terça-feira, 15 de novembro de 2016

4 Cardeais pedem ao Papa Francisco que esclareça alguns pontos da Amoris Laetitia

Cardeal dom Odilo fazendo o juramento.

No dia 19 de setembro, 4 cardeais escreveram ao Papa Francisco uma carta na qual pedem que esclareça 5 pontos da exortação apostólica Amoris Laetitia sobre o amor na família.

A carta, assinalam os cardeais, “nasce de uma profunda preocupação pastoral” e após encontrar “um grave desconcerto em muitos fiéis e uma grande confusão a respeito de questões muito importantes para a vida da Igreja”.

A missiva, divulgada nesta segunda-feira, 14 de novembro, pelo vaticanista italiano Sandro Magister através do seu site, é assinada por dois cardeais alemães, Walter Brandmüller e Joachim Meisner; o italiano Carlo Cafarra; e norte-americano Raymond Burke.

Os purpurados referem que escreveram ao Papa e ao Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal alemão Gerhard Müller, em um ato que consideram “de justiça e caridade”, de acordo com o direito canônico e em conformidade com a missão cardinalícia de colaborar com o ministério petrino.

Os cardeais indicam que “o Santo Padre decidiu não responder” à carta e, por isso, interpretam “esta sua decisão soberana como um convite a continuar a reflexão e a discussão serena e respeitosamente”.

“É por isso que informamos sobre nossa iniciativa a todo o povo de Deus, oferecendo toda a documentação”, acrescentam.

Os cardeais pedem, então, que “ninguém interprete o fato segundo o esquema ‘progressistas-conservadores’: seria uma completa má interpretação. Estamos profundamente preocupados pelo verdadeiro bem das almas, suprema lei da Igreja, e não por fazer progredir na Igreja qualquer forma de política”.

Do mesmo modo, assinalam, “é nosso desejo que ninguém nos julgue, injustamente, como adversários do Santo Padre e como pessoas sem misericórdia. O que fizemos e estamos fazendo nasce do profundo afeto colegial que nos une ao Papa e da apaixonada preocupação pelo bem dos fiéis”.

Na carta que os cardeais escreveram ao Papa Francisco, enumeram alguns dos problemas surgidos após as interpretações “não somente divergentes, mas também contraditórias, sobretudo, por causa do capítulo VIII (da Amoris Laetitia). Além disso, os meios de comunicação enfatizaram esta disputa, provocando incerteza, confusão e alarme entre muito fiéis”.

“Com profundo respeito, permitimo-nos pedir-lhe, Santo Padre, como supremo Mestre da Fé chamado pelo Ressuscitado a confirmar aos seus irmãos na fé, que dirima as incertezas e esclareça, dando benevolamente resposta às ‘Dúvidas’ que nos permitimos anexar à presente”, indicam.

As 5 dúvidas

Os cardeais chamam de “dúvidas” os assuntos que suscitam e indicam que se referem ao capítulo oitavo da exortação apostólica Amoris Laetitia, especificamente dos parágrafos 300 ao 305. São apresentadas para ser respondidas com um “sim” ou um “não”.

Os purpurados assinalam que “para muitos – bispos, párocos, fiéis –, esses parágrafos aludem, ou também ensinam explicitamente, uma mudança na disciplina da Igreja com relação aos divorciados que vivem uma nova união, enquanto outros, admitindo a falta de clareza ou ainda a ambiguidade das passagens em questão, argumentam, entretanto, que essas mesmas páginas podem ser lidas em continuidade com o magistério precedente e não contém uma modificação na prática e no ensinamento da Igreja”. 

Fechadas as Portas Santas nas igrejas catedrais do mundo


Enquanto avançamos para a conclusão do Jubileu da Misericórdia, com o fechamento da Porta Santa na Basílica de São Pedro no próximo domingo, 20, foram fechadas neste domingo, 13, as Portas Santas em todas as catedrais do mundo. Entre elas, a Porta Santa de Bangui, na África Central, a primeira a ser aberta pelo Papa Francisco, em novembro do ano passado, e as das Basílicas romanas de São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo fora dos Muros.

A Porta Santa de Bangui foi a primeira a ser aberta em novembro do ano passado pelo Papa Francisco, que, apesar do encerramento oficial – como sublinhou o Arcebispo da cidade e Presidente da Conferência Episcopal local, Dom Dieudonné Nzapalainga – na catedral permanecerá aberta a “significar que todos os dias é o tempo de misericórdia”. “Que o fruto deste Ano Santo seja o fim da guerra e a justiça para todas as vítimas do conflito, em particular para os deslocados”, acrescentou no seu apelo pela paz na África Central o arcebispo, que no sábado será acompanhado pelo “imã de Bangui e pelo líder dos evangélicos ao Vaticano, onde vai receber o chapéu cardinalício das mãos do Papa Francisco.

São João de Latrão, em Roma. Vallini: a misericórdia não é fraqueza

Fechada também a Porta Santa de São João de Latrão, em Roma Santa, com uma celebração presidida pelo Cardeal Vigário Agostino Vallini. “O destino final do mundo não está nas mãos dos homens, mas na misericórdia de Deus”: este, de acordo com o cardeal, o ensinamento do Jubileu da Misericórdia, “tempo favorável” para a Igreja, que tornou mais forte e mais eficaz o nosso testemunho de fiéis. “A Misericórdia não é um sinal de fraqueza – acrescentou o cardeal – pelo contrário, de força, magnanimidade e irradiação poderosa da onipotência amorosa do Pai”. Em seguida, a recordação do convite do Papa a viver mais conscientemente as parábolas da misericórdia: a da ovelha perdida, a da moeda perdida e do pai misericordioso. Sobre essa última, em particular, se deteve o Cardeal Vallini: “Assim o Senhor nos trata: Ele não nós mortifica, mas nos acolhe e se alegra com o nosso retorno”. Enfim, outra característica distintiva da misericórdia, fruto do Ano Santo: cuidar dos pobres. “A única verdadeira realização da vida é dar amor e viver segundo justiça os nossos relacionamentos humanos”. 

Papa: a transformação de cada um de nós começa na Confissão.


O Papa Francisco foi à Basílica de São Pedro na manhã da terça-feira (15/11) saudar os peregrinos holandeses que vieram ao Vaticano celebrar o Jubileu da Misericórdia.

Em sua breve saudação, o Pontífice destacou que o Ano Santo nos faz relacionar ainda mais com Jesus Cristo, rosto da misericórdia do Pai.

“Jamais esgotaremos este grande mistério do amor de Deus! É a fonte da nossa salvação: todo o mundo, todos nós necessitamos da misericórdia divina. Ela nos salva, nos dá vida, nos recria como verdadeiros filhos e filhas de Deus”, disse o Papa, ressaltando que nós experimentamos a bondade do Senhor de modo especial no sacramento da Penitência e da Reconciliação.

Transformação

“A Confissão é o local em que se recebe o perdão e a misericórdia de Deus. Aqui tem início a transformação de cada um de nós e a reforma da vida da Igreja.” 

Proclamação da República, o maior golpe de estado da história brasileira: A história que seu professor não contou!


Diferente do que foi aprendido nos tempos de escola, a república não era uma ideia que agradava a população brasileira, pelo contrário. Já em 1884, bem próximo a sua “proclamação”, apenas três republicanos conseguiram se eleger para a câmara dos deputados e na próxima eleição somente um.

Os republicanos tentavam a todo custo disseminar suas idéias pelo país, porém era um trabalho em vão. Quando enfim perceberam que não conseguiriam por fins pacíficos acabar com o império, tiveram a grande idéia de um golpe militar. Só que para que isso acontecesse precisariam ter o apoio de um líder de prestígio da tropa militar. Foi ai que então resolveram se aproximar de Marechal Deodoro da Fonseca em busca de apoio.

O que grande parte das pessoas não sabe é que foi tarefa difícil convencer Marechal Deodoro a dar o golpe, tendo em vista que o mesmo era amigo do Imperador Dom Pedro II e era um dos maiores defensores do Monarquismo.

Entenda o cenário

Dom Pedro II, filho mais novo do Imperador Dom Pedro I tornou-se imperador aos 5 anos de idade e teve que passar grande parte da sua infância estudando para que fizesse um bom reinado. Como já dito em artigo anterior, um rei é preparado pra reinar desde o momento de seu nascimento, logo as longas horas de estudo e preparação do nosso Imperador resultou em transformar o Brasil numa grande e potente nação emergente. Sua estabilidade política era notória e o Império do Brasil se destacava em relação as nações vizinhas. Tínhamos liberdade de expressão, respeito aos direitos civis, tendo em vista que foi durante seu reinado que foi assinada a lei áurea, pela sua filha Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, popularmente conhecida como Princesa Isabel.

Poucos sabem, mas desde meados de 1850, Dom Pedro II se declarava publicamente contra o regime de escravidão. Fato esse corajoso, tendo em vista que poucos brasileiros na época se manifestavam contra o regime. O nosso imperador considerava a escravidão uma vergonha nacional e tampouco possuiu escravos.

A escravidão no Brasil vinha sendo extinta de forma gradual através de várias medidas. Em 1871 veio a lei do ventre livre que ajudou bastante a diminuir o percentual de população escrava no país. Todos consideravam que esse posicionamento político de Dom Pedro II em relação a escravidão seria suicídio político, pois até os mais pobres no Brasil tinham escravos como propriedade.

Em 1888, quando princesa Isabel Decretou a Lei Áurea, os donos de escravos sentiram-se traídos pelo regime monárquico e por forma de vingança tornaram-se republicanos. Os mesmo são chamados de republicanos de última hora. 

Eis o teu Rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro


Digamos também nós a Cristo: Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel. Elevemos para Ele, em vez de ramos de palmeira, as suas últimas palavras na cruz. Sigamo-l’O festivamente, não agitando ramos de oliveira, mas honrando-O com a nossa caridade fraterna. Estendamos a seus pés, em vez de mantos, os desejos do nosso coração, a fim de que Ele dirija para nós os seus passos e estabeleça em nós a sua morada, aceite a oferta total de nós mesmos e permaneça sempre conosco. Digamos a Sião a mensagem profética: Tem confiança, filha de Sião, e não temas: Eis o teu Rei, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho, filho duma jumenta.

Vem ao teu encontro Aquele que está em toda a parte e tudo abrange com a sua presença; Ele vem para realizar em ti a salvação de todos os homens. Vem ao teu encontro Aquele que não veio chamar os justos mas os pecadores à penitência, para os tirar do erro dos seus pecados. Não temas. Deus está no meio de ti; jamais serás abalada.

Acolhe, elevando as mãos, Aquele que nas suas próprias mãos traçou as linhas das tuas muralhas. Recebe Aquele que nas palmas das suas mãos lançou os teus alicerces. Recebe Aquele que assumiu em Si tudo o que é nosso, menos o pecado, para nos dar tudo o que é seu. Alegra-te, Sião, cidade mãe; não temas. Celebra as tuas festas. Glorifica pela sua misericórdia Aquele que em ti veio até nós. Rejubila, filha de Jerusalém; canta e exulta. Levanta-te e resplandece – assim te aclamamos com a sagrada trombeta de Isaías – porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a glória do Senhor.

Qual é esta luz? Aquela que ilumina todo o homem que vem a este mundo, aquela luz eterna, aquela luz intemporal e manifestada no tempo, aquela luz invisível por sua natureza e feita visível na carne, aquela luz que refulgiu aos pastores e guiou o caminho dos magos; aquela luz que estava no mundo desde o princípio, pela qual o mundo foi criado e que o mundo não reconheceu; aquela luz que veio para os seus e que os seus não receberam.

E qual é a glória do Senhor? É sem dúvida a cruz em que foi glorificado Jesus Cristo, o esplendor da glória do Pai, como Ele próprio disse quando se aproximava a sua paixão: Agora é glorificado o Filho do homem; Deus é glorificado n’Ele e O glorificará sem demora. Com estas palavras chama glória à sua exaltação na cruz. De fato a cruz é a glória de Cristo e a sua exaltação. Ele mesmo disse: Quando Eu for elevado sobre a terra atrairei todos a Mim.



Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo

(Orat. 9. in ramos palmarum: PG 97, 1002)

Qual o significado do nome de Maria?


Este nome não nos pode ser indiferente; antes, deve interessar-nos muito saber conhecê-lo e pronunciá-lo com fervor, é muito importante que nos detenhamos a examinar e a meditar o que ele significa.

É difícil acertar com o seu verdadeiro significado… Dão-se mais de trezentas significações a este, e foi providência do Senhor que significasse muitas coisas e todas muito boas, para dar-nos a entender que na Santíssima Virgem se reúnem todas as excelências e perfeições.

De todas estas interpretações vejamos as mais prováveis que são as seguintes:

1-Formosa

Melhor ainda, “a Formosura”, por excelência, como se quisesse significar que só Ela é “a formosura” e que qualquer outra fora d’Ela não existe senão na aparência. “Formosa como a lua”, canta a Igreja; porque assim como nas trevas da noite, onde tudo é feio e triste, aparece a luz plácida, serena e bela da lua, realçando no meio das trevas e brilhando mais que todas as estrelas juntas… assim Maria destaca-se e eleva-se pela sua branca formosura e comunica-se a todos os que d’Ela querem participar.

A Igreja também a chama – Tota Pulchra. – Toda formosa, pois que n’Ela não há nada que não seja formoso: seu corpo, sua alma, seus olhos, seus sentidos, seu coração… tudo; porque n’Ela não há nada feio, ou manchado com alguma coisa que embace essa formosura.

Pensa no que o mundo chama formoso e se convencerá de que ele nem sequer conhece a sombra do que é a formosura. A uma beleza corporal, muitas vezes artificial, sempre aparente, pois apenas é uma coisa exterior e nada mais… a isso chama ele formosura…; com essa formosura se contenta…, não conhece outra. Ao contrário, olha para Maria e a todo o momento a verás formosíssima, e Toda Formosa. Que bem quadra este nome a Maria, se o significado de Maria é este!

2- Senhora e Dominadora

E é de fato verdadeira Senhora. Nunca foi escrava, nem serva do demônio… do pecado… das paixões. Escrava só do Senhor…, e por isso mesmo Rainha e Senhora. O povo cristão assim o entende e por isso a chama Nossa Senhora. Recorda como é Senhora dos anjos, que se gloriam de poder servi-la. Eles foram muitas vezes seus servos; na Anunciação, na fugida para o Egito, na gruta de Belém… no mesmo Calvário, anjos de dor foram a ampará-la e a chorar com Ela. E dominadora dos próprios demônios que a temem só com ouvir-lhe o nome. A este santo nome ajoelham os céus, a terra e os abismos. O demônio teme a Senhora, pois assim quis Deus para que a humilhação fosse maior e mais admirável o triunfo de Maria.

E, finalmente, Senhora dos homens. Mas senhora e Rainha de Misericórdia. Jesus dividiu o seu reino e o seu cetro, e ficando Ele com a justiça, como Juiz que é dos vivos e dos mortos, deu a Maria o poder da Misericórdia. A sua grandeza e majestade não ofende, não aterra; pelo contrário, arrasta amorosamente com mais força, ainda que seja muito suave esta força.

Vê, não sentes em ti isto mesmo ao prostrar-te aos pés desta grande Senhora? Por isso é Rainha e Senhora dos corações. Ninguém senão Ela, tem direito a mandar nos nossos corações.

Examina se é Ela que realmente manda e dispõe, como Senhora absoluta do teu coração.

Santo Alberto Magno


Nascido em 1206, na Alemanha, Alberto pertencia à uma poderosa família de tradição militar. Piedoso desde a infância, recebeu uma educação digna dos nobres. Aos dezesseis anos, foi para a universidade de Pádua onde completou os estudos superiores. Em 1229, tornou-se frade dominicano pregador. Em Paris atraiu tantos estudantes e discípulos que teve que lecionar em praça pública. 

Em 1254 foi eleito superior provincial de sua ordem na Alemanha. Ali demonstrou todo o seu espírito de monge pobre e humilde. Viajou por grande parte da Alemanha sempre a pé e pedindo esmolas no caminho para se alimentar. Assim, ele fundou vários conventos, além de renovar os já existentes. 

Em 1260 foi nomeado Bispo, ocupando o cargo somente por dois anos e depois retornando ao mosteiro. Em 1274 teve participação decisiva na união da Igreja grega com a latina, no Segundo Concílio de Lião. 

Alberto Magno foi realmente grande. Um ser de virtudes, ciência, sabedoria e fé inabalável, grandioso em todos os sentidos. Frei dominicano, pregador eloqüente, magistral professor das ciências naturais e das doutrinas da fé, escritor, fundador, Bispo e finalmente, Doutor da Igreja. 

Sua grande vocação foi trabalhar para o encontro da fé com a ciência. Escreveu mais de vinte e duas obras sobre teologia, as ciências naturais como a filosofia, a química, a física, e botânica. Além de inúmeros tratados sobre as artes práticas como tecelagem, navegação, agricultura, Foi, sobretudo um profundo observador e amante da natureza. 

Morreu serenamente no dia 15 de novembro de 1280. 



Dá-me, Senhor, um espírito aberto e compreensivo como aquele que concedeste ao grande teólogo Santo Alberto. E também, como a ele, dá-me a graça de abarcar parte de teu mistério com minha inteligência. E que tudo isso me sirva para iniciar uma vida de oração constante e agradável em tua presença. Amém.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O vencedor ficará ileso da segunda morte


Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Quando diz «nós», Paulo declara que hão de alcançar o dom da futura transformação todos aqueles que no tempo presente tiverem vivido retamente na comunhão da Igreja, juntamente com ele e seus companheiros. E insinuando qual será essa transformação, diz: É necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade e que este corpo mortal se revista de imortalidade. Mas para que então se verifique neles a transformação que será uma justa recompensa, tem de realizar-se agora a transformação que é dom puramente gratuito.

A recompensa da futura transformação é prometida, portanto, àqueles que na vida presente tiverem realizado a conversão do mal para o bem.

O dom divino da transformação começa já neste mundo por meio da graça da justificação, que realiza neles uma ressurreição espiritual; virá depois a transformação perfeita que terá lugar na ressurreição dos corpos dos justificados; e esta glorificação será imutável e eterna. Assim, começam a ser transformados pela graça da justificação e continuam com a graça da glorificação, para que permaneçam nesta glória imutável e eterna.

Nesta vida são transformados mediante a primeira ressurreição, que os ilumina para que se convertam; por ela passam da morte à vida, da iniquidade à justiça, da infidelidade à fé, das obras más à vida santa. Por isso não tem poder sobre eles a segunda morte. Deles se diz no Apocalipse: Feliz daquele que tomar parte nesta primeira ressurreição; sobre eles não tem poder a segunda morte. Diz-se também no mesmo livro: O vencedor ficará ileso da segunda morte. Assim como a primeira ressurreição consiste na conversão do coração, assim a segunda morte consiste no suplício eterno.

Apresse-se, portanto, a tomar parte na primeira ressurreição todo aquele que não quer ser condenado ao castigo eterno da segunda morte. Porque aqueles que na vida presente são transformados pelo temor de Deus, convertem-se da vida má para a vida boa, passam da morte para a vida e, mais tarde, hão de passar da ignomínia para a glória.


Do Tratado de São Fulgêncio de Ruspas, bispo, sobre o perdão

(Liber 2, 11, 2 – 12, 1.3-4: CCL 91A, 693-695) (Sec. VI)