terça-feira, 13 de setembro de 2016

São João Crisóstomo


João nasceu no ano 309 em Antioquia, na Ásia Menor, procedente de família muito rica. Seu pai era comandante de tropas imperiais no oriente e sua mãe, uma mulher piedosa e caridosa, providenciou que o filho fosse educado pelos maiores mestres do seu tempo. 

O menino, desde pequeno, já demonstrava a vocação religiosa, grande inteligência e dons especiais. Na juventude foi viver na companhia de um monge no deserto, durante quatro anos. Passou mais dois, retirado numa gruta sozinho, estudando as sagradas escrituras e, então, considerou-se pronto. Voltou para Antioquia e se ordenou sacerdote. 

Crisóstomo, nome que significa “boca de ouro”, era um ótimo orador. O povo reunia-se para ouvi-lo e suas palavras eram conforto para todos. Assim foi nascendo sua fama de santidade. 

Crisóstomo tornou-se então bispo de Constantinopla, centro cultural e religioso da época. O bispo encontrou um clero apegado aos bens terrenos e ao luxo, e gastou suas energias para moralizar os costumes dos líderes religiosos do povo. 

Estas atitudes trouxeram muitos inimigos. Todos, liderados pela imperatriz Eudóxia, conseguiram tirar João Crisóstomo do cargo, que foi condenado ao exílio. Mas essa expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população, que o Bispo foi trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois meses depois, foi exilado pela segunda vez. Neste, já com a saúde muito debilitada, ele não resistiu e morreu. Era 14 de setembro de 407. 



Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São João Crisóstomo, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Ladrões roubam sacrário e lançam hóstias ao chão em Magalhães de Almeida-MA


ATO DE DESAGRAVO E REPARAÇÃO

A diocese de Brejo lamenta com profunda tristeza e comoção o ato de vandalismo e profanação à Santíssima Eucaristia, ocorrido na capela da casa paroquial da Paróquia de Santo Antônio, em Magalhães de Almeida-MA, quando no dia 06 de Setembro, de forma desrespeitosa e agressiva a capela foi invadida, o Sacrário furtado e as hóstias consagradas lançadas no chão, próximo à casa paroquial. Convidamos todas paróquias e fiéis da Diocese para que permaneçamos em oração de desagravo a Jesus na Eucaristia. E fiquemos em comunhão com a paróquia de Magalhães de Almeida, que fará a celebração de desagravo e reparação nesta quinta-feira dia 15/09 as 19:30h na Igreja Mãe do Salvador. 


É proibido ajoelhar-se durante a consagração?


Assim está escrito: “para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho dos seres celestes, dos terrestres e dos que vivem sob a terra, e, para glória de Deus, o Pai, toda língua confesse: Jesus é o Senhor.” (Fl 2,10)

Ora, o momento da consagração eucarística é o mais solene, o mais importante da vida do cristão. Ele faz memória, ou seja, traz para o presente, o sacrifício de Jesus. A imolação do Cordeiro. A Nova Aliança. A remissão dos pecados. Nada há de mais importante na vida do cristão católico que a celebração da Santa Missa e, por conseguinte, a consagração. Portanto, ajoelhar-se nesse momento e adorar Aquele que é, deveria ser tão natural quanto respirar.


Por que, então, surge a tendência entre os liturgistas de que não é necessário mais ajoelhar-se no momento da consagração eucarística? Alguns alegam razões históricas, razões contrárias à Tradição e tentam, de diversas maneiras, justificar o que não tem justificativa. Eles têm razões, mas não tem razão. A liturgia é regida por leis e estas leis devem ser obedecidas, tudo o mais se torna irrelevante diante dessa realidade.

Em todos os momentos, pensa em Maria e invoca Maria


O nome da Virgem era Maria, diz o Evangelista. Falemos um pouco a propósito deste nome, que por alguns significa “estrela do mar” e se adapta perfeitamente à Virgem Mãe. De facto ela é comparada muito apropriadamente a uma estrela. Assim como o astro emite os seus raios de luz sem corromper-se, também a Virgem deu à luz o seu Filho sem sofrer dano algum. Nem o raio luminoso diminuiu a claridade da estrela, nem o Filho alterou a integridade da Virgem. Ela é a nobre estrela nascida de Jacob, cuja irradiação ilumina todo o universo, cujo esplendor brilha nos céus e penetra nos abismos, resplandece na terra e aquece as almas mais que os corpos, fomenta as virtudes e queima os vícios. Ela é a estrela brilhante e magnífica que nada impede de se elevar sobre este mar vasto e imenso, refulgente nos seus méritos e iluminando pelos seus exemplos.
 
Tu que te vês, nas flutuações deste mundo, agitado no meio das procelas e das tempestades em vez de caminhar sobre terra firme, não afastes os olhos do brilho desta estrela, se não queres naufragar nas tormentas. Se se levantam os ventos das tentações, se te precipitas nos escolhos das tribulações, olha para a estrela, invoca Maria. Se és sacudido pelas vagas do orgulho ou da ambição ou da maledicência ou da inveja, olha para a estrela, invoca Maria. Se a ira ou a avareza ou os atrativos da carne sacodem a barqueta da tua mente, olha para Maria. Se, perturbado pela enormidade dos teus pecados, confundido pela imundície da tua consciência, aterrado pelo horror do julgamento, começas a ser absorvido pelo abismo da tristeza, pelo precipício do desespero, pensa em Maria.
 
Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Não esteja o seu nome ausente da tua boca, não esteja ausente do teu coração. E para obter o socorro das suas orações, não te separes do exemplo da sua vida. Se a segues, não te extraviarás; se a invocas, não desesperarás; se pensas nela, não errarás. Sob a sua proteção, não terás medo; sob a sua direção, não te cansarás; sob o seu amparo, alcançarás a meta. E assim experimentarás em ti mesmo como é verdadeira esta palavra: E o nome da Virgem era Maria.




Das Homilias de São bernardo, abade, em louvor da Virgem Mãe
(Hom. 2, 17, 1-33: SC 390, 1993, 168-170) (Sec. XII)

Paz e Espada!



Alguns, romanticamente, pensam que Cristo é contra a guerra, e só querem a "paz". Uma paz que seria simples ausência de luta, fazendo de Jesus um pacifista.

Ora, o Evangelho apresenta uma visão completamente oposta a esse pacifismo sentimental, que é essencialmente injusto.

Nosso Senhor preveniu que por causa dEle haveria muitas divisões e lutas.

Já quando Ele foi apresentado no Templo, quarenta dias após o seu nascimento, o profeta Simeão disse a Nossa Senhora: "Eis que este menino está posto para ruína e ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição" (Luc. II, 34).

E o próprio Cristo nos disse:

"Julgais que vim trazer a paz à terra? Não, vos digo eu, mas a divisão; porque de hoje em diante, haverá numa casa cinco pessoas, divididas três contra duas, e duas contra três. O pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra" (Luc. XII, 51-53).

E em São Mateus se acha o mesmo texto sobre o qual você me consulta:

"Não julgueis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho de seu pai, e a filha de sua mãe, e a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios domésticos" (Mt. X, 34-36).

Qual a razão dessas profundas divisões trazidas pela doutrina de Cristo, que separará até mesmo os parentes mais chegados?

É que a verdade atinge o mais profundo do homem. E, da adesão ou repulsa da verdade trazida por Cristo, nascem essas divisões.

O homem, que prefere gozar a vida, não tolera a verdade de Cristo, e então procura combatê-la. Os que querem fazer antes de tudo, a vontade de Deus, aceitam a verdade anunciada por Cristo, e querem fazer a sua vontade, colocando o servir a Deus acima até do amor aos parentes. Os que querem fazer a sua própria vontade rejeitam a verdade ensinada por Cristo, e procuram combatê-la. Daí, as divisões. Daí, a guerra continua, na História, entre os filhos de Deus e os filhos do demônio.

Essa é a guerra trazida por Cristo. Exatamente como foi predito no Gênesis, quando Deus disse, ao amaldiçoar a serpente:

"Colocarei inimizades entre ti (o demônio) e a mulher (a Virgem Maria), entre a tua raça (os filhos do diabo) e a dela (os filhos de Nossa Senhora), e Ele mesma te esmagará a cabeça" (Gen. III, 15).

Isto é o contrário do que ensina o liberalismo, triunfante, hoje em dia.

O liberalismo, seguindo as mentiras pregadas por Rousseau, considera que o homem é bom, sem ter nenhuma inclinação para o mal e para o erro. Para Rousseau, não haveria pecado original, e, conhecendo a verdade, o homem a aceitaria sempre.

Ora, é o contrário disso que acontece.

Normalmente, o homem não gosta da verdade, porque ela lhe traz obrigações. A mentira é cômoda. A mentira não nos obriga a nada. Servimo-nos dela como de uma escrava, enquanto nos é conveniente. Desde que a mentira não nos convenha mais, nós a expulsamos, denunciando a sua falsidade.

A verdade é nossa rainha, que nos impõe obrigações. Por isso, resistimos à verdade. E preferimos a mentira. Dai a verdade de Cristo ter produzido tanto ódio contra Ele.

Na história, Cristo estabeleceu a sua Igreja para ensinar a única verdade, e contra ela o demônio suscita sempre heresias, calúnias e mentiras. Por isso, a Igreja é chamada militante, e não pacifista.

Por isso, Cristo instituiu um sacramento, o Crisma -- que nos torna soldados de Cristo. É para seus soldados, para aqueles que compreendem que o crisma deve ser vivido na luta pela defesa da Fé que Cristo deixou a espada. E a espada que Ele nos deixou não é para fazer tricô. É para combater. Porque só o combate para estabelecer a verdade e a justiça impõe a ordem, e só com a ordem e a justiça existe a paz. A paz é obra da justiça. Opus justitiae, pax . Justiça e paz se beijaram (Sl.LXXXIV, 11) por que uma não existe sem a outra. E a justiça só se estabelece, muitas vezes, com o uso da espada. A espada da verdade.

Hoje só se fala em paz. Mas é a paz dos maus, fundada na injustiça. Cabe então muito aos que hoje falam de paz o que o profeta Jeremias dizia dos maus sacerdotes de seu tempo, que causaram a guerra e a destruição de Jerusalém:

"Eles curavam as chagas das filhas de meu povo com ignomínia, dizendo: Paz, paz, quando não havia paz" (Jer. VI, 14).

Porque "Não há paz para os ímpios, diz o Senhor Deus" (Isaias, XXII, 57, 21).

São Guido de Anderlecht


Guido viveu entre os séculos X e XI, na Bélgica. Desde a infância, ele já demonstrava seu desapego dos bens terrenos. Ainda jovem deixa a casa dos pais e via ser sacristão em uma paróquia perto de Bruxelas. 

Quando ficou órfão, decidiu ser comerciante, pois teria mais recursos para auxiliar e socorrer os pobres e doentes. Mas após um fatalidade, o navio com suas mercadorias afundou, ele decidiu definitivamente seguir a vida religiosa. 

Guido vestiu o hábito de peregrino e pôs-se novamente no caminho da religiosidade, da peregrinação e assistência aos pobres e doentes. Percorreu durante sete anos as inseguras e longas estradas da Europa, levando conforto aos mais abandonados. 

Depois de tanto andar, Guido voltou para sua terra, residindo na cidade de Anderlecht. Nesta cidade ele morreu, com fama de santidade. Com o passar do tempo foi erguida uma igreja dedicada à ele, para guardar suas relíquias. 



Deus, nosso Pai, colocamos agora, neste momento, sob a vossa proteção todo o nosso agir e todo o nosso viver. Caminhemos hoje buscando a vossa face de luz. Em tudo procuremos a simplicidade, a cordialidade, o bom senso, o bom humor, a alegria cristã, pois lamúrias e tristeza para nada servem. Procuremos mais ajudar que ser ajudados, mais servir que ser servidos, mais somar que dividir, mais ouvir que aconselhar. Não faltemos com a cordialidade, o respeito, a sinceridade, sobretudo para com os que vivem juntos a nós. Por Cristo nosso Senhor. 

domingo, 11 de setembro de 2016

Somos cristãos e pastores


Não é de agora que vossa caridade sabe que nossa esperança está toda em Cristo e que nossa verdadeira glória de salvação é ele. Sois do rebanho daquele que guarda e apascenta Israel. Mas por haver pastores que apreciam este nome, porém não querem exercer seu ofício, vejamos o que a seu respeito diz o Profeta. Escutai vós com atenção; escutemos nós com temor.  

Foi-me dirigida a palavra do Senhor que dizia: Filho do homem, profetiza contra os pastores e dize aos pastores de Israel (Ez 34,1-2). Acabamos de ouvir a leitura deste trecho; resolvemos então falar-vos algo. O Senhor nos ajudará a dizer o que é verdadeiro, se não dissermos o que é nosso. Pois se dissermos o que é nosso seremos pastores a nos apascentar a nós, não as ovelhas. Se, ao contrário, dissermos o que é dele, será ele que vos apascenta por intermédio de quem quer que seja.  Assim diz o Senhor Deus: Ó pastores de Israel, que se apascentam a si mesmos! Acaso não são as ovelhas que os pastores têm de apascentar? (Ez 34,2) quer dizer, os pastores apascentam ovelhas, não a si mesmos. É este o primeiro motivo de repreensão a tais pastores, que apascentam a si e não as ovelhas. Quem são estes que se apascentam? O Apóstolo diz: Todos procuram seu interesse, não o de Jesus Cristo (Fl 2,21).  

Quanto a nós, a quem o Senhor, por sua benevolência e não por mérito nosso, estabeleceu neste cargo de que teremos difíceis contas a dar, devemos distinguir bem duas coisas: a primeira, somos cristãos, a segunda, somos bispos. Somos cristãos para nosso proveito; e somos bispos para vós. Como cristãos, atendemos ao proveito nosso; como bispos, somente ao vosso. E são muitos os cristãos não bispos que vão a Deus por caminho mais fácil talvez, e andam com tanto mais desembaraço quanto menos peso carregam. Nós, porém, além de cristãos, tendo de prestar contas a Deus de nossa vida, somos também bispos e teremos de responder a Deus por nossa administração.



Início do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,1-2: CCL 41,529-530)               (Séc.V)

Os cristãos devem usar o nome “Alá”?


Como é que a palavra Alá (ou Allah) se relaciona com o Islã e seus ensinamentos? Essa é uma pergunta difícil que os cristãos do século 21 devem considerar.

O que Allah” realmente significa?

O termo Allah (árabe: الله, Allāh ) é a palavra padrão árabe para Deus e é provavelmente derivada de uma contração do artigo árabe al- e Ilah , o que significa “divindade” ou “deus” pois al-lah que significa “a [única] divindade, Deus”. Há uma outra teoria que rastreia a etimologia da palavra para o aramaico Alaha.

Os falantes de árabe atuais de todas as origens religiosas (muçulmanos, cristãos e judeus) usam a palavra Alá para Deus. Na Arábia pré-islâmica, os pagãos de Meca usaram Allah como uma referência ao deus-criador, possivelmente, a divindade suprema.

A primeira tradução conhecida da Bíblia para o árabe, que foi realizada no século 9, usa a palavra Alá para Deus. De fato, os cristãos árabes estavam usando a palavra Alá para Deus antes do início do Islã, e é importante notar que eles estavam usando-na no lugar de Elohim, mas não no lugar de Yahweh. Isso significa que Deus é uma palavra genérica para Deus, mas não o nome pessoal de Deus (radicais muçulmanos no Ocidente afirmam que Allah, não Yahweh, ou qualquer outro nome Bíblia, é o nome do único Deus verdadeiro.)

Como exemplo mais próximo, cristãos e não-cristãos usam a palavra “Deus” em português, mas isso não torna o Deus da Bíblia o mesmo que o deus dos mórmons, as Testemunhas de Jeová ou outros. Outro exemplo é que quando as pessoas irreverentes usam a expressão “Oh, meu Deus!” em suas comunicações do dia-a-dia, não estão se referindo ao Deus da Bíblia, quando invocam esse termo.

Quando o profeta do Islã começou seu ministério em Meca, ele considerou unir os árabes sob um nome diferente para Deus. Seu favorito era Al-Rahman mas ele escolheu Allah para nomear seu deus. Após a propagação do Islã no Oriente Médio, os cristãos árabes continuaram a usar a palavra Allah uma vez que não tem nenhuma conotações negativa para eles pessoalmente. Mais uma vez, é importante compreender que, tanto antes como depois de Maomé, o Allah dos árabes não era o Allah dos cristãos árabes.

Atualmente, os muçulmanos afirmam que eles adoram o mesmo Deus como cristãos e judeus. Na verdade, a máquina de propaganda islâmica no Ocidente está tentando mudar nosso vocabulário português para acomodar crenças islâmicas. Antes de abordar o assunto, no entanto, eu gostaria de abordar um assunto controverso que está ganhando força entre os cristãos americanos, e está prejudicando enormemente a propagação do Evangelho entre os muçulmanos: a noção de que Allah era o nome de um deus da lua pagão no período pré-islâmico. Eu acredito que esta teoria é muito mal compreendida pelos evangélicos americanos, e está a ser misturada com o impulso islâmico de usar Allah em nosso vocabulário como seu nome ou como uma alternativa para a palavra Deus.