Dependendo de sua finalidade o exame de espermograma
pode ser moral ou imoral. Quando ele é solicitado para preparar uma
fertilização in vitro é imoral, pois sua finalidade também o é. Para que haja
um espermograma moralmente aceitável é preciso que a finalidade seja moralmente
aceitável. Este exame, quando solicitado para detectar doenças ou resolver
problemas de infertilidade pode ser aceitável.
Porém, é preciso analisar também o método pelo qual
o espermograma pode ser realizado. Existem métodos lícitos e ilícitos para a
colheita do material e estes devem ser levados em conta também. No dia 02 de
agosto de 1929, o Santo Ofício publicou o seguinte decreto que diz respeito a
utilização da masturbação direta como método para a colheita do esperma. Eis:
“Pergunta: É
lícita a masturbação diretamente procurada para obter esperma com que se pode
descobrir e logo curar, na medida do possível, a doença contagiosa da
‘blenorragia’?”
Resposta: (confirmada pelo Sumo Pontífice em 26 de
jun.): “Não” (DH 2684)
Assim, está descartada a masturbação como método
para obter o esperma a ser examinado. Esse posicionamento não é novo, pelo
contrário, é a posição constante da tradição da Igreja. O próprio Catecismo da
Igreja Católica, no número 2352 diz que:
“Por masturbação se deve entender a excitação
voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo. Na linha
da tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos
fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca e
gravemente desordenado. Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da
faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade.
(…)” (CIC 2352)
Assim, se o ato por si mesmo é desordenado, as
circunstâncias não mudam a sua imoralidade e, portanto, a masturbação para
obter esperma não é aceitável pela Igreja. A solução é buscar método
alternativos para a colheita do material.