Centenas
de moradores do povoado de Callosa de Segura, na cidade de Alicante
(Espanha), impediram a retirada da cruz localizada na praça da
igreja
local,
uma medida tomada pelo governo de esquerda que não aguardou a
decisão dos tribunais e que aplicou neste caso uma interpretação
errada da Lei de Memória Histórica.
Trata-se
de uma lei aprovada em 2007, através da qual estabelecem medidas em
favor de quem sofreu perseguição ou violência durante os anos da
Guerra Civil Espanhola e a ditadura de Francisco Franco.
É
uma lei controversa, pois favorece uma ideologia e não a
reconciliação dos espanhóis. A norma obriga a retirada de
monumentos, símbolos ou nomes de lugares públicos estabelecidos
depois da Guerra Civil.
Os
monumentos relacionados à Igreja Católica permanecem fora desta
lei, mas na verdade isso não foi respeitado, como é o caso desta
cruz em Callosa de Segura.
Segundo
informa a Associação ‘Abogados Cristianos’, o prefeito de
Callosa de Segura, o socialista Fran Maciá, enviou um guindaste no
dia 14 de dezembro para retirar a cruz que está na praça de
Espanha, ao lado da igreja e em frente à câmara municipal.
No
momento que estavam iniciando os trabalhos para retirá-la, tocaram
os sinos do templo e centenas de habitantes de Callosa de Segura
foram ao local a fim de impedir a sua retirada.
Um
homem estacionou o seu carro ao lado do monumento para que o
guindaste não pudesse trabalhar e outro grupo de pessoas se
acorrentou à cruz a fim de que a Polícia e os Guardas Civis não
pudessem desalojá-los. Tudo foi feito de maneira pacifica.
Conforme
o prefeito, a cruz viola a Lei de Memória Histórica e, por essa
razão, em um conselho do município, seu partido, com o apoio de
‘Esquerra Unida’ e ‘Podemos’ – partidos de esquerda –,
aprovaram a sua retirada.
De
acordo com informações dos manifestantes, o prefeito havia previsto
uma reunião para discutir a retirada da cruz, mas como explicou
Maciá, apenas pretendia perguntar ao pároco onde poderiam deixar a
cruz após a sua remoção da praça.
A
decisão de retirar esta cruz está no tribunal e o julgamento está
previsto para novembro de 2017.
Um
vereador do Partido Popular interpôs um recurso contencioso a fim de
que a decisão do governo municipal fosse derrogada, mas embora
solicitassem medidas cautelares para impedir o seu traslado, estas
foram rechaçadas.
A
associação ‘Abogados Cristianos’ (AEAC), junto com a Plataforma
em Defesa da Cruz, fez uma petição em agosto no Change.org, somando
mais de 28.500 pessoas e conseguiu impedir a retirada desta cruz.
A
AEAC pediu "para que respeitem os cristãos e respeitem a
liberdade religiosa, pois até então está bem clara que a única
intenção da equipe do governo é retirar uma cruz que carece de
qualquer símbolo político”.
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ACI
Digital
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