sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Cristo não quer perdoar nada sem a Igreja


Há duas coisas que só a Deus pertencem: a honra de receber a confissão e o poder de perdoar os pecados. A Ele devemos fazer a confissão; d’Ele devemos esperar o perdão. Só a Deus pertence perdoar os pecados; e por isso a Ele devem ser confessados. Mas o Senhor todo-poderoso e excelso tomou uma esposa débil e humilde; era escrava e fê-la rainha, estava a seus pés e colocou-a a seu lado. De facto, foi do seu lado que nasceu a Igreja e do seu lado a tomou como esposa. E assim como tudo o que é do Pai é também do Filho, e o que é do Filho é também do Pai, porque são um só por natureza, assim também o Esposo deu à esposa tudo o que era seu e tornou-Se participante de tudo o que era da esposa e fez dela uma só coisa consigo e com o Pai. Eu quero, diz o Filho ao Pai, intercedendo pela esposa,que, assim como Eu e Tu somos um só, também eles sejam um só conosco.
 
Portanto, o Esposo, que é um só com o Pai e um só com a esposa, destruiu o que havia de menos santo na esposa, cravando-o na cruz; tomou sobre Si os seus pecados no madeiro da cruz e destruiu-os pela cruz. Assumiu o que era próprio da natureza da esposa e concedeu-lhe o que era próprio da sua divindade. Suprimiu o que era diabólico, tomou o que era humano, deu o que era divino; por isso, tudo quanto é da esposa é também do Esposo. E assim, Aquele que não cometeu pecado e em cuja boca não se encontrou mentira pôde dizer: Tende compaixão de mim, Senhor, porque desfaleço; e deste modo Ele participa na debilidade e no pranto da esposa e tudo se torna comum entre o Esposo e a esposa, inclusivamente a honra de receber a confissão e o poder de perdoar os pecados; assim se explica aquela palavra: Vai mostrar-te ao sacerdote.
 
Por conseguinte, a Igreja nada pode perdoar sem Cristo, e Cristo nada quer perdoar sem a Igreja. A Igreja não pode perdoar senão a quem se arrepende, isto é, a quem Cristo tocou com a sua graça; e Cristo não quer perdoar a quem despreza a Igreja. Portanto não separe o homem o que Deus uniu. Eu digo: É grande este mistério em relação a Cristo e à Igreja.
 
Não separes, portanto, a cabeça do corpo, não impeças a acção do Cristo total, porque nem Cristo é total sem a Igreja, nem a Igreja é total sem Cristo. Cristo total e inteiro é a cabeça e o corpo. O Senhor disse: Ninguém subiu ao Céu senão o Filho do homem que está no Céu. Este é o único homem que perdoa os pecados.


Dos Sermões do beato Isaac, abade do Mosteiro de l’Étoile
(Sermo 11: PL 194, 1728-1729) (Sec. XII)

"Procissão da bíblia" e "dança litúrgica", o que fazer?


A prática da entrada ou procissão da Bíblia, logo antes da primeira leitura, muitas vezes acompanhada de dança, vem sendo tolerada há muito tempo. Fato é que esse “rito” não existe oficialmente, isto é, nos livros e normas litúrgicas. O motivo pelo qual ainda não foi permitida oficialmente, apesar da intensa prática, é que não tem nenhum sentido litúrgico-teológico e ainda perturba o andamento da celebração.

1. Na liturgia, Cristo está presente na “palavra proferida”, não no livro: “Ele está presente em sua palavra visto que é ele próprio quem fala quando as Escrituras são lidas na Igreja”. Esta presença é sinalizada pelo ambão e pela beleza dos livros litúrgicos, isto é, o lecionário e o evangeliário. Em virtude deste sinal, o livro venerado deve ser o que vai ser lido. O livro das leituras ou a Bíblia não é Palavra de Deus se serve apenas como enfeite.

2. Após a Oração do dia ou coleta, os fiéis imediatamente se sentam e fazem silêncio para ouvir a Palavra de Deus. É a prática de séculos. Quando se introduz um rito não previsto neste momento, gera-se um desconforto na assembleia, quebra-se o ritmo. É um “ruído litúrgico”. O que é previsto é a entrada do evangeliário na procissão de entrada, levado pelo diácono ou, na falta deste, um leitor. É colocado no centro do altar, voltado para o povo, e é levado novamente em procissão na hora do Evangelho, por aquele que proclama. Na falta do evangeliário, entra o lecionário que vai direto ao ambão.

São Pedro Claver


Pedro Claver nasceu em Barcelona, na Espanha, em 1580. Filho de um casal de gente do campo, o jovem espanhol manifestou desde cedo sua vocação religiosa. Tornou-se jesuíta, logo viajando para uma missão em Cartagena, atual país da Colômbia. 

Começou então o apostolado que iria marcar sua vida: o trabalho como os negros que vinham escravizados da África. Apesar das dificuldades da língua, a linguagem do amor e da caridade falava ao coração dos escravos e aproximava-os de Pedro Claver. 

O missionário além de lhes dar alimento, vinho e tabaco, oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e lhes dar esperança. Por esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e bondoso pai. 

Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles. O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e oferecer-lhes a salvação eterna. Com essa proposta, Pedro de Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica. 

Durante a peste não abandonou os escravos, mas acabou contaminado. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro de Claver morreu aos setenta e três anos de idade, em 08 de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria. 
  

Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Pedro Claver anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Carro com material explosivo é encontrado próximo à Catedral de Notre Dame, na França


Duas pessoas foram presas no dia 3 de setembro, depois de encontrarem um carro com vários bujões de gás dentro delem seu interior. O veículo estava estacionado perto da Catedral de Notre Dame, em Paris (França).

A mídia francesa indicou que inicialmente seis pessoas foram presas, supostamente relacionadas ao carro onde foram encontrados os bujões de gás. A DGSI – seção antiterrorista da Direção geral de Inteligência Interior – é responsável pela investigação.

O carro, estacionado próximo à famosa catedral católica de Notre Dame, ao parecer, não tinha registro e estava com o pisca alerta ligado; dentro dele havia sete bujões de gás no banco do carona.

Roubos sacrílegos em igrejas da Argentina e do Chile


Três imagens religiosas da época colonial foram roubadas de uma igreja jesuíta na Calera de Tango, localizada a 24 quilômetros de Santiago (Chile), na madrugada do sábado, 3 de setembro.

A Virgem da Assunção, São Luis Gonzaga e Santo Inácio de Loyola são imagens de madeira policromada de tamanho natural (aproximadamente 1.50 metros) e foram roubadas de dentro do templo. Elas datam de 1770 e têm um valor de aproximadamente 300 milhões de pesos (450 mil dólares).

Os dados preliminares indicam que desconhecidos pularam os muros perimetrais, subiram no teto até o campanário para entrar no templo pelo coro.

Os sujeitos não levaram outros objetos de valor, por isso a polícia, que está investigando este roubo, não descarta um roubo por encomenda. 

Fernando Guzmán, doutor em História da Arte pela Universidade de Sevilla e professor da Universidade Adolfo Ibáñez, comentou ao Grupo ACI que as imagens representam um capítulo importante dentro da história cultural do país, pois “foram feitas por um grupo de 38 artesãos jesuítas de origem alemã que chegaram ao Chile durante o século XVIII para mudar totalmente o ambiente artístico”.

O que era antigo passou. Tudo se renova




Cristo é o fim da lei; Ele nos faz passar da escravidão da lei para a liberdade do espírito. N’Ele está a perfeição da lei, porque, sendo o supremo legislador, deu pleno cumprimento à sua missão, transformando em espírito a letra da lei e recapitulando em Si todas as coisas. A lei foi vivificada pela graça e foi posta ao seu serviço, formando com ela uma composição harmoniosa e perfeita. Cada uma delas conservou as suas características próprias, sem alteração nem confusão; mas o que na lei havia de penoso e servil tornou‑se, por uma transformação divina, fonte de suavidade e liberdade, e deste modo, como diz o Apóstolo, já não somos escravos dos elementos do mundo, nem oprimidos pelo jugo da letra da lei.
 
O mistério de Deus que Se faz homem e a consequente divinização do homem assumido pelo Verbo representam o compêndio perfeito dos benefícios de Cristo em nosso favor e o aniquilamento de toda a vã presunção da natureza humana. Mas convinha que a esplendorosa e surpreendente vinda de Deus aos homens fosse precedida por uma alegria especial que nos preparasse para o dom grandioso e admirável da salvação. Este é o significado da festa que hoje celebramos, porque o nascimento da Mãe de Deus é o princípio desses bens prometidos, princípio que terá o seu termo e conclusão na predestinada união do Verbo com a carne. Hoje nasce a Virgem Maria; será amamentada e crescerá, preparando‑se deste modo para ser a Mãe de Deus, Rei de todos os séculos.
 
Deste nascimento nos vem um duplo benefício: por um lado, eleva‑nos ao conhecimento da verdade; e por outro, liberta‑nos de uma vida escravizada à letra da lei. De que modo e em que condições? A luz dissipa as trevas e a graça liberta‑nos da escravidão da lei. Esta é uma solenidade de confins entre o Antigo e o Novo Testamento: a verdade substitui os símbolos e as figuras, e a nova aliança substitui a antiga.
 
Cantem e exultem todas as criaturas e participem condignamente na alegria deste dia. Juntem‑se nesta celebração festiva os céus e a terra, tudo o que há no mundo e acima do mundo. Porque hoje é o dia em que o Criador do universo edificou o seu templo; hoje é o dia em que a criatura prepara uma nova e digna morada para o seu Criador.



Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo
(Sermão 1: PG 97, 806-810) (Sec. VIII)

Para não cair nos ardis do Anticristo



 

O Anticristo seduzirá aos que não tem caridade; por isso há que pedir à Deus que se digne chamar-nos e não permita que nos apartemos da verdade.


Por isso Deus lhes enviará ou permitirá que obre neles o artifício do erro, com que creiam na mentira, para que sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas que se comprazeram na maldade. Mas nós devemos sempre dar graças à Deus por vós, irmãos amados de Deus, por Deus havê-los escolhido por primícias de salvação, mediante a santificação do espírito e a verdadeira fé que lhes foi dada; na qual os chamou assim mesmo por meio de nosso Evangelho, para fazê-los chegar a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que assim, meus irmãos, ficai firmes e mantenham as tradições que haveis recebido, ora por meio da pregação, ora por carta nossa. E Nosso Senhor Jesus Cristo, e Deus, nosso Pai, que nos amou, e deu eterno consolo, e boa esperança pela graça, alente vossos corações e os confirme em toda obra e palavra boa. - 2 Tessalonicenses 2,10-16


Ao dizer logo: “mas nós”, mostra porque os fiéis de Cristo se verão livres; da graças por eles e relembra a memória dos benefícios divinos, pelos quais se veem livres desses males.

Diz pois assim: eles serão enganados, mas “nós devemos dar graças” (Rm 1). E recorda dois benefícios divinos, à saber, a eleição de Deus, que é eterna, e a vocação, que é temporal.


Disse pois: “porque nos elegeu” a nós, os Apóstolos, “e a vós”, os fiéis (Ef 1; Jo 15). Toca em três pontos na matéria da eleição, à saber, na ordem dos eleitos, no fim da eleição e no meio de conseguir o fim.

 

Todos os santos tem sido eleitos desde o princípio do mundo (Deut. 33); mas as primícias de modo especial são os Apóstolos (Rm 8).


Por isso diz: “primícias da fé”. Assim mesmo o fim da eleição é a salvação eterna, como diz: “para a salvação” (1Tm 2).

Natividade de Nossa Senhora


Hoje é comemorado o dia em que Deus começa a pôr em prática o Seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Esta “casa”, que é Maria, foi construída com sete colunas, que são os dons do Espírito Santo.

Deus dá um passo à frente na atuação do Seu eterno desígnio de amor, por isso, a festa de hoje, foi celebrada com louvores magníficos por muitos Santos Padres. Segundo uma antiga tradição os pais de Maria, Joaquim e Ana, não podiam ter filhos, até que em meio às lágrimas, penitências e orações, alcançaram esta graça de Deus.

De fato, Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe do Rei dos séculos, para ser a Mãe de Deus. E por isso comemoramos o dia de sua vinda para este mundo, e não somente o nascimento para o Céu, como é feito com os outros santos.

Sem dúvida, para nós como para todos os patriarcas do Antigo Testamento, o nascimento da Mãe, é razão de júbilo, pois Ela apareceu no mundo: a Aurora que precedeu o Sol da Justiça e Redentor da Humanidade.
Nossa Senhora, rogai por nós!



Oh! Maria santíssima! Eleita e destinada ao eterno pela augustíssima Trindade para Mãe do unigênito Filho do Pai, anunciada pelos profetas, esperada dos Patriarcas, e desejada de todas as gentes; Sacrário e templo vivo do Espírito Santo, sol sem mancha, porque fostes concebida sem pecado original, Senhora do céu e da terra, Rainha dos anjos; Nós humildemente prostrados vos veneramos, e nos alegramos da solene comemoração anual de vosso felicíssimo Nascimento; E do mas íntimo de nosso Coração vos suplicamos que vos digneis benigna vir a nascer espiritualmente em nossas almas, para que cativadas estas por vossa amabilidade e doçura, vivam sempre unidas a vosso dulcíssimo e amabilíssimo coração.