Diversos meios de comunicação anunciaram no dia 18 de outubro
que, como parte da sua operação conjunta “Mossul Op”, as tropas peshmerga
curdas e o exército iraquiano libertaram a cidade cristã de Qaraqosh das garras
do Estado Islâmico (ISIS). Entretanto, jornalistas e ativistas de direitos
humanos na região advertiram que esta informação era inexata.
“Um
general iraquiano disse que relatórios anteriores de que o povo havia sido
retomado eram falsos”, informou a rede de televisão britânica BBC, corrigindo
um relatório anterior que divulgou que a cidade de Qaraqosh havia sido
libertada, após estar nas mãos do ISIS desde agosto de 2014.
Em 17 de outubro, o governo iraquiano anunciou o início das
operações para libertar Mossul, a terceira maior cidade do Iraque, tomada pelo
Estado Islâmico há dois anos. Em menos de 24 horas, a ofensiva havia conseguido
recuperar pelo menos 9 aldeias que estavam no caminho.
No dia seguinte, as tropas ingressaram em Qaraqosh, mas não
tomaram o controle total da cidade. A BBC coincidiu com a rede americana CNN ao
declarar a situação como um “local”, enquanto a tentativa de libertá-la
definitivamente foi realizada novamente na manhã do dia 19 de outubro.
Em declarações ao Grupo ACI,
o Pe. Luis Montes, sacerdote missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE)
e diretor espiritual dos seminaristas em Erbil – no Curdistão iraquiano,
localizado a 85 quilômetros de Mossul –, assinalou que nos acampamentos de
refugiados começaram a festejar logo depois que começaram a difundir os rumores
de que os militares estavam entrando em Qaraqosh.
“As
pessoas em Erbil já haviam começado a festejar mesmo quando não se sabia se
havia sido tomada totalmente”, indicou, mas advertiu que, “do mesmo modo, não
sabemos o que acontecerá, porque anteriormente entraram em uma cidade e depois
se retiraram. Costuma haver ataques e contra-ataques”, precisou.
Isto também significa que os cristãos refugiados no Curdistão
iraquiano, que fugiram do Estado Islâmico, ainda não poderão voltar para a
casa.
“As pessoas ainda não podem se mudar, não só pelo perigo que
pode ser o fato de estar tão perto dos terroristas, mas também porque deverão
verificar se foram colocadas minas antipessoais ou bombas na cidade”, disse.