sexta-feira, 17 de junho de 2016

Papa: “Uma parte dos nossos matrimônios sacramentais são nulos porque não sabem o que é o sacramento”.


Individualismo, respeito à doutrina, crises do matrimônio. Foram estes os temas abordados em São João de Latrão pelo Papa Francisco ao responder de forma coloquial as perguntas de um sacerdotes e dois catequistas ao final do seu discurso inaugural no Congresso Diocesano de Roma dedicado à família.

O Bispo de Roma seguiu as ideias evocadas no discurso feito antes, deixando mais clara as suas indicações por meio de descrições de exemplos concretos. Como aqueles que testemunham o individualismo, uma ameaça para a família.

Recordou que quando era arcebispo de Buenos Aires, em uma diocese vizinha alguns párocos rejeitavam batizar as crianças de mães meninas. Fruto do individualismo, de acordo com o Papa, da mesma forma que aquele “amaldiçoado bem-estar” que é causa da “terrível” queda demográfica na Itália. “Mas isso começou com aquela cultura do bem-estar, de algumas décadas…”, comenta.

E volta a um problema abordado também recentemente, o de quem prefere ter animais a dar a vida a um filho: “Conheci muitas famílias que preferiam – mas, por favor, não me acusem os defensores dos animais, porque não quero ofender ninguém – preferiam ter dois ou três gatos, um cachorro, em vez de um filho. Porque fazer um filho não é fácil, e depois, levá-lo adiante… Mas, o que mais se torna um desafio com um filho é que se faz uma pessoa que se tornará livre. O cão, o gato, te darão um afeto, mas um afeto “programado”, até um certo ponto, não livre. Se se tem um, dois, três, quatro filhos, serão livres e irão pela vida com os riscos da vida. Este é o desafio que dá medo: a liberdade”.

Precisamente da liberdade – é a opinião do Papa Bergoglio – tem medo o individualismo. Pelo contrário, convidou a preferir uma pastoral em que não se tenha medo de arriscar. “A partir do momento em que você está lá e deve decidir, corre risco! Se errar, aí está o confessor, o bispo, mas corre o risco!”.

Individualismo que demonstrou rejeitar a família de um embaixador, que recentemente foi à Santa Sé para apresentar cartas credenciais ao Papa. Francisco fala que o diplomático, junto com a família, levou a empregada doméstica. “É um exemplo – disse – . Isso é dar lugar às pessoas”.

A este gesto está intimamente ligado o conceito de ternura, a linguagem que se usa com as crianças, feita de carícias e de voz doce. “É a estrada que percorreu Jesus – continua – . Jesus não considerou um privilégio ser Deus: abaixou-se. E falou com a nossa língua, e falou com os nossos gestos”.

Na segunda pergunta o Papa foi questionado sobre o risco de uma dupla moral nas paróquias: de um lado o “rigorismo” e do outro o “laxismo”. De acordo com Bergoglio “ambos não são verdade”. Ele explica que o “Evangelho escolhe outro caminho”, o de Jesus que fala com a samaritana ou com a adúltera. “Isso significa – afirma – buscar a verdade; e que a moral é um ato de amor, sempre: amor a Deus, amor ao próximo. É também um ato que deixa espaço à conversão do outro, não condena rápido, deixa espaço”.

O Santo Padre, em resposta à terceira questão, entra na questão da crise do matrimônio, chamando a atenção sobre a educação dos jovens.

Ele acredita que “uma parte dos nossos matrimônios sacramentais são nulos”, em quanto que os esposos prometem fidelidade por toda a vida, enquanto na verdade “não sabem o que dizem, porque têm uma outra cultura. Dizem-no, e têm a boa vontade, mas não têm a consciência”.

O parecer de Bergoglio é que “um dos problemas” seja “a preparação para o matrimônio”. Além disso – acrescenta – “a crise do matrimônio é porque não se sabe o que é o sacramento, a beleza do sacramento: não se sabe que é indissolúvel, não se sabe que é para toda a vida”.

O Papa, em seguida, passa um conselho para aqueles que já são casados que “não terminem o dia sem fazer as pazes porquês a guerra fria do dia seguinte é pior. É pior, sim, é pior”.

Por fim, o Papa destaca que é dever ter paciência na pastoral do matrimônio, bem como na pastoral das vocações. Convida a ouvir: “o apostolado da escuta, ouvir, acompanhar…”.

O desafio de ser cristão nas Arábias


É importante não generalizar conceitos ou preconceitos a respeito da presença do Islã, seja no Oriente Médio ou nos países do Extremo Oriente da Ásia.

Obviamente, as ações dos grupos radicais, no Iraque e Síria alimentam as notícias das redes da grande mídia internacional, dando a impressão de que o islamismo é igual em todos os lugares.

Expatriados de muitos países que trabalham e moram nos Emirados Árabes Unidos, Omã, Kuwait, Barhein, Qatar e Jordânia, respiram ares bastante diferentes.

Certamente a experiência de praticar religiões que não sejam o Islã é muito diferente, se fizermos comparações com países de tradição e cultura cristãs.

Nos Emirados Árabes Unidos, a presença islâmica é avassaladora. São 5.251 mesquitas espalhadas sobre um território, relativamente pequeno, de 83.600 quilômetros quadrados.

Salas de oração, em centros e edifícios comerciais e parques, reforçam ainda mais a atmosfera islâmica do país. Em qualquer parte da cidade, é possível ouvir os chamados para a oração, cinco vezes por dia, emitidos pelos poderosos sistemas de amplificação.

De acordo com o Research Center's Religion & Public Life Project: United Arab Emirates de 2010 , dos quase 10 milhões de habitantes, 77% são islâmicos, 10% católicos, 4% hinduístas, 2% budistas e 7% outras religiões ou nenhuma.

Uma das preocupações comuns de quem vem morar por esses lados, e não é muçulmano, refere-se à prática de sua religião.

"Será que é proibido seguir outra religião?". "Será que existem igrejas cristãs?". "Como será a vida de um cristão em um país muçulmano?". Estas são as perguntas mais frequentes.

Os governantes dos Emirados Árabes Unidos e a mídia, sempre que uma ocasião se apresenta, manifestam seu orgulho de serem considerados um país aberto e tolerante com as outras religiões.

 As igrejas cristãs e templos no país são construídos em terras generosamente doadas pelos governantes de cada Emirado.

Atualmente, em todo o país, são 8 os locais destinados às igrejas e templos. Todas as atividades relacionadas com o culto e doutrinação devem ser realizadas, nas dependências das instituições religiosas.

As igrejas não têm permissão para exibir cruzes ou colocar sinos acima do teto. As construções devem ser baixas sem a opulência das igrejas cristãs de outros países.

CNBB divulga nota sobre projetos em tramitação no Congresso: PEC 215/2000, PEC 171/1993 e o Projeto de Lei 3722/2012





NOTA DA CNBB SOBRE PROJETOS EM TRAMITAÇÃO NO CONGRESSO
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca
 (Am 5,24)

Reunido em Brasília-DF, nos dias 14 a 16 de junho de 2016, o CONSELHO PERMANENTE DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DE BRASIL - CNBB dirige-se à população brasileira e, em especial, aos atuais responsáveis pelo destino do país, para manifestar, mais uma vez, sua apreensão em relação à grave instabilidade institucional pela qual passa o Brasil. Esta situação exige dos três poderes da República o cuidado corresponsável para preservar os fundamentos de nossa Democracia e para propor ações que assegurem e ampliem os direitos sociais já conquistados, sob pena de sacrificar ainda mais os pobres e excluídos.

A vida socioeconômica e política brasileira passa por turbulências que não devem ser usadas para desviar nossa atenção de vários projetos de lei que, em avançada tramitação no Congresso Nacional, ameaçam conquistas e direitos de populações mais vulneráveis do país. Dentre eles, citamos três sobre os quais já nos pronunciamos em outras ocasiões, no cumprimento de nossa missão humanista e evangelizadora.

A Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC 215/2000), que transfere do Executivo para o Congresso Nacional a demarcação de terras indígenas, é um golpe mortal aos direitos dos povos indígenas, atingindo também comunidades quilombolas. A sede de lucro do agronegócio e os grandes projetos não podem se sobrepor ao direito originário dos indígenas, reconhecido pela Constituição Federal. O compromisso dos parlamentares, juntamente com o Executivo e o Judiciário, é envidar esforços para colocar fim aos conflitos e à violência que têm ceifado inúmeras vidas. “A violência usada para acumular dinheiro que mina sangue não nos torna poderosos nem imortais. Para todos, mais cedo ou mais tarde, vem o juízo de Deus, do qual ninguém pode escapar” (Papa Francisco, Misericordiae Vultus, 19). 

Televisión Española (TVE) se desculpa por imagem polêmica de cartunista brasileiro


A rede ‘Televisión Española’ (TVE) pediu desculpas por usar uma imagem com uma cruz em forma de fuzil, para ilustrar uma reportagem sobre o massacre em uma boate gay em Orlando (Estados Unidos). A charge em questão, que foi retirada das redes sociais, é de autoria do brasileiro Carlos Henrique Latuff, para quem o canal televisivo não deveria ter se desculpado.

“Não há qualquer motivo para que a Televisión Española tenha de se desculpar por publicar em seu telejornal a caricatura que fiz para o Andes-SN em 2014 expondo a homofobia cristã no Brasil. Fico honrado com a deferência e agradeço”, escreveu o cartunista em seu Facebook.

Latuff produziu a charge na qual aparece o Congresso Nacional e, por trás do prédio, um homem vestido de terno, segurando um fuzil cuja ponta é uma cruz, apontado para outro homem usando camisa nas cores do arco-íris, o símbolo da comunidade homossexual.

A charge foi publicada originalmente em fevereiro de 2014, sob o título “A bancada evangélica e a homofobia”, pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), em uma clara acusação de que a bancada evangélica e os políticos cristãos adotavam medidas homofóbicas no Congresso. O cartunista, então, apresenta a cruz como se fosse um instrumento de violência, como em outras charges publicadas por ele.

Ao utilizar a charge de Latuff em seu telejornal, a rede de televisão espanhola acrescentou a legenda “mais amor, menos ódio”. A imagem foi apresentada no encerramento do programa junto a várias outras alusivas ao atentado em Orlando, inclusive cenas da madrugada de domingo, quando Omar Siddiqui Mateen, de descendência afegã, entrou na boate Pulse, em Orlando, e matou 49 pessoas, deixando cerca de 50 feridos. O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou o massacre.

Nós que somos filhos de Deus, conservemo-nos na paz de Deus


O Senhor acrescenta uma condição, que é ao mesmo tempo um mandamento e uma promessa: devemos pedir o perdão dos nossos pecados na medida em que perdoamos a quem nos ofendeu, conscientes de que é impossível alcançar o perdão para as nossas culpas, se não o concedemos àqueles que nos tenham ofendido. Por isso diz também noutro lugar: Com a medida com que medirdes vos será medido. Aquele servo a quem o seu senhor tinha perdoado toda a dívida, foi apesar disso metido no cárcere porque não quis perdoar ao seu companheiro. Por recusar indulgência ao seu companheiro, perdeu a indulgência que tinha obtido do seu senhor.

Cristo volta ainda a insistir nisto mesmo, com maior força e energia, quando nos manda severamente: Quando estiverdes em oração, perdoai se tiverdes alguma coisa contra alguém, para que o vosso Pai que está no Céu vos perdoe os vossos pecados. Se porém, não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu vos não perdoará os vossos pecados. Nenhuma desculpa terás no dia de juízo, porque serás julgado segundo a tua própria sentença e serás tratado segundo o teu modo de proceder.

Deus quer que sejamos homens de paz e concórdia, unânimes em sua casa, e que perseveremos na nossa condição de renascidos para uma vida nova: se somos filhos de Deus, conservemo-nos na paz de Deus, e se temos um só Espírito, tenhamos também um só coração e uma só alma.

Por isso Deus não aceita o sacrifício do que vive em discórdia e manda-o retirar-se do altar para ir primeiro reconciliar-se com seu irmão, porque só as orações de um coração pacífico poderão obter a reconciliação com Deus. O sacrifício mais agradável a Deus é a nossa paz e a concórdia fraterna e um povo cuja união seja um reflexo da unidade que existe entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Também naqueles primeiros sacrifícios que ofereceram Abel e Caim, Deus não olhava para as suas ofertas, mas para os seus corações; por isso aceitou a oferta daquele que a apresentava de coração sincero. Abel, pacífico e justo, oferecendo a Deus um sacrifício irrepreensível, ensina os homens que, ao aproximarem-se do altar para apresentar a sua oferta, devem fazê-lo com temor de Deus, com simplicidade de coração, com a lei da justiça, com a paz da concórdia. Com razão Abel, depois de ter apresentado a Deus um sacrifício perfeito, converteu-se ele próprio em sacrifício a Deus. Deste modo, como primeiro mártir, iniciou com a glória do seu sangue a paixão do Senhor, porque manifestou a justiça e a paz do Senhor. Aqueles que o imitam serão coroados pelo Senhor e no dia do juízo serão glorificados com o Senhor.

Ao contrário, o que vive na dissensão e discórdia e não tem paz com seus irmãos, segundo o testemunho do bem-aventurado Apóstolo e da Sagrada Escritura, não escapará à acusação de ser fautor da discórdia, ainda que sofra a morte pelo nome de Cristo, como está escrito: O que odeia o seu irmão é homicida; e o homicida não poderá entrar no reino dos Céus nem viver com Deus. Não poderá viver com Cristo aquele que preferiu ser imitador de Judas a ser imitador de Cristo.


Do Tratado de São Cipriano, bispo e mártir, sobre a Oração Dominical (Nn. 23-24: CSEL 3, 284-285) (Sec. III)

A tentação diabólica


O Diabo e seus demônios agem de modos diferentes e, por isso, podem ser combatidos também de muitas maneiras. O ponto de partida, porém, é sempre o mesmo: a tentação.

Apesar de haver hoje no mundo uma grande curiosidade acerca da possessão e dos exorcismos, a verdade é que a tentação é muito mais perigosa e importante do que a possessão, pois esta é uma ação extraordinária do diabo, enquanto que aquela é uma ação ordinária, do dia a dia. Santo Tomás, na Suma Teológica, na I seção, questão 114, artigo 2, afirma que o Diabo "sempre tenta para prejudicar, impelindo ao pecado." Ou seja, é próprio de Satanás tentar o homem, é o seu ofício, a sua função.

Assim, a ação demoníaca mais comum na vida do homem é justamente a tentação. Trata-se de um engano, de uma artimanha, crer que o Demônio age somente quando se "apodera" de alguém. Concentrar-se nesse aspecto é prestar um desserviço a si mesmo, pois leva à distração que, por sua vez, conduz ao pecado e à perdição.

O combate espiritual existe e é diário. Não se trata, como muitos imaginam, de algo esporádico, pelo contrário, é uma luta cotidiana e quanto mais cedo se compreender isso, melhor. Santo Tomás deixa clara a importância dessa informação no artigo 1, recordando dois versículos da Carta de São Paulo aos Efésios:

Revesti-vos da armadura de Deus para que possais resistir às insídias do diabo. A nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os Principados, as Potestades, contra os dominadores desse mundo tenebroso, contra os espíritos malignos espalhados nos ares. (6, 11-12)

O Padre Antonio Royo Marin, em sua obra "Teologia de la Perfeccion Cristiana", explica que nem todas as tentações provém do diabo. Ele cita a carta de São Tiago 1, 14: "Cada um é tentado por suas próprias concupiscências que o atraem e seduzem." A Igreja ensina que o homem tem três inimigos: a carne, o mundo e o Diabo.

Ao falar sobre o dom da perseverança, o Concílio de Trento, já recordava essa grande verdade ao dizer que "sabendo que foram regenerados na esperança da glória, devem temer pela batalha que ainda resta contra a carne, contra o mundo, contra o diabo, da qual não podem sair vencedores, se não obedecerem, com a graça de Deus, às palavras do Apóstolo…" (DH 1541)

A palavra "carne" (em latim caro, em hebraico básar, em grego σαρξ, sarx), que designa o primeiro inimigo do homem, é usada na Bíblia em vários sentidos. Nesse especificamente, quer dizer a desordem interna que cada ser humano possui por causa do pecado original e que o leva ao pecado. É a tendência para a transgressão que habita cada ser humano. Ela se inicia com o pecado original e se aprofunda com os pecados pessoais, por isso é que não se pode dizer que toda tentação é obra do demônio. Santo Tomás fala a respeito no artigo 3, da mesma questão:

Diz-se que alguma coisa é diretamente causa de algo quando age diretamente para produzir o efeito. Desse modo, o diabo não não é causa de todo pecado. Com efeito, nem todos os pecados são cometidos por incitação do demônio, mas alguns pela liberdade de nosso arbítrio e pela corrupção da carne. Como diz Orígenes, "mesmo se o demônio não existisse, os homens teriam desejo dos alimentos, dos prazeres sexuais e de outras coisas parecidas." A respeito dessas coisas acontece muita desordem, a não ser que a razão refreie tais desejos, especialmente se se levar em conta a corrupção da natureza. Ora, refrear e ordenar esses desejos depende do livre-arbítrio. Não é pois necessário que todos os pecados provenham da instigação do demônio. Se todavia alguns provém da instigação dele, para cometê-los os ‘homens são enganados agora pela sedução como o foram nossos primeiros pais’, como diz Isidoro.

Santo Ranieri (Rainério) de Pisa

 
Ranieri nasceu em Pisa no ano 1118. Era filho único de uma família tradicional de nobres mercadores riquíssimos. A sua educação foi confiada ao Bispo para que recebesse boa formação religiosa e para os negócios. Porém, Ranieri, mostrando forte inclinação artística, preferiu estudar lira e canto. E para desgosto dos pais, ele se entregou à vida fútil e desregrada, apreciando as festas da côrte onde se apresentava. Com isto, tornou-se uma figura popular e conhecida na cidade de Pisa. Aos dezenove anos de idade, impressionado com a vida miserável dos pobres da cidade e percebendo a inutilidade de sua vida, decidiu mudar. O eremita Alberto da Córsega o estimulou a voltar-se para a vida de valores cristãos e a serviço de Deus. Foi assim que Ranieri ingressou no Mosteiro de São Vito em Pisa, como irmão leigo. Depois de viver até os vinte e três anos de idade recolhido como solitário, doou toda sua fortuna aos pobres e necessitados e partiu em peregrinação à Terra Santa. Ali permaneceu por catorze anos. Vestido com roupas pobres, vivendo só de esmolas, Ranieri lia segredos nos corações, expulsava demônios, relizava curas e conversões. Já com fama de santidade, em 1154, retornou à Pisa e ao Mosteiro de São Vito, sempre como irmão leigo. Em pouco tempo, se tornou o apóstolo e diretor espiritual dos monges e dos habitantes da cidade. Segundo os registros da Igreja, os seus prodígios ocorriam através do pão e da água benzidos, os quais distribuía a todos os aflitos que o solicitavam, o que lhe valeu o apelido de "Ranieri d'água". Ranieri morreu no dia 17 de junho de 1161 e foi proclamado padroeiro dos viajantes e da cidade de Pisa.

São Ranieri de Pisa, vós que durante toda a vida realizastes curas e conversões e que ainda hoje atende às preces dos que vos procuram, peço vossa intercessão por todos aqueles a quem amamos, para que encontrem o caminho da cura, da conversão, da libertação. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

CIMI divulga nota sobre a morte de jovem Guarani-Kaiowá




Nota do Conselho Indigenista Missionário – Cimi
Sobre o assassinato de Jovem Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul

O Conselho Indigenista Missionário – Cimi denuncia e repudia a ação paramilitar realizada por fazendeiros contra famílias do povo Guarani-Kaiowá, do tekohá Tey Jussu, na região de Caarapó, no estado do Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira, 14, que resultou no assassinato do jovem Clodieldo de Souza Guarani-Kaiowá, 26, além de ao menos dez feridos à bala.

Constatamos, com preocupação, que ações paraestatais realizadas por setores do agronegócio tem sido recorrentes no Mato Grosso do Sul. Desde agosto de 2015, quando foi assassinado o líder Simeão Vilhalva, no tekohá Nhenderú Marangatu, foram registrados mais de 20 ataques paramilitares contra comunidades do povo Guarani-Kaiowá no estado. Demonstrando profundo desrespeito ao Estado de Direito e agindo na completa impunidade, latifundiários têm optado pela prática corriqueira da “injustiça pelas próprias mãos” no estado.

Consideramos que a atuação de parlamentares ruralistas na tentativa de aprovar proposições legislativas, como a PEC 215/00, e no âmbito de Comissões Parlamentares de Inquérito, como a CPI do Cimi e a CPI da Funai/Incra, contribuem para aprofundar o sentimento de ódio aos indígenas, agravando ainda mais a situação de violência contra os povos originários no Brasil e, de modo especial, no Mato Grosso do Sul.