PAPA
FRANCISCO
ANGELUS
Praça
de São Pedro
Domingo,
01 de Outubro de 2015
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Acaba de terminar, na Basílica de São Pedro, a
celebração eucarística com a qual demos início a Assembleia Geral do Sínodo dos
Bispos. Os Padres sinodais, vindos de todas as partes do mundo e reunidos em
torno do Sucessor de Pedro, irão refletir durante três semanas sobre a vocação
e a missão da família na Igreja e na sociedade, para um atento discernimento
espiritual e pastoral. Manteremos o olhar fixo em Jesus para encontrar, com
base no seu ensinamento de verdade e de misericórdia, os caminhos mais oportunos
para um empenho adequado da Igreja com as famílias e para as famílias, para que
o desígnio original do Criador para o homem e a mulher possa ser implementado e
aja em toda a sua beleza e sua força no mundo de hoje.
A liturgia deste domingo propõe o texto fundamental
de Gênesis sobre a complementaridade e reciprocidade entre homem e mulher (cf.
Gen 2,18-24). Por isso – diz a Bíblia - o homem deixará pai e mãe e se unirá à
sua mulher e os dois se tornarão uma só carne, isto é, uma só vida, uma só existência
(cf. v 24). Desta unidade, os cônjuges transmitem a vida a novos seres humanos
e se tornam pais. Participam do poder criador do próprio Deus. Mas atenção!
Deus é amor, e se participa da sua obra quando se ama com Ele e como Ele.
Porquanto – diz São Paulo - o amor de Deus está derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado (cf. Rom 5, 5). E este é também o
amor dado aos cônjuges no sacramento do matrimônio. É o amor que alimenta a
relação, através das alegrias e das dores, momentos serenos e difíceis. É o
amor que desperta o desejo de criar filhos, esperar por eles, acolhe-los,
criá-los, educá-los. É o mesmo amor que, no Evangelho de hoje, Jesus manifesta
às crianças: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de
Deus é dos que são como elas” (Mc 10:14).
Hoje pedimos ao Senhor que todos os pais e
educadores do mundo, bem como toda a sociedade, sejam instrumentos do
acolhimento e do amor com que Jesus abraça os pequeninos. Ele olha seus
corações com a ternura e a solicitude de um pai e ao mesmo tempo de uma mãe.
Penso nas muitas crianças famintas, abandonadas, exploradas, obrigadas à
guerra, rejeitadas. É doloroso ver as imagens de crianças infelizes, com o
olhar perdido, que fogem da pobreza e dos conflitos, batem às nossas portas e
aos nossos corações implorando ajuda. O Senhor nos ajude a não sermos uma
sociedade-fortaleza, mas uma sociedade-família, capaz de acolher, com regras
adequadas, mas acolher. Acolher sempre, com amor.
Convido-os a sustentar com a oração os trabalhos do
Sínodo, para que o Espírito Santo faça os Padres sinodais totalmente dóceis às
suas inspirações. Invocamos a intercessão materna da Virgem Maria, unindo-nos
espiritualmente àqueles que, neste momento, no Santuário de Pompei recitam a "Súplica
a Nossa Senhora do Rosário."
Depois do
Angelus