Os trabalhos sobre o Sínodo dos Bispos terminaram
na noite de sábado, 24, no Vaticano e o relatório final, produto da reflexão de
todos os padres sinodais, reafirmou a doutrina católica sobre o matrimônio, sua
indissolubilidade; e ressaltou a beleza da família e do plano de Deus para ela.
O texto, composto por 94 numerais foi votado um por
um. Todos foram passados com os dois terços requeridos como mínimo: neste caso
177 votos.
No numeral 1, votado unanimemente por todos os
bispos presentes (260 votos), o Sínodo agradece “ao Senhor pela generosa
fidelidade com que tantas famílias cristãs respondem a sua vocação e missão,
inclusive ante os obstáculos, as incompreensões e os sofrimentos”.
Nesse mesmo numeral, os bispos reunidos no Sínodo
recordam as palavras do Papa Francisco na homilia de abertura do dia 4 de
outubro, quando explicou que Deus criou o homem e a mulher. O Senhor, disse
logo o Santo Padre nessa ocasião, “une os corações de duas pessoas que se amam
e os une na unidade e na indissolubilidade”.
“Isto significa que o objetivo da vida conjugal não
é somente viver juntos, mas também amar-se para sempre. Jesus restabelece assim
a ordem original e originária (…) Somente à luz da loucura da gratuidade do
amor pascal de Jesus será compreensível a loucura da gratuidade de um amor
conjugal único e usque ad mortem” (até a morte).
No numeral 5, aprovado por 256 votos, os bispos
ressaltam: “Hoje também o Senhor chama o homem e a mulher ao matrimônio,
acompanha-os em sua vida familiar e se oferece a eles como dom inefável”.
No numeral 23, intitulado “Migrantes, prófugos e
perseguidos”, aprovado por 253 votos contra 4 votos, os bispos afirmam que “a
história da humanidade é uma história de migrantes: esta verdade está inscrita
na vida dos povos e das famílias. Também nossa fé o reafirma: todos somos
peregrinos”.
Este numeral indica ainda que quando a migração é
forçada e é “consequência de situações de guerra, perseguição, pobreza,
injustiça, marcada pelas aventuras de uma viagem que põe com frequência em perigo
a vida, traumatiza as pessoas e desestabiliza a família”. “O acompanhamento aos
migrantes exige uma pastoral específica com as famílias em migração, mas também
com os membros dos núcleos familiares que ficam nos lugares de origem”,
adicionou.