Há dois níveis no
exercício da religião no nosso tempo. Analiso aqui o comportamento dos ditos
cristãos ou católicos "ecléticos". O primeiro nível se forma por
aqueles que estudam, leem, compreendem a doutrina e a vivem abstraindo os
gostos pessoais. Por isto, os que compõem o primeiro nível costumam falar de
uma coisa incômoda chamada verdade, objetividade, pois, dela se convenceram
através da simples demonstração racional, objetiva, das verdades da fé cristã.
Estes aceitam ou rejeitam algo conforme esta verdade objetiva e racionalmente
demonstrada e não simplesmente conforme o gosto pessoal subjetivo.
O segundo nível se
forma por aqueles que compreendem a religião através de um viés personalista.
Para este segundo nível a religião passou para o âmbito privado e se encontra
no restrito mundo da decisão pessoal ou dos gostos pessoais legitimada por um subjetivismo
escrachado desprovido de qualquer crítica racional: "eu acho que está
certo e pronto... eu quero assim porque acho melhor... eu faço assim e o meu
jeito está certo". Para o segundo grupo ou segundo nível, as pessoas do
primeiro nível parecem ser intransigente. Os ditos cristãos do segundo grupo
costumam lembrar-se de alguns trechos do evangelho que lhes são cômodos nas
suas argumentações, como por exemplo o mandamento do amor ao próximo. Mas,
parece que só conhecem esse trecho da Bíblia! Pela falta do argumento racional
em geral apelam para a falácia do sentimentalismo o que - em se tratando de
Brasil - geralmente funciona.