terça-feira, 7 de julho de 2015

Como será a composição religiosa do mundo em 2050?


O instituto norte-americano de pesquisas Pew Research Center (PRC) fez uma projeção da situação religiosa do mundo dentro de 35 anos, considerando as oito religiões mais influentes da atualidade (que continuarão sendo as mais influentes durante todo este século).

A pesquisa se baseia em uma série de variáveis demográficas como fertilidade, pirâmides etárias e expectativa de vida nos 198 países do planeta, além de levar em conta a mudança de religião e a migração entre países.

Os muçulmanos são o grupo religioso que cresce com mais rapidez, por terem a taxa de fecundidade mais alta e a população mais jovem. A previsão é de que eles passem de 1,6 bilhão de pessoas (23% da população mundial) em 2010 para 2,7 bilhões (30% da humanidade) em 2050.

Se as estatísticas e matrizes do PRC estiverem certas, os cristãos em 2050 continuarão sendo a população majoritária do planeta, mas os muçulmanos já estarão muito próximos.

Em 2010, os 2,17 bilhões de cristãos representavam 31,4% da população do planeta; em 2050, haverá 2,92 bilhões de cristãos, mas eles representarão os mesmos 31,4% da população.

Um ponto interessante da pesquisa é que, embora a população cristã deva permanecer estável em termos de porcentagem da população global, o prognóstico do PRC destaca que a distribuição geográfica dos cristãos terá mudanças relevantes.

Cerca de 38% dos cristãos de todo o planeta viverão na África subsaariana em 2050. Trata-se de um aumento de 24% na quantidade de cristãos que moravam nessa região em 2010.

Por outro lado, a Europa continuará vendo o declínio da religião que formou a sua identidade. O cristianismo europeu, que já caiu de 66% da população em 1910 para 26% em 2010, deverá englobar apenas 16% da população do continente em 2050. 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Missa na Sé de São Paulo (SP) homenageia padre que lutou pelos direitos das mulheres e curou idosa com doença degenerativa


Após ser beatificado em Veneza, com celebração que reuniu mais de 5 mil pessoas na praça São Marco, Padre Luiz Caburlotto terá missa em 12 de julho, na Catedral da Sé (SP), a ser presidida por Dom Odilo. Caburlotto foi o primeiro a investir na educação para meninas como forma de tirá-las da extrema pobreza, ao fundar o Instituto Filhas de São José, no século 19.

O milagre

Maria Grazia em 2001,
 antes de receber o milagre.
“Ao amanhecer de 12 de fevereiro de 2008, não sei se em sonho, ou melhor, talvez meio dormindo, tive uma visão em que me parecia a figura do Caburlotto no jardim do prédio onde moro. Instintivamente, sempre no sonho, procurava aproximar-me dele sem sucesso, mas de repente eu senti como um empurrão e ele com uma voz autoritária me disse: ‘Caminha’. Para dizer a verdade, na hora eu fiquei com medo porque praticamente me acordei de sobressalto, mas então cumpri a ordem e, não sentindo as dores de costume nos membros, eu saí da cama sem a ajuda da bengala e comecei a me movimentar pela casa”. Essa foi a forma que Maria Grazia Veltraino, hoje com 84 anos, contou o milagre para os peritos do Vaticano.

Em 1999, Maria Grazia Veltraino, que sofria de dermatomiosite – uma doença crônica nos músculos que leva à paralisia -, foi desenganada pelos médicos. As condições clínicas e físicas da idosa eram de imobilidade quase total. Ela foi piorando progressivamente, ficou em estado caquético por volta de 2001, chegando a pesar 24kg.  Devido à impossibilidade total de caminhar, necessitou do uso constante de uma cadeira de rodas e da ajuda de uma cuidadora.

Maria Grazia em 2015,
dançando ao lado das irmãs
Filhas de São José,
sete anos depois de receber
 o milagre que levou
Caburlotto à beatificação.
Quando o milagre aconteceu, em 2008, o caso foi levado ao Vaticano, que designou peritos médicos para analisar todos os exames feitos com Maria Grazia. Após mais de seis anos de investigação, conversando com todos os envolvidos, o caso foi reconhecido como verdadeiro milagre, ou seja, quando não é encontrado nenhum tipo de indício científico que justifique o que aconteceu. Este primeiro milagre somado à obra do padre pelo direito da mulher à educação e trabalho digno renderam a ele a posição de beato da igreja católica. A cerimônia de beatificação aconteceu no último mês de maio e reuniu mais de 5 mil fieis, na Catedral de San Marco, em Veneza, Itália, terra natal de Luís Caburlotto. No Brasil, a Igreja reconhece a importância de sua obra e celebra no próximo dia 12 de julho, às 11h, uma missa, na Catedral da Sé, a ser presidida por Dom Odilo.

Caburlotto teve um importante papel na vida de jovens de baixa renda do século 19, quando fundou o Instituto Filhas de São José. Antes de morrer, um de seus últimos pedidos foi que a obra fosse levada à América Latina, mais especificamente ao Brasil. Então, em 1927, chegaram da Itália as Irmãs Filhas de São José, ao interior de São Paulo, e deram início ao trabalho educativo junto às crianças e adolescentes, seja na educação, na catequese ou nos grupos paroquiais.

Maria Grazia em 2015, caminhando pelas ruas de Veneza 
durante a semana da beatificação de Luis Caburlotto.

Discurso do Papa Francisco ao chegar no Equador


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
AO EQUADOR, BOLÍVIA E PARAGUAI
(5-13 DE JULHO DE 2015)

CERIMÔNIA DE BOAS-VINDAS

DISCURSO DO SANTO PADRE

Aeroporto Internacional “Mariscal Sucre” de Quito, Equador
Domingo, 5 de Julho de 2015



Senhor Presidente,
Ilustres Autoridades do governo,
Irmãos no Episcopado,
Senhoras e senhores, amigos todos!

Dou graças a Deus por me ter permitido voltar à América Latina e estar aqui hoje convosco, nesta linda terra do Equador. Sinto alegria e gratidão pelas vossas calorosas boas-vindas: é mais uma prova do carácter acolhedor que tão bem define as pessoas desta nobre nação.

Agradeço, Senhor Presidente, as suas palavras – agradeço-lhe a sintonia com o meu pensamento; citou-me até demais, obrigado! – que retribuo com votos de todo o bem para o exercício da sua missão: possa conseguir o que deseja para o bem do seu povo. Saúdo cordialmente as ilustres Autoridades do Governo, os meus Irmãos Bispos, os fiéis da Igreja no país e todos aqueles que hoje me abrem as portas do seu coração, da sua casa e da sua Pátria. A todos vós, o meu reconhecimento afetuoso e sincero.

Visitei o Equador em diferentes ocasiões por motivos pastorais; e também hoje venho como testemunha da misericórdia de Deus e da fé em Jesus Cristo. A mesma fé que, durante séculos, modelou a identidade deste povo e deu muitos frutos bons, entre os quais se destacam figuras insignes como Santa Mariana de Jesus, o santo irmão Miguel Febres, Santa Narcisa de Jesus ou a Beata Mercedes de Jesus Molina, beatificada em Guayaquil, trinta anos atrás, durante a visita do Papa São João Paulo II. Eles viveram a fé com intensidade e entusiasmo e, praticando a misericórdia, contribuíram para melhorar, em diferentes áreas, a sociedade equatoriana do seu tempo.

Hoje, também nós podemos encontrar no Evangelho as chaves que nos permitam enfrentar os desafios atuais, avaliando as diferenças, fomentando o diálogo e a participação sem exclusões, para que as realizações alcançadas no progresso e desenvolvimento se consolidem e possam garantir um futuro melhor para todos, prestando especial atenção aos nossos irmãos mais frágeis e às minorias mais vulneráveis, uma dívida que tem ainda toda a América Latina. Para isso, Senhor Presidente, poderá contar sempre com o empenho e a colaboração da Igreja, servindo este povo equatoriano que com tanta dignidade se levantou. 

Por que a Virgem Maria enfurece as feministas?


Por que tantas mulheres de hoje parecem infelizes? Nas várias vezes em que me questionam isto, eu opino que talvez elas não tenham encontrado respostas adequadas para a pergunta "O que as mulheres querem?" e para outra pergunta mais importante ainda: "De que as mulheres precisam?".

Eu considero que a resposta vívida e fulgurante para estas perguntas está em Maria, Virgem e Mãe. Esta sugestão teria sido corriqueira algumas gerações atrás, mas hoje é problemática até mesmo dentro alguns círculos católicos, além de vastamente desprezada por grandes segmentos do feminismo laicista. Aliás, chega a ser surpreendente que haja paralelos entre a desconfiança católica a respeito de Maria e a pura e simples rejeição dela por grande parte das feministas laicas.

O principal ponto de discórdia são os títulos tradicionais de Maria como Virgem e Mãe.

A virgindade, como virtude louvável e mesmo como ideal, enfrenta tempos difíceis, inclusive em ambientes autoidentificados como "católicos". Por quê? Sejamos francos: no mundo ocidental contemporâneo, todos nós fomos submersos, ao longo dos últimos cinquenta anos, na cultura do “todo mundo faz” (em referência, neste caso, ao sexo fora do casamento). Assim, dizer que Maria, como Virgem, é um modelo sublime para restaurar a felicidade que Deus quer para as mulheres é algo difícil de vender nestes círculos. Mas não é impossível.

Faz alguns anos, Sarah Hinlicky escreveu um ensaio fascinante e sábio intitulado "Virgindade subversiva" (algum tempo depois, ela ainda escreveria outro belo ensaio sobre a virgindade masculina). Em seu texto, ela resume a visão do feminismo laicista sobre a sexualidade, uma perspectiva que tomou conta também de alguns indivíduos e comunidades autodenominados católicos:

De acordo com a herança da visão feminista, a sexualidade deve ser entendida mediante os conceitos-irmãos de “poder” e “escolha”. Não é uma questão banalmente biológica de gerar filhos, nem uma noção mais elevada de criar intimidade e confiança. Às vezes, parece que o sexo não precisa sequer ser prazeroso. O objetivo da sexualidade feminina seria afirmar seu poder sobre os homens infelizes, para fins de controle, vingança, prazer egocêntrico ou imposição de um compromisso. A mulher que deixa de se expressar na sua atividade sexual se tornaria vítima de uma sociedade machista, que pretenderia, por sua vez, impedir as mulheres de se tornarem poderosas. Por outro lado, dizem ainda as feministas laicas, a mulher que se torna sexualmente ativa descobre o seu poder sobre os homens e, supostamente, o exerce para a sua valorização pessoal. 

domingo, 5 de julho de 2015

Somos brasileiros americanizados


Na última sexta-feira, 26 de junho, o mundo foi impactado pela notícia de que os 50 Estados norte-americanos passam a reconhecer o chamado casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Como sempre, houve reflexos fortes aqui no Brasil. Ao longo do dia, pessoas passaram a mudar a sua foto de perfil nas redes sociais sobrepondo a elas as cores da bandeira LGBT, com a legenda “love won”, que quer dizer “o amor venceu”.

Não é de hoje que grande parte dos brasileiros adere e celebra modas dos Estados Unidos. Música, roupa, comidas “fast-food”...  Nosso país tem tanta coisa boa, própria, e, mesmo assim, parecemos cada vez mais uma nação de “brasileiros americanizados”. Eu não sou contra as pessoas adotarem algumas práticas norte-americanas, mas não consigo entender como uma nação inteira dá tanta relevância a modas que vêm de lá sem analisar o que há por trás delas. No caso da união homoafetiva, além do mais, ela já tinha sido aprovada pelo STF no Brasil ainda em 5 de maio de 2011.

A este respeito, gostaria de falar especialmente aos cristãos que mudaram a sua foto de perfil pelas fotos coloridas. Não posso julgar ninguém, mas acho melhor revisarem a sua fé e os seus princípios morais, pois cristãos de verdade não podem apoiar a relativização do conceito de família natural. 

Jubileu marca 150 anos da entrega do ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro aos missionários Redentoristas


Em 2016, a Congregação do Santíssimo Redentor (Missionários Redentoristas) comemora os 150 anos da entrega do ícone da Mãe do Perpétuo Socorro pelo Papa Pio IX, quando disse: “Façam-na conhecida pelo mundo inteiro”. Em razão desta data, o Superior Geral da Congregação, padre Michael Brehl, convocou um Ano Jubilar de 27 de junho de 2015 até 27 de junho de 2016. No Brasil, locais onde Redentoristas propagam essa devoção se unirão à comemoração jubilar.

No Sul do Brasil, em Curitiba (PR), além do início do Ano Jubilar, o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro comemora também os 55 anos do início das novenas na capital paranaense. Em 1960 na Capela Nossa Senhora da Glória, com a chegada dos missionários redentoristas em Curitiba teve início a prática das novenas, e com o crescimento da devoção, viu-se a necessidade de construir uma Igreja maior, o Santuário, que foi inaugurado em 1969.

Segundo informações da Arquidiocese de Curitiba, hoje, a novena feita todas as quartas-feiras pode ser considerada patrimônio cultural da cidade, atraindo todos os anos ao Santuário aproximadamente 2 milhões de pessoas. Neste dia, aproximadamente 35 mil pessoas participaram das 17 novenas realizadas de hora em hora, sendo três delas com a Santa Missa. Além disso, na capital paranaense e na Região Metropolitana, celebra-se a novena em mais de 150 pontos diferentes entre Paróquias, capelas, hospitais, asilos, entre outros, sendo esta a devoção mais conhecida da capital paranaense.

Unção dos Enfermos: um sacramento de vivos


A Unção dos Enfermos é, provavelmente, o menos compreendido dos sacramentos. Eis o fundamental que um católico precisa saber a respeito desse dom de Deus para a Igreja:

- A Unção dos Enfermos é um sacramento, ou seja, um sinal sensível instituído por Jesus Cristo para nos dar a graça santificante e certas graças específicas, que são próprias de cada um dos sete sacramentos (Batismo, Confissão, Eucaristia, Confirmação, Matrimônio, Sacerdócio e Unção dos Enfermos). No caso da Unção dos Enfermos, essas graças específicas são a preparação da alma para o Céu, o perdão dos pecados veniais, das imperfeições e até dos pecados mortais, e, se Deus julgar oportuno para a salvação do enfermo, a graça da recuperação da saúde.

- “Pela sagrada Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, a Igreja toda entrega os doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado, para que os alivie e salve. Exorta os mesmos a que livremente se associem à paixão e à morte de Cristo e contribuam para o bem do povo de Deus” (Catecismo da Igreja Católica - CIC, nº 1499).

- A Unção dos Enfermos não é um sacramento apenas dos que estão no fim da vida. Ela pode ser recebida quando o fiel começa, por doença ou por velhice, a correr o risco de morrer (cf. CIC, nº 1514). 

sábado, 4 de julho de 2015

Vítima da ideologia de gênero


Pretendemos, hoje, desmascarar a “prova” da diabólica ideologia de gênero apresentada pelo médico norte-americano Dr. John Money a partir dos quase indizíveis sofrimentos de Bruce Reimer, cuja alma recomendamos ao Senhor em nossas preces.

Já foi aqui repetido à exaustão – mas nunca é demais relembrar – o que essa ideologia antinatural ensina: ninguém nasce homem ou mulher, mas, sim, vem ao mundo como um ser neutro que, com o tempo, escolherá tornar-se homem, mulher ou neutro (nem um nem outro) de acordo com a educação recebida. Isso afronta o plano de Deus (cf. Gn 1,27) e a própria ciência médica que mostra aos pais o sexo do bebê: homem ou mulher. O neutro é invenção ideológica, sem prova científica empírica.

No entanto, nos anos de 1960, o Dr. John Money, médico da John Hopinsk University, de Baltimore (Estados Unidos), tentou, por meios espúrios, comprovar que a sexualidade depende da educação e não da Biologia, usando da boa fé de uma família em desespero que o procurou como médico.

O caso, em suma, foi o seguinte: o casal Janet e Ron Reimer gerou dois filhos homens, Bruce e Brian, mas um deles (Bruce) teve seu órgão genital amputado em uma circuncisão, de modo que os pais entraram em desespero até conhecerem o famoso Dr. Money em um programa de TV. Aí ele defendia que é possível a um bebê ter um sexo neutro ao nascer e que, por isso, pode ser mudado com o correr dos dias.