domingo, 18 de outubro de 2015

A Prostituta da Babilônia


A julgar pelos critérios do fundamentalismo bíblico (palavras literais entendidas literalmente) é certo que não há nenhuma menção da Igreja Católica no livro do Apocalipse como a Prostituta da Babilônia. Por contorções de interpretação (não pelo literalismo bíblico) alguns grupos e indivíduos equiparam a Prostituta em Apocalipse 17,9 com a Igreja Católica, já que Roma é a famosa cidade das sete colinas e a Sé da Igreja é Roma. Esta posição é insustentável, tanto factualmente e pelas únicas palavras da Escritura que nos dizem da doutrina real do Anticristo, as do apóstolo João em suas cartas.
 
Parece que há duas opções: ou interpretar Apocalipse 17,9 de forma absolutamente literal ou de acordo com alguma chave interpretativa que seja metafórica, alegórica ou de outra forma não-literal. Vamos olhar primeiro para interpretação literal.
 
“As sete cabeças representam sete colinas sobre as quais a mulher está assentada.” Primeiro de tudo, nenhum Papa já viveu ou teve o seu “assento” (cathedra ou catedral) em qualquer uma das sete colinas de Roma. Esses montes são pequenos morros (Capitolino, Palatino, Esquilino, Aventino e os três menores “solavancos” no centro de Roma), onde a religião e governo da Roma pagã foi situada. A sede da Igreja Católica no Latrão (a catedral) e no Vaticano (onde vive o papa) não coincide com eles. No momento em que João escreveu Apocalipse os cristãos de Roma viviam na maior parte em Trastevere (trans Tibre), um distrito “além do Tibre” da cidade e ao lado da colina do Vaticano, onde São Pedro foi crucificado e enterrado. O Vaticano está em cima do local de enterro e é hoje a sua própria cidade-estado distinta de Roma e da Itália.
 
Então, do que estava falando S. João quando escreveu o Apocalipse na ilha de Patmos cerca de 96 AD? Obviamente do sistema imperial pagão situado nas Sete Colinas, especialmente do Capitólio (o centro religioso e político) e do Palatino (o palácio imperial). Este poder pagão perseguiu a Igreja de Roma nos dias de Nero (64-67 dC), e em meados dos anos 90 sob Domiciano foi perseguindo os cristãos em todo o mundo romano. Domiciano foi considerado pelo povo uma reencarnação do mal, assim como Nero (o chefe que vivia no momento). Enquanto o anticristo Nero perseguiu unicamente aos cristãos de Roma, Domiciano alargou a perseguição por todo o império. Ambos são, portanto, tipos do perseguidor final, o Anticristo. 

sábado, 17 de outubro de 2015

Cardeal Dolan pede que a Igreja acolha a 'nova minoria': os fiéis que vivem em santidade


Nos últimos tempos, a Igreja parece andar ocupada, mais do que tudo, em acolher as minorias. Desde a "opção preferencial pelos pobres", o zelo pela Sã Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo e pela Verdade do Evangelho parece às vezes ter se tornado, – na prática, – uma questão secundária ou menos importante. Será que a misericórdia cristã implica abrir mão da difusão do Evangelho? Da busca pela santidade?

Neste cenário, vem oportunamente o Cardeal Dolan, Arcebispo de Nova York, pedir que a Igreja dedique um pouquinho de atenção a um novo tipo de minoria excluída, até mesmo dentro da própria santa Igreja: os fiéis católicos. Segue abaixo o conteúdo integral da carta: 

CARTA

A inclusão tem sido um inovador e consistente tema do Sínodo [sobre a família]. A Igreja, nossa família espiritual, congratula-se com todos, especialmente com aqueles que se sentem excluídos. Entre estes, do que ouvi dos observadores e Padres sinodais, estão os solteiros, aqueles que são atraídos pelo mesmo sexo, os divorciados, os viúvos, os imigrantes que acabaram de chegar a um novo país, as pessoas com deficiência, os confinados, as minorias étnico-raciais, os idosos. A Igreja é uma família que ama a todos e congratula-se com suas necessidades.

Poderia eu sugerir que há uma nova minoria no mundo, e até mesmo na Igreja? Estou pensando naqueles que, confiando na Graça e Misericórdia de Deus, se esforçam para viver na virtude e na fidelidade, – dado o fato de que, apenas na América do Norte, somente metade dos casais que se casam procuram a Igreja para contrair o Sacramento do Matrimônio; – casais que, inspirados pelo ensinamento da Igreja, afirmam que o casamento é para sempre, e perseveram nas provações; casais que recebem o Dom divino de ter vários filhos; homens e mulheres jovens que optam por não viver juntos antes do Matrimônio; um homem 'gay' ou uma lésbica que querem viver em castidade; um casal que decidiu que ela vai desistir de uma carreira promissora para ficar em casa e criar seus filhos. Essas maravilhosas pessoas muitas vezes se sentem como uma minoria em seu ambiente cultural, sim, e às vezes até mesmo dentro da Igreja! 

EUA: na noite de Halloween será inaugurada a "Grande Igreja de Lúcifer".


A cidade de Old Town Spring, situada a 25 milhas ao norte de Houston (Texas), será a sede da “Igreja Maior de Lúcifer” (Greater Church of Lucifer). A organização publicou em seu site a abertura do “primeiro edifício na história da igreja que estará aberto ao público”.

Jacob No, líder mundial da Igreja de Lúcifer, fundada no verão de 2014, disse que o objetivo dela é criar “uma nova era para o progresso da humanidade, sem escravidão do pensamento dogmático; somos deuses e deusas da nossa própria vida”.

Como já foi divulgado pela Aleteia, nos Estados Unidos existe uma corrente muito forte que pretende dar ao satanismo e às suas diversas manifestações uma voz em praça pública. A abertura desta igreja não causa surpresa em uma sociedade que cada dia se torna mais “espiritual” e menos religiosa, e na qual aumenta o número de pessoas que se consideram espiritualistas sem filiação religiosa, pessoas que se consideram livre-pensadoras sem necessidade de seguir dogmas.

A Igreja Maior de Lúcifer convida a esta ideologia de viver sem nenhuma autoridade, lei ou norma. “Não há Papa ou autoridade sobre nós; somos os capitães das nossas almas”, diz o site da igreja.

A cerimônia de abertura da igreja está planejada para o fim de semana de 30 de outubro a 1º de novembro, durante a celebração da noite de Halloween nos Estados Unidos. “Um templo ao mais elevado ego próprio”, diz o convite à abertura da igreja.

Maria canônica


O direito canônico ou eclesial é indispensável na comunidade católica. De fato, o direito consiste num conjunto de regras que regem a vida na Igreja. Não se deve encarar a lei como um obstáculo à prática do amor e da caridade. Muito pelo contrário. A norma jurídica objetiva criar um pano de fundo essencial para a vivência dos valores evangélicos. Os ideários encontradiços no Concílio Vaticano II seriam letra morta, não fosse o código canônico a dar-lhes pujança e viabilidade. Em suma, a lei canônica tem o condão de facilitar a caminhada do povo de Deus.

A Maria Santíssima tributamos o culto denominado hiperdulia. Rendemos à mãe de Jesus altissonantes honras. É óbvio que a lei eclesiástica não poderia deixar de tratar de certos aspectos do papel de Maria na economia da salvação. Por isso, há cânones a propósito do culto devido a nossa Senhora. Vou tão somente tecer breves comentários aos aludidos cânones.

O cânon 246, parágrafo 3.º, determina que no seminário se incentive o culto à bem-aventurada virgem Maria, através da reza do rosário. Com efeito, ao se aproximarem da simplicidade de Maria, os seminaristas, meditando a respeito da história dela, adquirirão as virtudes marianas, sobretudo a capacidade de ouvir e observar atentamente.

O direito canônico salvaguarda esses bens marianos augustíssimos. Desta feita, quando regulamenta os deveres dos clérigos (diáconos, padres e bispos), reporta-se à necessidade da entrega total aos braços de Maria. Assim, os membros da hierarquia são solicitados a cultuarem com especial veneração a virgem mãe de Deus (cânon. 276, parágrafo 2.º). É muito bonita esta perfeita simbiose entre direito e santificação. Ao primeiro súbito de vista, o direito tange as questões meramente externas, de relacionamento entre as pessoas no grêmio da Igreja católica. Contudo, ao se admoestar os clérigos ao amor de Maria, o natural, isto é, a rotina diária é perpassada pelo sobrenatural, ou seja, realiza-se a chamada comunhão dos santos. 

Infância Missionária


Neste domingo celebramos o Dia Mundial das Missões, com a mensagem do Papa Francisco comentando sobre a vida religiosa missionária, e o tema do Brasil sobre a Missão como serviço. É também o Dia da Obra Pontifícia da Infância Missionária.

Eu me recordo de que nos meus tempos de criança uma das revistas que nos alimentava na reflexão se chamava “O pequeno missionário”, e que tanto bem me fez. Isso me remete a empreender uma reflexão sobre a Infância Missionária.

Acrescento a isso a importância do nosso gesto concreto neste Ano da Esperança, que é a continuação das reuniões missionárias, neste mês levando a cruz em forma de chama para marcar nossa presença de evangelizadores. Daqui a dois meses aproximadamente estaremos dentro do Ano do Jubileu da Misericórdia. Creio que será muito bom meditar sobre a necessidade de nossa consciência sobre essa obra pontifícia.

A Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM) foi fundada por Dom Carlos Forbin Janson, Bispo de Nancy, França, em 19 de maio de 1843. Carlos Forbin Janson sempre se interessou muito pela realidade e evangelização dos povos. Já na adolescência manteve estreita ligação com os missionários da China. Seu desejo era ir à China e ser missionário com os missionários.

Era frequente receber cartas como estas, da qual transcrevemos algumas passagens: “Encontro-me rodeado, mesmo sem saber como, de uma dezena de crianças, umas de peito, outras de dois, três, quatro anos de idade, algumas cobertas de sarna, outras, de feridas. Os pobrezinhos já não têm o que comer e se cansam de chorar. É preciso conseguir comida para eles, e pagá-la... Enquanto isso, para não morrerem de fome, vejo-me obrigado a preparar-lhes eu mesmo um prato de farinha e açúcar, depois tento arranjar-lhes roupa, medicá-los, lavá-los, dar-lhes um teto, enfim, fazer às vezes de uma mãe... Deus concede-me as forças para sustentar tantas crianças, mas, se eu não for ajudado com alguma esmola, morrerei com eles”. "(...) falando de batizados, refiro-me a adultos. Na realidade, batizamos muitas crianças que são expostas diariamente nas ruas (...). Para nós, uma das primeiras preocupações é mandar todas as manhãs nossos catequistas para todos os arredores da cidade e batizar as crianças que ainda estão vivas. De 20 a 30 mil que são expostas cada ano, nossos catequistas conseguem batizar cerca de três mil".

De posse de informações a respeito do sofrimento de milhares de crianças, o bispo teve a inspiração de convocar as crianças católicas para se organizarem com o objetivo de prestar socorro às crianças nas mais tristes situações. Como fazer? Dom Carlos conversou com Paulina Jaricot. Ela, quando jovem, tinha dado início à Obra da Propagação da Fé. Ouvindo o plano de Dom Carlos, apoiou a ideia dele, e definiu essa iniciativa como "Obra da Propagação da Fé para as Crianças". Ela mesma expressou seu desejo de se alistar como primeira associada para a divulgação da Obra. 

Multiplicação dos pães: milagre ou partilha?


Em síntese: O episódio da multiplicação dos pães (Mt 14, 13-21) tem sido ultimamente apregoado não como um feito milagroso de Jesus, mas como a simples partilha dos farnéis existentes na multidão. Tal interpretação não somente não corresponde aos dizeres do texto, mas não é aceita pelos bons exegetas em geral. Trata-se de um fato histórico mila­groso, que os evangelistas descrevem como sinal do pão eucarístico e da bonança prometida pelos Profetas para o Reino messiânico.

Na pregação do Evangelho, ouve-se dizer que a multiplicação dos pães não foi um milagre, mas partilha do pão existente no farnel dos ouvintes de Jesus. Visto que tal interpretação tem causado perplexidade, ser-lhe-ão dedicadas as considerações seguintes.

1. Milagre ou partilha?

Antes do mais, é de notar que o episódio foi muito caro aos antigos. Mateus e Marcos o narram duas vezes; cf. Mt 14,13-21; 15, 29-39 e Mc 6, 30-40; 8, 1-18. São Lucas o refere uma só vez; cf. Lc 9, 10-17. São João também; cf. Jo 6,1-13. Os exegetas atualmente julgam que em Mt e Mc há duplicata do relato do fato, embora leves diferenças existam entre a primeira e a segunda narrativas; trata-se de duas tradições a referir o mesmo feito de Jesus.

Pergunta-se agora: que houve realmente no episódio em foco?

A interpretação tradicional e amplamente majoritária afirma ter havido um milagre: com poucos pães e peixes Jesus saciou milhares de homens. Recentemente começou-se a dizer que não houve milagre, mas Jesus orde­nou que os seus ouvintes repartissem entre si as provisões que haviam levado. Tal interpretação carece de fundamento no texto e o violenta, pois o evangelista faz observar que nada havia para comer entre a multidão.

“Chegada a tarde, aproximaram-se dele os seus discípulos, dizen­do: “O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si”. Mas Jesus lhes disse: “Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer”. Ao que os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”.

Jesus então interveio, multiplicando os pães.

O caráter milagroso do episódio é mais realçado na segunda nar­rativa. Com efeito; a secção de Mt 15, 29-39 segue-se a um milagre de Jesus: a cura da filha da mulher Cananeia (Mt 15, 21-28) e a uma declaração sobre a atividade taumatúrgica de Jesus:

“Vieram até ele numerosas multidões, trazendo coxos, cegos, aleijados, mudos e muitos outros e os puseram a seus pés e ele os curou, de sorte que as multidões ficaram espantadas… E renderam glória ao Deus de Israel” (Mt 15, 29-31).

Jesus mesmo diz logo a seguir:

“Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem o que comer. Não quero despedi-la em jejum, de modo que possa desfalecer pelo caminho”.

Na base destas averiguações, não pode restar dúvida de que se trata de um fato histórico e milagroso em Mt 14, 21-32 e paralelos.

Vejamos algumas peculiaridades da narrativa. 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Palestinos incendeiam local venerado por judeus na Cisjordânia


Dezenas de palestinos incendiaram nesta sexta-feira o túmulo de José em Nablus, local sagrado do judaísmo no norte da Cisjordânia ocupada, em um dia tenso de mobilização durante o qual morreram quatro palestinos.

O incêndio da tumba pode intensificar o antagonismo entre as duas partes e dar aos enfrentamentos com os israelenses uma perigosa dimensão religiosa.

Durante o dia, morreram quatro palestinos: um que tentou esfaquear dois soldados israelenses na Cisjordânia ocupada, um em confrontos nos arredores de Nablus e dois a tiros do exército em Gaza.

Neste dia de protesto convocado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, coincidindo com a oração semanal dos muçulmanos, 98 palestinos ficaram feridos.

No começo do dia desta sexta-feira, dezenas de palestinos atiraram coquetéis molotov contra a tumba de José, local de peregrinação para os judeus. Para eles, ali repousa José, um dos doze filhos de Jacó, vendido pelos irmãos e levado ao Egito, de onde seu corpo foi trazido de volta, segundo a tradição bíblica.

O local, onde os palestinos dizem estar a tumba de um xeque local, já foi cenário de enfrentamentos no passado, sobretudo durante a segunda intifada (2000-2005).

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, tentou reduzir as tensões e qualificou pouco depois de "ato irresponsável" e "gesto deplorável" este incêndio.

O incêndio "ofende nossa cultura e nossa religião", disse Abbas, que prometeu que os danos serão reparados. 

Ideologia de gênero em universidade católica?

Os grãos-chanceleres devem impedir congressos universitários cuja temática esteja em detrimento da ética cristã

Enquanto membros eminentes da Igreja, prelados e leigos, fazem da tripa coração, para banir a chamada ideologia de gênero, que ameaça conspurcar a mente de criancinhas, numa entidade católica, a PUC-RS, ao que tudo indica, salvo melhor juízo,  dar-se-á amplo espaço aos defensores da famigerada ideologia. É o que se depreende da leitura desta propaganda: I Semana de Estudos sobre Gêneros, Sexualidade e Feminismos: Grupo de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Feminismos (CNPq)

Infelizmente, boa parte dos professores das instituições confessionais desconhece a doutrina moral cristã. Destarte, sob o incessante influxo do ideário marxista, menoscaba-se a ética pregada por Jesus Cristo e inculcam-se as inovações contrárias à família. No entanto, reza o cânon 810, §1.º, do C.I.C., que se devem nomear para as universidades católicas professores que se sobressaiam pela integridade da doutrina (“doctrinae integritate”).

A ideologia de gênero encontra-se legalmente proscrita na sociedade, sendo defeso a qualquer estabelecimento de ensino, público ou privado, implantar os tais conceitos ideológicos. Ouvi dizer que, não faz muito tempo, numa tradicional escola católica, situada no município de São Paulo, no território da arquidiocese homônima, promoveu-se o “dia da inversão”, ou algum nome similar, quando se estimulou o corpo discente a vir à aula travestido: os meninos com roupas de garotas e as meninas trajadas com vestuário masculino. Se esta história for verídica, a intervenção direta do bispo se faz necessária.

As autoridades eclesiásticas têm de agir com rigor, ad baculum, coibindo qualquer incentivo à mefistofélica ideologia de gênero, mormente no âmbito de estudos acadêmicos. Há uma antítese inextricável entre o catolicismo ou cristianismo – que são a mesma coisa – e as propaladas teses da ideologia de gênero.