sexta-feira, 4 de março de 2016

Click to Pray: novo aplicativo móvel propõe três momentos de oração.


A Rádio Vaticano sediará hoje, a coletiva de imprensa de apresentação da iniciativa Click to Pray, um aplicativo para rezar pelas intenções de oração do Papa.

Este aplicativo, no momento, está disponível em português, inglês, espanhol e francês (proximamente, também em italiano, chinês, coreano e outras línguas) e será apresentado por ocasião da iniciativa “24h para o Senhor”.

O Click to Pray é uma plataforma multicanal que disponibiliza propostas de oração simples e breves, para três momentos do dia, durante os 365 dias do ano. Apresenta também as intenções que o Papa Francisco confia mensalmente ao Apostolado de Oração e a todos os cristãos. 

São Casimiro


Casimiro, cujo nome significa “grande no comandar”, foi proclamado padroeiro da juventude.

Casimiro era filho do rei da Polônia, nasceu com o título de grão-duque da Lituânia, sua terra natal, em 1458. De família real e Católica, Casimiro podia se envolver em perigos políticos por isso renunciou o direito ao trono. Seus pais, a rainha Isabel de Asburgo e Casimiro IV, rei da Polônia, tiveram treze filhos, dos quais doze foram reis.

Livremente optou pelo celibato e com a ajuda da mãe e rainha começou a receber forte educação espiritual. Chegou mesmo a arruinar a saúde por causa de muitos jejuns e penitência.

São Casimiro, com apenas dezessete anos e debilitado pelo excesso de penitência, começou a ajudar o pai no governo da Lituânia, usando sempre a força da oração, prudência e seu amor profundo ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora.

Casimiro foi um servidor diligente de seu Estado mas não se deixou levar pela ambição do poder. Era um jovem muito admirado pela sua beleza, porém tinha o ideal ascético da pureza. Era devoto de Nossa Senhora e a ela consagrou-se. Estava sempre atento em divulgar as virtudes de Maria e a festejar solenemente as festas marianas.

Admirado pelos súditos e amado pelo povo, Casimiro foi vítima de tuberculose que lhe trouxe a morte em 1484. Casimiro morreu aos 25 anos e todo o povo polonês já o venerava como santo. Em 1521 foi canonizado e declarado padroeiro da Polônia e da Lituânia pelo Papa Leão X.

Ninguém, no entanto, jamais esquecerá a sua caridade, a sua humildade e a sua simplicidade. Nem tampouco a seriedade diante dos sacrifícios da vida. Valeu a pena ter renunciado às coisas imperiais para ser cristão e santo! 

ORAÇÃO


São Casemiro, vós que tivestes tudo para reinar soberanamente e usufruir do que desejásseis, preferistes o caminho doa santidade. Quanto vos louvo por essa vossa escolha cheia de sabedoria ante a efemeridade desta vida. Dai aos nosso jovens do mundo inteiro, por vossa intercessão junto a Jesus Cristo e a Santa Mãe dos Céus, o despertar das mais santas vocações sacerdotais. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. s num só único louvor a Quem que nos criou unicamente para sermos santos. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Homilética: 4º Domingo da Quaresma - Ano C: "Um Pai espera a volta do filho".


Ao ler mais uma vez a parábola do filho pródigo, eu pensava que é verdadeiramente justa a ira de Deus para com os pecadores e que é mais fácil entender a justiça que a misericórdia.

No texto do Evangelho de hoje aparece um filho que pede a parte da herança, gasta com prostitutas e depois se apresenta ao seu pai como culpado. O pecado, tão detalhadamente descrito na parábola do filho pródigo, consiste na rebelião contra Deus, ou ao menos no esquecimento ou indiferença para com Ele e para com o seu amor, no desejo tolo de viver fora do amparo de Deus, de emigrar para uma terra distante, longe da casa paterna. Como se passa mal quando se está longe de Deus! “Onde se passará bem sem Cristo – pergunta Santo Agostinho -, ou quando se poderá passar mal com Ele?”

O pai, ao encontrá-lo, o festeja, o presenteia e faz uma festa para ele… “Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos” (Lc 15, 20). Acolhe-o como filho imediatamente! Estas são as palavras da Bíblia: cobriu-o de beijos, comia-o a beijos. Pode-se falar com mais calor humano? Pode-se descrever de maneira mais gráfica o amor paternal de Deus pelos homens? Perante um Deus que corre ao nosso encontro, não nos podemos calar, e temos que dizer-Lhe, como São Paulo: “Abbá, Pai” (Rm 8,15). Quer que Lhe chamemos de Pai, que saboreemos essa palavra, deixando a alma inundar-se de alegria.

Esse pai está louco! No fundo, dá vontade de ver esse filho malandro levar uma boa surra do pai. Não sei se você estará de acordo comigo, querido leitor, mas não é difícil entender que um bom pai corrija com fortaleza um erro cometido por um filho seu. Realmente, é mais compreensível que uma só ovelha se perda que correr o risco de perder as noventa e nove; é mais lógico deixar uma moeda pra lá que revirar a casa por uma só moedinha e depois – e isso é o cúmulo – convidar os amigos, fazer uma festa e gastar mais do que vale a moeda encontrada; é mais fácil entender que o pai desse uma bronca naquele filho sem-vergonha. Enfim, é mais fácil compreender a justiça que a misericórdia!

No entanto, a lógica do Evangelho é outra! Sem contrapor a justiça à misericórdia, a parábola nos apresenta um pai que não é o comum dos pais desta terra, mas o pai só pode ser Deus. Alguma vez escutei e disse aquela frase de que “Deus perdoa tudo, o homem perdoa muitas vezes e a natureza não perdoa nunca”. Hoje eu gostaria de defender a primeira parte: Deus perdoa tudo! Isso sim é motivo de grande alegria! Ele é o nosso Pai, cheio de amor para conosco. Nós, culpados e pecadores, cheios de boas intenções e, também, cheios intenções torcidas e más ações, somos os queridos de Deus. 

Essa parábola deve nos despertar para a beleza do sacramento da Reconciliação (confissão). Na Confissão, através do sacerdote, o Senhor devolve-nos tudo o que perdemos por culpa própria: a graça e a dignidade de filhos de Deus. Cumula-nos da sua graça e, se o arrependimento é profundo, coloca-nos num lugar mais alto do que aquele em que estávamos anteriormente. Devemos valorizar a Confissão porque leva-nos ao problema mais universal e central da conversão evangélica; trata-se de descobrir a verdadeira doença da alma (o pecado). O pecado existe e todo pecado é uma ofensa a Deus; porém a misericórdia de Deus é maior do que todos os nossos pecados. Contudo, supõe uma atitude de retorno: CONVERSÃO.

Deus espera de nós uma entrega alegre, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama aquele que dá com alegria (2 Cor 9, 7). “É uma doce alegria pensar que o Senhor é justo, que conhece perfeitamente a fragilidade da nossa natureza! Por que então temer? Ele que se dignou perdoar, com tanta misericórdia, as culpas do filho pródigo, não será também justo comigo, que estou sempre junto dEle?” (Santa Teresinha do Menino Jesus). Com alegria sirvamos ao Senhor nas coisas mais pequenas! Preparemos a nossa volta (Confissão)!

“Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei…” (Lc 15,18). Assim falou consigo o pródigo e logo se levantou e começou a caminhar. Façamos isso também nós: não é necessário que tenhamos ido para uma região distante; na verdade, todos estamos longe, todos pecamos sete vezes; deixemo-nos reconciliar com Deus por Cristo e pela Igreja. A Páscoa será mais linda este ano para nós, será uma verdadeira Páscoa de ressurreição!

Já está justificada a nossa alegria para todo o dia de hoje: Deus é Pai! Eu sou seu filho! Deus é muito bom e os sacerdotes no Sacramento da Penitência têm o Coração de Deus e, por isso, compreendem sempre. Não tenha medo e vá se confessar!

Papa: a Igreja não precisa de dinheiro sujo.


PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL
 Quarta-feira, 2 de Março de 2016

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

Falando da misericórdia divina, evocamos várias vezes a figura de família que ama os seus filhos, os ajuda, cuida deles, os perdoa. E como pai, educa-os e corrige-os quando erram, favorecendo o seu crescimento no bem.

É assim que Deus é apresentado no primeiro capítulo do profeta Isaías, no qual o Senhor, como pai afetuoso mas também atento e severo, se dirige a Israel acusando-o de infidelidade e corrupção, para o reconduzir ao caminho da justiça. O nosso texto começa assim: «Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu, ó terra, / porque fala o Senhor: / “Criei filhos e cuidei deles, / mas eles prevaricaram contra mim. / O boi conhece o seu possuidor, / e o jumento, a manjedoura do seu dono, / mas Israel não tem conhecimento, / o meu povo não entende”» (1, 2-3).

Deus, mediante o profeta fala ao povo com a amargura de um pai desiludido: fez crescer os seus filhos, e agora eles revoltaram-se contra Ele. Até os animais são fiéis ao seu dono e reconhecem a mão que os alimenta; ao contrário, o povo já não reconhece Deus, recusa compreender. Mesmo se ferido, Deus deixa falar o homem, e apela-se à consciência destes filhos degenerados para que se corrijam e se deixem amar de novo. Eis o que Deus faz! Vem ao nosso encontro para que nos deixemos amar por Ele, pelo nosso Deus.

A relação pai-filho, à qual com frequência os profetas fazem referência ao falar da relação da aliança entre Deus e o seu povo, desvirtuou-se. A missão educativa dos pais tem por finalidade fazê-los crescer na liberdade, torná-los responsáveis, capazes de realizar obras de bem para si e para os outros. Ao contrário, por causa do pecado, a liberdade torna-se pretensão de autonomia, pretensão de orgulho, e o orgulho leva à contraposição e à ilusão de autossuficiência.

Eis então que Deus chama o seu povo: «Erraste o caminho». Afectuosa e amargamente diz o «meu» povo. Deus nunca nos renega; nós somos o seu povo, o mais malvado dos homens, a mais maldosa das mulheres, os mais malvados dos povos são seus filhos. E este é Deus: nunca, nunca nos renega! Diz sempre: «Vem, filho». E este á o amor do nosso Pai; esta é a misericórdia de Deus. Ter um pai assim que nos dá esperança, nos dá confiança. Esta pertença deveria ser vivida na confiança e na obediência, com a consciência de que tudo é dom que vem do amor do Pai. E ao contrário, eis a vaidade, a estultícia e a idolatria.

Por isso agora o profeta dirige-se diretamente a este povo com palavras severas a fim de o ajudar a compreender a gravidade da sua culpa: «Ai da nação pecadora [...] dos filhos corruptos! / Deixaram o Senhor, / blasfemaram do Santo de Israel, / voltaram para trás» (v. 4).

A consequência do pecado é um estado de sofrimento, do qual sofre as consequências também o país, devastado e desertificado, a ponto que Sião — ou seja Jerusalém — se torna inabitável. Onde há a recusa de Deus, da sua paternidade, deixa de haver possibilidade de vida, a existência perde as suas raízes, tudo parece pervertido e aniquilado. Todavia, também este momento doloroso é em vista da salvação. A prova é dada para que o povo possa experimentar a amargura de quem abandona Deus, e por conseguinte confrontar-se com o vazio desolador de uma escolha de morte. O sofrimento, consequência inevitável de uma decisão autodestruidora, deve fazer refletir o pecador a fim de o abrir à conversão e ao perdão. 

Papa se encontra com Patriarca da Igreja Ortodoxa da Etiópia


DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
A SUA SANTIDADE  ABUNA MATTHIAS I,
PATRIARCA DA IGREJA ORTODOXA TEWAHEDO DA ETIÓPIA

Segunda-feira, 29 de Fevereiro de 2016


Santidade Estimados irmãos em Cristo!

É uma alegria e um momento de graça poder dar as boas-vindas a todos vós aqui presentes. Saúdo com afeto Sua Santidade e os ilustres membros da delegação. Agradeço-vos as palavras de amizade e de proximidade espiritual. Através de vós, apresento as minhas cordiais saudações aos bispos, ao clero e a toda a família da Igreja ortodoxa etíope Tewahedo em todo o mundo. A graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós.

A visita de Vossa Santidade reforça os vínculos fraternos que já unem as nossas Igrejas. Recordamos com gratidão a visita do Patriarca Abuna Paulos a são João Paulo ii em 1993. A 26 de junho de 2009, Abuna Paulos voltou para se encontrar com Bento xvi, que o convidou em outubro do mesmo ano como hóspede especial para que interviesse durante a segunda Assembleia para a África do Sínodo dos Bispos, falando da situação do continente africano e dos desafios dos povos africanos. Na Igreja primitiva, era praxe comum que uma Igreja enviasse os seus representantes aos sínodos das outras Igrejas. Este sentido de partilha eclesial foi evidente também em 2012 por ocasião do funeral de Sua Santidade Abuna Paulos, no qual estava presente uma delegação da Santa Sé.

A partir de 2004, a Igreja católica e as Igrejas orientais procuraram aprofundar juntas a sua comunhão através do diálogo teológico levado por diante pela Comissão Internacional conjunta. Sentimo-nos felizes por verificar a crescente participação da Igreja ortodoxa etíope Tewahedo neste diálogo. Ao longo dos anos, a Comissão examinou o conceito fundamental de Igreja comunhão, entendida como participação na comunhão entre Pai, Filho e Espírito Santo. Deste modo, descobrimos que temos quase tudo em comum: uma só fé, um só Batismo, um só Senhor e Salvador Jesus Cristo. Estamos unidos em virtude do Batismo, que nos inseriu no único Corpo de Cristo. Estamos unidos graças aos vários elementos comuns das nossas ricas tradições monásticas e práticas litúrgicas. Somos irmãos e irmãs em Cristo. Tal como foi observado várias vezes, aquilo que nos une é muito mais de quanto nos divide. 

Deus não manda desgraças para nos castigar, diz Papa


PAPA FRANCISCO
ANGELUS

Praça São Pedro
III Domingo de Quaresma, 28 de Fevereiro de 2016


Amados irmãos e irmãs, bom dia!

Infelizmente todos os dias, as crônicas relatam más notícias: homicídios, desastres, catástrofes... No trecho evangélico de hoje, Jesus menciona dois acontecimentos trágicos que naquela época tinham suscitado muito alvoroço: uma repressão cruel feita pelos soldados romanos dentro do templo; e o desabamento da torre de Siloé, em Jerusalém, que tinha causado dezoito vítimas (cf. Lc 13, 1-5).

Jesus conhece a mentalidade supersticiosa dos seus e sabe que eles interpretam aquele tipo de acontecimento de modo errado. Com efeito, pensam que se aqueles homens morreram de maneira tão cruel, é sinal de que Deus os castigou por alguma culpa grave que tinham cometido; seria como dizer: «mereciam-no». E ao contrário o facto de terem sido poupados à desgraça equivalia a sentir-se «justos». Eles «mereciam-no»; eu sou «justo».

Jesus rejeita decididamente esta visão, porque Deus não permite as tragédias para punir as culpas, e afirma que aquelas pobres vítimas não eram minimamente piores que os outros. Antes, Ele convida a ver nestes factos dolorosos uma admoestação que diz respeito a todos, porque todos somos pecadores; com efeito ele dizia a quantos o tinham interpelado: «Se não vos converterdes, morrereis todos do mesmo modo» (v. 3).

Também hoje, face a certas desgraças e a eventos de luto, podemos ter a tentação de «descarregar» a responsabilidade sobre as suas vítimas, ou até sobre o próprio Deus. Mas o Evangelho convida-nos a refletir: que ideia temos de Deus? Temos mesmo a certeza de que Deus é assim, ou não se trata antes de uma nossa projeção, um deus feito «à nossa imagem e semelhança»? Ao contrário, Jesus chama-nos a mudar o coração, a fazer uma inversão radical no caminho da nossa vida, abandonando o conformismo com o mal — e isto todos os fazemos, conformar-se com o mal — as hipocrisias — eu penso que todos temos pelo menos um pouquinho de hipocrisia — para seguir decididamente o caminho do Evangelho. Mas eis de novo a tentação de nos justificarmos: «Mas do que nos devemos converter? Afinal não somos todos boas pessoas?». Quantas vezes pensamos isto: «Mas, afinal não sou eu uma boa pessoa — não é assim? — não somos crentes, até bastante praticantes?». E pensamos que deste modo estamos justificados.

Infelizmente, cada um de nós se parece muito com uma árvore que, durante anos, deu numerosas provas da sua esterilidade. Mas, por sorte, Jesus é semelhante àquele camponês que, com uma paciência infinita, obtém mais um prazo para a figueira infecunda: «Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Se não der frutos no ano que vem... (v. 9). Um «ano» de graça: o tempo do ministério de Cristo, o tempo da Igreja antes do sua vinda gloriosa, o tempo da nossa vida, ritmado por um certo número de Quaresmas, que nos são oferecidas como ocasiões de arrependimento e de salvação, o tempo de um Ano Jubilar da Misericórdia. A paciência insuperável de Jesus! Vós pensastes na paciência de Deus? Considerastes também a irredutível preocupação pelos pecadores, como nos deveriam provocar à impaciência em relação a nós mesmos! Nunca é demasiado tarde para nos convertermos, nunca! Até ao último momento: a paciência de Deus que nos espera. Recordai-vos desta pequena história de santa Teresa do Menino Jesus, quando rezava por aquele homem condenado à morte, um criminoso, que não queria receber o conforto da Igreja, rejeitava o sacerdote, não aceitava: queria morrer assim. E ela rezava, no convento. E quando aquele homem estava ali, precisamente no momento de ser executado, dirige-se ao sacerdote, pega no Crucifixo e beija-o. A paciência de Deus! E faz o mesmo também connosco, com todos nós! Quantas vezes — nós aqui não o sabemos, só no Céu — quantas vezes nós estamos ali... [a ponto de cair] e o Senhor nos salva: salva-nos porque tem grande paciência connosco. É esta a sua misericórdia. Nunca é tarde para nos convertermos, mas é urgente, é agora! Comecemos hoje.

A Virgem Maria nos ampare, para que possamos abrir o coração à graça de Deus, à sua misericórdia; e nos ajude a nunca julgar os outros, mas a deixar-nos interpelar pelas desgraças diárias a fim de fazermos um sério exame de consciência e nos corrigirmos.

Depois do Angelus 

O sacrifício espiritual


A oração é o sacrifício espiritual que aboliu os antigos sacrifícios. Que me importa a abundância de vossos sacrifícios? – diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros e de gordura de animais cevados; do sangue de touros, de cordeiros e de bodes, não me agrado. Quem vos pediu estas coisas? (Is 1,11).

O Evangelho nos ensina o que pede o Senhor: Está chegando a hora, diz ele,em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. Deus é espírito (Jo 4,23.24), e por isso procura tais adoradores.

Nós somos verdadeiros adoradores e verdadeiros sacerdotes, quando, orando em espírito, oferecemos o sacrifício espiritual da oração, como oferenda digna e agradável a Deus, aquela que ele mesmo pediu e preparou.

Esta oferenda, apresentada de coração sincero, alimentada pela fé, preparada pela verdade, íntegra e inocente, casta e sem mancha, coroada pelo amor, é a que devemos levar ao altar de Deus, acompanhada pelo solene cortejo das boas obras, entre salmos e hinos; ela nos alcançará de Deus tudo o que pedimos.

Que poderia Deus negar à oração que procede do espírito e da verdade, se foi ele mesmo que assim exigiu? Todos nós lemos, ouvimos e acreditamos como são grandes os testemunhos da sua eficácia!

Nos tempos passados, a oração livrava do fogo, das feras e da fome; e no entanto ainda não havia recebido de Cristo toda a sua eficácia.

Quanto maior não será, portanto, a eficácia da oração cristã! Talvez não faça descer sobre as chamas o orvalho do Anjo, não feche a boca dos leões, não leve a refeição aos camponeses famintos, não impeça milagrosamente o sofrimento; mas vem em auxílio dos que suportam a dor com paciência, aumenta a graça aos que sofrem com fortaleza, para que vejam com os olhos da fé a recompensa do Senhor, reservada aos que sofrem pelo nome de Deus.

Outrora a oração fazia vir as pragas, derrotava os exércitos inimigos, impedia a chuva necessária. Agora, porém, a oração autêntica afasta a ira de Deus, vela pelo bem dos inimigos e roga pelos perseguidores. Será para admirar que faça cair do céu as águas, se conseguiu que de lá descessem as línguas de fogo? Só a oração vence a Deus. Mas Cristo não quis que ela servisse para fazer mal algum; quis antes que toda a eficácia que lhe deu fosse apenas para servir o bem.

Consequentemente, ela não tem outra finalidade senão tirar do caminho da morte as almas dos defuntos, robustecer os fracos, curar os enfermos, libertar os possessos, abrir as portas das prisões, romper os grilhões dos inocentes. Ela perdoa os pecados, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, conduz os peregrinos, acalma as tempestades, detém os ladrões, dá alimento aos pobres, ensina os ricos, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam, confirma os que estão de pé.

Oram todos os anjos, ora toda criatura. Oram à sua maneira os animais domésticos e as feras, que dobramos joelhos. Saindo de seus estábulos ou de suas tocas, levantam os olhos para o céu e não abrem a boca em vão, fazendo vibrar o ar com seus gritos. Mesmo as aves quando levantam voo, elevam-se para o céu e, em lugar de mãos, estendem as asas em forma de cruz, dizendo algo semelhante a uma prece.

Que dizer ainda a respeito da oração? O próprio Senhor também orou; a ele honra e poder pelos séculos dos séculos. 

Do Tratado sobre a oração, de Tertuliano, presbítero

(Cap.28-29: CCL 1,273-274)             (Séc. III)

Feminista militante: "O feminismo cometeu um grande erro ao difamar a maternidade”.


Observe estas declarações:

“Eu sou contrária à ideologia feminista do presente, que é doente, indiscriminada e neurótica. E, mais do que tudo, não permite à mulher ser feliz”;

“As mulheres precisam se responsabilizar por suas vidas e parar de culpar os homens por seus problemas, que têm mais a ver com questões e estruturas sociais, e não são fruto de uma conspiração masculina”;

“ O feminismo cometeu um grande erro ao difamar a maternidade”;

“Eu estou muito preocupada com essa tendência cirúrgica para mudança do corpo. Isso está por toda parte nos EUA. Dizem que a criança nasceu no corpo errado e já começam com hormônios até chegar à intervenção cirúrgica”;

“ Eu apoio a união civil, mas nunca apoiei o casamento gay, por exemplo. Não acho que o governo deve se envolver em casamento, um termo circunscrito à Igreja”;

Um desavisado pode associar de primeira as declarações a alguma pessoa com o rótulo de conservador, uma pessoa retrógrada, um religioso medieval. Mas nada disso. Estas e outras declarações permeadas de sensatez foram ditas por Camile Paglia, feminista engajada na causa desde a década de 60, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. 

Relação  homem – mulher

“As mulheres querem que os homens se comuniquem como elas [...] Eu vejo grande infelicidade entre mulheres profissionais porque elas querem que suas vidas amorosas tenham a comunicação maravilhosa que elas têm com outras mulheres. A mulher profissional casa com o homem profissional e espera que, ao chegar em casa de noite, ele se comunique com ela como suas amigas ou seus amigos gays. E os homens heterossexuais jamais serão capazes na arte da análise emocional. Não dá para cobrar perfeição dos homens, como se estivéssemos no escritório”.

Crise de masculinidade

Tenho me preocupado muito com a epidemia do jihadismo no mundo, que é um chamado da masculinidade e está atraindo jovens homens do mundo inteiro. É uma ideia de que ali, finalmente, homens podem ser homens e ter aventuras como homens costumavam ter.

A ideologia do jihad emerge numa era de vácuo da masculinidade, graças ao sucesso do mundo das carreiras. O Estado Islâmico, por exemplo, usa vídeos para projetar esse romance, esse sonho de que os jovens podem abandonar suas casas, integrar a irmandade e se lançar numa aventura masculina por meses, na qual correm risco de morte. Antes, havia muitas oportunidades de aventuras para homens jovens. Hoje, suas vidas são como as de prisioneiros: presos nos escritórios, sem oportunidade para ação física e aventura.