“Meu corpo, minhas regras”, esse é o
título de um vídeo que gerou repercussões esta semana, ao reunir atores famosos
pronunciando discurso abortista. Além de promover o que defende como direito da
mulher, o filme indignou a muitos ao colocar em dúvida a virgindade de Nossa
Senhora, sugerindo que esta seria um erro de tradução.
O vídeo foi divulgado nesta semana, às
vésperas do lançamento do filme Olmo e a Gaivota, de Petra Costa, que venceu
como Melhor Longa-Metragem de Documentário no Festival do Rio 2015. Na ocasião,
Costa fez um discurso dedicando a premiação às mulheres e defendendo o aborto,
postura que foi alvo de críticas na internet. Segundo os produtores, foi em
resposta a essas críticas que os atores se uniram para gravar o vídeo.
“Falar de gravidez é um tabu. Vem desde
Nossa Senhora, que engravidou virgem. Uma gravidez sem sexo, sem corpo, sem
desejo e sem medo. Sem sexo? Esse lance de virgindade (é) erro de tradução. Do
hebraico pro grego, do aramaico para o hindu”, dizem os atores.
Diante dessa declaração,
especificamente, católicos viram a necessidade de esclarecer a questão. Entre
eles, Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, Professor de Teologia Moral, doutor
pela Pontifícia Universidade Romana da Santa Cruz.
“Para ajudá-los em seu desconhecimento
bíblico, e também para reparar a blasfêmia que cometeram contra a fé cristã, é
meu dever lhes dizer que Nossa Senhora é Virgem, e isso não é um erro de
tradução”, escreveu em seu Facebook.
O sacerdote cita o profeta Isaías
(7,14), o qual afirma: “eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, e
será o seu nome Emanuel”. Sobre este trecho, explica que “a palavra ‘????’,
‘almah’, significa literalmente ‘donzela’, e empregava-se às moças virgens que
viviam ainda com seus pais”.
Faz ainda referência ao evangelho de
Mateus (1,23), “em sua versão grega”, o qual “traduz a palavra ‘almah’ por
‘παρθενος’, ‘partenos’, que, literalmente, ‘significa’ virgem”.
“O que os evangelistas queriam dizer é
que aquele texto de Isaías cumpria-se literalmente no parto miraculosamente
virginal de Maria, que gerava humanamente o próprio Deus encarnado em seu
ventre imaculado”, explica Pe. José Eduardo.