domingo, 11 de setembro de 2016

São João Gabriel Perboyre


João Gabriel Perboyre nasceu em 1802 na França, numa família de agricultores profundamente cristã. Era o primeiro dos oito filhos do casal, sendo educado para seguir a profissão do pai. 

Mas o menino era muito piedoso demonstrando desde a infância sua vocação religiosa. Assim aos catorze anos, junto com dois de seus irmãos ingressou na Congregação da Missão fundada por São Vicente de Paulo. 

João Gabriel recebeu a ordenação sacerdotal em 1826. Ficou alguns anos em Paris, como professor e diretor nos Seminários Vicentinos. Porém seu desejo era ser um missionário na China. 

Depois de várias tentativas, João Gabriel conseguiu chegar na China e viveu disfarçado, pois a presença de estrangeiros era proibida por lei. Entretanto foi denunciado e preso, na perseguição de 1839. Permaneceu um ano no cativeiro, sofrendo torturas cruéis, até ser amarrado à uma cruz e estrangulado, no dia 11 de setembro de 1840. 

Beatificado em 1889, João Gabriel foi proclamado Santo, pelo Papa João Paulo II, em 1996. Ele se tornou o primeiro missionário da China a ser declarado Santo pela Igreja. 



Deus eterno e todo-poderoso, que destes a Beato João Gabriel Perboyre a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades, e correr ao encontro de vós que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

sábado, 10 de setembro de 2016

Para ser salvos precisamos deixar a autossuficiência, diz Papa

 
JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA

PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA JUBILAR

Sábado, 10 de setembro de 2016
Com a sua morte e ressurreição, Jesus Cristo venceu a morte e o pecado para nos libertar do seu domínio. Alcançamos a salvação pelo seu Sangue; Ele é o Cordeiro que foi sacrificado por nós, para podermos receber uma vida nova de perdão, amor e alegria. Por Ele alcançamos a redenção. Atualmente a palavra «redenção» é pouco usada; parece que não agrada ao homem e à mulher de hoje pensar que foram libertos e salvos por uma intervenção de Deus; iludem-se que podem obter tudo com a força da sua própria liberdade; mas não é assim! Estas ilusões são vendidas com o pretexto de liberdade, mas quantas novas escravidões se criam nos nossos dias em nome duma falsa liberdade! Precisamos de Deus que nos liberte de todas as formas de indiferença, egoísmo e autossuficiência. Toda a nossa vida, apesar de marcada pela fragilidade do pecado, decorre sob o olhar de Deus que nos ama. E o seu amor é sem limites. Nunca esqueçamos que, tanto nas angústias e perseguições como nas aflições e sofrimentos de cada dia, somos sempre libertados pela mão misericordiosa de Deus, que nos aconchega a Si e conduz a uma vida nova. Podemos descobrir sinais sempre novos da sua solicitude por nós e sobretudo da sua vontade de nos preceder e alcançar com o seu amor e cumular da sua misericórdia.

Suicídio: cuidado e prevenção


Desde a década de 90 a Organização Mundial da Saúde trata o suicídio como um problema de saúde pública. Reduzir as taxas de suicídio é um desafio coletivo. Refletir sobre o tema é pensar sobre a vida e a morte, as possibilidades e os limites do agir humano. Trata-se, em última análise, de deparar-se com a realidade do próprio ser humano, do mundo e de Deus.

O que o suicida procura desesperadamente é uma saída no fim do túnel, uma fuga rápida e fácil para uma situação de extremo e insuportável sofrimento. O indivíduo, então, projeta suas fantasias nesta realidade misteriosa que ele conhece por morte. Ele não quer a morte em si, nem o que ela significa de fato, mas o que representa para o sujeito: a possibilidade real, talvez única, de parar de sofrer. 

A estrutura, o ambiente e a educação familiar são fundamentais para desenvolver níveis de felicidade que diminuam o instinto autodestrutivo. Aqui entram a ética e o cuidado para pensar preventivamente, atuando no sistema educacional, reconstruindo sentidos, resgatando valores, autorizando a expressão de sentimentos e pensamentos, fortalecendo os vínculos e a espiritualidade.

A ressurreição e a vida nova


O Verbo de Deus, Filho do eterno Pai, não abandonou a natureza humana que caminhava para a ruína, mas com a oblação do seu próprio corpo destruiu a morte, sob cujo domínio o homem tinha caído. Com os seus ensinamentos corrigiu a negligência humana e pelo seu poder restaurou tudo o que o gênero humano tinha perdido.
 
Quem ler os escritos dos autores sagrados verá tudo isto confirmado com a sua autoridade de discípulos do Salvador, quando dizem: O amor de Cristo nos impele, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos portanto morreram. Cristo morreu por todos, para que os vivos deixem de viver para si próprios, mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles. E noutro lugar: Aquele Jesus que por um pouco foi infe- rior aos Anjos, vemo-l’O agora coroado de glória e de honra por causa da morte que sofreu, pois era necessário que pela graça de Deus experimentasse a morte em proveito de todos.
 
A seguir, o mesmo texto indica a razão pela qual só o Filho de Deus, e não qualquer outro, devia fazer-Se homem: Convinha, na verdade, que Deus, origem e fim de todas as coisas, querendo conduzir para a sua glória um grande número de filhos, levasse à glória perfeita pelo sofrimento o Autor da salvação. Estas palavras significam que libertar os homens da corrupção corresponde unicamente ao Verbo de Deus, por quem no princípio foram criados.
 
Se o Verbo tomou corpo, foi para poder oferecer-Se como vítima pelos que tinham corpos semelhantes ao seu, como de- clara a Escritura: Uma vez que os filhos têm o mesmo sangue e a mesma carne, também Ele compartilhou igualmente a mesma natureza, para reduzir à impotência, pela sua morte, aquele que tinha o poder sobre a morte, isto é, o diabo, e libertar aqueles que pelo receio da morte se encontravam durante a vida inteira sujeitos à escravidão. Assim, ao imolar o próprio corpo, pôs fim à lei que pesava sobre nós e, pela esperança da ressurreição, fez-nos começar uma vida nova.
 
Porque a morte tinha recebido dos homens as forças com que os dominara; mas pela encarnação do Verbo de Deus foi destruída a morte e restaurada a vida, como diz o Apóstolo: Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque do mesmo modo que em Adão todos morrem, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Já não morremos como condenados, mas morremos com a esperança de ressuscitar dos mortos, no dia da ressurreição universal que Deus realizará e nos concederá a seu tempo.


Dos Sermões de Santo Atanásio, bispo
(Oratio de incarnatione Verbi, 10: PG 25, 111-114) (Sec. IV)

Mês da Bíblia 2016 traz como proposta de estudo o livro do profeta Miqueias.


Miqueias, termo hebraico que pode ser traduzido por “quem como Javé?”, uma espécie de aclamação litúrgica, nasceu em Morasti – aldeia situada no interior de Judá, perto da cidade de Gat, a cerca de 30 km a sudoeste da capital Jerusalém –, em meio à realidade conflitiva e sofrida dos camponeses, vítimas dos grandes proprietários de terra e do exército.

Ao abrirmos o livro do profeta Miqueias, deparamo-nos com fortes denúncias e julgamentos severos contra as autoridades do seu tempo. À luz de seu sofrimento e de sua mística, o profeta acredita que Javé, o Deus da vida, não compactua com a realidade de injustiça. No século VIII a.C., Judá passou por momentos muito difíceis, como guerras constantes, expropriação de produtos e de terras dos camponeses, recrutamento para os exércitos e para as obras públicas.

A situação em que vivemos não mudou muito. Os conflitos em torno da posse da terra continuam e muitas pessoas são assassinadas por defenderem o direito à terra. Enfrentamos altas tributações no campo e na cidade, e as autoridades políticas defendem seus próprios interesses. Cresce o desemprego e a violência, o que faz o medo e a insegurança se tornarem parte do nosso cotidiano. Impera a lógica do “salve-se quem puder”. Com os pés fincados no século VIII a.C. e em nossa realidade, queremos reler a profecia de Miqueias, buscando luzes para iluminar a nossa pastoral.

Como porta-voz da população camponesa, esmagada pelo sofrimento, Miqueias grita:

Escutem bem, chefes de Jacó, governantes da casa de Israel! Por acaso, não é obrigação de vocês conhecer o direito? Inimigos do bem e amantes do mal, vocês arrancam a pele das pessoas e a carne de seus ossos. Vocês são gente que devora a carne do meu povo e arranca suas peles; quebra seus ossos e os faz em pedaços, como um cozido no caldeirão. Depois, vocês gritarão a Javé, mas ele não responderá. Nesse tempo, ele esconderá o rosto, por causa da maldade que vocês praticaram (Mq 3,1-4).[1]

Podemos ouvir a voz do profeta nos capítulos 1-3, oráculos escritos no fim do século VIII a.C., período no qual a Palestina era dominada pelo império assírio. Com base nesses capítulos, é possível enxergar a dura realidade do povo, esmagado pelos tributos entregues ao império e aos dirigentes de Judá. Além disso, o povo era explorado pelos fazendeiros, militares e comerciantes, com a sucessiva perda de seus próprios direitos: família, casa e terra (2,1-11). O profeta denuncia a absoluta miséria e a opressão de seus irmãos, que carinhosamente chama de “meu povo” e também “meus ossos”.

São Nicolau de Tolentino


Nasceu em 1245 no Castelo de santo Angêlo, mas foi no povoado de Tolentino que passou grande parte de sua vida. Desde os sete anos de idade suas preocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão pelos menos favorecidos. 

Sua vida era toda de penitência, amor e dedicação aos pobres, aliados à uma fé incondicional no Nosso Senhor e na Virgem Maria. Aos catorze anos foi viver entre na comunidade dos agostinianos de Castelo de Santo Ângelo e no ano de 1274 foi ordenado sacerdote. 

Nicolau possuía carisma e dons especiais. Sua pregação era alegre e consoladora na Providência Divina, o que tornava seus sermões empolgantes. Tinha um grande poder de persuasão, pelo seu modo simples e humilde de viver e praticar a fé, sempre na oração e penitência, cheio de alegria em Cristo. 

Em 1275, devido a saúde debilitada, foi para o convento de Tolentino, onde se fixou definitivamente. Ali veio a se tornar um dos apóstolos do confessionário mais significativos da Igreja. Passava horas, repleto de compaixão para todas as misérias humanas. A fama de seus conselhos e santidade trazia para a paróquia fiéis de todas as regiões ansiosos pelo seu consolo e absolvição. 

Em setembro de 1305, ele fez sua última prece e entregou seu espírito nas mãos do Senhor, antes de completar sessenta anos de idade. Foi enterrado na sepultura da capela onde se tornara célebre confessor e celebrava suas missas. 

Conta-se que, por penitência, jamais comia carne, mas certa vez, estando doente, seu superior lhe deu ordem de comer um pouco de carne. O obedeceu comendo um pedaço bem pequeno, e depois disse: "Já obedeci. Agora, por favor, não me aborreçam mais com essas gulodices". 



Ó Deus e Senhor, eu te peço que nas alegrias e tristezas de minha vida cotidiana, bem como na hora das provações, eu saiba recorrer ao Espírito Santo com docilidade e confiança. Amém.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Bento XVI explica por que desistiu de se chamar João Paulo III


Nesta sexta-feira, 9 de setembro, foi publicado o livro ‘Bento XVI: últimas conversações’, no qual, entre outras coisas, o Papa Emérito explica por que desistiu se chamar João Paulo III, sendo ele o sucessor São João Paulo II.

O Papa Emérito, entrevistado pelo jornalista alemão Peter Seewald, comenta que desistiu de se chamar João Paulo III por uma mostra de “respeito”.

“Eu teria visto como excessivo, porque era uma comparação que não poderia sustentar”, afirma Bento XVI no diálogo com Seewald, que já publicou anteriormente o livro-entrevista ‘Luz do Mundo’ com o Sumo Pontífice Emérito.

Nas páginas do novo livro, Bento XVI recorda como era sua amizade com João Paulo II, a quem conheceu durante o Concílio Vaticano II e comenta sua visita a Munique, quando era Arcebispo da diocese alemã.

Sobre a sua relação com o Papa Francisco, Bento XVI comenta que entre ambos não há rupturas e afirma que quando o Santo Padre era cardeal, mostrava-se como “um homem muito decidido, que na Argentina dizia com muita resolução ‘isto se faz ou não se faz’”.

“Sua cordialidade, sua atenção ante os outros eram aspectos dele que eu não notava. Por isso, foi uma surpresa”, acrescenta.

No texto, o Papa Emérito também assinala que foi quem iniciou a obra reformadora da estrutura do Vaticano, começando pelo Instituto das Obras de Religião (IOR), o chamado Banco do Vaticano. “Teria desejado fazer mais se pudesse proceder apenas lentamente e com prudência”, indica.

Bento XVI tampouco teme assinalar algumas atitudes erradas da Igreja na Alemanha e rechaça as afirmações do atual Arcebispo de Munique, Cardeal Reinhard Marx, que falou recentemente sobre uma “corte vaticana” pródiga. “Sempre vivemos de maneira muito simples. Não sei o que induziu o Cardeal Marx a fazer essa afirmação”, assinala.

EUA: Sacerdote acusado injustamente de abuso sexual ganha processo contra seus difamadores


Uma juíza federal nos Estados Unidos considerou que um grupo de vítimas de abusos sexuais declarou falsamente, “de forma negligente e com um temerário desprezo pela verdade”, contra um sacerdote da Arquidiocese de São Luis, nos Estados Unidos.

A juíza de distrito, Carol E. Jackson, assinalou que a influente organização Survivors Network of Those Abused by Priests (SNAP) não cumpriu com a ordem judicial de entregar detalhes acerca das pessoas que acusaram o Pe. Xiu Hui “Joseph” Jiang de abuso sexual. Isto fez com que fosse impossível realizar denúncias contra ele.

Jackson disse que o tribunal estabelece que as declarações de SNAP “eram falsas e que não iniciaram nenhuma investigação sobre a verdade ou falsidade destas afirmações públicas”.

Além disso, o tribunal sublinha que os acusados conspiraram para tentar condenar o Pe. Jiang por abuso sexual devido a “um ânimo discriminatório contra o demandante sobre a base da sua religião, vocação religiosa, raça e origem nacional”, segundo informou o jornal norte-americano ‘St. Louis Post-Dispatch’.

Com esta sentença, indicam, SNAP deverá assumir os “gastos razoáveis, que incluem os honorários dos advogados” do Pe. Jiang.

 Em 2014, o sacerdote foi acusado de abusar sexualmente de uma criança em um banheiro de uma escola católica em 2011 e 2012. Os promotores de São Luis retiraram as acusações no ano passado.

Pouco depois que as acusações foram retiradas, o Pe. Jiang apresentou uma denúncia por conspiração e difamação contra os pais da criança e os líderes do SNAP, David Clohessy e Barbara Dorris. Em sua ação judicial, também alegou que a polícia o perseguiu de forma errônea com base nos seus antecedentes religiosos e raciais.

Cabe destacar que as sanções da juíza se aplicam especificamente a SNAP.