terça-feira, 16 de agosto de 2016

Santo Estevão da Hungria



 
A grande alegria de Deus é ver os Seus projetos realizados na vida de Seus filhos, sendo assim os santos não foram aqueles que não tinham defeitos, mas pessoas pecadoras que se abriram e cooperaram com a obra do Espírito Santo em suas vidas. O santo de hoje, nascido no ano de 979, foi filho do primeiro duque húngaro convertido ao Cristianismo através da pregação de Santo Adalberto, Bispo de Praga.

Voik era o seu nome, até ser batizado na adolescência, recebendo o nome de Estevão, o primeiro mártir cristão, tendo sempre como guia e mestre o Bispo de Praga. Santo Estevão casou-se com a piedosa e inteligente Gisela, a qual muito lhe ajudou no governo do povo húngaro, já que precisou unificar muitas tribos dispersas e até mesmo bem usar a ação militar para conter oposições internas e externas.

Ele, até entrar no Céu em 1038, não precisou preocupar-se com a evangelização inicial do povo, mas ocupou-se do aprofundamento do seu povo na graça chamada Cristianismo. De todo o coração, alma e espírito, estreitou cada vez mais a comunhão com o Papa e a Igreja de Roma, isto sem esquecer de ajudar na formação de uma hierarquia eclesiástica húngara, assim como na construção de igrejas, mosteiros e na propagação da Sã Doutrina Católica e devoção a Nossa Senhora.

Santo Estevão, por ser “o primeiro Rei que consagrou a sua nação a Nossa Senhora”, tem uma estátua na Basílica de Nossa Senhora de Fátima e um vitral na capela do Calvário húngaro.

Santo Estevão da Hungria, rogai por nós!


Ó Santo Estêvão, possamos todos nós nos apaixonar pelo cristianismo com os pés na realidade em que vivemos! Queira abençoar não só a sua Hungria mas, também, o Brasil, para que ele possa unido a outros países, construir a ordem e o progresso! Amém.

Preparada pelo Altíssimo, prometida pelos Profetas




Não convinha que Deus nascesse senão da Virgem; e convinha que da Virgem não nascesse senão Deus. Por isso o Criador dos homens, que tinha decidido fazer‑Se homem e nascer do homem, teve de escolher, ou melhor, de formar uma tal mãe que fosse digna d’Ele e Lhe agradasse plenamente. Quis, portanto, nascer de uma virgem: o Imaculado quis nascer da Imaculada, porque Ele vinha purificar os homens de toda a mácula. Quis que sua Mãe fosse humilde, porque Ele, manso e humilde de coração, devia oferecer a todos o exemplo destas virtudes tão necessárias à salvação. Concedeu à Virgem o dom da maternidade, Ele que Lhe tinha inspirado o propósito da virgindade e a tinha enriquecido com o mérito da perfeita humildade. De outro modo, como poderia depois o Anjo proclamá‑la cheia de graça, se nela houvesse alguma coisa, por pouco que fosse, que não lhe viesse da graça? Assim aquela que havia de conceber e dar à luz o Santo dos Santos, recebeu o dom da virgindade para que fosse santa no corpo e o dom da humildade para que fosse santa no espírito. Adornada com as pérolas preciosas destas virtudes e resplandecente com a dupla beleza da sua alma e do seu corpo, a Virgem real foi conhecida nas moradas celestes em todo o esplendor da sua formosura e atraiu sobre Si o olhar dos cidadãos do Céu; e o Rei, encantado com a sua beleza, enviou‑Lhe lá do alto um mensageiro celeste. Foi enviado um Anjo à Virgem. Virgem no seu corpo, virgem na sua alma, virgem por sua decisão, virgem santa de alma e corpo, como a descreve o Apóstolo; e não foi encontrada recentemente ou por acaso, mas eleita desde a eternidade, predestinada e preparada pelo Altíssimo, guardada pelos Anjos, prefigurada pelos Patriarcas, prometida pelos Profetas.


Das Homilias de São Bernardo, abade, «Em louvor da Virgem Mãe»
(Hom. 2, 1-2.4:Opera Omnia, Edit. Cisterc. 4 [1966], 21-23) (Sec XII)

Como surgiram os seminários?


No dia 15 de julho de 1563, os bispos reunidos no Concílio de Trento (1545-1563) aprovaram por unanimidade o decreto “Cum Adolescentium Aetas“, que recomendava a criação de seminários em cada diocese.

A medida, de grande relevância na época, dotava a Igreja de um instrumento para o cuidado das vocações ao sacerdócio ordenado, ainda hoje um elemento fundamental e imprescindível. Parece útil, portanto, reviver os acontecimentos e os personagens que determinaram o nascimento dos seminários, na certeza de que a reflexão sobre o nosso passado oferece subsídios importantes para a Igreja de hoje.

Sem exagero, pode-se afirmar com segurança que o Concílio de Trento representou uma das viradas mais importantes na história da Igreja moderna, porque, recolhendo e canalizando os impulsos positivos provenientes de vários setores do mundo católico de uma forma concreta e sistemática, apesar das numerosas dificuldades e inconvenientes, passou-se a aspirar a uma reforma da Igreja e a uma renovação geral, o que acabou ativando uma sucessiva e gradual formação de um modelo eclesial destinado a perdurar nos séculos. Mas a nenhum sujeito eclesial mais do que ao clero foi dirigida a urgência reformadora dos padres tridentinos. Esta peculiar atenção respondia a uma convicção – que era também uma esperança – particularmente difundida: uma virada moral e espiritual para toda a Igreja só seria realmente possível a partir de uma mudança radical que, antes de tudo, investisse nos pastores do rebanho, isto é, nos bispos e nos sacerdotes.

Como observou sobre a revolução protestante o grande historiador Hubert Jedin, “a crise do cisma foi, em última análise, a crise da formação sacerdotal”. Ao instituir os seminários, o Concílio de Trento deu à Igreja um importante legado que não é uma relíquia do passado. O Concílio Vaticano II reafirmou a sua necessidade, como um lugar onde “toda a educação dos alunos deve ter o objetivo de formar verdadeiros pastores de almas, seguindo o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, Mestre, Sacerdote e Pastor”.

São Roque




Roque nasceu no ano de 1295, na França, em uma família rica, da nobreza da região. Ficou órfão na adolescência e vendeu toda a herança, distribuindo o que arrecadou entre os pobres. Depois disto, viveu como peregrino andante. Percorreu a França com destino à Roma.

No caminho, Roque deparou com regiões infestadas pela chamada peste negra. Era comum, ver à beira das estradas, pequenos povoados só de doentes que foram isolados do convívio das cidades, para evitar o contágio do restante da população ainda sã. Enxergando nas pobres criaturas o verdadeiro rosto de Cristo, Roque se atirou de corpo e alma na missão de tratá-los.

Seu zelo pelos doentes era tanto que ele descuidou-se de si próprio. Certo dia percebeu uma ferida na perna e viu que fora contaminado pela peste. Assim, decidiu se refugiar sozinho em um bosque, onde foi amparado por Deus.

Roque foi encontrado por um cão. Este animal passou a levar-lhe algum alimento todos os dias, até que seu dono, curioso, um dia o seguiu. Comovido, constatou que era seu cão que socorria o pobre doente. Este homem auxiliou Roque na sua recuperação.

Já com a saúde em dia, Roque voltou para sua cidade, mas foi preso, considerado como um espião. No cárcere continuou praticando a caridade e pregando a palavra de Cristo, convertendo muitos prisioneiros e aliviando suas aflições, até morrer.

Hoje as relíquias de São Roque são veneradas na belíssima basílica dedicada à ele em Veneza, Itália, sendo considerado o Santo protetor contra as pestes. 


Ó inefável padroeiro nosso, São Roque, pela ardente caridade com que amastes o próximo nesta terra, chegastes a expor vossa própria vida para assisti-lo nas necessidades e doenças, especialmente nas moléstias contagiosas. Oh! Fazei que estejamos sempre livres dessas terríveis enfermidades e livrai-nos da peste ainda perigosa que é o pecado. Amém.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

No exterior, combates; no interior, temores


Os santos varões, envolvidos na luta das adversidades, ao mesmo tempo que golpeiam a uns, a outros sustentam pela persuasão; àqueles opõem o escudo da paciência, a estes atiram as setas da doutrina, e em ambos os modos de combater, impõem-se pela maravilhosa arte da virtude. Dentro, compõem com sabedoria as coisas desregradas, e fora, desprezam com fortaleza as adversas. Ensinando, corrigem a uns; a outros, tolerando, barram o caminho. Pois pela paciência suportam os inimigos que atacam, mas por compaixão reconduzem à salvação os irmãos mais fracos. Resistem àqueles para que não desencaminhem os outros. A estes oferecem a sua solicitude, para que não se desviem totalmente do caminho reto.  

Contemplemos o soldado dos exércitos de Deus, lutando contra ambos. Diz: No exterior, combates; no interior, temores(2Cor 7,5). Enumera as pelejas que sustenta fora: Perigos nos rios, dos ladrões, perigo dos de minha raça, perigos dos gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos dos falsos irmãos (2Cor 11,26). Nesta guerra, aos dardos a se lançarem contra o adversário, acrescenta: Nos trabalhos e tristezas, nas muitas vigílias, na fome e na sede, em muitos jejuns, no frio e na nudez (2Cor 11,27).  

Mas, envolvido em tantas lutas, diz como guardava pela fortaleza das vigílias o próprio acampamento. Ajunta logo: Além destas coisas exteriores, minha preocupação diária, a solicitude por todas as Igrejas(2Cor 11,28). Com coragem aceita em si as lutas e se consagra com misericórdia a proteger o próximo. Contra os males sofridos, acrescenta o bem realizado.  
Imaginemos que trabalho tolerar os males de fora e ao mesmo tempo proteger os fracos de dentro. Suporta no exterior adversidades. Pois é rasgado pelas chicotadas, preso em cadeias. No interior, sente o medo de que seus sofrimentos sejam obstáculos não para si, mas para os discípulos. Por isto escreve-lhes: Ninguém se perturbe com estas tribulações. Vós mesmos sabeis que para isto fomos escolhidos (1Ts 3,3). Em seus padecimentos temia a queda dos outros, porque se os discípulos soubessem que suportava açoites pela fé, talvez viessem a recusar o testemunho de fidelidade.  

Ó entranhas de imensa caridade! Não se importa com aquilo que ele mesmo sofre e cuida de que os discípulos não sofram de alguma ideia perniciosa no coração. Despreza em si as feridas do corpo e sara nos outros as feridas do coração. Os justos têm isto de próprio: na dor de suas atribuições, não abandonam o interesse pelo bem do outro; e, sofrendo, estão atentos a ensinar o necessário aos outros e sofrem como grandes médicos doentes. Em si toleram as feridas profundas e prescrevem a outros os medicamentos salutares.



Dos livros Moralia sobre Jó, de São Gregório Magno, papa
(Lib. 3,39-40: PL75,619-620)             (Séc.VI)

São Tarcísio




Tarcísio foi um mártir da Igreja dos primeiros séculos, vítima da perseguição do imperador Valeriano, em Roma, Itália. Ele era acólito do Papa Xisto II, servindo ao altar nos serviços secundários, acompanhando o Santo Papa na celebração eucarística.

Durante o período das perseguições, os cristãos eram presos, processados e condenados a morrer pelo martírio. Nas prisões, eles desejavam receber o conforto final da Eucaristia. O Papa Sisto II queria levar o Pão Sagrado a mais um grupo de mártires que esperavam a execução, mas não sabia como.

Foi quando Tarcísio pediu ao Santo Papa que o deixasse tentar, pois não entregaria as hóstias a nenhum pagão. Ele tinha doze anos de idade. Comovido, o Papa S isto II o abençoou e lhe deu uma caixinha de prata com as hóstias. Mas Tarcísio não conseguiu chegar à cadeia.

No caminho foi identificado e como se recusou a dizer e entregar o que portava, foi abatido e apedrejado até morrer. Depois de morto, foi revistado e nada acharam do Sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, simpatizante dos cristãos, que o levou às catacumbas, onde foi sepultado.

Seu corpo repousa na Basílica de são Silvestre, em Roma.  Tarcísio foi declarado padroeiro dos coroinhas ou acólitos, que servem ao altar.


Senhor Deus de bondade, olhai pelos nossos jovens e abençoai-os com a luz do seu amor. Que pela intercessão de São Tarcísio sejam os jovens conduzidos pelos caminhos da bondade e da justiça e se esforcem em realizar a vontade de Deus. Isso vos pedimos por Cristo nosso Senhor. Amém.

Homilética: Solenidade da Assunção de Nossa Senhora (15 de agosto): "Feliz aquela que te trouxe no seu ventre".*




Hoje celebramos a festa do primeiro ser humano – Maria - que, depois de Cristo seu Filho, experimentou a vitória total contra a morte, também corporalmente. Não estamos feitos para a morte, mas para a vida, para a ressurreição (segunda leitura).

Este foi o último dogma proclamado pelo Papa Pio XII em 1º de novembro de 1950: “Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Depois de ter lutado contra todos os inimigos da nossa alma (primeira leitura) e graças a que Cristo venceu o último inimigo - a morte - (Segunda leitura), Deus nos concederá a ressurreição do nosso corpo.

Nosso Senhor quis Ele mesmo subir aos céus contemplado pelos homens. Mas, também quis que a Assunção de Nossa Senhora para o Céu, depois da d'Ele, se desse diante do olhar humano. Por quê?

Era preciso que a Ascensão fosse vista por homens que pudessem dar testemunho desse fato histórico duplo: não só de que Nosso Senhor ressuscitou, mas de que tendo ressuscitado Ele subiu aos Céus. Subindo ao Céu, Ele abriu o caminho para as incontáveis almas que estavam no Limbo à espera da Ascensão para se irem assentar à direita do Padre Eterno.

Antes de Nosso Senhor Jesus Cristo ninguém podia entrar no Céu. Apenas os anjos lá estavam. Então, Nosso Senhor, na Sua Humanidade santíssima, foi a primeira criatura – porque Ele ao mesmo tempo é Homem-Deus – que subiu aos Céus. E enquanto Redentor nosso, Ele abriu o caminho dos Céus para os homens.

Também era preciso que Ele, que sofreu todas as humilhações, tivesse todas as glorificações. E glória maior e mais evidente não pode haver do que o subir aos Céus. Porque significa ser elevado por cima de todas as coisas da Terra e unir-se com Deus Pai transcendendo este mundo, onde nós estamos, para se unir eternamente com Deus no Céu Empíreo.

Jesus Cristo quis que Nossa Senhora tivesse a mesma forma de glória. Assim como Ela tinha participado como ninguém do mistério da Cruz, que Ela participasse também da glorificação d'Ele. A glorificação d'Ela se deu sendo levada aos Céus.


Foi uma assunção e não uma ascensão. A ascensão foi a de Nosso Senhor ao céu por Sua própria força e poder. A assunção não é igual. Nossa Senhora não subiu ao Céu por um poder próprio, mas pelo ministério dos anjos. Ela foi carregada aos céus pelos Anjos. Foi a grande glorificação d'Ela nesta terra, prelúdio da glorificação d'Ela no Céu.