terça-feira, 12 de maio de 2015

Carta Encíclica Quadragesimo Anno do Papa Pio XI


CARTA ENCÍCLICA
QUADRAGESIMO ANNO
DE SUA SANTIDADE
PAPA PIO XI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS,
PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS,
 BISPOS E DEMAIS ORDINÁRIOS
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
BEM COMO A TODOS OS FIÉIS DO ORBE CATÓLICO
SOBRE A RESTAURAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO
DA ORDEM SOCIAL EM CONFORMIDADE COM
A LEI EVANGÉLICA NO XL ANIVERSÁRIO
DA ENCÍCLICA DE LEÃO XIII «RERUM NOVARUM»

Veneráveis Irmãos e Amados
Filhos Saúde e Bênção Apostólica

No 40º aniversário da magistral encíclica de Leão XIII « Rerum novarum », todo o orbe católico, movido dos sentimentos da mais viva gratidão, propõe-se comemorá-la com a devida solenidade.

A Encíclica « Rerum novarum ».

Já antes, em certo modo, haviam preparado o caminho àquele documento de solicitude pastoral, as encíclicas do mesmo Nosso Predecessor sobre o princípio da sociedade humana que é a família e o santo sacramento do Matrimónio, (1) sobre a origem da autoridade civil, (2) e a devida ordem das suas relações com a Igreja, (3) sobre os principais deveres dos fieis como cidadãos, (4) contra os princípios do socialismo, (5) contra as falsas teorias da liberdade humana, (6) e outras do mesmo género que plenamente revelaram o modo de pensar de Leão XIII; contudo a encíclica « Rerum novarum » distingue-se das demais por ter dado a todo o género humano regras seguríssimas para a boa solução do espinhoso problema do consórcio humano, a chamada « Questão social », precisamente quando isso mais oportuno e necessário era.

Sua ocasião

Com efeito ao fim do século XIX, em consequência de um novo género de economia, que se ia formando, e dos grandes progressos da indústria em muitas nações, aparecia a sociedade cada vez mais dividida em duas classes : das quais uma, pequena em número, gozava de quase todas as comodidades que as invenções modernas fornecem em abundância; ao passo que a outra, composta de uma multidão imensa de operários, a gemer na mais calamitosa miséria, debalde se esforçava por sair da penúria, em que se debatia.

Com tal estado de coisas facilmente se resignavam os que, nadando em riquezas, o supunham efeito inevitável das leis económicas, e por isso queriam que se deixasse à caridade todo o cuidado de socorrer os miseráveis; como se a caridade houvesse de capear as violações da justiça, não só toleradas, mas por vezes até impostas pelos legisladores. Ao contrário só a duras penas o toleravam os operários, vítimas da fortuna adversa, e tentavam sacudir o jugo duríssimo: uns, levados na fúria de maus conselhos, aspiravam a tudo subverter, os outros, a quem a educação cristã demovia d'esses maus intentos, estavam contudo firmemente convencidos de que nesta matéria era necessária uma reforma urgente e radical.

O mesmo pensavam todos os católicos, sacerdotes ou leigos, que, impelidos por uma caridade admirável, já de há muito trabalhavam em aliviar a miséria imerecida dos operários, não podendo de modo nenhum persuadir-se de que uma diferença tão grande e tão iníqua na distribuição dos bens temporais correspondesse verdadeiramente aos desígnios sapientíssimos do Criador.

Procuravam eles com toda a lealdade um remédio eficaz a esta lamentável desordem da sociedade e uma firme defesa contra os perigos ainda maiores que a ameaçavam; mas tal é a fraqueza mesmo das melhores inteligências humanas, que ora se viam repelidos como inovadores perigosos, ora obstaculados por companheiros de acção mas de ideais diversos: e assim hesitantes entre várias opiniões, nem sabiam para onde voltar-se.

No meio de tão grande luta de espíritos, quando de uma parte e doutra ferviam disputas nem sempre pacíficas, todos os olhos se volviam, como tantas outras vezes, para a cátedra de Pedro, para este depósito sagrado de toda a verdade, donde se difundem pelo mundo inteiro palavras de salvação; e todos, sociólogos, patrões, operários, acorrendo com frequência desusada aos pés do Vigário de Cristo na terra, suplicavam a uma voz que se lhes indicasse enfim o caminho seguro.

Prudentíssimo como era o Pontífice, tudo ponderou longamente diante de Deus, chamou a conselho homens de reconhecida ciência, pesou bem as razões por uma parte e outra, e finalmente movido « pela consciência do múnus Apostólico », (7) para que não parecesse, que descurava os seus deveres calando por mais tempo, (8) decidiu-se a falar a toda a Igreja de Cristo, antes a todo o género humano, no exercício do magistério divino a ele confiado.

Ressoou por tanto no dia 15 de maio de 1891 aquela voz há tanto suspirada, ressoou robusta e clara, sem que a intimidassem as dificuldades, nem a enfraquecesse a velhice, e ensinou à família humana, a empreender novos caminhos no terreno social. 

Por que é tão importante fazer silêncio na missa?


Nem todo mundo acompanha a missa com atenção. Às vezes, o padre é obrigado a interromper a liturgia para reprovar as conversas entre os fiéis. Esta chamada de atenção não é acidental, porque o silêncio durante a missa tem uma importância acima de tudo teológica. Descubramos o porquê.

Silêncio sagrado

"O silêncio na igreja durante o culto sagrado – explica à Aleteia o liturgista Pe. Enrico Finotti – é uma questão primordial, porque dele depende, em boa medida, a eficácia espiritual da ação litúrgica."

"No entanto, não considero oportuno intervir nas situações concretas, pois se supõe que cada sacerdote vai se comportar de maneira adequada em circunstâncias às vezes difíceis", acrescenta.

À escuta de Deus

Em sentido geral, explica o sacerdote, podem ser indicadas algumas pautas. Primeiramente, "o clima de silêncio interior e exterior é próprio de cada celebração litúrgica. De fato, trata-se de preparar a alma para escutar Deus, que fala ao seu povo; de elevar-lhe louvores com alegria e receber da sua misericórdia as maravilhas da graça, que são os sacramentos".

A majestade do Pai

Em segundo lugar, observa o Pe. Enrico, "Deus não pode jamais ser reduzido ao nosso nível. Ele permanece sempre permeado pelo fulgor da sua transcendência. Ainda que, com a Encarnação, o Filho unigênito tenha vindo habitar entre nós e tenha permanecido conosco como amigos, Ele não desviou o olhar da majestade divina do Pai, a quem demonstra uma absoluta obediência adoradora".
 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Carta Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII


CARTA ENCÍCLICA
«RERUM NOVARUM»
DO SUMO PONTÍFICE
PAPA LEÃO XIII
A TODOS OS NOSSOS VENERÁVEIS
IRMÃOS, OS PATRIARCAS,
PRIMAZES, ARCEBISPOS
E BISPOS DO ORBE CATÓLICO,
EM GRAÇA E COMUNHÃO
COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE A CONDIÇÃO DOS OPERÁRIOS

INTRODUÇÃO

1. A sede de inovações, que há muito tempo se apoderou das sociedades e as tem numa agitação febril, devia, tarde ou cedo, passar das regiões da política para a esfera vizinha da economia social. Efectivamente, os progressos incessantes da indústria, os novos caminhos em que entraram as artes, a alteração das relações entre os operários e os patrões, a influência da riqueza nas mãos dum pequeno número ao lado da indigência da multidão, a opinião enfim mais avantajada que os operários formam de si mesmos e a sua união mais compacta, tudo isto, sem falar da corrupção dos costumes, deu em resultado final um temível conflito.

Por toda a parte, os espíritos estão apreensivos e numa ansiedade expectante, o que por si só basta pa ra mostrar quantos e quão graves interesses estão em jogo. Esta situação preocupa e põe ao mesmo tempo em exercício o génio dos doutos, a prudência dos sábios, as deliberações das reuniões populares, a perspicácia dos legisladores e os conselhos dos governantes, e não há, presentemente, outra causa que impressione com tanta veemência o espírito humano.

É por isto que, Veneráveis Irmãos, o que em outras ocasiões temos feito, para bem da Igreja e da salvação comum dos homens, em Nossas Encíclicas sobre a soberania política, a liberdade humana, a constituição cristã dos Estados (1) e outros assuntos análogos, refutando, segundo Nos pareceu oportuno, as opiniões erróneas e falazes, o julgamos dever repetir hoje e pelos mesmos motivos, falando-vos da Condição dos Operários. Já temos tocado esta matéria muitas vezes, quando se Nos tem proporcionado o ensejo; mas a consciência do Nosso cargo Apostólico impõe-Nos como um dever tratá-la nesta Encíclica mais explicitamente e com maior desenvolvimento, a fim de pôr em evidência os princípios duma solução, conforme à justiça e à equidade. O problema nem é fácil de resolver, nem isento de perigos. E difícil, efectivamente, precisar com exactidão os direitos e os deveres que devem ao mesmo tempo reger a riqueza e o proletariado, o capital e o trabalho. Por outro lado, o problema não é sem perigos, porque não poucas vezes homens turbulentos e astuciosos procuram desvirtuar-lhe o sentido e aproveitam-no para excitar as multidões e fomentar desordens.

Causas do conflito

2. Em todo o caso, estamos persuadidos, e todos concordam nisto, de que é necessário, com medidas prontas e eficazes, vir em auxílio dos homens das classes inferiores, atendendo a que eles estão, pela maior parte, numa situação de infortúnio e de miséria imerecida. O século passado destruiu, sem as substituir por coisa alguma, as corporações antigas, que eram para eles uma protecção; os princípios e o sentimento religioso desapareceram das leis e das instituições públicas, e assim, pouco a pouco, os trabalhadores, isolados e sem defesa, têm-se visto, com o decorrer do tempo, entregues à mercê de senhores desumanos e à cobiça duma concorrência desenfreada. A usura voraz veio agravar ainda mais o mal. Condenada muitas vezes pelo julgamento da Igreja, não tem deixado de ser praticada sob outra forma por homens ávidos de ganância, e de insaciável ambição. A tudo isto deve acrescentar-se o monopólio do trabalho e dos papéis de crédito, que se tornaram o quinhão dum pequeno número de ricos e de opulentos, que impõem assim um jugo quase servil à imensa multidão dos proletários.

A solução socialista

3. Os Socialistas, para curar este mal, instigam nos pobres o ódio invejoso contra os que possuem, e pretendem que toda a propriedade de bens particulares deve ser suprimida, que os bens dum indivíduo qualquer devem ser comuns a todos, e que a sua administração deve voltar para - os Municípios ou para o Estado. Mediante esta transladação das propriedades e esta igual repartição das riquezas e das comodidades que elas proporcionam entre os cidadãos, lisonjeiam-se de aplicar um remédio eficaz aos males presentes. Mas semelhante teoria, longe de ser capaz de pôr termo ao conflito, prejudicaria o operário se fosse posta em prática. Pelo contrário, é sumamente injusta, por violar os direitos legítimos dos proprietários, viciar as funções do Estado e tender para a subversão completa do edifício social.

A propriedade particular

4. De facto, como é fácil compreender, a razão intrínseca do trabalho empreendido por quem exerce uma arte lucrativa, o fim imediato visado pelo trabalhador, é conquistar um bem que possuirá como próprio e como pertencendo-lhe; porque, se põe à disposição de outrem as suas forças e a sua indústria, não é, evidentemente, por outro motivo senão para conseguir com que possa prover à sua sustentação e às necessidades da vida, e espera do seu trabalho, não só o direito ao salário, mas ainda um direito estrito e rigoroso para usar dele como entender. Portanto, se, reduzindo as suas despesas, chegou a fazer algumas economias, e se, para assegurar a sua conservação, as emprega, por exemplo, num campo, torna-se evidente que esse campo não é outra coisa senão o salário transformado: o terreno assim adquirido será propriedade do artista com o mesmo título que a remuneração do seu trabalho. Mas, quem não vê que é precisamente nisso que consiste o direito da propriedade mobiliária e imobiliária? Assim, esta conversão da propriedade particular em propriedade colectiva, tão preconizada pelo socialismo, não teria outro efeito senão tornar a situação dos operários mais precária, retirando-lhes a livre disposição do seu salário e roubando-lhes, por isso mesmo, toda a esperança e toda a possibilidade de engrandecerem o seu património e melhorarem a sua situação.

5. Mas, e isto parece ainda mais grave, o remédio proposto está em oposição flagrante com a justiça, por-que a propriedade particular e pessoal é, para o homem, de direito natural. Há, efectivamente, sob este ponto de vista, uma grandíssima diferença entre o homem e os animais destituídos de razão. Estes não se governam a si mesmos; são dirigidos e governados pela natureza, mediante um duplo instinto, que, por um lado, conserva a sua actividade sempre viva e lhes desenvolve as forças; por outro, provoca e circunscreve ao mesmo tempo cada um dos seus movimentos. O primeiro instinto leva-os à conservação e à defesa da sua própria vida; o segundo, à propagação da espécie; e este duplo resultado obtêm-no facilmente pelo uso das coisas presentes e postas ao seu alcance. Por outro lado, seriam incapazes de transpor esses limites, porque apenas são movidos pelos sentidos e por cada objecto particular que os sentidos percebem. Muito diferente é a natureza humana. Primeiramente, no homem reside, em sua perfeição, toda a virtude da natureza sensitiva, e desde logo lhe pertence, não menos que a esta, gozar dos objectos físicos e corpóreos. Mas a vida sensitiva mesmo que possuída em toda a sua plenitude, não só não abraça toda a natureza humana, mas é-lhe muito inferior e própria para lhe obedecer e ser-lhe sujeita. O que em nós se avantaja, o que nos faz homens, nos distingue essencialmente do animal, é a razão ou a inteligência, e em virtude desta prerrogativa deve reconhecer-se ao homem não só a faculdade geral de usar das coisas exteriores, mas ainda o direito estável e perpétuo de as possuir, tanto as que se consomem pelo uso, como as que permanecem depois de nos terem servido. 

3 regras fundamentais para os leitores da missa


Eu gostaria de saber se há indicações precisas do magistério ou da tradição que expliquem como um leitor deve se comportar durante a missa. As leituras do dia e os salmos não devem ser lidos, mas anunciados. Poderiam fazer um pequeno elenco dos erros mais comuns? Por exemplo, às vezes ouço "É Palavra do Senhor", ao invés de "Palavra do Senhor". Também há quem coloque muita ênfase em ler, às vezes mudando fortemente o tom de voz nos diálogos diretos... Há quem levante o olhar aos bancos e quem, ao contrário, mantém os olhos fixos no texto... Obrigado.

Resposta (Enrico Finotti, liturgista)

A Palavra de Deus na celebração litúrgica deve ser proclamada com simplicidade e autenticidade. O leitor, em resumo, deve ser ele mesmo e proclamar a Palavra sem artifícios inúteis. De fato, uma regra importante para a própria dignidade da liturgia é a da verdade do sinal, que afeta tudo: os ministros, os símbolos, os gestos, os ornamentos e o ambiente".

Também é preciso solicitar a formação do leitor, que se estende a 3 aspectos fundamentais:

1. A formação bíblico-litúrgica

O leitor deve ter pelo menos um conhecimento mínimo da Bíblia: estrutura, composição, número e nome dos livros do Antigo e Novo Testamentos, seus principais gêneros literários (histórico, poético, profético, sapiencial etc.). Quem vai ler na missa precisa saber o que vai fazer e que tipo de texto vai proclamar.

Além disso, precisa ter uma preparação litúrgica suficiente, distinguindo os ritos e suas partes, e sabendo o significado do próprio papel ministerial no contexto da Liturgia da Palavra. Ao leitor corresponde não só a proclamação das leituras bíblicas, mas também a das intenções da oração dos fiéis e outras partes que lhe são designadas nos diversos ritos litúrgicos.

2. A preparação técnica

I leitor deve saber como chegar ao ambão e posicionar-se nele, como usar o microfone e o lecionário, como pronunciar os diversos nomes e termos bíblicos, de que maneira proclamar os textos, evitando uma leitura apagada ou enfática demais.

Precisa ter clara consciência de que exerce um ministério público diante da assembleia litúrgica: sua proclamação, portanto, deve ser ouvida por todos. o "Verbum Domini" com o qual termina cada leitura não é uma constatação ("Esta é a Palavra do Senhor"), mas uma aclamação repleta de assombro, que deve despertar a resposta agradecida de toda a assembleia, o "Deo gratias": "Graças a Deus".
 

domingo, 10 de maio de 2015

Oração de um filho pela mãe


Querido Deus, como é bom ser filho(a). Por isso estou aqui para te dizer muito obrigado(a) pela mãe que Tu me deste. Em cada gesto de carinho e afeto externado por ela vejo a Tua face bondosa e misericordiosa. Olhando para a minha mãe e olhando para o Senhor percebo que entre vocês existe algo em comum. E certamente é a capacidade de amar sem limites. É o amor humano e o amor divino se entrelaçando na realidade do mundo.  É a totalidade do amor ganhando visibilidade. Senhor sem a minha mãe eu não seria a pessoa que sou hoje. Eu te peço que olhes sempre para ela com carinho e ternura principalmente nos momentos de tristeza, impaciência e solidão. Que nesses momentos ela jamais esmoreça e perca de vista a vocação para a qual foi chamada a viver e testemunhar dentro de seu lar e da sociedade. ó Maria, mãe do Filho muito amado de Deus, seja a guia e a eterna companheira de minha mãe. Amém.

Eder Vasconcelos

Papa Francisco manifesta gratidão e afeto a todas as mães

REGINA COELI
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 10 de maio de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje – João, capítulo 15 - nos leva de volta ao Cenáculo, onde ouvimos o novo mandamento de Jesus. Que diz: "Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (v.12). E, pensando no sacrifício da cruz, já iminente, acrescentou: "Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando"(v.13-14). Estas palavras, pronunciadas durante a Última Ceia, resumem toda a mensagem de Jesus. Na verdade, resumem tudo o que Ele fez: Jesus deu a sua vida por seus amigos. Amigos que não o compreenderam, que no momento crucial, o abandonaram, traíram e negaram. Isso nos diz que Ele ama mesmo que não sejamos merecedores do seu amor: Jesus nos ama assim!

Deste modo, Jesus nos mostra o caminho para segui-lo, o caminho do amor. O seu mandamento não é simplesmente um preceito, que deixa sempre alguma coisa de abstrato ou de externo à vida. O mandamento de Cristo é novo porque Ele foi o primeiro a realiza-lo, deu-lhe a carne, e assim a lei do amor foi escrita uma vez para sempre no coração do homem (cf. Jer 31, 33). E como foi escrito? Escrito com o fogo do Espírito Santo. E com este mesmo Espírito, que Jesus nos dá, também nós podemos caminhar nesta estrada!

É uma estrada concreta, uma estrada que nos leva a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros. Jesus mostrou-nos que o amor de Deus se realiza no amor ao próximo. Os dois caminham juntos. As páginas do Evangelho estão repletas deste amor: adultos e crianças, cultos e iletrados, ricos e pobres, justos e pecadores foram acolhidos no coração de Cristo.

Portanto, esta Palavra do Senhor, chama-nos a querermo-nos bem uns aos outros, mesmo que nem sempre nos compreendamos, nem sempre estejamos de acordo… mas é precisamente ali que se vê o amor cristão. Um amor que se manifesta mesmo existindo diferenças de opinião ou de caráter, o amor é maior do que essas diferenças! Este é o amor que Jesus nos ensinou. É um amor novo porque renovado por Jesus e pelo seu Espírito. É um amor redimido, liberto do egoísmo. Um amor que dá ao nosso coração a alegria, como diz o próprio Jesus: “Eu vos disse isso, para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (v.11).

É o amor de Cristo, que o Espírito Santo derrama em nossos corações para realizar a cada dia prodígios na Igreja e no mundo. Pequenos e grandes gestos que obedecem ao mandamento do Senhor: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 15,12). Gestos pequenos, de todos os dias, de atenção a um idoso, a uma criança, a uma pessoa doente, a uma pessoa só e em dificuldade, sem casa, sem trabalho, imigrantes, refugiados ... Graças à força desta Palavra de Cristo, cada um de nós pode se fazer próximo ao irmão e à irmã que encontra. Gestos de proximidade, de proximidade. Nesses gestos, se manifesta o amor que Cristo nos ensinou.

Ajuda-nos nisso a nossa Mãe Santíssima, porque na vida cotidiana de cada um de nós o amor de Deus e o amor ao próximo estão sempre unidos.

Esta mulher chamada mãe!


Difícil achar palavras novas…
Quase impossível dizer mais do que já foi dito…
E não faz sentido reprisar poemas.
Sobre as mães já se esgotaram todas as palavras bonitas.

No entanto, entra ano e sai ano,
em algum improvisado palco, em púlpitos, em salões do mundo,
em emissoras de rádio e televisão
no dia das mães, alguém dirá, outra vez,
a palavra mãe , mãe , mãe , mãe…
como se diz Pai Nosso e Ave Maria,
como se repetem rosários e ladainhas e mantras,

As mães ouvirão, emocionadas ou serenas,
o cantar, os beijos, as homenagens de filhos e marido,
receberão, encantadas, os presentes,
e, lá no fundo de seu coração materno,
a maioria delas dirá que valeu a pena.
Mas só elas saberão o que significou
a sublime renúncia de ser mãe.

O eu percebo é que as mulheres, na sua maioria,
depois que concebem e geram
mudam-se do planeta Terra para planeta Ternura.
Seu corpo nunca mais será o mesmo,
nem a cabeça, nem o coração.
Na construção “mulher”, a cada nova criança
nasce mais uma ala e mais um saguão…

Religião é como a mãe da gente.

Todo ser humano tem uma mãe em qualquer religião.

Religião é como a nossa mãe. Mesmo que não seja bonita, nós achamos que é, gostamos dela e não a trocamos por nenhuma outra mãe de quem quer que seja.

Podemos não achar nossa mãe mais bonita do que a mãe dos outros, mas certamente a achamos melhor para nós. Isso não quer dizer que a mãe dos outros não seja bonita, isso também não quer dizer que o outro não tenha o direito de elogiar a sua mãe.

Bem educados, nós falamos bem de nossa mãe, elogiamos nossa mãe, gostamos dela mais do que qualquer outra mãe, mas respeitamos, elogiamos e admiramos também os outros e as mães deles.

Só os mal educados falam mal da mãe do outro e ridicularizam o outro e a mãe do outro. Pessoas bem educadas arranjam um elogio bonito para a mãe do outro.

Religião é como a mãe. Se a gente tem uma, a gente não a troca por nenhuma outra. E se o outro tem uma e gosta dela, a gente aplaude. Pessoas bem educadas sabem conviver com a sua própria mãe e com a mãe dos outros.