concelebrando com o bispo, como testemunhas e cooperadores seus na consagração do Crisma, visto que são os seus cooperadores e conselheiros no ministério quotidiano.

Os fiéis sejam também encarecidamente convidados a participar nesta missa e a receber o sacramento da Eucaristia durante a sua celebração.

Celebre-se uma única missa, considerada a sua importância na vida da diocese, e a celebração seja feita na igreja catedral ou, por razões pastorais, noutra igreja especialmente mais insigne (Caeremoniale Episcoporum, n. 276).

O que fazer em eventuais acidentes que podem ocorrer durante a Santa Missa?


Podem acontecer acidentes durante a Missa, tais como cair um inseto dentro do vinho consagrado ou o Celebrante passar mal. Apesar de serem detalhe e raridade, são situações que acontecem e devem ser objeto de preocupação sobre o modo de corretamente proceder em suas ocorrências. Para isto, recorremos ao Missal antigo, visto que o Missal de Paulo VI não dispõe dessas orientações práticas e, assim, é enriquecido com resoluções centenárias e eficientes. Certamente não será bobagem ou preocupação desnecessária àqueles que se preocupam com a Santíssima Eucaristia e com a dignidade do culto. Imaginamos que todos se preocupam.

1.       A igreja ou o lugar onde é celebrada a Missa é profanado

Se se deu antes da Oração Eucarística, o Celebrante retira-se do altar; se foi durante a Oração Eucarística, continua a Missa.

2. Ocorre algo que impeça a celebração naquele momento, tal como inundação, ataque ou desabamento.

O Celebrante, se ainda não consagrou [as duas Espécies], retira-se; se já tiver consagrado, pode comungar imediatamente e omitir as restantes cerimônias.

3. O Celebrante ou morreu ou subitamente fica enfermo, de modo que não pode mais concluir o Sacrifício

Se isto lhe sucedeu entre a consagração da Primeira Espécie e a Comunhão, a Missa deve ser continuada por outro sacerdote a partir do lugar em que foi interrompida. Se não se sabe onde se parou a celebração, julga-se pela posição do Missal, da hóstia etc. Se se duvida se tinha feito a Consagração, repete-se a Consagração sob condição [desta não ter ocorrido], sobre a mesma ou nova matéria.

Se o acidente aconteceu quando o Celebrante estiver a meio da fórmula da Primeira Consagração, não é necessário continuar a Missa. Se, porém, aconteceu em meio à fórmula da Segunda Consagração, o Sacerdote que continua a Missa repete a fórmula da Consagração a partir do “Do mesmo modo…”, ou sobre o mesmo cálice ou sobre outro oferecido (refere-se a um cálice com novos vinho e água e com a oração do ofertório) mentalmente, e, neste caso, toma o vinho do primeiro cálice depois de comungar o Preciosíssimo Sangue, antes das purificações ao fim da Comunhão.

Se o Sacerdote que adoeceu pode comungar, o Sacerdote que continua a Missa dá-lhe a comungar.

4. Um inseto ou qualquer impureza cai dentro do cálice antes da Consagração

O Celebrante depõe aquele vinho num vaso que depois da Missa esvaziará segundo uma purificação digna; coloca no cálice outro vinho e água, oferece-o (segundo a oração do ofertório) mentalmente e continua a Missa.

Se foi depois da Consagração e pode tomar sem repugnância aquela impureza juntamente com o Preciosíssimo Sangue, continua a Missa sem se perturbar.

Se sente repugnância, extrai a impureza, põe-na num vaso, purifica-a com vinho (se for inseto e ele ainda estiver vivo, se tenha cuidado de não perdê-lo de vista), e continua a Missa. Depois da Missa, queima aquela impureza e dispõe a cinza junto à purificação que é feito às alfaias depois da Missa.

5. Cai no cálice algo venenoso ou que provoca vômito

Se isso acontece antes da Consagração, o Celebrante procede como no número 4. Se acontece depois da Consagração ou, se tendo caído antes e só for notada depois da Consagração, o Celebrante coloca o vinho consagrado em outro cálice, prepara novo vinho para a Missa, oferece-o, consagra-o e continua a Missa. Depois desta, molha um pano de linho com o Preciosíssimo Sangue e põe no sacrário até que a Espécie do vinho estar inteiramente seca. Queima o tecido e dispõe a cinza dignamente.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Anarcapitalismo à vista ? O que move o Movimento Brasil Livre, as manifestações do dia 15 e o fora Dilma?


"Aguardamos apenas a realização de condições convenientes para que o remédio não seja pior de sofrer do que o mal que se destina a curar». (Antônio de Oliveira Salazar).

São muitos os brasileiros insatisfeitos com o governo PT. E são muitas as razões da insatisfação. O governo de Lula-Dilma criou um sistema complexo de imoralidade pública baseado em corrupção generalizada nos altos escalões do estado em prol do fortalecimento do partido revolucionário; ideologização extrema da sociedade através de políticas que jogam os nacionais uns contra os outros, dividindo a sociedade mais do que ela já está dividida por uma série de mazelas, imposição de políticas globalistas, neoliberalismo somado a intervencionismo estatal do pior tipo, política externa desorientada e antinacional (Basta lembrar da "entrega" das unidades da Petrobrás construídas na Bolívia que as encampou sem que pagasse um só tostão ao Brasil pelo investimento feito e sem que isso resultassse, sequer, em protestos do governo Lula, compromissado com o projeto de Morales), políticas sociais farsescas, aumento vertiginoso dos impostos, destruição da base moral da sociedade, educação e saúde caóticas, aumento drástico da violência urbana, etc. 

Motivos para manifestar-se contra este governo existem de sobra. O governo PT não é legítimo. Constitui-se numa tirania que se sustenta em cima de um esquema de favores políticos-econômicos prestados a grupos financeiros - Dilma recebeu doações recordes dos grandes bancos na eleição de 2014 - partidários, globais, em troca da garantia de governabilidade,  e por fim, na manipulação das carências dos pobres atráves das políticas de bolsas que criam dependência perpétua e nada solucionam.

Não se trata, portanto, de estigmatizar a vontade de manifestar-se contra este governo. Qualquer brasileiro, minimamente patriota, tem o dever cívico de opor-se a ele.

Contudo, é preciso ler as manifestações do dia 15 de março último com um crivo bem afiado. É bem verdade e eu confesso: estivemos prestes a nos juntar a massa dos manifestantes de domingo para gritar "Fora Dilma". Não fomos por termos um compromisso que só poderíamos cumprir exatamente no mesmo momento em que se daria a reunião dos manifestantes em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Porém rapidamente, logo quando travei contato com as primeiras notícias sobre o que acontecia no país fiquei severamente decepcionado com as "manifestações"; explico:

Quarta pregação da Quaresma 2015: Oriente e Ocidente perante o Mistério do Espírito Santo.


ORIENTE E OCIDENTE PERANTE 
O MISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO


Meditaremos hoje sobre a fé comum do Oriente e do Ocidente no Espírito Santo e procuraremos fazê-lo "no Espírito", em sua presença, sabendo que, como diz a Escritura, "antes mesmo de a nossa palavra chegar à língua, ele já a conhece" (cf. Salmo 139, 4).

1. Rumo ao acordo sobre o Filioque

Durante séculos, a doutrina sobre a origem do Espírito Santo no seio da Trindade foi o ponto de maior atrito e tema de acusações mútuas entre o Oriente e o Ocidente, por causa do famoso "Filioque". Tentarei reconstruir o estado da questão para avaliar melhor a graça que Deus está nos dando de chegar ao entendimento também neste problema espinhoso.

A fé da Igreja no Espírito Santo foi definida, como se sabe, no concílio ecumênico de Constantinopla, em 381, com as seguintes palavras: "... e (cremos) no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, que procede do Pai e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, Ele que falou pelos profetas"[1]. Esta fórmula contém a resposta para as duas perguntas fundamentais sobre o Espírito Santo. À pergunta "Quem é o Espírito Santo", responde-se que é "Senhor" (isto é, pertence à esfera do Criador, não das criaturas), que procede do Pai e, na adoração, é igual ao Pai e ao Filho; à pergunta "o que o Espírito Santo faz?", responde-se que Ele "dá a vida" (o que resume toda a obra santificadora, interior e renovadora do Espírito) e que "falou pelos profetas" (o que resume a ação carismática do Espírito Santo).

Apesar destes elementos de grande valor, deve-se dizer, no entanto, que o artigo reflete um estágio ainda provisório, se não da fé, pelo menos da terminologia sobre o Espírito Santo. A lacuna mais óbvia é que ainda não se atribui explicitamente ao Espírito Santo o título de "Deus". O primeiro a lamentar esta reticência foi São Gregório Nazianzeno, que, por conta própria, tinha escrito: "O Espírito é Deus? Certamente! Então é consubstancial (homousion)? É claro que sim, se é verdade que Ele é Deus"[2]. Esta lacuna foi preenchida na prática da Igreja, que, superados os motivos contingentes que até então a tinham contido, não hesitou em atribuir ao Espírito o título de "Deus" e em defini-lo como "consubstancial" ao Pai e ao Filho.

Mas esta não era a única "lacuna". Do ponto de vista da história da salvação, não deveria tardar em parecer estranho que a única obra atribuída ao Espírito fosse a de ter "falado pelos profetas", silenciando-se todas as suas outras obras e, especialmente, a sua atividade no Novo Testamento, na vida de Jesus. Mais uma vez, o complemento da fórmula dogmática ocorreu espontaneamente na vida da Igreja, como fica evidente nesta epiclese da liturgia dita de São Tiago, em que se atribui ao Espírito o título de consubstancial:

"Enviai... o vosso Santíssimo Espírito, Senhor que dá a vida, que está sentado convosco, Deus e Pai, e com o vosso Filho unigênito; que reina, consubstancial e coeterno. Ele falou na Lei, nos Profetas e no Novo Testamento; desceu em forma de pomba sobre nosso Senhor Jesus Cristo no rio Jordão, repousando sobre Ele, e desceu sobre os santos apóstolos... no dia do Santo Pentecostes"[3].