segunda-feira, 11 de maio de 2015

3 regras fundamentais para os leitores da missa


Eu gostaria de saber se há indicações precisas do magistério ou da tradição que expliquem como um leitor deve se comportar durante a missa. As leituras do dia e os salmos não devem ser lidos, mas anunciados. Poderiam fazer um pequeno elenco dos erros mais comuns? Por exemplo, às vezes ouço "É Palavra do Senhor", ao invés de "Palavra do Senhor". Também há quem coloque muita ênfase em ler, às vezes mudando fortemente o tom de voz nos diálogos diretos... Há quem levante o olhar aos bancos e quem, ao contrário, mantém os olhos fixos no texto... Obrigado.

Resposta (Enrico Finotti, liturgista)

A Palavra de Deus na celebração litúrgica deve ser proclamada com simplicidade e autenticidade. O leitor, em resumo, deve ser ele mesmo e proclamar a Palavra sem artifícios inúteis. De fato, uma regra importante para a própria dignidade da liturgia é a da verdade do sinal, que afeta tudo: os ministros, os símbolos, os gestos, os ornamentos e o ambiente".

Também é preciso solicitar a formação do leitor, que se estende a 3 aspectos fundamentais:

1. A formação bíblico-litúrgica

O leitor deve ter pelo menos um conhecimento mínimo da Bíblia: estrutura, composição, número e nome dos livros do Antigo e Novo Testamentos, seus principais gêneros literários (histórico, poético, profético, sapiencial etc.). Quem vai ler na missa precisa saber o que vai fazer e que tipo de texto vai proclamar.

Além disso, precisa ter uma preparação litúrgica suficiente, distinguindo os ritos e suas partes, e sabendo o significado do próprio papel ministerial no contexto da Liturgia da Palavra. Ao leitor corresponde não só a proclamação das leituras bíblicas, mas também a das intenções da oração dos fiéis e outras partes que lhe são designadas nos diversos ritos litúrgicos.

2. A preparação técnica

I leitor deve saber como chegar ao ambão e posicionar-se nele, como usar o microfone e o lecionário, como pronunciar os diversos nomes e termos bíblicos, de que maneira proclamar os textos, evitando uma leitura apagada ou enfática demais.

Precisa ter clara consciência de que exerce um ministério público diante da assembleia litúrgica: sua proclamação, portanto, deve ser ouvida por todos. o "Verbum Domini" com o qual termina cada leitura não é uma constatação ("Esta é a Palavra do Senhor"), mas uma aclamação repleta de assombro, que deve despertar a resposta agradecida de toda a assembleia, o "Deo gratias": "Graças a Deus".
 

domingo, 10 de maio de 2015

Oração de um filho pela mãe


Querido Deus, como é bom ser filho(a). Por isso estou aqui para te dizer muito obrigado(a) pela mãe que Tu me deste. Em cada gesto de carinho e afeto externado por ela vejo a Tua face bondosa e misericordiosa. Olhando para a minha mãe e olhando para o Senhor percebo que entre vocês existe algo em comum. E certamente é a capacidade de amar sem limites. É o amor humano e o amor divino se entrelaçando na realidade do mundo.  É a totalidade do amor ganhando visibilidade. Senhor sem a minha mãe eu não seria a pessoa que sou hoje. Eu te peço que olhes sempre para ela com carinho e ternura principalmente nos momentos de tristeza, impaciência e solidão. Que nesses momentos ela jamais esmoreça e perca de vista a vocação para a qual foi chamada a viver e testemunhar dentro de seu lar e da sociedade. ó Maria, mãe do Filho muito amado de Deus, seja a guia e a eterna companheira de minha mãe. Amém.

Eder Vasconcelos

Papa Francisco manifesta gratidão e afeto a todas as mães

REGINA COELI
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 10 de maio de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje – João, capítulo 15 - nos leva de volta ao Cenáculo, onde ouvimos o novo mandamento de Jesus. Que diz: "Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (v.12). E, pensando no sacrifício da cruz, já iminente, acrescentou: "Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando"(v.13-14). Estas palavras, pronunciadas durante a Última Ceia, resumem toda a mensagem de Jesus. Na verdade, resumem tudo o que Ele fez: Jesus deu a sua vida por seus amigos. Amigos que não o compreenderam, que no momento crucial, o abandonaram, traíram e negaram. Isso nos diz que Ele ama mesmo que não sejamos merecedores do seu amor: Jesus nos ama assim!

Deste modo, Jesus nos mostra o caminho para segui-lo, o caminho do amor. O seu mandamento não é simplesmente um preceito, que deixa sempre alguma coisa de abstrato ou de externo à vida. O mandamento de Cristo é novo porque Ele foi o primeiro a realiza-lo, deu-lhe a carne, e assim a lei do amor foi escrita uma vez para sempre no coração do homem (cf. Jer 31, 33). E como foi escrito? Escrito com o fogo do Espírito Santo. E com este mesmo Espírito, que Jesus nos dá, também nós podemos caminhar nesta estrada!

É uma estrada concreta, uma estrada que nos leva a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros. Jesus mostrou-nos que o amor de Deus se realiza no amor ao próximo. Os dois caminham juntos. As páginas do Evangelho estão repletas deste amor: adultos e crianças, cultos e iletrados, ricos e pobres, justos e pecadores foram acolhidos no coração de Cristo.

Portanto, esta Palavra do Senhor, chama-nos a querermo-nos bem uns aos outros, mesmo que nem sempre nos compreendamos, nem sempre estejamos de acordo… mas é precisamente ali que se vê o amor cristão. Um amor que se manifesta mesmo existindo diferenças de opinião ou de caráter, o amor é maior do que essas diferenças! Este é o amor que Jesus nos ensinou. É um amor novo porque renovado por Jesus e pelo seu Espírito. É um amor redimido, liberto do egoísmo. Um amor que dá ao nosso coração a alegria, como diz o próprio Jesus: “Eu vos disse isso, para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (v.11).

É o amor de Cristo, que o Espírito Santo derrama em nossos corações para realizar a cada dia prodígios na Igreja e no mundo. Pequenos e grandes gestos que obedecem ao mandamento do Senhor: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 15,12). Gestos pequenos, de todos os dias, de atenção a um idoso, a uma criança, a uma pessoa doente, a uma pessoa só e em dificuldade, sem casa, sem trabalho, imigrantes, refugiados ... Graças à força desta Palavra de Cristo, cada um de nós pode se fazer próximo ao irmão e à irmã que encontra. Gestos de proximidade, de proximidade. Nesses gestos, se manifesta o amor que Cristo nos ensinou.

Ajuda-nos nisso a nossa Mãe Santíssima, porque na vida cotidiana de cada um de nós o amor de Deus e o amor ao próximo estão sempre unidos.

Esta mulher chamada mãe!


Difícil achar palavras novas…
Quase impossível dizer mais do que já foi dito…
E não faz sentido reprisar poemas.
Sobre as mães já se esgotaram todas as palavras bonitas.

No entanto, entra ano e sai ano,
em algum improvisado palco, em púlpitos, em salões do mundo,
em emissoras de rádio e televisão
no dia das mães, alguém dirá, outra vez,
a palavra mãe , mãe , mãe , mãe…
como se diz Pai Nosso e Ave Maria,
como se repetem rosários e ladainhas e mantras,

As mães ouvirão, emocionadas ou serenas,
o cantar, os beijos, as homenagens de filhos e marido,
receberão, encantadas, os presentes,
e, lá no fundo de seu coração materno,
a maioria delas dirá que valeu a pena.
Mas só elas saberão o que significou
a sublime renúncia de ser mãe.

O eu percebo é que as mulheres, na sua maioria,
depois que concebem e geram
mudam-se do planeta Terra para planeta Ternura.
Seu corpo nunca mais será o mesmo,
nem a cabeça, nem o coração.
Na construção “mulher”, a cada nova criança
nasce mais uma ala e mais um saguão…

Religião é como a mãe da gente.

Todo ser humano tem uma mãe em qualquer religião.

Religião é como a nossa mãe. Mesmo que não seja bonita, nós achamos que é, gostamos dela e não a trocamos por nenhuma outra mãe de quem quer que seja.

Podemos não achar nossa mãe mais bonita do que a mãe dos outros, mas certamente a achamos melhor para nós. Isso não quer dizer que a mãe dos outros não seja bonita, isso também não quer dizer que o outro não tenha o direito de elogiar a sua mãe.

Bem educados, nós falamos bem de nossa mãe, elogiamos nossa mãe, gostamos dela mais do que qualquer outra mãe, mas respeitamos, elogiamos e admiramos também os outros e as mães deles.

Só os mal educados falam mal da mãe do outro e ridicularizam o outro e a mãe do outro. Pessoas bem educadas arranjam um elogio bonito para a mãe do outro.

Religião é como a mãe. Se a gente tem uma, a gente não a troca por nenhuma outra. E se o outro tem uma e gosta dela, a gente aplaude. Pessoas bem educadas sabem conviver com a sua própria mãe e com a mãe dos outros.

sábado, 9 de maio de 2015

Sacerdote com câncer terminal envia palavras de alento a uma mãe que sofre da mesma doença


Bárbara é mãe de três crianças e está lutando contra um tumor, mas não está sozinha; uma amiga sua escreveu uma carta ao diretor do jornal italiano Avvenire pedindo ao Pe. Salvatore Mellone uma bênção para a amiga que ficou comovida pela história do sacerdote que sofre de câncer terminal recentemente ordenado em sua própria casa. A primeira bênção do sacerdote foi para o Papa Francisco.

“Eu gostaria que uma das bênçãos do Pe. Mellone fosse enviada à uma amiga que tem câncer, mãe de três crianças, que está lutando contra a doença. O seu nome é Bárbara e sua força brota da constante oração que tantas pessoas elevam à Deus por ela. Agradeço de coração por tudo que possam fazer por ela”, expressou sua amiga Sonia.

Marco Tarquinio, diretor do jornal italiano, procurou entre seus colaboradores alguém que pudesse levar a carta ao Pe. Salvatore, ao recebê-la ele transmitiu sua proximidade à Bárbara através de uma carta enviada a Sonia.

“Recebi e li sua valiosa carta através de uma amiga da Andria (Itália), colaboradora do jornal Avvenire’, que veio à Eucarística realizada na quinta-feira 23 de abril com outros membros da redação da revista diocesana ‘Em Comunhão’. Estou comovido por tanto carinho e por todos os pedidos de oração que chegam de diferentes lugares”, disse o Pe. Mellone. 

CNBB convoca Igreja do Brasil à solidariedade às vítimas do Terremoto no Nepal neste fim de semana.


CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

SOLIDARIEDADE AO NEPAL
SOCORRO ÀS FAMILIAS VÍTIMAS DO TERREMOTO

Brasília, 30 de Abril de 2015.
P – C – Nº. 0249/15

                                   “Desejo confirmar a minha proximidade com as populações atingidas                                   pelo forte terremoto no Nepal e que atingiu também os países vizinhos”.
Papa Francisco.


Estimados irmãos e irmãs, 

Mais de 8 milhões de pessoas foram afetadas pelo terremoto devastador registrado no  sábado (25/04/15), em Nepal. De acordo com dados do governo nepalês, o número de mortos alcança mais de 5.000, com outros 10.000 feridos. Cerca de 1,5 milhão de pessoas precisam de alimentos, água e abrigo.  O abalo atingiu 7,9 de magnitude na escala Richter, teve o epicentro a cerca de 80 quilômetros da capital nepalesa, Katmandu, e foi sentido em outros países, como  a Índia, a China, o Bangladesh e o Paquistão.

Em sintonia com os apelos do Santo Padre, frente ao sofrimento de milhões de famílias nepalesas atingidas pelo forte terremoto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e a Cáritas Brasileira lançam a Campanha de Solidariedade ao Nepal - SOS NEPAL.

A Caritas Internationalis (CI) vem trabalhando com a Caritas Nepal em socorro das pessoas atingidas pelo terremoto.

Os recursos arrecadados serão destinados para ações de urgência (água potável, alimentos, lonas e tendas, atendimento as necessidades especiais das  crianças, mulheres  e pessoas  com deficiências), com apoio posterior na reconstrução das condições de vida daquela população.  

Reforma Política: a falsa solução do "financiamento público de campanha"


Existe uma discussão muito interessante sobre a relação entre o financiamento de campanha e a corrupção acontecendo no âmbito de alguns grupos de pensadores jurídicos, muito bem sintetizada num artigo recentemente publicado no jornal O Globo, de autoria da professora Silvana Batini. O artigo pode ser encontrado aqui.

Destaco uma frase deste artigo que me deixou muito feliz, porque descreve com síntese e precisão uma intuição que tive também, e que por ser profundamente contra-hegemônica no consenso acadêmico e de imprensa de hoje, me fez sentir menos como um peixe fora d'água ao perceber que não sou o único a tê-la. Trata-se de denunciar as graves consequências de uma ideia que parece muito boa, mas que na prática não é. Refiro-me à ideia de que todos os problemas de corrupção e de influência eleitoral espúria serão resolvidos pela mera previsão do “financiamento público de campanha”, com a vedação pura e simples de participação financeira das pessoas jurídicas no processo eleitoral.

A professora Silvana Batini, que leciona na FGV Direito Rio, e que tem muita experiência prática como Procuradora Regional Eleitoral naquele Estado, escreve, no final do seu curto, mas muito lúcido artigo, após demonstrar que a atual maneira de fiscalizar as contas eleitorais pelos tribunais eleitorais pátrios simplesmente não funciona, que “mudar a forma de financiamento das campanhas não bastará para sanear o sistema".

O que não se diz nessa discussão, e deve ser sempre lembrado, é que o sistema atual já está baseado amplamente no patrocínio público de campanhas. O Orçamento Federal de 2015 prevê quase um bilhão de reais a serem repassados aos partidos políticos para este fim, num ano em que o governo teve que cortar mesmo alguns direitos trabalhistas e previdenciários da população em nome do saneamento das contas públicas. A previsão é de repasse de R$ 870.000.000,00 (oitocentos e setenta milhões de reais) a partidos políticos para este fim. Dividindo pelo número de habitantes, isto significa que os partidos receberão quase três dólares por habitante brasileiro, apenas de financiamento público, o que ultrapassa inclusive o custo total de campanha por habitante em países desenvolvidos e ricos como a Alemanha, por exemplo. Vale dizer, a máquina partidária é um gigante esfomeado, que reagiu à descoberta de mais uma rede pública de propinas eleitorais com uma voracidade orçamentária ímpar, em lugar de procurar a simplificação dos seus próprios projetos de divulgação política.