No ano
dos Jogos Olímpicos, a Arquidiocese do Rio de Janeiro realizou o lançamento da
campanha “Rio se Move”, uma parceria com diversas instituições alemãs, no dia
26 de abril, na sede do projeto “Se Essa Rua Fosse Minha”, em Laranjeiras. A
iniciativa tem como objetivo dar maior visibilidade a alguns programas
existentes na arquidiocese que atuam em benefício daqueles que sofrem exclusão
social, presente na dinâmica dos grandes eventos.
Durante o
lançamento, o secretário-geral da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom
Leonardo Ulrich Steine, destacou que a parceria é uma oportunidade de fazer com
que os grandes eventos possam alcançar as pessoas que estão à margem da
sociedade, de forma que, ao renovar as esperanças, esse possa ser um tempo novo
para o povo carioca.
“O
projeto ‘Rio se Move’ é a parte brasileira de uma iniciativa que nasceu na
Alemanha chamada ‘Rio nos Move’. Junto a várias instituições de caridade, esse
projeto percebeu as necessidades de nosso povo e colocou jovens e adultos à
disposição para nos ajudar. Ao encontrar eco em nossa cidade, nós também
fazemos parcerias. Chama-se ‘Rio se Move’ porque é a cidade se movimentando em
prol dos seus. A CNBB, a Conferência dos Religiosos do Brasil e a ArqRio estão
unidas a essas instituições alemãs para falar, pincipalmente, de um legado mais
humanizado, de forma que os grandes eventos, como os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos, realmente possam chegar ao coração da nossa gente, incluindo,
educando, dando mais expectativas e esperanças de que este evento que vai
passar vai deixar um tempo novo na cidade”, destacou.
Evangelização
e os Jogos Olímpicos
De acordo
com o Cardeal Orani João Tempesta, por conta dos Jogos a cidade se tornou uma
vitrine para o mundo e não pode deixar passar a oportunidade de evangelizar. O
arcebispo ressaltou que a Igreja está atenta e busca estabelecer diálogos e
pontes com os grupos envolvidos.
“Sabemos
que o mundo dos esportes é um campo, ao mesmo tempo, fértil e aberto para a
evangelização. O Rio de Janeiro vai receber esses grandes eventos esportivos, e
a arquidiocese não pode se omitir diante da responsabilidade de fazer com que o
Evangelho seja anunciado e os legados humanos e sociais se destaquem. Ao longo
do século passado e também deste, pontífices e clérigos expressaram essa
ligação por entenderem o esporte como uma importante ferramenta de promoção de
bons valores à sociedade. É a primeira vez que uma cidade da América do Sul
recebe tal evento. Isso fez de nossa cidade uma vitrine para o mundo, com seus
elogios e críticas. A Igreja do Rio está atenta e procurando estabelecer
diálogo e ponte com todos os grupos envolvidos, às vezes com sucesso, outras
nem tanto”, ressaltou.
O cardeal
ainda contou que na Vila Olímpica, local onde os atletas ficarão alojados, será
feita uma ‘capelania’ inter-religiosa, na qual todas as religiões terão espaço.
As pessoas também serão acolhidas nas paróquias próximas à região, e haverá
celebração de missa em diferentes idiomas. Ele ainda lembrou que, durante a
Jornada Mundial da Juventude, em 2013, o Papa Francisco abençoou, pela primeira
vez na história as bandeiras Olímpica e Paralímpica no Santuário do Cristo
Redentor, fortalecendo ainda mais os laços entre a evangelização e o mundo dos
esportes.
Em 2012,
ao final dos Jogos de Londres, a arquidiocese recebeu dois símbolos: a cruz
Olímpica e o ícone da paz. Tais sinais vão marcar a presença da Igreja nos
grandes eventos esportivos mundiais.