O artista
sacro Cláudio Pastro faleceu na madrugada desta quarta-feira, dia 19, em São
Paulo (SP). Ele estava internado há cerca de 15 dias no hospital Oswaldo Cruz,
na capital paulista, e morreu em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral
(AVC). O velório será no Mosteiro Nossa Senhora da Paz, em Itapecerica da
Serra (SP). O sepultamento acontecerá às 16h no cemitério do Mosteiro,
precedido da Eucaristia em ação de graças.
“Rezemos
ao bom Deus que acolha em sua casa este servo bom e fiel!”, declarou o
arcebispo de Diamantina (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a
Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Darci José
Nicioli, ao divulgar a notícia nas redes sociais.
Autor das obras sacras do Santuário
Nacional de Aparecida, Cláudio Pastro era um dos
nomes mais renomados da arte plástica do Brasil.
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“Este
irmão, com quem pude ter boa amizade, serviu à Igreja no Brasil e em outras
partes do mundo com seu dom extraordinário na área litúrgica. Na ressurreição,
vai cantar as maravilhas de Deus eternamente”, declarou o arcebispo de Juiz de
Fora (MG), dom Gil Antonio Moreira, responsável pelos bens culturais no
regional Leste 2 da CNBB.
Vida e obra
Cláudio
Pastro nasceu em São Paulo, em 1948. Era considerado por especialistas de arte
sacra como o brasileiro mais expressivo da atualidade nesta área. Grande devoto
da espiritualidade beneditina, recebeu o título de oblato.
Reconhecido
internacionalmente, realizou trabalhos em vários países como Itália, Alemanha,
França e Espanha. Sua arte está presente em centenas de capelas, igrejas,
catedrais e mosteiros espalhados pelo Brasil e no exterior, nos quais foi
responsável pelos projetos arquitetônicos, pinturas, vitrais, azulejos, altares
e peças litúrgicas. Um exemplo é a capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da
CNBB.
Em
reconhecimento por sua relevante contribuição à arte sacra, Pastro recebeu o
título de Doutor Honoris Causa, em 2007, pela Pontifícia Universidade Católica
do Paraná.
Desde
1975, Pastro se dedicava à arte sacra, tendo cursado teoria e técnicas de arte
na Abbaye Notre Dame de Tournay (França), no Museu de Arte Sacra da Catalunha
(Espanha), na Academia de Belas Artes Lorenzo de Viterbo (Itália), na Abadia
Beneditina de Tepeyac (México) e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Desde o
ano de 2000, Cláudio Pastro teve incumbência de cuidar de toda a arte da
Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O artista também foi o
responsável pela criação de todas as peças litúrgicas que o papa Francisco
utilizou na celebração das missas realizadas em Aparecida e no Rio de Janeiro
em 2013.
Entre as
obras mais recentes, está o memorial a Nossa Senhora Aparecida, inaugurado pelo
papa Francisco nos Jardins do Vaticano no início de setembro.
Capela da CNBB
Inaugurada, em abril de 2002, no contexto das
comemorações dos 50 anos da CNBB, a capela que recebe o nome da padroeira do
Brasil foi projetada por Cláudio Pastro nos parâmetros da Liturgia Pós-Concílio
Vaticano II, com característica Cristocêntrica contendo uma linha que direciona
a liturgia. Marcando o presbitério, há um painel em folhas de metal dourado e
escovado, que tem a imagem do Cristo Senhor (Pantocrator), sentado e tendo nas
mãos o Evangelium.
O teto da capela recorda a tenda do Senhor e
os bancos da assembleia envolvem o espaço litúrgico, gerando participação e
comunhão.
O altar e o tabernáculo em forma de arca na
capela do Santíssimo são de bronze. As laterais da arca apresentam ilustrações
do artista sacro: a Anunciação e Raboni (Senhor histórico e glorioso, que se
anuncia a uma das primeiras discípulas); na frente, o cordeiro com a videira e
embaixo, a frase do final do Evangelho de Mateus (Mt 28, 20b) “Eis que estou
convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Na parte de trás, a Romã, que
simboliza as núpcias do cordeiro, e o trecho bíblico “Formaste-me um corpo
Venho para fazer a tua vontade” (Hb 10, 5).
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CNBB / Rádio Vaticano
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