sexta-feira, 10 de julho de 2015

Discurso do Papa durante o II Encontro dos Movimentos Populares na Bolívia


Discurso do Papa durante II Encontro dos Movimentos Populares
Bolívia
Quinta-feira, 9 de julho de 2015

Discurso

Boa tarde a todos!

Há alguns meses, reunimo-nos em Roma e não esqueço aquele nosso primeiro encontro. Durante este tempo, trouxe-vos no meu coração e nas minhas orações. Alegra-me vê-vos de novo aqui, debatendo os melhores caminhos para superar as graves situações de injustiça que padecem os excluídos em todo o mundo. Obrigado, senhor presidente Evo Morales, por sustentar tão decididamente este encontro.

Então, em Roma, senti algo muito belo: fraternidade, paixão, entrega, sede de justiça. Hoje, em Santa Cruz de la Sierra, volto a sentir o mesmo. Obrigado! Soube também, pelo Pontifício Conselho «Justiça e Paz» presidido pelo Cardeal Turkson, que são muitos na Igreja aqueles que se sentem mais próximos dos movimentos populares. Muito me alegro por isso! Ver a Igreja com as portas abertas a todos vós, a qual se envolve, acompanha e consegue sistematizar em cada diocese, em cada comissão «Justiça e Paz», uma colaboração real, permanente e comprometida com os movimentos populares. Convido-vos a todos, bispos, sacerdotes e leigos, juntamente com as organizações sociais das periferias urbanas e rurais, a aprofundar este encontro.

Deus permitiu que nos voltássemos a ver hoje. A Bíblia lembra-nos que Deus escuta o clamor do seu povo e também eu quero voltar a unir a minha voz à vossa: terra, teto e trabalho para todos os nossos irmãos e irmãs. Disse-o e repito: são direitos sagrados. Vale a pena, vale a pena lutar por eles. Que o clamor dos excluídos seja escutado na América Latina e em toda a terra.

1. Comecemos por reconhecer que precisamos duma mudança. Quero esclarecer, para que não haja mal-entendidos, que falo dos problemas comuns de todos os latino-americanos e, em geral, de toda a humanidade. Problemas que têm uma matriz global e que atualmente nenhum Estado pode resolver por si mesmo. Feito este esclarecimento, proponho que nos coloquemos estas perguntas:

– Reconhecemos nós que as coisas não andam bem num mundo onde há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem teto, tantos trabalhadores sem direitos e tantas pessoas feridas na sua dignidade?

– Reconhecemos nós que as coisas não andam bem, quando explodem tantas guerras sem sentido e a violência fratricida se apodera até dos nossos bairros? Reconhecemos nós que as coisas não andam bem, quando o solo, a água, o ar e todos os seres da criação estão sob ameaça constante?

Então digamo-lo sem medo: Precisamos e queremos uma mudança.

Nas vossas cartas e nos nossos encontros, relataram-me as múltiplas exclusões e injustiças que sofrem em cada atividade laboral, em cada bairro, em cada território. São tantas e tão variadas como muitas e diferentes são as formas próprias de as enfrentar. Mas há um elo invisível que une cada uma destas exclusões: conseguimos nós reconhecê-lo? É que não se trata de questões isoladas. Pergunto-me se somos capazes de reconhecer que estas realidades destrutivas correspondem a um sistema que se tornou global. Reconhecemos nós que este sistema impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza?

Se é assim – insisto – digamo-lo sem medo: Queremos uma mudança, uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos…. E nem sequer o suporta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco.

Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; mas uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença. 

Discurso do Papa ao clero, consagrados e seminaristas na Bolívia


Discurso
Encontro com os sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas
9 de julho de 2015

Queridos irmãos e irmãs!

Estou contente por ter este encontro convosco, a fim de partilhar a alegria que enche o coração e a vida inteira dos discípulos missionários de Jesus. Assim o manifestaram as palavras de saudação de D. Roberto Bordi e os testemunhos do Padre Miguel, da Irmã Gabriela e do seminarista Damián. Muito obrigado por terem partilhado a própria experiência vocacional.

No relato do Evangelho de Marcos, ouvimos também a experiência de Bartimeu, que se juntou ao grupo dos seguidores de Jesus. Foi um discípulo da última hora. Era a última viagem do Senhor de Jericó a Jerusalém; aqui Ele seria entregue. Cego e mendigo, Bartimeu estava na beira do caminho, marginalizado; quando, porém, soube que era Jesus que passava, começou a gritar.

Ao redor de Jesus, caminhavam os apóstolos, os discípulos, as mulheres que habitualmente O seguiam, com quem percorreu durante a sua vida pública os caminhos da Palestina para anunciar o Reino de Deus. E uma grande multidão.

Aparecem aqui duas realidades, que se nos impõem com força. Por um lado, o grito de um mendigo e, por outro, as diferentes reações dos discípulos. Quase parece que o Evangelista nos queria mostrar que tipo de eco encontra o grito de Bartimeu na vida das pessoas e dos seguidores de Jesus; mostrar como reagem perante o sofrimento de quem está na beira da estrada, da pessoa que está sentada sobre a sua dor.

Três são as respostas aos gritos do cego. Poderíamos exprimi-las com as palavras do próprio Evangelho:

1. Passar

2. Cala-te

3. Coragem, levanta-te. 

A vida dos outros


A crise da secularização, que para muitas pessoas assume a forma de um forte sentido de solidão e de uma perda de sentido da vida, é hoje considerada e narrada — em certos casos quase gritada — pela literatura. Enquanto dois escritores franceses de grande sucesso — Michel Houellebeq e Emmanuel Carrère — narram na sua última obra dois casos de regresso à fé católica falhados, o escritor inglês Ian McEwan brada — literalmente — a sua angústia num lindíssimo romance, «La ballata di Adam Henry» (Turim, Einaudi, 2014, 208 páginas, 20 euros). 

O caso é um clássico, uma questão biojurídica daquelas que se apresentam de novo sempre com maior frequência, e que impõem a opção entre ciência e religião. Um jovem — quase de maior idade — está a morrer de leucemia. Uma transfusão poderia salvar-lhe a vida, permitindo a continuação da terapia, mas os pais recusam por motivos religiosos. Chamada a decidir acerca do destino do jovem, Adam, é uma magistrada afirmada, tão apaixonada pelo seu trabalho que renuncia à maternidade e descuida o seu matrimónio. O caso do jovem acontece em contemporâneo com a crise matrimonial que ela vive, e que abre uma brecha imprevista na sua tranquila vida de mulher rica e afirmada. Acontece também em contemporâneo com a sua normal actividade de juíza que, ocupando-se de direito de família, assiste cada vez mais a numerosas crises matrimoniais que a põem diante «do absurdo perverso dos casais em fase de divórcio». A sua recente impressão era que as separações tivessem alcançado «o máximo das proporções de uma onda anómala, que tinha atingido inteiras famílias, disperso propriedades e sonhos luminosos, afogado qualquer pessoa que não tinha um forte instinto de sobrevivência. Promessas de amor abjuradas e descritas de novo, companheiros outrora serenos que se transformam em combatentes astutos escondidos por detrás dos respectivos advogados sem se preocupar com as despesas». 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Papa Francisco recebe presente de grego e diz: «No está bien eso».

O Papa não gostou do presente, olhou seriamente e se dirigiu a Morales dizendo: "Isso não é bom!".

Imagem sensacional!

O olhar de desprezo de Sua Santidade diante da paspalhice do boliviano cocaleiro é a mais eloquente declaração anticomunista que o Papa Francisco poderia dar. E, ao contrário do que acontece com entrevistas, diante de cara feia não dá pra tergiversar, pra distorcer, pra suscitar conflito interpretativo nem nada do tipo.

O semblante sisudo é inequívoco, universalmente compreensível, insofismável. O sorriso aguado posterior, protocolar, não elide a força do símbolo desta cara de desgosto. Aqui está a imagem que vale mais do que mil palavras. Aqui está o tratamento de asco e repulsa que o comunismo merece. Às claras, sem ruído, sem margem para má interpretação.

Eucaristia é o Pão repartido para a vida do mundo, diz Papa


Homilia
Viagem apostólica do Papa Francisco
Praça do Cristo Redentor, Santa Cruz de La Sierra, Bolívia
Quinta-feira, 9 de Julho de 2015


Viemos de lugares, regiões, povoados distintos, para celebrar a presença viva de Deus entre nós. Há horas que saímos de nossas casas e comunidades, para podermos estar juntos como Povo Santo de Deus. A cruz e a imagem da missão trazem-nos à memória todas as comunidades que nasceram sob o nome de Jesus nestas terras e das quais somos herdeiros.

No Evangelho que acabamos de ouvir, descrevia-se uma situação muito semelhante à que estamos a viver agora. Como aquelas quatro mil pessoas, também nós estamos desejosos de ouvir a Palavra de Jesus e receber a sua vida. Eles ontem e nós hoje, ao pé do Mestre, Pão de vida.

Nestes dias, pude ver muitas mães que carregavam seus filhos às costas, como aliás muitas de vós o fazem aqui. Carregando sobre si a vida, o futuro do seu povo. Carregando os motivos da sua alegria, as suas esperanças. Carregando a bênção da terra nos frutos. Carregando o trabalho feito com as suas mãos. Mãos, que moldaram o presente e tecerão os sonhos do amanhã. Mas carregando também sobre os seus ombros decepções, tristezas e amarguras, a injustiça que parece não ter fim e as cicatrizes duma justiça não realizada. Carregando sobre si mesmas a alegria e a dor duma terra. Carregais sobre vós a memória do vosso povo. Porque os povos têm memória, uma memória que passa de geração em geração, uma memória em caminho.

E não são poucas as vezes que experimentamos o cansaço deste caminho. Não são poucas as vezes que nos faltam as forças para manter viva a esperança. Quantas vezes vivemos situações que pretendem anestesiar-nos a memória e, deste modo, debilita-se a esperança e, pouco a pouco, perdem-se os motivos de alegria. E começa a apoderar-se de nós uma tristeza que nos torna individualistas, que nos faz perder a memória de povo amado, de povo escolhido. E esta perda desagrega-nos, faz com que nos fechemos aos outros, especialmente aos mais pobres.

Pode suceder a nós o mesmo que aos discípulos de ontem, quando viram a quantidade de pessoas que estava lá. Pedem a Jesus que a mande embora, já que é impossível alimentar tanta gente. Perante muitas situações de fome no mundo, podemos dizer: «Os números não batem certo; não podemos resolver a conta». É impossível enfrentar estas situações; então o desespero acaba por apoderar-se do coração. 

Feministas se vestem de freiras em ato contra visita do papa à Bolívia


Um grupo de ativistas de um coletivo feminista vestiu-se de freiras grávidas e protestou nesta segunda-feira (6) contra a visita do papa Francisco à Bolívia.

Elas levantaram cartazes contra a posição da Igreja Católica contra o aborto e a homossexualidade e a favor do celibato nas escadarias da Catedral Metropolitana de La Paz, onde Francisco receberá as autoridades bolivianas.

"A minha homossexualidade não precisa de sua aprovação, mas é a homossexualidade dentro da Igreja que precisa de reivindicação", dizia um cartaz do grupo de lésbicas Mujeres Creando (Mulheres Criando, em espanhol).

Algumas delas usavam uma faixa junto com o hábito de freiras em torno da cintura dizendo "filho bastardo de um padre", em referência aos escândalos de abuso sexual de sacerdotes. 

Discurso do Papa ao presidente e autoridades civis – La Paz


Discurso ao presidente e autoridades civis
La Paz – Bolívia
Quarta-feira, 08 de Julho de 2015

Discurso

Senhor Presidente,
Excelências,
Senhoras e Senhores!

Estou contente por este encontro convosco, autoridades políticas e civis da Bolívia, membros do Corpo Diplomático e pessoas relevantes do mundo da cultura e do voluntariado. Agradeço a D. Edmundo Abastoflor, Arcebispo de La Paz, a sua amável recepção. Peço vênia para poder cooperar, com algumas palavras de incentivo, na tarefa que cada um de vós já realiza.

Todos nós aqui presentes, cada um à sua maneira, compartilhamos a vocação de trabalhar pelo bem comum. Há 50 anos, o Concílio Vaticano II definiu o bem comum como «o conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição» (GS 26). Obrigado por desejardes, cada qual a partir do próprio papel e missão, que as pessoas e a sociedade se desenvolvam, alcancem a sua perfeição. Tenho a certeza de que, no vosso afã pelo bem comum, buscais o belo, o verdadeiro e o bom. Que este esforço sempre ajude a crescer no respeito pela pessoa humana, enquanto tal, com direitos fundamentais e inalienáveis orientados para o seu desenvolvimento integral, a paz social, isto é, a estabilidade e a segurança duma certa ordem, que não se realiza sem uma particular atenção à justiça distributiva (cf. LS 157).

No trajeto para a catedral, pude admirar os cumes do Hayna Potosí e do Illimani, daquele «morro jovem» e do outro que indica «o lugar por onde sai o sol». Vi também como muitas casas e bairros, de forma artesanal, se confundem com as encostas, e fiquei maravilhado com algumas obras da sua arquitetura. O ambiente natural e o ambiente social, político e econômico estão intimamente relacionados. Isto impõe-nos estabelecer as bases duma ecologia integral, que incorpore claramente todas as dimensões humanas na solução das graves questões sócio-ambientais dos nossos dias; caso contrário, os glaciares desses montes continuarão a reduzir-se e a lógica da recepção, a consciência do mundo que queremos deixar aos que vierem depois de nós, a sua orientação geral, o seu sentido, os seus valores derreter-se-ão também como aqueles gelos (cf. LS 159-160). 

Evo Morales ofende a Igreja Católica ao entregar presente hostil ao Papa Francisco.


Quanta ofensa, quanta ousadia!!!

Não consigo expressar o misto que me deu de raiva, tristeza e angústia ao ver as imagens do Evo Morales entregando ao Papa um crucifixo em forma de martelo e a foice, símbolos do maldito marxismo! Uma ofensa tão grande que é expressada pelo rosto um tanto surpreso e ao mesmo tempo nada agradável do Santo Padre Francisco.

O presente foi entregue logo quando o pontífice chegou à Bolívia, uma recepção assim escura, diga-se que foi a maior ousadia já registrada contra um romano pontífice, como mencionou o site fidespres.


Todos sabem que o comunismo se opõe à Igreja e essa doutrina já foi várias vezes condenada pela Igreja como bem expressou o Papa Pio XI: "Socialismo religioso, socialismo cristão, são termos contraditórios: ninguém pode ao mesmo tempo ser bom católico e socialista verdadeiro" (Quadragesimo Anno, nº 117 a 120).

Ao receber o tão inusitado presente, observa-se que o papa imediatamente baixa-o e o entrega rapidamente ao ajudante do presidente para que o segure e diz imediatamente: “No está bien eso”, (aos 38 segundos do vídeo) explicitando sua insatisfação com a afronta de Evo Morales!


Querendo ou não o presente expressa uma verdade: Cristo, uma vez crucificado na Cruz, é mais uma vez crucificado pelo comunismo! Ao entregar tão tenebroso presente, Evo Morales colocou o Papa numa situação difícil de sair.

Agora os inimigos de Cristo que estão infiltrados na Igreja usarão estas imagens para denegrir a imagem do Sumo Pontífice e espalhar as mentiras de que o Papa é a favor do comunismo. Uma artimanha demoníaca que deu certo e já está se espalhando pelo mundo, afinal de contas, não há como negar que era essa a estratégia de Satanás. Aos que possuem bom senso e aos verdadeiros cristãos, compete combater essa doutrina marxista com mais radicalidade e a defender a Igreja e o seu representante, Papa Francisco, das mãos de todos aqueles que se opõem à doutrina da Santa Igreja e à Verdade que é Cristo.