segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Às vezes parece que é sempre inverno na Síria, mas nunca Natal.


MENSAGEM DE NATAL DO PRESIDENTE
DA CARITAS INTERNATIONALIS

Por meia década pessoas sofreram os ventos cruéis da guerra. Milhões de pessoas estão desabrigadas. Mesmo aqueles que têm um abrigo não têm calor ou eletricidade. A nossa própria equipe da Cáritas queima seus móveis para se aquecer. As escolas que ainda permanecem abertas não podem pagar o combustível - as crianças usam cobertores pesados ​​que lhes envolvem quando sentam-se à mesa.


Yusra, mãe de quatro filhos menores de 6 anos, nos disse que tiveram que fugir de suas casas a pés para Damasco. Depois de um tempo chegaram a ficar tão exaustos de carregar sua bagagem que eles tiveram que abandoná-la nas margens da estrada. No inverno, cada milha percorrida parecem duas. Agora eles não têm nada.

Pensamos nos pobres, nos idosos e nas crianças, amontoadas em salas de 10 em 10. Pensamos naqueles que vivem ao ar livre, sob o bombardeio constante, naqueles que tomaram a estrada depois de fugir de suas casas em busca de segurança.

A economia da encarnação redentora


A glória do homem é Deus; por sua vez, o beneficiário da atuação de Deus, de toda a sua sabedoria e poder, é o homem.

Assim como a competência do médico se revela nos doentes, assim Deus Se manifesta nos homens. Por isso diz Paulo: Deus encerrou a todos na desobediência para de todos ter misericórdia. Com estas palavras, o Apóstolo não se refere aos «poderes» espirituais, mas ao homem que, por ter desobedecido a Deus, perdeu a imortalidade, mas depois alcançou misericórdia, recebendo a graça da adopção por intermédio do Filho de Deus.

Se o homem acolhe, sem vaidade nem presunção, a verdadeira glória que procede das criaturas e do criador, isto é, de Deus todo-poderoso que a todos dá a existência, e se permanece em seu amor, obediência e ação de graças, receberá d’Ele uma glória ainda maior, progredindo sempre mais, até se tornar semelhante Àquele que por si morreu.

Com efeito, o Filho de Deus tomou uma existência semelhante à da carne pecadora, a fim de condenar o pecado e, depois de o condenar, arrojá-lo fora da carne. Assumiu a carne para animar o homem a tornar-se semelhante a Si mesmo, destinando-o a ser imitador de Deus e elevando-o ao reino do Pai, para que pudesse ver a Deus e ter acesso ao Pai. O Verbo de Deus habitou entre os homens e fez-Se Filho do homem para acostumar o homem a compreender a Deus e Deus a habitar no homem, de acordo com o beneplácito do Pai.

Foi por isso que o mesmo Senhor nos deu como sinal da nossa salvação Aquele que é Deus­ conosco, nascido da Virgem; era o mesmo Senhor que salvava aqueles que não podiam salvar-se por si mesmos. Por isso Paulo, referindo-se à radical fraqueza do homem, exclama: Reconheço que o bem não habita na minha carne. Assim dá a entender que o bem da nossa salvação não provém de nós mas de Deus. E diz ainda: Pobre de mim, quem me livrará deste corpo mortal? E apresenta em seguida o Libertador: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O mesmo diz Isaías: Fortalecei as mãos cansadas e robus­tecei os joelhos vacilantes; animai­-vos, pusilânimes, tende coragem e não tenhais medo. Eis que vem a retribuição de Deus; Ele mesmo vem salvar­-nos. Também estas palavras do Profeta nos dizem que não é por nós mesmos, mas com a ajuda de Deus, que podemos alcançar a salvação.


Do Tratado de Santo Ireneu, bispo, “Contra as heresias”

(Lib. 3, 20,2-3: SCh 34, 342-344)                                         (Sec. II)

Homilética: Solenidade do Natal do Senhor - Missa da Aurora (25 de dezembro): "Rejubilai, nasceu Jesus".


Hoje, sobre nós, resplandece uma luz: nasceu o Senhor. O seu nome será Admirável, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz. E o seu reino não terá fim.

Na Missa da Noite, a Igreja apresentou-nos o seu Cristo – o Verbo eterno, o dominador, porém, em carne, habitando entre nós, no meio do Seu povo. E nós contemplamos a Sua glória e a Sua humilhação, ao mesmo tempo que, unidos aos anjos e a todos os homens, demos graças a Deus pela paz que nos ofereceu em Cristo. Agora a liturgia, inundada pela luz da nova aurora, que desponta para o mundo, descreve-nos os efeitos do Nascimento do Salvador para a humanidade de todos os tempos.


O Natal não é um acontecimento passado. Através da Igreja, o mistério do Natal conserva toda a sua atualidade. N'Ela, todos os homens são chamados a receber de Jesus a vida divina, «tornando-se filhos no Filho único». Como os pastores viemos ao encontro de Jesus. Ele está aqui. Viemos adorá-Lo, trazer-lhe as nossas ofertas, estar com Ele e ouvi-Lo. Vamos aproximar-nos com o coração limpo. Olhemos para a imundície que há em nós e tiremo-la com a dor de amor.

Santo Urbano V


O Papa Urbano V assumiu o cargo em 1362, período turbulento para a vida da Igreja, quando a sé apostólica estava instalada na França. Era de origem francesa, formado em ciências jurídicas e monge beneditino. 

Por causa de seu apostolado frutífero, Urbano foi eleito para ocupar a cadeira de Pedro após a morte de Inocêncio IV. Seu pontificado durou somente oito anos, mas caracterizou-se pela sábia administração, pelo esforço de renovar os costumes e pela nobreza de intenções. 

Sua grande preocupação era a instrução religiosa do povo católico. Fundou novos centros de estudos e ajudava pessoalmente estudantes mais pobres. No plano missionário, enviou numerosos grupos de religiosos às regiões européias ainda necessitadas de evangelizadores, como a Bulgária e a Romênia. 

O grande sonho do Papa Urbano V, porém, era levar de volta a sede da Igreja para Roma. Conseguiu isso, em outubro de 1367, sendo recebido com entusiasmada aclamação popular. Foi o primeiro a se estabelecer no palácio ao lado da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Alguns anos depois Urbano V foi novamente obrigado a deixar Roma, e voltar para Avignon, onde faleceu em 19 de dezembro de 1370. 

Papa ativíssimo e piedoso, mostrou possuir os dotes do homem de governo e mão firme no guiar a barca de Pedro, numa época tão difícil na vida interna da Igreja. O Santo Pontífice olhou para a reconstrução espiritual da Igreja, promovendo a unidade entre os cristãos.



Deus, nosso Pai, São Urbano viveu na mais completa simplicidade e despojamento, procurando sempre ajudar os mais necessitados. Que cada um de nós, nesse dia, possamos abrir nosso coração à claridade de vossa luz e que se dissipem de nossa vida a indiferença perante as necessidades de nossos semelhantes. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Espanha: Prefeita de Madri veta presépio na ‘Puerta de Alcalá’ e católicos respondem


Diante da decisão da prefeita de Madri (Espanha), Manuela Carmena, do partido político de esquerda ‘Podemos’, de não colocar presépios na emblemática Puerta de Alcalá, centenas de cidadãos expressaram seu rechaço e levaram um monte de presépios ao local.

Carmena decidiu, como no ano passado, enfeitar a Puerta de Alcalá somente com símbolos natalinos que não são considerados religiosos.

Os cidadãos que levaram os seus presépios ao local publicaram nas redes sociais para expressar que não estão de acordo com a medida laicista de Carmena.

Muitos madrilenos colocam a cada dia o seu presépio na Puerta de Alcalá como sinal de protesto e compartilham as fotos no Twitter com a hahstag #PontuBelenPuertadeAlcala.

Segundo informa ‘OKDIARIO’, Manuela Carmena declarou a respeito da sua decisão da proibição de presépios que o município deseja continuar tendo “um Natal para todos e onde haja todas as visões de Natal”.

“De maneira especial, recordar que tem uma origem cristã, mas já é uma festa de todos, que passou por um processo de laicidade muito interessante”, diz a ex-juíza e indica que “começa com a esperança de que o Natal seja uma celebração de companhia, empatia e solidariedade”.

Católicos se acorrentam a emblemática cruz e evitam sua retirada na Espanha


Centenas de moradores do povoado de Callosa de Segura, na cidade de Alicante (Espanha), impediram a retirada da cruz localizada na praça da igreja local, uma medida tomada pelo governo de esquerda que não aguardou a decisão dos tribunais e que aplicou neste caso uma interpretação errada da Lei de Memória Histórica.

Trata-se de uma lei aprovada em 2007, através da qual estabelecem medidas em favor de quem sofreu perseguição ou violência durante os anos da Guerra Civil Espanhola e a ditadura de Francisco Franco.


É uma lei controversa, pois favorece uma ideologia e não a reconciliação dos espanhóis. A norma obriga a retirada de monumentos, símbolos ou nomes de lugares públicos estabelecidos depois da Guerra Civil.

Os monumentos relacionados à Igreja Católica permanecem fora desta lei, mas na verdade isso não foi respeitado, como é o caso desta cruz em Callosa de Segura.

Segundo informa a Associação ‘Abogados Cristianos’, o prefeito de Callosa de Segura, o socialista Fran Maciá, enviou um guindaste no dia 14 de dezembro para retirar a cruz que está na praça de Espanha, ao lado da igreja e em frente à câmara municipal.

No momento que estavam iniciando os trabalhos para retirá-la, tocaram os sinos do templo e centenas de habitantes de Callosa de Segura foram ao local a fim de impedir a sua retirada.

Magnificat


E Maria disse: A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador. 

O Senhor me engrandeceu, diz ela, com um dom tão grande e tão inaudito, que é impossível explicá-lo com palavras humanas, e dificilmente o poderá compreender o sentimento mais íntimo do coração. Por isso entrego-me com todas as forças da minha alma ao louvor e ação de graças, e me consagro, com tudo o que vivo, sinto e compreendo, à contemplação da grandeza infinita de Deus; e o meu espírito alegra-se na eterna divindade de Jesus, o Salvador, que dignou revestir-Se da minha carne e repousa em meu seio. 

Porque fez em mim grandes coisas o Todo­ Poderoso; e o seu nome é santo. 

Estas palavras relacionam-se com o início do cântico, onde se diz: A minha alma engrandece ao Senhor. De facto, só aquele em quem o Senhor realiza obras grandiosas pode proclamar dignamente a sua grandeza e exortar os que participam da mesma promessa e dos mesmos sentimentos: Engrandecei comigo ao Senhor, exaltemos juntos o seu nome. Quem conhece o Senhor e é negligente em proclamar a sua grandeza e santificar o seu nome será chamado o mais pequeno no reino dos Céus. Diz-se que o seu nome é santo, porque, com seu alto e singular poder, transcende toda a criatura e está infinitamente acima de todas as coisas por Ele mesmo criadas.

Acolheu Israel seu servo, lembrado da sua misericórdia. 

Com admirável propriedade o cântico chama a Israel servo do Senhor, isto é, obediente e humilde, a quem o Senhor acolheu para o salvar, segundo as palavras do profeta Oseias: Quando Israel era ainda criança, eu o amei

Quem não quer humilhar-se não pode ser salvo nem exclamar com o Profeta: Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida. Por outro lado: Quem se humilhar como uma criança será o maior no reino dos Céus

Como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre. 

Refere-se o texto, não à descendência carnal de Abraão, mas à espiritual, isto é, não somente aos nascidos da sua carne, mas aos que seguiam o exemplo da sua fé, tanto na circuncisão como na incircuncisão. Também Abraão tinha acreditado antes da circuncisão e isso foi-lhe contado para a justificação. 

Deste modo, o advento do Salvador foi prometido a Abraão e à sua descendência para sempre, isto é, aos filhos da promessa, dos quais se diz: Se sois de Cristo, também sois descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa

É de notar que foram as mães, a do Senhor e a de João, que se anteciparam a anunciar profeticamente o nascimento de seus filhos, e com razão, porque assim como o pecado teve início por meio da mulher, também por meio da mulher se inauguram os benefícios; e se foi pela sedução de uma só mulher que se introduziu no mundo a morte, agora é pela profecia de duas mulheres que se anuncia ao mundo a salvação.



Da Exposição de São Beda, o Venerável, presbítero, sobre o Evangelho de São Lucas
(Lib 1, 46-55: CCL 120, 37-39) (Sec. VIII)

Por seu Filho, Deus nos revelou seu amor


Nenhum homem viu a Deus nem o conheceu, mas ele mesmo se manifestou. Manifestou-se pela fé, pois só a ela é concedida a visão de Deus. O Senhor e Criador do universo, Deus, que fez todas as coisas e as dispôs em ordem, não só amou os homens, mas também foi paciente com eles. Deus sempre foi, é e será o mesmo: benigno e bom, isento de ira, veraz; só ele é bom. E quando concebeu seu grande e inefável desígnio, só o comunicou a seu Filho. Enquanto mantinha oculto e em reserva seu plano de sabedoria, parecia abandonar-nos e esquecer-se de nós. Mas, quando revelou por seu Filho amado e manifestou o que havia preparado desde o princípio, ofereceu-nos tudo ao mesmo tempo: participar de seus benefícios, ver e compreender. Quem de nós poderia jamais esperar tamanha generosidade?

Tendo Deus, portanto, tudo disposto em si mesmo com o seu Filho, deixou-nos, até estes últimos tempos, seguir nossos impulsos desordenados, desviados do caminho reto pelos maus prazeres e paixões. Não que ele tivesse algum gosto com nossos pecados; tolerando-os, não aprovava aquele tempo de iniquidade, mas preparava este tempo de justiça. Assim, convencidos de termos sido, naquele período, indignos da vida em razão de nossas obras, tornemo-nos agora dignos dela pela bondade de Deus. E depois de mostrar nossa incapacidade de entrar pelas próprias forças no Reino de Deus, nos tornemos capazes disso pelo poder divino.

Quando, pois, a nossa iniquidade atingiu o auge e se tornou manifesto que a paga merecida do castigo e da morte estava iminente, chegou o tempo estabelecido por Deus para revelar sua bondade e poder. Ó imensa benignidade e amor de Deus! Ele não nos odiou, não nos rejeitou nem se vingou de nós, mas nos suportou com paciência. Cheio de compaixão, assumiu nossos pecados, entregou seu próprio Filho como preço de nossa redenção: o santo pelos pecadores, o inocente pelos maus, o justo pelos injustos, o incorruptível pelos corruptíveis, o imortal pelos mortais. O que poderia apagar nossos pecados a não ser sua justiça? Por quem poderíamos ser justificados, nós, ímpios e maus, senão pelo Filho de Deus?

Ó doce intercâmbio, ó misteriosa iniciativa, ó surpreendente benefício, ser a iniquidade de muitos vencida por um só justo e a justiça de um só justificar muitos ímpios!


Da Carta a Diogneto

(Cap. 8, 5–9, 5: Funk 1, 325-327) (Séc. II)